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Sistema de Segurança Pública no Brasil |

Introdução

DISCIPLINA
SISTEMA DE SEGURANÇA PÚBLICA
NO BRASIL

CONTEÚDO

Repercussões da Organização da
Segurança Pública www.faculdadefocus.com.br | 1
Sistema de Segurança Pública no Brasil |

Introdução

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Introdução

Sumário
Sumário------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 3
1 Introdução --------------------------------------------------------------------------------------------------- 4
2 Repercussões da Organização da Segurança Pública ------------------------------------------- 5
2.1 Finalidades do Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social ------------------------------------- 6
2.2 Quanto à duração do Plano ------------------------------------------------------------------------------------------- 7
2.3 Quanto ao prazo para elaboração de planos correspondentes --------------------------------------------- 7
2.4 Quanto à publicidade do plano -------------------------------------------------------------------------------------- 8
2.5 Aplicação dos princípios da Administração Segurança Pública---------------------------------------------- 8
2.6 Segurança Cidadã ------------------------------------------------------------------------------------------------------ 10
3 Conclusão --------------------------------------------------------------------------------------------------- 11
4 Referências Bibliográficas ------------------------------------------------------------------------------ 11

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Introdução

1 Introdução
O Sistema Único de Segurança Pública (Susp) foi aprovado em 2018 pelo Congresso
Nacional depois de anos de estudo, sendo descrito como o “primeiro e largo passo
para o resgate do imenso passivo que o país construiu por mais de um século na
segurança pública” (BRASIL, 2018). Este sistema dá início à Política Nacional de
Segurança Pública e Defesa Social como instrumento do Estado.

Conforme descrito na apresentação do próprio plano, sua elaboração se deu com base
em quatro premissas distintas, são elas:

I. “a certeza de que não é possível concretizar uma política nacional de segurança


pública e defesa social sem antes subordiná-la a critérios científicos de concepção,
execução e avaliação de resultados, de forma a confirmar, ao longo de toda sua
implementação, a adequação dos seus fundamentos e objetivos e a correção
técnica dos seus programas, projetos e ações”.

II. A necessidade de que o plano “se revista mais do caráter de política (e plano) em
construção do que de obra acabada”, ao menos no primeiro ciclo de execução do
plano, tendo em vista “o contexto (i) de necessidade de superação de déficits
enormes de produção de dados e de indicadores confiáveis para a realização de
diagnósticos precisos e a eleição de prioridades e (ii) de insuficiência ou mesmo
residual integração das ações a cargo da União, dos estados e Distrito Federal e
dos municípios”.

III. O entendimento de que “ao tempo em que deverão ser adotadas medidas para a
viabilização de instrumentos que se voltem à instalação de mecanismos aptos à
construção de indicadores e de doutrina de alto nível técnico para a definição e a
implementação de políticas de segurança e defesa social no país, o Plano Nacional
de Segurança Pública e Defesa Social (PNSP) não pode deixar de já iniciar a
execução de programas e ações de natureza urgente, que deverão ser, no entanto,
continuamente testados.

IV. a adoção de níveis elevados de governança, transparência e prestação de contas,


que se revela central para a adequada avaliação pela sociedade das ações a cargo
de cada um dos agentes do Susp. Mas não só, também para a construção de
quadro em que a sociedade passe a ver naqueles que se encarregam das difíceis

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Repercussões da Organização da Segurança Pública

tarefas de execução de atividades de segurança pública seus legítimos prepostos,


razão porque merecem o seu apoio e o seu respeito.

Diante do exposto, neste material nós abordaremos resumidamente algumas


especificidades do Plano de Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social
(PNSPDS), de acordo com o que consta na legislação.

2 Repercussões da Organização da Segurança Pública


A forma como a Constituição Federal determinou a organização dos órgãos de
segurança pública, concentrando-se somente nas atribuições da polícia federal, sem
explicitar as atribuições estaduais, acabou por tornar estas últimas residuais, de modo
que passa a ser atribuição da polícia do estado tudo aquilo que não for de atribuição
exclusiva da polícia federal

Assim, ocorre que a defesa social e a segurança pública repousam em torno de 95%
do tempo nos ombros dos órgãos estaduais (polícia militar dos estados e do Distrito
Federal e a polícia civil), restando à União uma parcela específica de atuação, que
envolve o planejamento, a direção e a liderança do sistema.

Assim, para criação do planejamento, direção e liderança do sistema de segurança


pública, a União editou a Lei n. 13.675/2018, que institui o Sistema Único de
Segurança Pública (Susp), e criou uma Política Nacional de Segurança Pública e
Defesa Nacional (PNSPDS) mais voltada ao novo paradigma humanista da Segurança
Pública e defesa social. Com isso, reservou para si a função de coordenação,
promovendo a integração entre os demais entes federados. Observe o texto que
inaugura a lei.

Lei n. 13.675/2018
Art. 1º Esta Lei institui o Sistema Único de Segurança Pública (Susp) e cria a Política
Nacional de Segurança Pública e Defesa So cial (PNSPDS), com a finalidade de
preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, por meio
de atuação conjunta, coordenada, sistêmica e integrada dos órgãos de segurança

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Repercussões da Organização da Segurança Pública

pública e defesa social da União, dos Estados, do Distrit o Federal e dos Municípios, em
articulação com a sociedade.
Art. 2º A segurança pública é dever do Estado e responsabilidade de todos,
compreendendo a União, os Estados, o Distrito Federal e os Munícipios, no âmbito das
competências e atribuições legais de cada um.

Novamente, vemos explicito o dever do Estado de promover a garantia dos direitos


individuais e sociais, a defesa social e a manutenção da ordem pública, remetendo a
uma noção de interdisciplinaridade e de colaboração.

2.1 Finalidades do Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social

Conforme prevê o art. 22 da Lei. n. 13.675/2018, priorizando ações de prevenção à


criminalidade, a União instituirá Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social,
destinado a articular as ações do poder público, com a finalidade de:

I. promover a melhora da qualidade da gestão das políticas sobre segurança


pública e defesa social;
II. contribuir para a organização dos Conselhos de Segurança Pública e Defesa
Social;
III. assegurar a produção de conhecimento no tema, a definição de metas e a
avaliação dos resultados das políticas de segurança pública e defesa social;
IV. priorizar ações preventivas e fiscalizatórias de segurança interna nas divisas,
fronteiras, portos e aeroportos”.

Um ponto de destaque é que se faz explícita a necessidade de melhoramento da


gestão das políticas de segurança pública e defesa social, pois há uma carência
expressiva dos meios materiais e pessoais nos órgãos de segurança pública, afinal,
quanto maior a atuação nesta área, mais se vê a necessidade de atuar, aprimorar e
buscar novos equipamentos que contribuam para essa atuação. A busca pelo
aperfeiçoamento é uma ciranda virtuosa sem fim, mas que em algum momento
encontra a finitude e a escassez de meios materiais e humanos. Por isso é importante
promover a qualidade de gestão.

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Repercussões da Organização da Segurança Pública

Ainda, é importante destacar que as políticas públicas de segurança não ficarão


restritas unicamente aos integrantes do Susp, pois devem considerar um contexto
social amplo, abrangendo outras áreas do serviço público, “como educação, saúde,
lazer e cultura, respeitadas as atribuições e as finalidades de cada área do serviço
público.

Essa forma moderna e inteligente de conduzir as políticas públicas pelo viés da


cidadania evidentemente está vinculada à prevenção dos problemas na segurança
pública, pois faz parte de uma abordagem interdisciplinar que envolve todos os braços
do Estado.

2.2 Quanto à duração do Plano

O Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social deverá, segundo disposição


do art. 22, § 2º, da Lei. n. 13.675/2018, ter duração de dez anos a partir da sua
publicação, e os motivos são óbvios: ao fazer um planejamento é comum estipular um
prazo num certo curso temporal para que se avalie a sua execução e sejam feitas
adequações e, ao final desse período, seja estabelecido um novo planejamento.

2.3 Quanto ao prazo para elaboração de planos correspondentes

Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão, com base no Plano Nacional


de Segurança Pública e Defesa Social, elaborar e implantar seus planos
correspondentes em até dois anos a partir da publicação do documento nacional, sob
pena de não poderem receber recursos da União para a execução de programas ou
ações de segurança pública e defesa social” (art. 22, § 5º).

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Repercussões da Organização da Segurança Pública

Esta é uma regra em parte programática para que os estados, o Distrito Federal e os
municípios determinem um planejamento para os dez anos subsequentes, pois prevê
uma sanção aos municípios e estados que não elaborarem e implementarem os planos
correspondentes, a qual implica o não recebimento de recursos da União para
executar programas ou ações de segurança pública. Estes programas são de extrema
importância, não só porque possibilitam a aquisição de recurso material necessário
para o desempenho da função, mas também porque financiam a formação
continuada, os treinamentos para capacitação dos policiais estaduais oferecidos pelo
Governo.

2.4 Quanto à publicidade do plano

O poder público deverá dar ampla divulgação ao conteúdo das Políticas e dos Planos
de segurança pública e defesa social (art. 22, § 6º). A publicidade é um dos princípios
da Administração Pública, logo deve estar presente, no que couber, nas questões de
segurança pública também. Dessa forma, o próprio cidadão pode ajudar a fiscalizar a
implementação e execução dos planos de segurança pública.

Dessa regra derivou, inclusive, a implementação obrigatória das chamadas ouvidorias


nas polícias para receber queixas externas dos cidadãos e de outros órgãos e as
encaminhar para apuração.

2.5 Aplicação dos princípios da Administração Segurança Pública

Conforme definição proposta por Richard Daft (2010), a “Administração é o


atingimento das metas organizacionais de modo eficiente e eficaz por meio do
planejamento, organização, liderança e controle dos recursos organizacionais”.

Dessa forma, em que pese o sistema de segurança pública, serão princípios


norteadores os princípios públicos constitucionais aliados aos princípios da
administração, que são: planejamento, organização, controle e direção.

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Repercussões da Organização da Segurança Pública

O sistema único de segurança traz como uma de suas premissas e principais pilares a
transparência e a obtenção de dados referentes ao tema, essa obtenção é essencial
ao planejamento, afinal não se pode traçar um plano de onde se quer chegar sem que
se saiba onde está. Sem dados claros fica impossível responder as perguntas clássicas
do planejamento: “por que fazer, como deve ser feito, onde fazer e o que vou
precisar?” E uma das grandes dificuldades na segurança pública é conseguir fazer um
diagnóstico de onde estamos.

Por exemplo, em criminologia, denominamos cifra oculta a quantidade desconhecida


de delitos, de atos ilícitos que não chegam ao conhecimento do poder público, que
não são registrados ou submetidos ao sistema oficial, quer porque não seja de
interesse da parte ou porque a parte não acredita nos órgãos estatais de segurança
pública. A cifra oculta dificulta precisar onde estamos em termos de segurança pública
e, consequentemente, traçar um plano de onde queremos chegar.

Como bem sabemos, todo o Plano Nacional de Segurança é voltado para a


transparência, de modo que todo planejamento deve ficar disponível a toda a

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Repercussões da Organização da Segurança Pública

população e aos órgãos de controle, contudo os registros de ocorrências ainda são


falhos e precisam ser melhorados, por isso o trabalho para minimizar ao máximo a
chamada cifra oculta é imperativo.

Aliado aos princípios da administração geral e da administração pública, o


planejamento e a gestão organizacional da segurança pública devem atentar para os
novos paradigmas da segurança pública, fundamentalmente à segurança cidadã, daí
várias secretarias de segurança pública passarem a se chamar secretaria de defesa
social.

2.6 Segurança Cidadã

Em face do conceito de segurança humana, que visa a proporcionar aos indivíduos


condições adequadas para o desenvolvimento pessoal e social, entendida como um
“assunto relacionado diretamente com o respeito à vida e à dignidade”, emerge o
conceito de segurança cidadã, como uma parte vital daquela.

A perspectiva de Segurança cidadã surgiu na América Latina por volta da segunda


metade da década de 1990, tomando como princípio a implementação integrada de
políticas setoriais. Ela reflete a nova forma de pensar o tema da segurança pública,
sob o paradigma do respeito aos direitos fundamentais e da participação conjunta da
sociedade civil e o Estado no combate à criminalidade. Conforme explicam Colombo
e Freitas (2016)

Diante dessa realidade, a segurança pública pautada até então pelo paradigma repressivo deve
ser substituído por um paradigma de prevenção e de política integral de proteção de direitos
[...]. Surge, então, a terminologia Segurança Cidadã, adotada por organismos internacionais, e
que apresenta como alicerce o envolvimento da comunidade com questões relacionadas à

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Conclusão

segurança, às práticas preventivas e aperfeiçoamento da gestão de segurança.

O conceito de segurança cidadã defende a atuação tanto na esfera do controle como


na esfera da prevenção, por meio de políticas públicas integradas no âmbito local que
envolvem várias dimensões, ao reconhecer a multicausalidade da violência e a
heterogeneidade de suas manifestações. Neste sentido, “o conceito de Segurança
Cidadã envolve três aspectos importantes: primeiro, a participação dos órgãos
governamentais e da sociedade civil; segundo, a definição e implementação de ações
necessárias para redução dos índices de violência, incluindo a atuação em áreas como
educação, saúde, cultura, esporte, lazer e cidadania; e terceiro, o foco na prevenção à
violência” (COLOMBO; FREITAS, 2016).

Assim, em síntese pode-se afirmar que a segurança cidadão tem como objetivo a
promoção da convivência e da cidadania, priorizando a prevenção e o controle da
violência. Essa ênfase está e estará cada vez mais presente nos sistemas de segurança
pública, superando definitivamente o paradigma da defesa nacional que vigia desde
a era Vargas até o início dos Governos Civis.

3 Conclusão
Nesta aula falamos sobre a implementação do Sistema Único de Segurança Pública
(Susp) que deu início à política nacional de segurança pública e defesa social voltada
ao prisma da segurança cidadã. Vimos que esse sistema foi estruturado sobre quatro
princípios, os quais estão voltados ao exame contínuo das ações, projetos e
programas implementados nesse sentido, para avaliação de resultados, correção de
técnicas e adequação dos fundamentos e objetivos.

4 Referências Bibliográficas
BRASIL. Ministério da Segurança Pública. Plano e Política Nacional de Segurança
Pública e Defesa Social. Disponível em <https://www.novo.justica.gov.br>. Acesso em:
set. 2018.

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Referências Bibliográficas

COLOMBO, Silvana; FREITAS, Vladimir Passos. A mediação comunitária como


pressuposto de realização do conceito de segurança cidadã: análise do programa
justiça comunitária desenvolvido pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal. In:
Revista eletrônica do curso de Direito UFSM, 2016. Disponível em: <
https://periodicos.ufsm.br/revistadireito/article/view/20057/pdf>. Acesso em set.
2021.

DAFT, Richard L. Administração. São Paulo: Cengage Learning, 2010.

VELÁSQUEZ, Hugo Acero. Os governos locais e a segurança cidadã. PNDU. Disponível


em:<https://www1.folha.uol.com.br/folha/dimenstein/Bogota%20%20Governos%20l
ocais%20e%20seguran%E7a%20cidad%E3.pdf>. Acesso em: set. 2021.

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Referências Bibliográficas

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