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FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE

FAVENI

PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO EMPREENDEDORA E FINANÇAS

DIEGO NUNES BARROS

FINANÇAS PÚBLICAS: ANÁLISE DA SEGURANÇA PÚBLICA E DOS


RECURSOS DESTINADOS AO TRABALHO DO POLICIAL MILITAR NO ESTADO
DO CEARÁ

FORTALEZA- CE
2023
FINANÇAS PÚBLICAS: ANÁLISE DA SEGURANÇA PÚBLICA E DOS
RECURSOS DESTINADOS AO TRABALHO DO POLICIAL MILITAR NO ESTADO
DO CEARÁ

Diego Nunes Barros1

Declaro que sou autor (a) ¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro
também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo
sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma
fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do
trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim
realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis,
penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o
crime de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do
Contrato de Prestação de Serviços).

RESUMO - A pesquisa desenvolvida traz como foco os aspetos que envolvem a


segurança pública no contexto geral, considerando os gastos para o investimento
nessa área, com ênfase para as despesas relacionadas ao estado do Ceará,
considerando a necessidade de melhor equiparação para o trabalho desenvolvido
pelos Policiais Militares do estado. Tem-se como objetivo central: Analisar a questão
da segurança pública e os repasses financeiros para essa área. Adotou-se a
pesquisa bibliográfica para a coleta das informações necessárias em relação ao
tema em estudo, buscando subsídios junto a estudos já desenvolvidos na área. Em
síntese, a análise teve como direcionamento as contribuições teóricas de autores
que publicaram sobre o tema, o que foi essencial para a construção da escrita de
forma sólida e contextualizada, bem como o levantamento de alguns dados
específicos em relação aos investimentos na área de segurança pública por meio de
plataformas. Assim, acredita-se que os resultados podem contribuir de forma
direcionada para a contextualização do tema e compreensão da proposta.

PALAVRAS-CHAVE: Segurança. Investimentos. Estratégias.

1
diegonunes_b@hotmail.com
3

1 INTRODUÇÃO

A pesquisa desenvolvida traz como foco os aspetos que envolvem a


segurança pública no contexto geral, considerando os gastos para o investimento
nessa área, com ênfase para as despesas relacionadas ao estado do Ceará,
considerando a necessidade de melhor equiparação para o trabalho desenvolvido
pelos Policiais Militares do estado.
A questão de segurança pública pode ser compreendida enquanto uma
necessidade social, sendo dever do Estado possibilitar ações e estratégias a fim de
que se possibilite um contexto seguro, com ênfase na redução da criminalidade,
considerando assim a importância dos investimentos nessa área garantindo a
eficácia do trabalho desenvolvido pela Polícia no contexto da segurança de toda a
comunidade.
Em meio aos aspectos apresentados que envolvem a referida temática, tem-
se como objetivo central: Analisar a questão da segurança pública e os repasses
financeiros para essa área.
A fim de possibilitar a compreensão do assunto de maneira ampliada,
elencando estratégias a serem desenvolvidas, tem-se como objetivos específicos:
Refletir quanto a questão da segurança pública enquanto condição essencial para a
sociedade; compreender os aspectos que envolvem a criação de planos e
segmentos responsáveis pelas ações destinadas a segurança pública; analisar os
repasses financeiros para a área da Segurança Pública no âmbito do trabalho da
Polícia Militar do Ceará.
Enquanto problemática proposta para o desenvolvimento da pesquisa, tem-
se como questão norteadora: de que forma o crescimento dos recursos financeiros
possibilitam melhor direcionamento no âmbito da Segurança Pública?
A pesquisa desenvolvida justifica-se a partir da compreensão em torno da
segurança pública enquanto uma questão não concreta, que requer muitas ações e
estratégias a serem desenvolvidas, ressaltando as possibilidades de melhorias a
cada ano mediante os investimentos nessa área.
Adotou-se a pesquisa bibliográfica para a coleta das informações
necessárias em relação ao tema em estudo, buscando subsídios junto a estudos já
desenvolvidos na área. Assim, acredita-se que os resultados podem contribuir de
forma direcionada para a contextualização do tema e compreensão da proposta.
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2. DESENVOLVIMENTO

2.1 Estratégias da Segurança Pública

Nos últimos anos, o debate em torno da segurança pública passou a ser


considerado um problema social fundamental, constituindo o principal desafio ao
Estado bem como ao país. Os aspectos que envolvem a questão da segurança
pública têm ganhado cada vez mais destaque, tornando-se tema de inúmeras
discussões tanto entre especialistas como das demais pessoas que compõem a
sociedade em geral. “Em nosso país, a violência criminal atinge todos os segmentos
sociais, dos mais ricos aos mais pobres, o que faz da insegurança uma experiência
amplamente compartilhada” (BRASIL, 2003, p. 4). Nesse enfoque, todos estão
sujeitos a tal situação.
A configuração atual que envolve a segurança pública tem suas origens
junto à formação sócio-político-cultural do país. Muitos foram os motivos que
evidenciaram o crescente interesse quanto as questões que envolvem a segurança
pública, ou por que não dizer a falta desta, entre os quais pode-se citar a
criminalidade crescente, a sensação de insegurança, principalmente nos grandes
centros urbanos, bem como a aparente ineficácia do serviço policial quanto a
prevenção da violência. Tais situações constituem desafios frente à questão da
segurança pública com ênfase na consolidação da política democrática brasileira.
Conforme Ortega e Del Rey (2002, p. 54) “[...] em todas as comunidades,
qualquer que seja sua cultura, as pessoas têm uma aspiração comum: a busca pela
paz, a eliminação definitiva da guerra e da violência, e a luta diária para melhorar a
qualidade de vida dos que os rodeiam”.
Conforme Silva (2012, p. 780) em relação à segurança pública:

Consiste numa situação de preservação ou restabelecimento dessa


convivência social que permite que todos gozem de seus direitos e
exerçam suas atividades sem perturbação de outrem, salvo nos
limites de gozo e reivindicação de seus próprios direitos e defesa de
seus legítimos interesses.
5

Assim, a questão da segurança é definida mediante as questões de ordem


pública, prezando pelo bem-estar de todos, cabendo aos órgãos federais, estaduais
e municipais delegarem cargos e funções para determinados fins.
A violência tem sido uma realidade das populações, amedrontando cada vez
mais as pessoas, exigindo dos órgãos responsáveis que se tomem atitudes a fim de
minimizar os males que envolvem essa problemática.
A questão da segurança pública tem despertado cada vez mais interesse em
meio a sociedade conturbada em que se vive. Nesse cenário de repressões,
estratégias são desenvolvidas com ênfase na promoção de ações que visem a
promoção da segurança coletiva.
Compreende-se que a responsabilidade precisa ser compartilhada entre
órgãos governamentais, bem como com a sociedade, buscando implantar mediadas
que possam se fazer presentes nas mais distintas situações.
Nesse enfoque, a questão da segurança pública tem se tornado tema de
amplo debate, não apenas em aspectos jurídicos, mas por toda a sociedade e pelos
seus segmentos. É uma atividade de atribuição específica dos órgãos estatais e da
comunidade como um todo, com o objetivo de proteger a cidadania, desenvolvendo
ações preventivas quanto a criminalidade e violência, garantindo que se cumpre a
cidadania nos parâmetros da lei.
A segurança pública enquanto responsabilidade coletiva do Estado, bem
como dos cidadãos, sujeitos inseridos nesse processo, deve buscar aprimorar os
processos de gestão por meio de mecanismos que visem a participação popular e o
controle social.
É necessário, portanto, buscar criar canais de consolidação que ampliem a
comunicação entre os gestores municipais a comunidade e a polícia na busca da
redução dos índices de violência e controle da criminalidade.
A questão de segurança pública é complexa e requer a aproximação entre
as mais diversas instituições e sujeitos na busca de possibilitar mediadas que sejam
eficazes nesse processo. Entende-se, pois, que a segurança pública é um processo
dinâmico, articulado que envolve os aspectos burocráticos do sistema e a realidade
emergente da sociedade.
Pensar nas questões que envolvem a segurança pública não está
relacionado única e exclusivamente por parte dos órgãos governamentais, mas de
toda a sociedade. É preciso que sejam pensadas estratégias e ações que visem
6

tanto a questão preventiva como repressiva da violência e da criminalidade que se


expande pelo país.
Nesse âmbito, políticas foram criadas em termos de segurança pública a fim
de manter uma sociedade segura para que todos possam viver de maneira tranquila
nesse espaço.
Entretanto, o que se percebe é que, mesmo em meio a tantos programas
implantados com ênfase na segurança pública, estas ações ainda não têm sido
suficientes para lidar com as questões que envolvem a dinâmica da sociedade.

2.2 Gastos com a Segurança Pública – a criação do Fundo Nacional de


Segurança Pública (FNSP) e do Sistema Único de Segurança Pública (SUSP)

Vivemos em uma sociedade onde o medo fala mais alto, onde a


criminalidade tem crescido de maneira alarmante e a violência tem se manifestado
em todas as esferas sociais. A sensação de insegurança já faz parte do contexto de
vida diário, estando vinculada a diversos fatores como a visibilidade em torno dos
crimes convencionais, bem como a participação intensiva da mídia e ainda em
relação ao comportamento elitista da sociedade.
Tal insegurança também tem crescido através dos meios de comunicação
com a divulgação dos crimes cometidos por pessoas marginalizadas, policiais no ato
de suas funções e detentores do poder público. Assim, a imprensa está sempre
procurando mostrar que a violência e a criminalidade no país têm extrapolado os
níveis da normalidade criminal, causando um sentimento de insegurança na
sociedade ainda maior.
Nesse contexto, em meio à crescente criminalidade pelo país, se fazem
urgente o desenvolvimento e a implantação de planos e ações estratégicas que
viabilizem uma sociedade mais segura.
Com base no cenário descrito, Políticas foram criadas, estratégias
direcionadas tendo como finalidade a promoção da segurança. Nessa percepção, no
que compete ao financiamento destinado para as ações específicas no campo da
segurança pública, foi criado o Fundo Nacional de Segurança Pública – FNSP.
7

Essa iniciativa pretendia fornecer condições à SENASP de fomentar


políticas públicas de Segurança Pública. No entanto, a ausência de
visão sistêmica supracitada enfraqueceu as possibilidades do FNSP,
que acabou por adotar uma política de pulverização de recursos
entre diversos entes da federação (CASADO E SILVA, 2012, p. 9).

Mesmo em meio aos direcionamentos legais que norteiam o funcionamento


específico da Segurança Pública, considerando o combate à criminalidade por meio
de leis e de penas severas, detenções e ampliação no número de policiais não está
acontecendo de forma significativa. Tais ações estão cada vez mais defasadas, o
que se faz emergente a implantação de planos estratégicos que tratem o problema
ao pé da letra, sendo essencial a aliança entre os poderes públicos e a sociedade
civil na busca pelos objetivos traçados. Nesse contexto, Silva (2012, p. 18) afirma
que:

O que se deve buscar é um elenco de medidas úteis, tendentes a


confinar a criminalidade dentro de um patamar preestabelecido como
objetivo atingível, e que esse patamar seja considerado aceitável
pelas autoridades públicas e seja suficientemente baixo para não
despertar o medo generalizado no seio da população.

Assim, as questões em relação a promoção da segurança pública precisam


ser pensadas por meio de ações que possam ser de fato realizadas, tendo em vista
objetivos possíveis de se alcançar mediante o contexto analisado. A segurança
pública pode assim ser destacada enquanto uma questão de interesse público, uma
vez que envolve as determinadas esferas da sociedade.
Lima (2011) enfatiza que o FNSP foi na verdade uma alternativa para
complementar outras ações e metas já estabelecidas dentro do Plano Nacional de
Segurança Pública. “O PNSP pretendeu alcançar a Segurança Pública em seu
conjunto e propunha uma abordagem sistêmica e holística no enfrentamento dos
problemas da Segurança Pública no país" (LIMA, 2011, p. 52).
Posteriormente, considerando a necessidade de um olhar mais específicos
em relação as estratégias e ações pontuais a segurança pública, criou-se o Sistema
Único de Segurança Pública – SUSP. “A proposta do sistema era articular as ações
federais, estaduais e municipais na área da Segurança Pública e da Justiça
Criminal, associando integração federativa com autonomia dos órgãos de Segurança
Pública” (CASADO E SILVA, 2012, p. 10).
8

Em conjunto com os parâmetros legais estabelecidos mediante o SUSP,


foram implementados também os Gabinetes de Gestão Integrada, tendo em vista o
trabalho mediante a integração entre as instituições policiais e o Estado,
possibilitando o suporte para o planejamento das ações e monitoramento dos
projetos.
Tem-se que:

O SUSP apresentou avanços no sentido da modernização do


combate ao crime, da maior participação da sociedade na discussão
das questões concernentes à segurança, por meio da realização de
Conferências, além da criação da força nacional de segurança,
dentre diversas outras ações (CASADO E SILVA, 2012, p. 10).

Para minimizar o sentimento de insegurança e medo sofrido pela população,


advindos do crescimento da criminalidade, é necessário que se coloque em prática
uma política de segurança pública com ações integradas, em nível nacional, tendo
como objetivo central a diminuição dos índices elevados de criminalidade,
possibilitando ao povo brasileiro um estado de maior segurança.
É preciso pensar na questão da segurança pública enquanto um problema
coletivo, de forma que as providências iniciais devem partir de uma esfera maior,
cabendo ao governo nacional criar e implantar uma política de segurança eficaz, que
trate não apenas da questão da criminalidade, da insegurança da população, mas
tendo em vista a formação específica dos profissionais para atuarem nessa área,
contando com o apoio dos demais segmentos, como ressalta Silva (2012, p. 19):

O governo Federal deve elaborar a política nacional de segurança,


especificamente na efetivação da cooperação entre os Estados e
também impondo exigências na qualidade, assim como na
qualificação dos serviços de segurança pública, o que englobam a
eficiência e o respeito às leis e aos direitos humanos.

Mediante o exposto até o momento, pode-se reafirmar que a questão da


segurança pública está condicionada mediante os aspectos que envolvem a
sociedade, as leis regulamentadas e entidades policiais, devendo haver a
participação de todos estes segmentos, em conjunto, para que se minimize tal
problemática.
Soares (2007, p. 32), traz que:
9

A criação do SUSP não alterou de fato o cenário da Segurança


Pública nacional, visto que não houve a real assunção da
coordenação desse processo pela União. Com isso, a prevalência na
tomada de decisão sobre processos de prevenção de violência
continuou eminentemente dos Estados, com suas diferenciações
regionais. A criação e a implementação dos GGIs, por exemplo, em
muitos Estados não foi efetivada e/ou, quando foi, ocorreu apenas de
modo burocrático e sem a sua incorporação no modus operandi das
ações das instituições que os compõem.

A questão da segurança pública tem se tornado tema de amplos debates na


atualidade em virtude da crescente criminalidade que atormenta a sociedade. Na
busca de amenizar a situação da violência no país foram criados programas,
projetos e leis com estratégias específicas, porém ainda com falhas.
A segurança pública é condição essencial para que se possa viver com
dignidade, tendo o direito de ir e vir garantido. Nesse contexto, os agentes policiais
exercem função primordial, mas também necessitam de condições específicas para
que o seu trabalho seja desenvolvido de maneira exitosa, garantindo a segurança da
população e a sua própria.

2.3 Fundo Nacional de Segurança Pública – Repasses aos Estados e


Distrito Federal

Considerando a análise do tema e a amplitude das discussões, o item


proposto traz em síntese o repasse feito pelo Ministério da Justiça e Segurança
Pública, considerando o valor de R$ 722 milhões destinados para as ações
específicas da segurança pública aos Estados e ao Distrito Federal.
De acordo com os dados veiculados por meio do canal Gov.br, “O recurso é
suplementar ao que as unidades da federação devem investir para fortalecer a
segurança pública e contribuirá para aquisição de equipamentos, tecnologias e
capacitações dos profissionais de segurança pública estaduais” (GOV, 2022).
Em síntese, quanto a regulamentação dos repasses financeiros para a
aplicabilidade na Segurança Pública, tem-se que:

A Portaria MJSP Nº 483 regulamenta os eixos de Valorização dos


Profissionais de Segurança Pública e de Fortalecimento das
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Instituições de Segurança Pública e Defesa Social no âmbito da


Política e do Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social,
financiados com os recursos do Fundo Nacional de Segurança
Pública (GOV, 2022).

Em termos específicos, o valor total corresponde ao financiamento de ações


com ênfase em projetos que contemplem os eixos previstos, de forma que 20%
correspondem ao eixo que norteia a valorização dos profissionais que atuam na área
de segurança pública, e os demais valores, 80%, é destinado para as ações de
fortalecimento no âmbito da segurança e defesa social.
A imagem a seguir, mostra os valores dos repasses citados:

Figura 01: repasse financeiro para os Estados e Distrito Federal para investimentos
em Segurança Pública
11

Fonte: Ministério da Justiça e Segurança Pública (gov.br)


De acordo com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, “Os estados,
quando receberem os recursos do FNSP, na modalidade fundo a fundo, terão 30
dias para apresentarem seus planos de aplicação, respeitados os critérios
estabelecidos na Portaria MJSP Nº 480” (GOV, 2022).

2.4 Investimentos para o trabalho Policial Militar do Estado do Ceará


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A segurança pública pode ser evidenciada mediante os diferentes


segmentos e compreende a participação de todos. Ao Estado fica a obrigação de
promover ações através de planos estratégicos que possibilitem uma condição de
vida pautada na segurança, reconhecendo a criminalidade e a violência enquanto
fatores contrários ao convívio social. “Admitindo o crime como fenômeno inerente à
convivência social, portanto, não caberão políticas que tenham a pretensão de
acabar com ele, e muito menos que se restrinjam ao acionamento do sistema policial
penal” (SILVA, 2012, p. 54).
Infelizmente o crime faz parte da sociedade, está presente em meio às
vivências, bem mais do que se pode imaginar. A criminalidade e a violência são
compreendidas mediante os aspectos sociais, políticos, históricos e culturais que
permeiam a sociedade. A sensação de insegurança é algo que pode ser reduzido,
mas não eliminado totalmente do meio social, pois a criminalidade já se constitui
enquanto fenômeno social.
Em relação ao contexto específico que norteia esse trabalho da segurança
púbica, com ênfase para os investimentos diretos que dão suporte ao trabalho
desenvolvido pelas Polícias Militares do estado, observa-se que os investimentos
têm crescido de forma significativa, o que emerge para a atenção para o equilíbrio
da segurança e bem-estar da população.
Compreende-se, pois que a criminalidade deve ser um problema de
responsabilidade de toda a sociedade, a qual precisa ser minimizada através da
ação conjunta, tanto dos órgãos responsáveis, como pelas ações do sistema e
cidadãos de bem.
Dados que reporta os investimentos na área da segurança pública no estado
do Ceará apontam que:

Entre 2005 e 2017, a despesa empenhada pelo Governo do Estado


do Ceará com segurança pública (somatório das despesas correntes,
como as de pessoal e outras despesas correntes, e as de capital, em
que os investimentos são seu principal componente) cresceu 226,45
por cento – elevação real anual média de 10,36 por cento -,
passando de R$ 751 milhões para R$ 2,452 bilhões. Mais
especificamente, durante o período 2005/2017 foram gastos mais de
R$ 21 bilhões (a preços de dez./2017) em segurança pública pelo
Governo, o que representa uma média de aproximadamente R$ 1,63
bilhão por ano. Há uma tendência (com algumas oscilações) de
crescimento ao longo do período analisado. A média anual de gastos
de 2012 a 2017 (R$ 2,224 bilhões) é quase o dobro, em termos reais,
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da média do período entre 2005 e 2011 (R$ 1,121 bilhão). O valor


referente ao ano de 2017 foi o maior da série (IPECE, 2018).

A imagem a seguir mostra esse crescimento linear com os gastos


destinados a segurança pública no estado do Ceará:

Figura 02: evolução das despesas com Segurança Pública no estado do Ceará

Fonte: IPECE (2018)

A evolução das despesas com segurança pública segue um direcionamento


de forma linear, evidenciando a preocupação do estado com o trabalho desenvolvido
pelos Policiais Militares.
Não se pode mais viver alienados ao medo a e a insegurança que a
criminalidade tem imposto a sociedade. É necessário que sejam criadas leis mais
severas, que estas possam diminuir os índices de violência absurdos que crescem
cada vez mais.
O essencial é que se tenha um olhar mais direcionado em torno das
questões que envolvem a segurança pública, tanto pelas questões legais, como
pelos órgãos e entidades responsáveis, ressaltando ainda o papel da sociedade
nessa questão. Ações e estratégias devem ser pensadas a fim de minimizar a
violência, a criminalidade e não o inverso, possibilitando assim maior sentimento de
segurança para todos.
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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa desenvolvida buscou evidenciar os aspetos da segurança


pública, considerando a relevância dos investimentos para a área, garantindo a
eficácia do trabalho desenvolvido pelos Policiais Militares, bem como a promoção de
estratégias mais específicas que viabilizem maior tranquilidade para todos.
Em síntese, a análise teve como direcionamento as contribuições teóricas de
autores que publicaram sobre o tema, o que foi essencial para a construção da
escrita de forma sólida e contextualizada, bem como o levantamento de alguns
dados específicos em relação aos investimentos na área de segurança pública por
meio de plataformas.
Pode-se destacar que os objetivos previamente destacados foram
alcançados de forma exitosa, considerando os aspetos que norteiam a Segurança
Pública, bem como a criação de planos e estratégias que efetivem o direcionamento
das ações policiais.
Assim, em meio a temática que envolve o vasto campo de desafios que
envolve a profissão dos agentes em Segurança Pública, pode-se destacar que o
maior de todos os obstáculos ainda é a crescente onda de violência e criminalidade
que amedronta a toda a sociedade, que não escolhe suas vítimas, que maltrata e
destrói a dignidade humana.
Portanto, o crescimento cada vez mais linear dos investimentos na área da
segurança pública se fazem necessários para a construção de uma sociedade mais
pacífica, digna de se viver, com melhores condições inclusive para os profissionais
que estão à frente desse desafio.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Justiça. Projeto Segurança Pública para o Brasil. Brasília,


2003.

CASADO, Deise; SILVA, Thais. Finanças Públicas e o Papel dos Municípios na


Segurança Pública. Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 2022.
15

GOV.BR. Ministério da Justiça e Segurança Pública repassa R$ 722 milhões


para estados e DF investirem em segurança pública. 2022. Disponível em:
https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/noticias/ministerio-da-justica-e-seguranca-
publica-transfere-r-722-milhoes-para-estados-e-df-fortalecerem-a-seguranca-publica.
Acesso: 08 mar 2023.

IPECE. Instituto de Pesquisa e Estatística do Ceará. Cresce 226,45% a despesa do


Governo do Estado com segurança pública no período de 2005 a 2017, que
atinge R$ 2,4 bilhões. 2018. Disponível em:
https://www.ipece.ce.gov.br/2018/06/12/cresce-22645-a-despesa-do-governo-do-
estado-com-seguranca-publica-no-periodo-de-2005-a-2017-que-atinge-r-24-bilhoes-
no-ano-passado/ acesso: 10 mar 2023.

LIMA, Renato Sérgio. Segurança Pública e violência: o Estado está cumprindo o


seu papel?. São Paulo: Contexto 2011.

ORTEGA, Rosario e DEL REY, Rosario. Estratégias educativas para a prevenção


da violência. Brasília/DF: UNESCO, UCB (Universidade Católica de Brasília) e
Observatório de Violências nas Escolas (UCB), 2002. São Paulo: Paz e Terra, v. 3,
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SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. Revista e


atualizada (até a Emenda Constitucional n. 68, de 21.12.2011). 35. Ed. São Paulo:
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SOARES, Luiz Eduardo. A Política Nacional de Segurança Pública: histórico,


dilemas e perspectivas. Revista estudos avançados, 2007.

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