Você está na página 1de 4

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO

MARAJÓ-BREVES
ENSINO REMOTO DISCIPLINA: ESTÁGIO CURRICULAR II
DISCENTE: LEANDRO GONÇALVES MACHADO
PROF. DR. ANDRE BARBOSA DE MACEDO

GERALDI, João Wanderlei. Unidades básicas do ensino do português. In:


GERALDI, João Wanderlei (org.). O texto na sala de aula. São Paulo/SP: Editora
Ática, 2001

A prática da leitura de textos, passa a relacionar duas formas de textos e leituras,


a saber: a de textos curtos, onde se dispõem contos, crônicas, reportagens, lendas, notícias
de jornais, editoriais, etc. E a de narrativas longas, constituídas por romances e novelas.
Consideremos um número de aulas semanais com cinco períodos, organizados em duas,
uma e duas aulas, com a ordem de segunda, quarta e sexta-feira. A aplicação de leituras
longas em sala de aula, deve estar condicionada um período de aula por semana, apesar
do aspecto fundamental do enredo dada por teóricos da literatura, não ser algo tão
necessário, neste tipo de atividade, uma vez que é o enredo que traz a seleção de romances
e novelas para esta atividade em detrimento das narrativas curtas.

A atividade poderia ser desenvolvida, a partir da seleção de quarenta obras


literárias, e a depender do número de alunos, estes escolherão uma das obras para leitura
individual, podendo esta leitura acontecer na própria sala ou ainda em casa, se for
permitido. Através desta atividade, pode se demonstrar a princípio que uma certa
confusão no ato da escolha do livro, decorre do aluno, e esta fato deve ser intermediado
pelo tempo preconizado pelo professor, e assim, portanto a leitura deve dar início. Antes
da escolha dos alunos, o professor poderá explicar como será desenvolvida a atividade e
como esta será avaliada, sem adicionar nenhuma cobrança, visto que o que se objetiva é
a adesão pela leitura, e não a análise. Nestas series fundamentais, a experiência tem
demonstrado que os alunos acabam trazendo suas interpretações sobre o livro, quando
uma carga massiva de cobranças não ocorre.

Considerando a aplicação da proposta nos últimos quatro anos do fundamental, ao final


cada aluno terá lido, no mínimo, quarenta romances, o que lhe permite efetivamente
realizar estudos de literatura durante o segundo grau. Retornando as obras e seus volumes
de quarenta exemplares, em termos de aquisição, algumas possibilidades poderiam ser
comtempladas, a saber;
Aquisição: onde o professor pode encomendar os livros por reembolso postal em
seu nome, dividindo o preço total pelo número de alunos.
Utilização da biblioteca escolar: selecionando os livros existentes através de
permissão do responsável pelo local, para uso dos alunos em classe.
Utilização da biblioteca pública: através dos acervos onde há estes locais
públicos, sendo novamente intermediando pelo professor e os responsáveis pelo local, o
acesso para a classe.
Pedido de auxílio a clubes de serviço: constituições de bibliotecas por meio de
serviços como (Rotary, Lyons, etc)
Pedido às editoras: disponibilizados em muitos casos gratuitamente como um
meio de propaganda por estas empresas
Entrega do problema aos próprios alunos: trazendo os romances próprios de
suas casas, ou angariando fundos para tal feito.

Faz-se necessário ainda realizar algumas ponderações sobre estas atividades, tendo
em pauta que livros adquiridos para alunos da quinta série do turno da noite, não devem
ser as mesmas destinadas ao público infantil, e também há de se perceber quando a leitura
está de fato acontecendo por parte do aluno, sendo necessário em casos negativos um
diálogo mais próximo entre professor e aluno.
No que diz respeito a leitura de textos, observa-se que isto tem sido de grande tormento
tanto para os discentes quando para os docentes, haja vista que os temas propostos para
tal são muito repetitivos, e para estes últimos em especial o problema é extremamente
frustrante perceber que os textos corrigidos com tanto trabalho em muitos casos não são
sequer relidos pelos alunos. A proposta aqui desenvolvida busca, portanto fugir da
repetição temática ao passo que evita que os alunos ignorem as correções, e para tanto,
os alunos devem tomar conhecimento desde o início do ano letivo, das seguintes medidas:
Para os textos produzidos na quinta série: a publicação, mimeo–grafada, de
uma antologia das histórias, onde conste o nome do aluno e autor, assim no final do
período letivo será produzido um livro, que é o objetivo final desta série.
Para os textos produzidos na sexta série: produção de antologias para no fim
do ano letivo, ser organizado um mural da turma onde todos poderão ler.
Para os textos produzidos na sétima série: organização de jornal mimeografado,
com edição mensal onde os melhores textos poderão ser publicados, jornal que pode ser
vendido no interior da escola.
Para os textos produzidos na oitava série: organização de antologia no final do
ano para publicação dos melhores textos nos jornais da localidade, desde que o professor
consiga um espaço nestas colunas.
Todas estas práticas são apresentadas com o objetivo de propor alternativas que
possam fugir das produções banais e artificias da sala de aula.

Na quinta série haverá a preferência pela produção de textos narrativos, onde a


história será primeiramente oralizada para a turma e em seguida escrita em seu caderno
de anotações, dessa maneira, a cada semana se terá novas histórias para montar uma
antologia. Essas narrativas serão contadas pelos familiares dos alunos, assim além, de se
eliminar o autoritarismo pedagógico do professor, poderão ser utilizadas como
aprofundamento do aluno em face da sua realidade local. Na sexta série, além da produção
de textos na linha anterior, será necessária a introdução da redação, que será feita com o
artifício da leitura e da interpretação de textos, onde a temática se envolverá na história
do Brasil e o noticiário da imprensa. Os textos serão selecionados a fim de que
metodologicamente a aula parta do texto escrito para a discussão oral. Além dos textos
“narrativos” (ou históricos), ainda poderão ser desenvolvidos exercícios de textos
normativos e de correspondência. Manteria nesta série a correspondência familiar de que
já tratei anteriormente.

Pela sétima série, o cerne orientado anteriormente onde se utiliza o texto escrito como
pretexto para o debate que por sua vez produzirá outro texto sobre o mesmo tema, seria o
objetivo. Mudando, no entanto, a temática dos jornais e a história do brasil que deve ceder
espaço para os comentários, editoriais e reportagens de preferência curtos. Um critério
avaliativo possível, seria instigar um conjunto de razões para aquilo que está sendo
debatido. As atividades englobarão a produção de jornal, onde não apenas os noticiários
têm importância, mas sobretudo as produções literárias deverão ser incorporadas neste
período. Por fim, na oitava série a temática: policial, economia, política e sociedade
deverão ser incluídas, o que abarca os partidos políticos, seus conceitos e utilidades, além
de na literatura se apresentar a poesia. É nesta série que a opinião ganha destaque sobre
algum problema. Deduz-se, portanto, que a narrativa é inicialmente proposta com
histórias familiares para a produção textual, ao passo que somente na oitava série a
construção do texto dissertativo finaliza.

Em termos da pratica da análise linguística, algumas ponderações devem ser


seguidas, entre elas; as questões contem respostas para as questões? A sequência de
acontecimentos se relaciona a narrativa? No que tange a problemas de ordem sintática,
destaca-se a Concordância verbal, concordância nominal, e a regência. Sobre problemas
de ordem morfológica, os mais comuns a se trabalhar seriam; Léxico: adequação
vocabular, conjugação verbal, formas de plural e feminino. E finalmente os problemas de
ordem fonológica, destaca-se àqueles relacionados ao processo de ortografia, acentuação,
e divisão silábica.

Você também pode gostar