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I.

Título da Aula: Características e evolução do papel da crônica literária no Brasil

II. Dados de Identificação:


Escola: (a definir: ainda não recebemos resposta da escola em que propomos a oficina)
Professores: Ana Lara Batista de Andrade e Gabriel César Lima
Disciplina: Redação
Série: (a definir)
Turma: (a definir)
Período: (a definir)

III. Tema: Há de ser abordado, a priori, com os alunos as características da crônica literária, sendo
eles capazes de identificar estas e reproduzi-las em uma produção textual. Além disso, será
trabalhada também a evolução do papel da crônica no Brasil, considerando que, na atualidade,
este gênero apresenta um valor mais didático que jornalístico, sendo assim será trabalhado com os
alunos essa percepção histórica-literária da crônica. Para tanto, serão abordadas em sala de aula,
seja inteiramente ou apenas partes, as seguintes crônicas: O nascimento da crônica, de Machado
de Assis; e Quem tem culpa no cartório?, de Mário Prata.

IV. Objetivo geral: Capacitar os alunos a reconhecerem as características gerais da crônica


literária, tanto em questão de estrutura, quanto em conteúdo, como também em linguagem;
ademais, assimilarem o histórico e superficialmente compreenderem o papel da crônica literária na
atualidade e no momento de sua popularização com os folhetins no Brasil; e, por fim, também
demonstrarem, por meio de uma produção textual, nesse caso uma crônica, o domínio do gênero.

Objetivos específicos: A princípio, identificar as características organizacionais, estruturais e


estilísticas da crônica literária, bem como apontá-las em sala de aula após a leitura de alguns
exemplos de crônicas. Outrossim, identificar a finalidade da crônica literária, envolvendo questões
tais como para quem são escritas, sobre o que escrevem e de que forma escrevem, como também
reproduzir esse entendimento em uma produção textual em sala de aula para serem reunidos
posteriormente em uma coletânea, uma espécie de revista, da turma.
V. Conteúdo:

1. Crônica de Machado de Assis: “O nascimento da crônica”, abordando as características gerais


do gênero.

2. Crônica de Mário de Prata: “Quem tem culpa no cartório?”, reforçando as características do


gênero.

3. Histórico da crônica, tendo como embasamento teórico o texto de Flora Christiana Bender e Ilka
Brunhilde Laurito: “Cronica: história, teoria e prática”.

4. Evolução do papel da crônica literária, antes com teor mais jornalístico, na atualidade mais
didático, voltado ao contexto escolar.

5. Produção textual de uma crônica em sala de aula.

VI. Desenvolvimento do tema:

1. Para introduzir o conceito de crônica será lido o seguinte trecho da crônica O nascimento da
crônica, de Machado de Assis: “Há um meio certo de começar a crônica por uma trivialidade. É
dizer: Que calor! Que desenfreado calor! Diz-se isto, agitando as pontas do lenço, bufando como
um touro, ou simplesmente sacudindo a sobrecasaca. Resvala-se do calor aos fenômenos
atmosféricos, fazem-se algumas conjeturas acerca do sol e da lua, outras sobre a febre amarela,
manda-se um suspiro a Petrópolis, e La glace est rompue; está começada a crônica.
Não posso dizer positivamente em que ano nasceu a crônica; mas há toda a probabilidade de crer
que foi coletânea das primeiras duas vizinhas. Essas vizinhas, entre o jantar e a merenda,
sentaram-se à porta, para debicar os sucessos do dia. Provavelmente começaram a lastimar-se do
calor. Uma diria que não pudera comer ao jantar, outra que tinha a camisa mais ensopando que as
ervas que comera. Passar das ervas às plantações do morador fronteiro, e logo às tropelias
amatórias do dito morador, e ao resto, era a coisa mais fácil, natural e possível do mundo. Eis a
origem da crônica. [...]” (Calcula-se em torno de 5 minutos para desenvolvimento dessa
atividade).

2. Em continuidade, após a leitura do trecho e esclarecimento de palavras desconhecidas por eles,


pontua-se as características da crônica, por meio da participação dos alunos ao responder as
perguntas: em que se consiste uma trivialidade; levando a questão do trivial em conta, quais os
temas/conteúdos de uma crônica; como se dá a escrita da crônica, isto é, qual a linguagem
utilizada por Machado ao escrever; e em relação ao núcleo de desenvolvimento, há apenas um
problema ou mais a serem desenvolvidos. (Calcula-se em torno de 25 minutos para
desenvolvimento dessa atividade).

3. Tendo, então, estabelecido as características inicias da crônica, com intuito de reforçar isso e
exemplificar com outro texto, faz-se a leitura em sala de aula da crônica Quem tem culpa no
cartório?, de Mário Prata. Ao final da leitura, com a participação dos alunos, aponta-se de que
forma as características anteriormente definidas, tais como texto curto, temática centrada no
cotidiano, personagens sem aprofundamento psicológico e organização em torno de um núcleo, se
encaixam na crônica lida. (Calcula-se em torno de 15 minutos para essa atividade).

4. Finalizadas essas discussões, cabe aos professores, assim, apresentar oralmente a evolução do
papel da crônica literária, bem como seu histórico, com uma abordagem sucinta, visto que o intuito
consiste em contextualizar os alunos nos usos atuais e anteriores do gênero. (Calcula-se em torno
de 15 minutos para desenvolvimento dessa atividade).

5. Por fim, os alunos serão estimulados a escreverem individualmente uma crônica (com mínimo de
20 linhas e no máximo 30), dando a eles a possibilidade de selecionar uma notícia nos jornais, ou
nas manchetes, ou nas revistas fornecias pelo professor para servir-lhes de tema. Caberá ao
professor acompanhar a escrita dos alunos, auxiliá-los com qualquer dúvida e, posteriormente,
recolher as produções textuais para serem corrigidas e reunidas em uma coletânea para a sala.
(Calcula-se em torno de 40 minutos para desenvolvimento dessa atividade).

VII. Recursos didáticos: Com intuito de permitir a eles consultar o material estudado futuramente,
será entregue aos alunos duas folhas de atividade; na primeira, contendo o trecho selecionado da
crônica de Machado de Assis e a crônica por completo de Mário de Prata, na segunda, uma folha
pautada com 30 linhas e com os critérios de correção no verso para que possam desenvolver a
crônica.

VIII. Avaliação: Como avaliação, a produção textual, sendo aqui de uma crônica, servirá tanto para
que o professor possa verificar a compreensão dos alunos em relação às características da
crônica, quanto para o desenvolvimento da escrita dos alunos. Para correção das redações, serão
considerados os seguintes critérios: (a) domínio da norma culta da língua portuguesa; e (b)
compreensão e elaboração do gênero de texto solicitado.
XIX. Bibliografia básica:
BENDER, Flora Christina; Laurito, Ilka Brunhilde. Crônica: história, teoria e prática. In: Teoria.
São Paulo: Editora Scipione, 1993
CANDIDO, Antonio. A vida ao Rés-do-chão. In: Para gostar de ler. v. 5. São Paulo: Ática, 1979
LOURENÇO, Giselle. O lugar da crônica na Literatura e a formação de novos leitores. Anais
eletrônicos. Disponível em: https://homoliteratus.com/cronica-na-literatura/.
Bibliografia complementar:
LUNKES, Lurdes Maria; GLASSER, Adriane Elisa. A crônica como ferramenta para formação de
leitores. v. 1. Cadernos PDE: versão online.
ARAÚJO, Cristiane Menezes; BARBOSA, Sara Rogéria Santos. Crônica: gênero textual a
serviço da formação de leitores. Sergipe: Edição Especial , Ano VIII, v.17.

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