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III. Tema: Há de ser abordado, a priori, com os alunos as características da crônica literária, sendo
eles capazes de identificar estas e reproduzi-las em uma produção textual. Além disso, será
trabalhada também a evolução do papel da crônica no Brasil, considerando que, na atualidade,
este gênero apresenta um valor mais didático que jornalístico, sendo assim será trabalhado com os
alunos essa percepção histórica-literária da crônica. Para tanto, serão abordadas em sala de aula,
seja inteiramente ou apenas partes, as seguintes crônicas: O nascimento da crônica, de Machado
de Assis; e Quem tem culpa no cartório?, de Mário Prata.
3. Histórico da crônica, tendo como embasamento teórico o texto de Flora Christiana Bender e Ilka
Brunhilde Laurito: “Cronica: história, teoria e prática”.
4. Evolução do papel da crônica literária, antes com teor mais jornalístico, na atualidade mais
didático, voltado ao contexto escolar.
1. Para introduzir o conceito de crônica será lido o seguinte trecho da crônica O nascimento da
crônica, de Machado de Assis: “Há um meio certo de começar a crônica por uma trivialidade. É
dizer: Que calor! Que desenfreado calor! Diz-se isto, agitando as pontas do lenço, bufando como
um touro, ou simplesmente sacudindo a sobrecasaca. Resvala-se do calor aos fenômenos
atmosféricos, fazem-se algumas conjeturas acerca do sol e da lua, outras sobre a febre amarela,
manda-se um suspiro a Petrópolis, e La glace est rompue; está começada a crônica.
Não posso dizer positivamente em que ano nasceu a crônica; mas há toda a probabilidade de crer
que foi coletânea das primeiras duas vizinhas. Essas vizinhas, entre o jantar e a merenda,
sentaram-se à porta, para debicar os sucessos do dia. Provavelmente começaram a lastimar-se do
calor. Uma diria que não pudera comer ao jantar, outra que tinha a camisa mais ensopando que as
ervas que comera. Passar das ervas às plantações do morador fronteiro, e logo às tropelias
amatórias do dito morador, e ao resto, era a coisa mais fácil, natural e possível do mundo. Eis a
origem da crônica. [...]” (Calcula-se em torno de 5 minutos para desenvolvimento dessa
atividade).
3. Tendo, então, estabelecido as características inicias da crônica, com intuito de reforçar isso e
exemplificar com outro texto, faz-se a leitura em sala de aula da crônica Quem tem culpa no
cartório?, de Mário Prata. Ao final da leitura, com a participação dos alunos, aponta-se de que
forma as características anteriormente definidas, tais como texto curto, temática centrada no
cotidiano, personagens sem aprofundamento psicológico e organização em torno de um núcleo, se
encaixam na crônica lida. (Calcula-se em torno de 15 minutos para essa atividade).
4. Finalizadas essas discussões, cabe aos professores, assim, apresentar oralmente a evolução do
papel da crônica literária, bem como seu histórico, com uma abordagem sucinta, visto que o intuito
consiste em contextualizar os alunos nos usos atuais e anteriores do gênero. (Calcula-se em torno
de 15 minutos para desenvolvimento dessa atividade).
5. Por fim, os alunos serão estimulados a escreverem individualmente uma crônica (com mínimo de
20 linhas e no máximo 30), dando a eles a possibilidade de selecionar uma notícia nos jornais, ou
nas manchetes, ou nas revistas fornecias pelo professor para servir-lhes de tema. Caberá ao
professor acompanhar a escrita dos alunos, auxiliá-los com qualquer dúvida e, posteriormente,
recolher as produções textuais para serem corrigidas e reunidas em uma coletânea para a sala.
(Calcula-se em torno de 40 minutos para desenvolvimento dessa atividade).
VII. Recursos didáticos: Com intuito de permitir a eles consultar o material estudado futuramente,
será entregue aos alunos duas folhas de atividade; na primeira, contendo o trecho selecionado da
crônica de Machado de Assis e a crônica por completo de Mário de Prata, na segunda, uma folha
pautada com 30 linhas e com os critérios de correção no verso para que possam desenvolver a
crônica.
VIII. Avaliação: Como avaliação, a produção textual, sendo aqui de uma crônica, servirá tanto para
que o professor possa verificar a compreensão dos alunos em relação às características da
crônica, quanto para o desenvolvimento da escrita dos alunos. Para correção das redações, serão
considerados os seguintes critérios: (a) domínio da norma culta da língua portuguesa; e (b)
compreensão e elaboração do gênero de texto solicitado.
XIX. Bibliografia básica:
BENDER, Flora Christina; Laurito, Ilka Brunhilde. Crônica: história, teoria e prática. In: Teoria.
São Paulo: Editora Scipione, 1993
CANDIDO, Antonio. A vida ao Rés-do-chão. In: Para gostar de ler. v. 5. São Paulo: Ática, 1979
LOURENÇO, Giselle. O lugar da crônica na Literatura e a formação de novos leitores. Anais
eletrônicos. Disponível em: https://homoliteratus.com/cronica-na-literatura/.
Bibliografia complementar:
LUNKES, Lurdes Maria; GLASSER, Adriane Elisa. A crônica como ferramenta para formação de
leitores. v. 1. Cadernos PDE: versão online.
ARAÚJO, Cristiane Menezes; BARBOSA, Sara Rogéria Santos. Crônica: gênero textual a
serviço da formação de leitores. Sergipe: Edição Especial , Ano VIII, v.17.