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Unidade curricular: Trabalho Final de Curso - Intervenção Pedagógica

PLANO DE INTERVENÇÃO

Trabalho de Final de Curso

PROJETO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

Aluna(o): Haissa de Farias Vitoriano Pereira


Polo: Campina Grande 01

1. Eixo Tecnológico: Eixo de Desenvolvimento Educacional e Social

2. Curso Técnico: Técnico em Desenvolvimento Comunitário

3. Disciplina: Literatura e Linguagem

4. Tema: Realização de uma batalha de poesia (SLAM) em turmas do ensino


médio

5. Objetivo: Favorecer a formação de leitores entre os jovens, despertando o


senso crítico para as demandas sociais presentes na comunidade em que vivem.

6. Descrição da atividade:

O evento deverá ser organizado por professores de literatura e linguagem, com


cooperação de professores de geografia, história, artes e educação física, além da
presença de algum profissional intérprete de libras.
Como o evento se constitui enquanto uma batalha de poesias entre os jovens,
o professor de literatura deverá trabalhar o gênero com seus/as alunos/as, dando
ênfase ao estilo poético que figura nas batalhas denominadas Slams, mostrando
vídeos de Youtube e fazendo demonstrações práticas de composição e de
performance do texto poético em sala.
A premissa da composição desses textos é seu teor crítico, com temas de
relevância social, e é aí que entrará o papel dos professores de história, geografia e
artes, tendo em vista que aspectos histórico-político-social-culturais são discutidos e
estruturam as suas áreas.
O/A professor/a de literatura e linguagens levantará, juntamente com a turma,
temáticas de interesse coletivo, que, por sua vez, serão trabalhadas de modo crítico
com os/as demais professores/as, para que esses jovens tenham repertório e
segurança na hora de desenvolverem seus textos.
O/A professor/a de educação física será fundamental na preparação do corpo,
levando dinâmicas de domínio corporal e de voz, presença e ocupação do espaço
físico (uma ideia é levar dinâmicas do Teatro do Oprimido, de Augusto Boal – que
trabalham muito bem essas noções, a partir de atividades simples, que demandam
poucos ou nenhum recurso externo, e interativas).
Com todas essas frentes em funcionamento, a batalha será formada entre os
estudantes. Conforme sugerido no título da atividade, o evento será uma junção do
Slam convencional, que é a batalha de versos falados, com o Slam do corpo, evento
que já existe no brasil, que reúne surdos e surdas, com as poesias recitadas em libras.
Os dois eventos serão fundidos num só, para que não haja uma
seccionalização das pessoas deficientes, em detrimento das que não são. Para tanto,
intérpretes de libras deverão estar presentes tanto para os/as slammers que recitarem
poemas em libras, traduzindo os gestos para o português, para que as pessoas não
surdas possam compreender, quanto no sentido inverso, traduzindo os demais
poemas oralizados em língua portuguesa para libras.
O evento será finalizado com um pódio e premiação também planejados pelos
professores. Um aspecto comum aos Slams difundidos pelo Brasil é de ter livros como
premiação; prática que deverá ser mantida neste evento – podendo, claro, agregar
também outros tipos de prêmio.

7. Recursos necessários:
7.1 Material didático:

Vídeos com performances de slammers para que os alunos tenham contato


com a dimensão prática do evento; poesias para serem performadas entre os alunos,
tendo em vista propiciar uma experiência estética da turma com o gênero literário,
tanto como leitores, quanto performers; material com conteúdo que abarque a
construção do gênero poesia, para que os alunos se tornem aptos a produzirem seus
próprios textos.

7.2 Equipamentos e instrumentos:

É necessário um espaço amplo, microfones e caixas de som, para que o som


chegue a todas as pessoas presentes.

8. Desenvolvimento da atividade:

8.1 Preparação do Ambiente:

As batalhas costumam acontecer nas ruas ou nos pátios das escolas. Desse
modo, o acesso deve ser pensado para que pessoas cadeirantes ou com outras
limitações físicas consigam chegar ao espaço. Assim como a presença de intérprete
de libras. O local deve ser munido também de caixa de som e microfone, para que os
alunos/performers possam apresentar suas poesias.

8.2 Organização da atividade:

Primeiro momento:
Acolhida, pelo professor de linguagem e literatura, dos alunos. Nesse
momento, serão apresentados poemas performados pelos professores ou através da
exibição de vídeos do Youtube, para que o primeiro contato seja de apreciação,
favorecendo uma experiência estética. Após esse momento, o/a professor/a deverá
estimular para que os alunos compartilhem as impressões sobre os poemas
performados e, em seguida, conversar sobre o funcionamento das batalhas.
Após esse momento de recepção, o/a professor falará sobre o gênero textual,
informando que os/as alunos/as podem escrever seus próprios poemas ou escolher
uma poesia já existente para o momento da performance. Com o devido conhecimento
sobre o evento, os/as alunos/as deverão suscitar temas possíveis para elaboração
dos seus poemas, para que estes sejam discutidos no segundo momento.

Segundo momento:
Com os temas levantados e as noções sobre o funcionamento da atividade, os
professores de história, geografia e/ou de artes deverão colaborar na discussão das
temáticas, a fim de aumentar o repertório dos/as aprendizes. A conversa deve ser
estimulada para que os temas sejam enriquecidos com a discussão.

Terceiro momento
O/A professor/a de educação física ou de dança deverá trabalhar o corpo e o
espaço com a turma. A partir de movimentos corporais, os/as alunos/as devem
melhorar suas noções de espaço e mobilidade corporal, para potencializar toda
linguagem que extrapola a voz e dinamizar mais a performance de cada um/a.

Quarto momento
O/A professor/a de literatura/linguagem irá trabalhar a escrita, que deverá ser
assistida e mediada sempre que necessário, a fim de que todos/as consigam se
expressar da melhor forma através dessa linguagem. Esse momento deverá ser
finalizado com ensaios das performances dos seus próprios textos, aproveitando tudo
que foi trabalhado nos momentos anteriores.

Quinto momento
Realização da batalha: o Slam. Esse é o momento de realização de toda a
preparação anterior. Para tanto, será montado o espaço (já descrito nessa atividade),
a comunidade será convidada a participar como plateia e será dado início à batalha.
Um júri será formado na hora, com a própria plateia. Diferente dos Slams
convencionais, os/as alunos/as vão performar os poemas construídos ao longo dos
momentos anteriores (e não poemas compostos na hora). Será disponibilizado
microfone e intérpretes de libras. Os critérios de notas levarão em conta a
apresentação dentro do tempo estipulado, o desprendimento no momento da
performance e a reação/vibração da plateia. A competição deverá contar com uma
disputa geral, depois uma semifinal com 9 participantes disputando em duplas e uma
final entre os três vencedores da etapa anterior.
A intenção é agregar a dinamicidade e adrenalina da batalha a uma atividade
que desperta e apura o senso crítico de cada participante, estimulando também outras
pessoas a se aproximarem do gênero textual poesia, que costuma ser visto com tanta
distância pela sociedade de um modo geral.

9. Forma de avaliação da atividade:

Serão observados alguns critérios para avaliação da atividade:

- Participação no evento e interação com o coletivo;

- Composição do poema para participação na batalha;

- Aspectos da composição relacionados ao gênero, como tema e abordagem


numa perspectiva crítica;

- Performance corporal, levando em consideração a reação da plateia (que


pode ser formada por outras turmas, ou pode ser também pensada para trazer
pessoas da comunidade próxima à escola, numa proposta de iteração social para
além do alunado interno ao espaço);

10. Resultados esperados (ou obtidos):

Espero, com essa atividade, proporcionar uma experiência lúdica com a leitura,
que agregue para a formação desses jovens como potenciais leitores e que, tendo em
vista o teor crítico dos textos apresentados, proporcionar momentos de reflexão sobre
a vida comunitária desses jovens, a partir de uma perspectiva sociocultural. A ideia é
aproximar os jovens da arte, da literatura e do pensamento crítico como locomotiva
para transformação do seu entorno.

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