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Sistema de Segurança Pública no Brasil |

Introdução

DISCIPLINA
SISTEMA DE SEGURANÇA PÚBLICA
NO BRASIL

CONTEÚDO

Processo Gerencial da Segurança


Pública www.faculdadefocus.com.br | 1
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Introdução

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Introdução

Sumário
Sumário------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 3
1 Introdução --------------------------------------------------------------------------------------------------- 4
2 Processo Gerencial da Segurança Pública ---------------------------------------------------------- 4
3 Sistema de defesa social de acordo com o novo paradigma ---------------------------------- 7
4 Conclusão ---------------------------------------------------------------------------------------------------- 8
5 Referências Bibliográficas ------------------------------------------------------------------------------- 9

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Introdução

1 Introdução
Conforme Nathan Glina (2020), a responsabilidade compartilhada em relação à
segurança pública é uma questão difundida há séculos, tanto no âmbito nacional
quanto internacional. “Para os Estados, há o dever direto de prestar serviços que
garantam com eficácia a segurança pública. Para os particulares, esta responsabilidade
é jurídica, e não somente moral, ou seja, vincula-os a concorrer para a segurança e
não concorrer para a insegurança, sob pena de responsabilização e de sofrerem a ação
legítima estatal para a necessária coerção”.

Tratando mais especificamente da responsabilidade do Estado, Hugo Acero


Velásquez, consultor internacional do Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD), explica que as autoridades nacionais se encarregam de
“fixar as linhas gerais de ação, a serem desenvolvidas em todo o território”, enquanto
as autoridades locais, aquelas que ficam mais próximas do cotidiano dos cidadãos,
como representantes do Estado, “devem possuir a prerrogativa de dar resposta às
problemáticas que afetam a convivência e a segurança dos cidadãos”.

As problemáticas de segurança cidadã possuem diversas causas e formas e se


manifestam de maneira distinta, variando em razão do local em que se apresentam,
“as características culturais, sóciodemográficas, as condições econômicas e até as
condições geográficas são variáveis intervenientes nessas manifestações”. Dessa
forma, é importante que os processos gerenciais da segurança pública e defesa social
levem em conta esse panorama, tanto a nível local quanto nacional. É sobre isso que
falaremos nesta aula.

2 Processo Gerencial da Segurança Pública


Seguindo o paradigma da segurança cidadã, que enxerga o problema da segurança
como multidisciplinar, o processo gerencial do tema também, evidentemente, será
multidisciplinar, e nada melhor que as diretrizes gerais do Plano Nacional de
Segurança Pública e Defesa Social para atestar essa informação (Lei n. 13.675/2018).

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Processo Gerencial da Segurança Pública

A partir do paradigma de segurança cidadã, a Segurança pública não é mais o


monopólio da polícia, não é mais um monopólio dos agentes da lei. A Segurança
Pública é algo que deve ser tratado de forma multidisciplinar, deve contar com todos
os braços do Estado para o planejamento e execução de ações, projetos e programas.
Neste sentido, a Lei n. 13.675/2018 (art. 24) estabelece que os agentes públicos
deverão observar certas diretrizes na execução dos planos, as quais estão dispostas
ao longo dos doze incisos deste artigo.

Lei n. 13.675/2018

Art. 24. Os agentes públicos deverão observar as seguintes diretrizes na elaboração e na


execução dos planos:

I - adotar estratégias de articulação entre órgãos públicos, entidades privadas, corporações


policiais e organismos internacionais, a fim de implantar parcerias para a execução de
políticas de segurança pública e defesa social;

II - realizar a integração de programas, ações, atividades e projetos dos órgãos e entidades


públicas e privadas nas áreas de saúde, planejamento familiar, educação, trabalho,
assistência social, previdência social, cultura, desporto e lazer, visando à prevenção da
criminalidade e à prevenção de desastres;

III - viabilizar ampla participação social na formulação, na implementação e na avaliação


das políticas de segurança pública e defesa social;

IV - desenvolver programas, ações, atividades e projetos articulados com os


estabelecimentos de ensino, com a sociedade e com a família para a prevenção da
criminalidade e a prevenção de desastres;

V - incentivar a inclusão das disciplinas de prevenção da violência e de prevenção de


desastres nos conteúdos curriculares dos diversos níveis de ensino;

VI - ampliar as alternativas de inserção econômica e social dos egressos do sistema


prisional, promovendo programas que priorizem a melhoria de sua escolarização e a
qualificação profissional;

VII - garantir a efetividade dos programas, ações, atividades e projetos das políticas de
segurança pública e defesa social;

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Processo Gerencial da Segurança Pública

VIII - promover o monitoramento e a avaliação das políticas de segurança pública e defesa


social;

IX - fomentar a criação de grupos de estudos formados por agentes públicos dos órgãos
integrantes do Susp, professores e pesquisadores, para produção de conhecimento e
reflexão sobre o fenômeno da criminalidade, com o apoio e a coordenação dos órgãos
públicos de cada unidade da Federação;

X - fomentar a harmonização e o trabalho conjunto dos integrantes do Susp;

XI - garantir o planejamento e a execução de políticas de segurança pública e defesa social;

XII - fomentar estudos de planejamento urbano para que medidas de prevenção da


criminalidade façam parte do plano diretor das cidades, de forma a estimular, entre outras
ações, o reforço na iluminação pública e a verificação de pessoas e de famílias em situação
de risco social e criminal.

Vários dos institutos de prevenção à violência podem e devem participar da


elaboração das articulações, do planejamento e das estratégias de segurança pública,
tendo em vista o caráter multicausal destas questões, de modo a garantir que a
abordagem multifacetada esteja presente também no combate à violência e que os
agentes públicos realizem a integração de programas, ações, atividades e projetos dos
órgãos e entidades públicas e privadas nas áreas de saúde, planejamento familiar,
educação, trabalho, assistência social, previdência social, cultura, desporto e lazer,
visando à prevenção da criminalidade e à prevenção de desastres, e englobando a
participação social na formulação, implementação e na avaliação das políticas de
segurança pública e defesa social.

Como bem aponta Hugo Acero Velásquez, é um fato grave que muitas autoridades
ainda pretendam responder aos problemas que afetam a segurança cidadã e a
convivência social partindo de um pressuposto de organização estatal que atenda
mais à segurança nacional que à segurança cidadã, “desconhecendo que as
manifestações de insegurança possuem características locais”.

Mas o fenômeno de insegurança, aliado aos problemas que afetam os aglomerados


urbanos, tais como as “dificuldade de mobilidade, o desemprego, as consequências

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Sistema de defesa social de acordo com o novo paradigma

próprias da superpopulação e os processos de deslocamento internos e de migração”,


destacam a importância da segurança cidadã. Conforme aponta Velásquez,

[...] é chegado o momento de reconhecer que muitos delitos possuem particularidades locais
e que sua solução deve ser abordada por parte dos governos municipais. Deve-se reconhecer
inclusive que os delitos considerados transnacionais, como o narcotráfico, o comércio ilegal
de armas, o tráfico de pessoas, o furto de automóveis, entre outros, acabam afetando os
cidadãos em sua vida cotidiana (como é o caso da venda e consumo de drogas, do comércio
ilegal e do uso de armas de fogo por parte dos particulares, da difusão da cultura mafiosa que
se expressa nos estereótipos e no uso indiscriminado da violência para resolver qualquer
conflito) (VELÁSQUEZ, s.d.).

Neste sentido, a criação do Sistema Único de Segurança Pública (Susp) promoveu a


integração dos órgãos de segurança pública, a atuação cooperativa e sistêmica,
contemplando instituições de todas as esferas do governo, que perseguirão as ações
e metas ditadas pela Política Nacional de Segurança Pública.

Os estudos sobre segurança pública, defesa social e segurança cidadã ainda são
muitos escassos e não há uma doutrina sedimentada a respeito do tema. Dessa forma,
o Susp tenta fomentar esse conhecimento por meio do intercâmbio de profissionais
de segurança ou meio acadêmico. A partir disso serão gerados estudos, que levarão
à consolidação de uma doutrina, que levará a melhores práticas na execução da
segurança pública.

3 Sistema de defesa social de acordo com o novo paradigma


Ao discorrer sobre defesa social, Arminda Bergamini Miotto (1980) explica que até os
primeiros decênios do século XX a defesa social consistia em um “conjunto de
conceitos e noções próprios do cientificismo da época”, em que a sociedade era a
finalidade última do homem. Para esta sociedade, o “delinquente” era um inimigo
contra quem o Estado tinha direito de se defender e a pena, portanto, seria uma
espécie de tratamento para reeducá-lo e torná-lo útil à sociedade, ou, pelo menos,
neutralizar suas virtualidades para delinquir. Consistia, portanto, na prevenção
individual do delito. Esse tratamento tinha por objetivo “intimidar os delinquentes em
potencial, inibindo-os de praticar fatores lesivos à sociedade”.

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Conclusão

A partir de meados do século XX, na mesma linha da evolução do pensamento, a


defesa social “deixou de ser apenas defesa da sociedade (do todo social) contra o
delinquente, para ser a defesa da sociedade e cada um dos seus membros contra o
delito (contra o risco de vir a cometer um delito ou de vir a ser a vítima de um delito)”.
Assim, a sociedade, como um conjunto de pessoas, deixa de ser um mero paciente de
defesa social, “cada pessoa deve ser, tanto quando e como lhe é possível, agente
também”.

Atualmente, o conceito de defesa social é entendido como uma perspectiva que


privilegia a proteção de interesses coletivos da sociedade. Assim, um sistema que
segue o ideal da defesa social é uma unidade de elementos reunidos de maneira
intencional para formar um conjunto coeso e operante que pretende atingir uma
destinação comum. Logo, pelo paradigma da segurança cidadã, é importante que a
atuação dentro do sistema de defesa social se dê a partir do trabalho integrado das
polícias e da sociedade como um todo. Conforme apontam Estevam, Silva de Souza e
Silva:

[o sistema de defesa social] atualmente deve se firmar por ações positivas, proativas que
venham a afirmar a política social de um Estado na defesa da totalidade dos direitos de seus
cidadãos, cujo sucesso traria a melhoria da sensação de segurança provocada pela certeza da
sociedade de que a lei seria cumprida, sem favorecimentos, ações simples; mas que de forma
transversal viriam a inviabilizar a prática de novos delitos mais graves; que culminariam na
prática de crimes violentos letais intencionais (ESTEVAM; SILVA DE SOUZA; SILVA, 2018).

Ou seja, para que esse sistema seja organizado e para que ações sejam planejadas de
forma eficaz, devemos considerar alguns indicadores para avaliação do desempenho
das ações, tomando, por exemplo, um dos principais indicadores da defesa social, que
são os crimes violentos, letais e intencionais, e atuando para sua prevenção ao buscar
a eficiência do sistema e a integração dos órgãos públicos e bancos de dados.

4 Conclusão
Neste material vimos que a criação do Sistema Único de Segurança Pública se
fundamenta especialmente na necessidade de reduzir o alto índice de crimes
violentos, letais e intencionais. Para atingir esse fim, o sistema integra órgãos de

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Referências Bibliográficas

diversas esferas públicas, bem como ações e programas de todos os órgãos de


segurança pública do país, para que possam realizar operações combinadas, sejam
elas ostensivas, investigativas, de inteligência ou mistas. As ações e metas a serem
alcançadas são ditadas a todos os órgãos de segurança e replicadas em âmbito
nacional, guiadas todas por diretrizes específicas elencadas na Lei n. 13.675/2018.

5 Referências Bibliográficas
ESTEVAM, A. S.; SOUZA, W. S., SILVA, A. S. Breve leitura sobre o sistema de defesa
social brasileiro. In: Revista Científica da Faculdade Sete de Setembro. n.1. 2018.

GLINA, Nathan. Segurança Pública: direito, dever e responsabilidade. São Paulo:


Almedina, 2020.

MIOTTO, Arminda, Bergamini. Defesa Social. In Repositório Institucional UFG, v. 4. n.1.


1980. Disponível em: < https://repositorio.bc.ufg.br/bitstream/ri/13969/5/Artigo%20-
%20Arminda%20Bergamini%20Miotto%20-%201980.pdf>. Acesso em: set. 2021.

VALENÇA, M. A.; FREITAS, F. S. O direito à vida e o ideal de defesa social em


decisões do STJ no contexto da pandemia da Covid-19. In: Revista Diretório. v. 17,
n. 94. 2020

VELÁSQUEZ, Hugo Acero. Os governos locais e a segurança cidadã. PNDU.


Disponível
em:<https://www1.folha.uol.com.br/folha/dimenstein/Bogota%20%20Governos%20l
ocais%20e%20seguran%E7a%20cidad%E3.pdf>. Acesso em: set. 2021.

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Referências Bibliográficas

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