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FIC – Instalador de Refrigeração e Climatização Doméstica – IFSC São José


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2- CONCEITOS ESPECÍFICOS

COMPONENTES – AR CONDICIONADO

Olá alunos, nesse item vamos mostrar os componentes de sistemas


de climatização modelo janela e modelo split.

2.3- SISTEMAS DE CLIMATIZAÇÃO

Nesse tópico vamos mostrar algumas informações sobre o


aparelho de climatização de janela e sobre os splits (divididos).

Figura 1 – Ilustração de um aparelho de janela e de um Split.

Os splits são os equipamentos mais instalados na atualidade


em sistemas residenciais e ambientes comerciais. Mas os aparelhos
de ar condicionado de janela (ACJ) ainda são muito utilizados em
residências por causa de sua facilidade de instalação. Em
ambientes coletivos os Splits e ACJs precisam ser instalados em
conjunto com sistema de renovação de ar externo.
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2.3.1 - COMPONENTES DO CONDICIONADOR DE JANELA

Tanto em um refrigerador doméstico, quanto em um ar


condicionado de janela o condensador tem a mesma função:
rejeitar calor proveniente de um ambiente interno (Veja na Figura
2 que a seta vermelha no condensador indica que tem calor
SAINDO do mesmo).

O que difere então? Bem, no caso do refrigerador doméstico


o calor rejeitado foi extraído dos alimentos. Já nos ACJs, o calor
rejeitado provêm de ambiente como um quarto, uma sala, um
escritório, etc.

2.3.1.1 - GABINETE DO CLIMATIZADOR

O gabinete de um ACJ é toda a carcaça na qual são


instalados os componentes de climatização. Este gabinete é
fabricado em plástico ou chapa de aço, com tratamento
antioxidante. A sua face frontal é fabricada em plástico rígido.

Figura 2- Gabinete de um aparelho de janela.


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2.3.1.2 - CONDENSADOR

Os condensadores dos ACJ são formados por um conjunto de


tubos de cobre (maioria das vezes) e aletas de alumínio, presos
uns aos outros quando da construção dos mesmos, veja a Figura 3.

Figura 3 - Fotografia de um condensador de um ACJ.

Aqui aparecem alguns questionamentos quanto às diferenças


entre este condensador e o condensador de um refrigerador
doméstico. Vamos a elas:

(1) Por que estes ACJs apresentam condensadores aletados e os


refrigeradores domésticos não possuem aletas?

(2) sabemos que no refrigerador doméstico se utiliza a convecção


natural para a retirada do calor do condensador. E no ACJ? Como
funciona? Por que isto ocorre?

Os questionamentos acima são muito importantes de serem


elucidados, uma vez que os seus esclarecimentos ampliam o
entendimento dos sistemas que estamos estudando.
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Vejamos a primeira questão: ao realizarmos um balanço


energético observamos que um refrigerador doméstico comum
necessita liberar uma taxa muito menor de energia no condensador
que um ACJ. Quando falamos em taxa de energia estamos nos
referindo à potência de condensação em watts ou joules por
segundo.

Diante disso, é preciso um condensador mais potente para


poder dissipar este excesso de energia e esta potência adicional é
garantida pelas aletas instaladas ao longo do comprimento do tubo
de cobre da serpentina, uma vez que aumenta a área de troca de
calor com o meio ambiente.

Figura 4- Importância da convecção forçada na troca de calor.

Já na segunda questão se verifica a necessidade de se ter


uma convecção FORÇADA, ou seja, é necessário que se tenha um
ventilador para facilitar a retirada de calor da serpentina do
condensador.
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2.3.1.3 - DISPOSITIVO DE EXPANSÃO

Os dispositivos de expansão utilizados nos ACJ e split são,


normalmente, os tubos capilares apresentados na aula
"Componentes de um sistema de refrigeração". Também são
comuns os dispositivos chamados de pistão. No entanto, em
sistemas de maiores capacidades (por exemplo, máquinas de
60.000 BTU/h = 5 TR) podem ser encontrados as chamadas
válvulas de expansão termostáticas. Na Figura 4 podemos ver um
exemplo de dispositivo de expansão tipo pistão.

Figura 4 - ilustração de um dispositivo de expansão modelo pistão.


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2.3.1.4 - EVAPORADOR

O evaporador, tal como o condensador, é constituído por


tubos de cobre (na maioria das vezes) e aletas de alumínio. A
forma dele é praticamente igual ao condensador. O evaporador
tem configuração física um pouco menor que o condensador, que
necessita dissipar também a energia resultante do processo de
compressão. No evaporador o fluido refrigerante troca calor com o
ar de retorno e se evapora (processo de vaporização significa
passar do estado de líquido para vapor) à baixa pressão através
dos tubos aletados.

E quem seria este “ar de retorno”? Ele nada mais é do que o


ar que circula no ambiente climatizado, ou seja, ao mesmo tempo
que o ACJ insufla (joga) ar frio no ambiente, ele recebe um ar mais
quente normalmente. Este é o ar que vai passar pela serpentina do
evaporador, vai perder calor (e sua temperatura vai cair) e vai
retornar ao ambiente.

Vídeo 1 - Funcionamento de um aparelho de janela.

https://youtu.be/-CXI1WmMrRI
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2.3.1.5 – COMPRESSOR

Os compressores utilizados nos aparelhos de ar condicionado


de janela são em sua maioria rotativos. Nos splits são muito
utilizados os compressores scroll (caracol).

Vídeo 2 - Funcionamento de compressor rotativo.

https://youtu.be/FAHo4EmLnp8

O compressor rotativo pode ser do tipo de palhetas simples


ou de múltiplas palhetas. No compressor de palhetas simples ou de
pistão rolante, o eixo do cilindro é excêntrico ao motor, de modo
que a compressão se dá pela formação de duas câmaras, sendo
uma de sucção e outra de descarga, divididas por uma palheta
simples atuada por uma mola. A compressão se dá com a redução
do volume da câmara de descarga pelo rotor. Já o compressor
rotativo de palhetas múltiplas tem o mesmo tipo de disposição do
rotor em relação ao cilindro de compressão, porém, nesse caso, as
lâminas formam diversas câmaras de compressão.
Nesses compressores, quando o rotor gira, o espaço de
compressão é gradualmente reduzido e o gás preso é comprimido.
Quando o espaço atinge o ponto mínimo (a janela de descarga do
cilindro), o fluido vapor é forçado para a tubulação de descarga.
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Os compressores rotativos apresentam menor vibração


durante seu funcionamento e, dessa forma, são mais utilizados em
situações nas quais o baixo nível de ruído é fundamental como, por
exemplo, aparelhos de janela com capacidade superior a
18.000BTU/h (~5,5kW).
Na Figura 5, ilustra-se em três etapas o processo de
compressão por pistão rolante ou de palhetas simples:

Figura 5- Processo de compressão por pistão rolante


(palheta simples)

No Vídeo 3 mostramos o funcionamento de um compressor


rotativo e no Vídeo 3 um compressor scroll (ou caracol).

https://youtu.be/dsabYhhOko0

Vídeo 3 - Funcionamento de um compressor rotativo.


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Além de não terem em sua composição válvulas de sucção e


de descarga, os compressores scroll apresentam baixo nível de
ruído e vibração, são mais compactos, leveza e alta eficiência, uma
vez que não possuem fração de espaço morto, que é a razão entre
o volume de vapor que não foi expulso no processo de exaustão e
o volume máximo da câmara de compressão. Em geral, para
compressores alternativos, “c” é da ordem de 5%.

No vídeo 4 mostrado a seguir, cada espiral (caracol) é um


espelho da outra. A espiral superior é estacionária, enquanto a
inferior é acionada por um motor com eixo excêntrico, girando em
torno de um ponto fixo. Na sucção, o fluido refrigerante na
condição de vapor superaquecido entra no espaço entre as duas
espirais. Com o movimento de rotação da espiral inferior, o espaço
existente entre as duas espirais vai sendo reduzido. Com isso, o
vapor tem sua pressão e temperatura aumentadas até ser
descarregado para o condensador.

A espiral superior possui selos flutuantes, que deslizam


sobre a espiral inferior, garantindo a vedação do gás entre as
superfícies de contato das espirais.

https://youtu.be/4TqX7Y7cj3E

Vídeo 4 - Funcionamento de um compressor scroll


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2.3.1.6 – VÁLVULA REVERSORA

Vocês já passaram pela experiência de sair para comprar um


climatizador e o vendedor perguntar se vocês querem “só frio” ou
“quente/frio”?

Um equipamento de condicionamento de ar pode funcionar


retirando calor ou adicionando calor ao ambiente. Quando o
equipamento oferece estas duas opções, é porque ele é o chamado
“quente/frio”. Caso ele só possa retirar calor do ambiente ele é “só
frio”. Para que ele possa ser “quente/frio” ele precisa ter um
componente chamado VÁLVULA REVERSORA e é sobre ela que
falaremos agora! Vamos lá?

A válvula reversora apresentada na Figura 6 é também


chamada de “4 vias” porque de um lado da válvula existe apenas
um tubo de conexão, vindo do compressor, e do outro existem três
tubos de conexão. Dois desses são de saída (descarga) e o outro é
o de retorno para o compressor, sempre instalado no meio dos
outros dois.

Figura 6 – Fotos de válvulas reversoras.

Outra parte importante da válvula é a solenoide, instalada


do lado de fora do corpo principal da reversora.
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A bobina elétrica da solenoide ativa os tubos ligados ao


corpo da válvula reversora, fazendo pressão nas laterais dessa
para que o êmbolo dentro da peça seja deslocado para a direita ou
para a esquerda (Figura 7).

Figura 7 - Ilustração de um ciclo com válvula reversora.

Na Figura 7 pode-se observar que a descarga do compressor


está conectada ao tubo superior da válvula reversora, ou seja, o
tubo que fica sozinho na parte superior da válvula reversora.
Também podemos observar que a sucção do compressor está
sempre conectada ao tubo do meio.

Até agora está claro? Vejamos então como funciona o ciclo


frio! Observe na figura que no ciclo frio o fluido é encaminhado
para o caminho da esquerda e no detalhe (dentro do círculo), o
que acontece no ciclo quente.
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No Vídeo 5 a seguir podemos ver o caminho que o fluido


refrigerante faz nas duas posições da válvula reversora.

https://youtu.be/s6BQKEyFNZM

Vídeo 5 - Ciclo de refrigeração nos modos quente e frio

Podemos ver que no ciclo frio, o fluido refrigerante sai da


descarga do compressor e entra na válvula reversora pela parte
superior, conforme foi explicado no parágrafo anterior. Após isso, e
com o embolo posicionado à esquerda da válvula reversora
(lembre-se que o embolo está dentro da válvula reversora e pode
se deslocar para a direita ou esquerda!), o fluido refrigerante
passará pela sequência: via inferior localizada à direita da válvula
reversora, condensador, filtro secador e evaporador. Por fim, o
fluido refrigerante entrará na válvula reversora pela sua via inferior
localizada à esquerda e sairá pela sua via central inferior, sendo
conduzido à sucção o compressor.

Já no ciclo quente, o fluido refrigerante também sairá da


descarga do compressor e entrará na válvula reversora pela parte
superior.

Após isso, e com o embolo posicionado à direita da válvula


reversora, o fluido refrigerante passará pela seguinte sequência:
via inferior localizada à esquerda da válvula reversora, evaporador,
filtro secador e condensador. Por fim, o fluido refrigerante entrará
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na válvula reversora pela sua via inferior localizada à direita e sairá


pela sua via central inferior, sendo conduzido à sucção o
compressor. E por que se chama ciclo quente? Porque o gás
superaquecido que sai da descarga do compressor é
imediatamente direcionado ao evaporador (que está dentro do
ambiente climatizado), que, por sua vez, rejeita este calor ao
ambiente que está mais frio.

2.3.1.7 - SISTEMA DE VENTILAÇÃO

O sistema de ventilação dos aparelhos de condicionamento


de ar do tipo janela é composto por um ventilador axial, um
ventilador radial, o motor ventilador e o filtro de ar.

O ventilador axial tem a função de circular ar através do


condensador. Ele é fixado no eixo do motor-ventilador e trabalha
dentro de uma câmara, chamada de câmara de ventilação,
conforme ilustrado na Figura 8.

Figura 8 - Ilustração dos ventiladores de um ACJ.


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A circulação do ar também auxilia no resfriamento do


compressor e do motor-ventilador. Vale recordar aqui que o ar que
passa pelo condensador é somente o ar externo.

O ventilador radial tem como função recircular o ar do


ambiente a ser condicionado, fazendo-o passar pelo filtro de ar e
pelo evaporador. O ventilador radial é fixado no eixo do motor-
ventilador e está localizado dentro da voluta.

O motor do ventilador, ver Figura 9, é um motor elétrico


construído de maneira a permitir o funcionamento com mínimo
ruído possível, seja esse ruído de ordem mecânica ou indutiva
(produzida pelas bobinas do motor elétrico).

Figura 9 - Motor do sistema de ventilação de um ACJ.

As buchas utilizadas no motor-ventilador são de liga de


bronze sinterizado, envolvidos com feltro umedecido em óleo
lubrificante, de forma a permitir a lubrificação por um tempo
bastante longo. Normalmente possuem duas velocidades a fim de
permitir melhor conforto e menor ruído aos usuários.

Os filtros de ar retêm as impurezas do ar tais como: poeiras


e outras partículas sólidas. O aparelho não deve funcionar sem o
filtro porque as impurezas ficarão retidas no evaporador,
obstruindo-o. A ausência de filtro contribui para piorar a qualidade
do ar interno.
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2.3.1.8 – COMPONENTES ELÉTRICOS (ACJ)

Para um ar condicionado de janela há alguns componentes


elétricos que são fundamentais, entre eles a chave seletora, o
termostato de degelo, o timer e a bobina solenóide.

2.3.1.9 – CHAVE SELETORA

A chave seletora é operada manualmente e é responsável pelo


controle das operações do condicionador de ar. Ela pode
selecionar, por exemplo, a ventilação lenta, média ou rápida ou
também se o aparelho vai funcionar no modo refrigeração ou
calefação (modo quente), quando o equipamento tiver esta
possibilidade. Assim, consegue-se as várias configurações que um
aparelho pode fornecer. Na Figura 10.a podemos ver o desenho de
uma chave seletora de 7 posições e na Figura 10.b a fotografia da
mesma.

Figura 10 - (a) Desenho de uma chave seletora de 7 posições;


(b) Fotografia de uma chave seletora de 7 posições..

As válvulas seletoras podem possuir várias posições. Em ar


condicionado normalmente se usa as válvulas seletoras de 5 e 7
posições.
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A primeira normalmente para equipamentos que operam no


modo frio e a última para equipamentos que tem o modo
quente/frio.

2.3.1.10 – TERMOSTATO DE DEGELO

Nas regiões onde a temperatura exterior atinge valores


inferiores a 5°C, é normal ocorrer congelamento da serpentina
externa do aparelho de ciclo reverso. Prevendo-se essas condições
adversas, alguns modelos de condicionadores com ciclo reverso
são dotados de um termostato para degelo, conforme se vê na
Figura 11.

Figura 11 - Termostato de degelo.

2.3.1.11 – TIMER (TEMPORIZADOR)

O controle "timer" permite ao usuário utilizar o


condicionador de ar de forma eficiente e econômica. Com o
temporizador é possível programar com antecedência a hora em
que o condicionador deverá ser desligado ou ligado.
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2.3.1.12 – BOBINA SOLENOIDE

A bobina solenoide é o componente elétrico responsável pelo


acionamento da válvula reversora, conforme já apresentado para
você anteriormente, ver Figura 12.

Figura 12 - Bobina solenoide.


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2.3.3 – SISTEMAS SPLITS

Os equipamentos de condicionamento de ar do tipo dividido,


ou “split-system”, são máquinas que podem ser classificadas de
acordo com o tipo construtivo de sua unidade evaporadora.

MODELOS

Os splits mais comuns são: High-wall, piso-teto, ambiente,


dutado, cassete e multi-split.

a) Parede ou High –Wall: Na Figura 13 é apresentado um


sistema split instalado em uma residência. Observem que a
unidade evaporadora é fixada na parede do ambiente a ser
condicionado.

Figura 13- Ilustração de um split modelo High Wall.

b) Piso-Teto ou Ceiling: A unidade evaporadora pode, também, ser


fixada ao teto ou ainda ao piso, ver Figura 14.
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Figura 14 - Ilustração de um split modelo piso-teto.

c) Ambiente: A unidade evaporadora é colocada diretamente sobre


o piso.

Figura 15 - Ilustração de um split ambiente.

d) Dutado: Estas unidades evaporadoras, ver desenho na Figura 16,


são construídas para serem utilizadas em sistemas de
condicionamento de ar com redes de dutos de insuflamento.
Normalmente são equipamentos de maiores capacidades.
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Figura 16 - Desenho de uma unidade evaporadora a ser dutado.

e) Cassete: São unidades cujas evaporadoras foram construídas


para serem embutidas no forro do ambiente e, portanto, o usuário
final só consegue ver as aletas de insuflamento e o retorno da
máquina, ver Figura 17. Observem, também, que este tipo de split
possuem 4 direções do ar o que possibilita uma melhor distribuição
do ar no ambiente.

Figura 17 - Ilustração de sistema split modelo cassete.

f) Sistemas multi-splits: nesse caso há diversas unidades


evaporadoras para uma única unidade condensadora. Na Figura 18
vocês podem observar que neste tipo de sistema é possível fazer
uma diversificação nos tipos de unidades evaporados listadas
acima.
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Figura 18 - Ilustração de sistema multi-split.

Nesse curso introdutório vamos focar apenas em sistemas


unitários de uma evaporadora e uma condensadora. Também não
vamos abordar conteúdos relacionados a sistemas VRV (Volume de
Refrigerante Variável), por se tratarem de sistemas bem mais
complexos e que necessitam de conhecimentos mais aprofundados.

Os condicionadores de ar tipo split, ou Split-system, são,


conforme o nome já indica, aparelhos onde as unidades
condensadora e evaporadora são unidas no local da instalação por
um técnico especializado. É como se a última etapa da fabricação do
aparelho fosse realizada no local indicado pelo cliente, daí a
importância do técnico estar capacitado e conhecer profundamente
os aparelhos.
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2.3.3.1- UNIDADE EVAPORADORA

É composta por um chassi, ou gabinete externo, ver Figura 19.

Figura 19 – Vista externa de uma unidade evaporadora.

O display fica localizado na parte frontal do gabinete externo


da unidade evaporadora e indica o funcionamento, os parâmetros de
funcionamento programados, como também possíveis falhas de
operação da unidade.

Tela de proteção de partículas (conhecido erroneamente


como filtro): Vejam que na Figura 19 a tela está localizada atrás do
painel basculante, montados no chassi, sobre o evaporador. São de
dois tipos: as telas de nylon e as telas eletrostáticas, que são muito
úteis na retenção de pequenas partículas.

Figura 20- Tela de retenção de partículas maiores.


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Veneziana direcionadora do fluxo de ar: Montado em conjunto


com a calha para condensado, este conjunto é responsável, de um
lado pela coleta e drenagem da água condensada no evaporador, e
de outro pelo direcionamento do fluxo de ar. O direcionamento de ar
é automaticamente selecionado de acordo com o modo de operação
(frio ou quente/frio) em execução, ou comandado pelo usuário
através da operação do controle remoto (ver manual de instruções
do usuário).

Evaporador: Conforme se vê na Figura 21, ele é composto


por tubos aletados de alta eficiência térmica, e se apresenta na
forma de arco de espiral. Esta configuração aumenta a área de troca
de calor, viabilizando o uso de menores velocidades de ar o que, por
sua vez, se traduz em maior conforto acústico. A função do
evaporador é promover a troca de calor entre o ar do ambiente
interno e o fluido refrigerante, propiciando sua mudança de estado.
Quando funciona no modo refrigeração, o fluido circulante no
evaporador passa do estado líquido para o gasoso e, quando
funcionando no modo aquecimento, do gasoso para o líquido.

Figura 21- Serpentina da evaporadora.


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Caixa de conexões elétricas: Localizada no painel frontal, atrás da


tampa da caixa de conexões, ver Figura 22.

Através da caixa de conexões serão feitas as ligações


elétricas entre as unidades.

Figura 22 – Caixa de conexões elétricas.

Cabo de alimentação: Fixado à caixa de conexões elétricas,


fornece energia ao condicionador de ar, sendo possível, no entanto,
a realização da alimentação via unidade condensadora.
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Placa de controle: Alojada à direita do chassi, em um


compartimento protegido, a placa de circuito é responsável pelo
controle e operação de todos os componentes das duas unidades,
ver Figura 23. Normalmente comandada pelo controle remoto,
oferece a opção de funcionamento manual, trabalhando, neste caso,
no modo auto-operação.

Figura 23 - Placa de controles.

A placa de controle opera e gerencia as seguintes funções:


recepção remota: para comunicação com o controle remoto; Auto
diagnóstico, marcha manual; ajuste de posição para a veneziana
direcionadora de ar; operação do display e alarmes; alarmes
auxiliares na condução dos diagnósticos de falha; gerenciamento do
temporizador liga/desliga; sistemas de proteção aplicáveis ao
compressor para sobrecarga e queda de energia ou no momento da
partida; proteção contra alta temperatura no trocador interno,
quando funcionando em aquecimento; auto descongelamento e
recuperação do calor no modo aquecimento.
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A ação de descongelamento é comandada quando o


compressor permanece trabalhando por mais de quarenta minutos
ou são detectadas altas temperaturas no trocador interno. Ao
retornar a operação normal, o sistema opera automaticamente o
ventilador de forma a maximizar a eficiência térmica para a
recuperação das temperaturas programadas; Anti ar frio no modo
aquecimento: Após a concluir a operação de descongelamento a
unidade somente religará o ventilador interno após a recuperação
de temperatura no trocador de calor interno; Anti congelamento no
modo resfriamento: Gerencia a temperatura do evaporador,
impedindo o congelamento no mesmo.

Motor da aleta direcionadora de ar: O motor responsável pela


movimentação da aleta direcionadora de ar está localizado à direita
daquela peça, na parte inferior do chassi. Por suas características
construtivas este motor permite o posicionamento fixo da aleta
direcionadora de ar ou mesmo que ela fique oscilando no modo
swing, conforme desejo do usuário (Figura 24).

Figura 24 - Motor da aleta direcionadora de ar.

Motor do ventilador radial: Nas Figuras 25.a-b, podemos ver


o motor do ventilador do evaporador. Ele está alojado no lado
direito do chassi, à esquerda do alojamento da placa de controle.

Ele é responsável pela rotação do ventilador interno, portanto


pela circulação do ar no ambiente a ser condicionado, e pode
trabalhar em velocidades que variam de 900 a 1020rpm.
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Figura 25 - (a) Motor do ventilador acoplado ao ventilador; (b)


Fotografia do motor do ventilador.

Transformador de tensão: Na Figura 26 é apresentada uma


fotografia em que no lado esquerdo há um transformador de tensão
dentro de uma circunferência na cor vermelha. Este transformador é
responsável pela redução de tensão para operação da placa, este
componente se encontra fixado no alojamento juntamente com a
placa de controle.

Figura 26 - Fotografia de um transformador de tensão.


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2.3.3.2- UNIDADE CONDENSADORA

Gabinete: Na Figura 27 vemos uma unidade condensadora


aberta. Nela, e em qualquer outra unidade condensadora, o
gabinete é composto pela base, tampa superior, tampa frontal e
grade de proteção do ventilador, tampa da janela da caixa de
conexões e proteção das válvulas de duas e três vias. Sua função é
conter e proteger os componentes do sistema de condensação.

Figura 27 – Vista interna da unidade condensadora.

https://youtu.be/UoGcz7kWh9g

Caixa de ligações: A Caixa de ligações elétricas está situada


no lado direito do gabinete, logo atrás da tampa da janela que as
protege, e é por ela que a conexão com elétrica com a unidade
evaporadora é realizada. A caixa de ligações também aloja os
capacitores do compressor e do motor ventilador da condensadora.
Esta tampa, por sua vez tem assume também a função de pegador
para movimentação da unidade.
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Conjunto da válvula reversora: como já foi estudado


anteriormente, o conjunto da válvula reversora é composto pela
válvula mecânica de quatro vias e da bobina solenoide que comanda
o seu acionamento. O conjunto da válvula reversora é encontrado
apenas nos condicionadores de ciclo reverso, ou quente/fio, e sua
função é direcionar a circulação do fluido refrigerante para que ele
evapore na unidade evaporadora, quando está operando em
refrigeração, ou na condensadora, quando em aquecimento.

Válvulas de duas e três vias: Estas válvulas são encontradas


logo atrás da proteção plástica destinada a lhes dar acabamento, no
lado direito inferior da máquina. Suas funções são, respectivamente,
conter e possibilitar o recolhimento do fluido refrigerante na
condensadora, e possibilitar o serviço na máquina. Também são
chamadas, respectivamente de válvula de líquido e de gás.

Figura 28 - Válvula de serviço: (a) 2 vias; (b) 3 vias.

Capacitor do compressor: Situado na caixa de conexões elétricas,


este componente aumenta a tensão atuante no enrolamento de
partida do compressor e também melhora o seu ângulo de fase,
auxiliando no momento de colocação em marcha deste componente,
ver Figura 29.
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Figura 29- Capacitor de compressor.

Capacitor do ventilador: Na Figura 30 temos um capacitor do motor


do ventilador da condensadora. Este componente está montado logo
ao lado do capacitor do compressor e sua função é aumentar o fator
de potência no motor ventilador, contribuindo para a manutenção
da rotação ótima e obtenção de máximo rendimento do mesmo.

Figura 30- Capacitor de ventilador do condensador.


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Compressor: As unidades condensadoras são equipadas com


compressores herméticos rotativos ou caracol montados no lado
direito da base das mesmas, ver Figura 30. Outra característica dos
compressores é a alta pressão de retorno, ou seja, trabalham com
fluidos refrigerantes evaporando a uma pressão mais alta do que
outros equipamentos como câmaras, congeladores ou fabricadores
de gelo.

A função do compressor é, conforme indica o seu nome,


comprimir o fluido na forma de vapor proveniente da unidade
evaporadora a pressões elevadas que permitam sua condensação à
temperatura ambiente.

Figura 31 - Compressor scroll


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Motor do Ventilador: O motor do ventilador axial da unidade


condensadora está montado entre o condensador propriamente dito
e a grade de proteção do ventilador. Sua função é forçar a
passagem de ar através da serpentina condensadora em vazão tal
que garanta a mudança de estado do fluido refrigerante, nas
condições de projeto do aparelho.

Nas Figuras 32.a-b podemos ver um motor que aciona o


ventilador axial e o próprio ventilador.

Figura 32 - (a) Motor do ventilador de uma condensadora;

(b) Ventilador axial.

Condensador: O condensador compõe estruturalmente o gabinete


das unidades condensadoras e é formado por um conjunto de tubos
aletados dispostos transversalmente ao sentido do fluxo do ar
originado pelo ventilador axial. Na Figura 33 está apresentado um
condensador circular, mas é claro que poderia ser um retangular.
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Figura 33 - Condensador em formato circular.

Na unidade condensadora existe, ainda, um sistema de


compensação, composto por uma válvula direcional e um capilar
extra, destinado a operar a unidade no modo aquecimento. Isto se
faz necessário para conseguir temperaturas de evaporação mais
baixas, viabilizando a mudança de estado do fluido refrigerante, que
circula na condensadora, em dias muito frios. Este sistema também
é responsável por se conseguir capacidades equivalentes tanto para
a refrigeração, quanto para a condensação. O conjunto está
montado na lateral onde se encontram também as válvulas de duas
e três vias, que são as válvulas de comunicação entre as unidades.

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