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, Equilibrio Estatico dos •


Liquidos •


Assim como os corpos solidos, tambem os corpos liquidos podem estar •
ou nao em equilibrio estatico.

Os liquidos estao em equilibrio quando contidos em urn recipiente e nao
ha movimento de partes do liquid° no interior do dito recipiente. •
Em nosso estudo consideraremos liquidos ideais, isto e, liquidos sem ne- •
nhuma compressibilidade (na realidade eles sao muito pouco compressiveis) e
homogeneos. •
Para compreender bem o equillbrio dos liquidos é indispensavel o conheci- •
mento de duas novas grandezas: a pressao e a densidade.

Densidade de urn corpo •

Por que urn pedaco de isopor flutua quando colocado na agua?

Isopor



agua
••

Uma das respostas possiveis e que a densidade do isopor é menor que a
densidade da agua. •
Isto significa que as particulas que constituem o isopor estao mais afasta- •
das entre si que as particulas que constituem a agua. 0 isopor ocupa mais volu-
me para uma mesma quantidade de materia. •
Define-se densidade (d) de urn corpo de massa m que ocupa um volume •
V como sendo a razio entre m e V.

d
m •
V

Por exemplo, a 4° C, a densidade da agua vale 1 g / cm 3 . Isso quer dizer

que, nessa temperatura, a massa de cada cm 3 de agua vale 1 g.
No S.I. a densidade deve ser dada em kg / sendo 1 g = 10a
kg n

M3

156 Capitol° 15 • Equilibrio Estado" dos liquidos •

••
•• Se o corpo for macico, formado de uma unica substancia, a densidade do
corpo coincide corn a densidade da substancia de que ele é feito (tambern cha-
mada de massa especifica). Por exemplo, uma bola macica de ferro tern a den-

•• sidade do proprio ferro, porem uma bola de ferro oca tern uma densidade me-
nor que a densidade do ferro.
Citamos a seguir as densidades de algumas substancias comuns.

•• substancia
alcool
d (g/cm3)
0,8 (0° C)
gasolina 0,7 (0° C)
0
•• agua
glicerina
1,0 (4° C)
1,3 (0° C)

• aluminio
cobre
chumbo
2,7 (20° C)
8,9 (20° C)
11,3 (20° C)
•• mercurio
gelo
13,6 (0° C)
0,9 (0° C)

• Presstio
• Semelhantemente a densidade,
• a pressao é uma grandeza fisica rela-
• cionada corn sua concentracao, so
que ern uma determinada area e nao
num determinado volume.
Por que uma faca para cortar
bem deve estar muito afiada? Que
• significa "afiar" uma faca?
S Uma faca esta bem afiada quando a regiao de corte tern a menor area pos-

• sivel, de tal forma que a forca aplicada (convenientemente) corn a mesma se


concentre num "fio" muito fino. Afiar significa reduzir a area de corte a um fio.

••
S Define-se pressao (p) como a razao entre o modulo da forca F aplicada
perpendicularmente a uma superficie e a area A dessa superficie.

P= A
a


• Nota:

• Pressao a uma grandeza escalar.

• Copitulo 15 • Equilibrio Estatico dos liquidos 157



No SI a unidade de medida de pressao é denominada pascal (Pa), que sig-
nifica N / m2. ••
0 aparelho usado para medir
pressao é denominado manometro,
e na pratica e comum se utilizar ou- ••
••
tras unidades de pressao, tais como a
atmosfera (atm), o milimetro de mer-
ciirio (mmHg), o quilograma-forca
por centimetro (kgf/cm2). Ha ainda
uma unidade inglesa conhecida por
quem calibra pneus de automOveis
simplesmente por "libra", mas que
••
na realidade vem a ser Libra-forca
por polegada (lib/pol e).
Tambem sao comuns o use de alguns multiplos do pascal, ja que na pratica
1 Pa corresponde a uma pressao muito pequena. Utilizam-se entao o quilopas-
••
••
cal (kPa) e o hectopascal (hPa), sendo:
1 hPa = 100 Pa
1 kPa = 1 000 Pa

Presseie atmosferica ••
A Terra é envolvida por uma ca-
mada de gases denominado ar at-
mosferico. Como o ar tem peso, ele

exerce uma pressao sobre a superfi-
cie terrestre, assim como sobre todos
os corpos expostos ao ar.
••
••
Os aparelhos denominados barometros permitem medir a pressao atmos-
ferica e se verifica que ao nivel do mar ela vale cerca de 100.000 Pa. Este valor é
denominado pressao atmosferica normal, que corresponde a unidade atmos-
fera (atm). Assim:
•I
Todo e qualquer corpo exposto ao ar
1 atm = 105 Pa ••
atmosferico esta entao sujeito a 100.000 N
por metro quadrado de area. Como 1 m 2 =
( 102 011)2 10 4 cm2, entao cada cm2 de nosso
corpo esta sujeito a uma forca de 10 N, que
••
corresponde ao peso aproximado de um
corpo de 1 kg (1 000 g). So nao sentimos
essa pressao porque nossa pressao interna
••
equilibra a pressao externa da atmosfera.
158 Capitulo 15 • Equilibria Estatico dos Liquidos ••

S Voce pode comprovar o enorme valor da pressao atmosferica pegando
410
•• uma lata vazia (isto é, cheia de ar) e retirando o ar de dentro dela. Para isso
basta aquecer uma lata corn apenas um orificio num fogareiro (muito cuidado
se voce realmente for fazer isso).

••
••

•o Apos alguns minutos de aquecimento uma grande parte do ar escapa pelo

•• orificio.
Tampando cuidadosa e firmemente o orificio o ar nao pode mais retornar

•• para dentro da lata. Derramando-se agua fria sobre a lata a pressao interna
diminui bastante, permitindo que a pressao atmosferica mostre toda sua capa-
cidade, amassando toda a lata.

••
••
••
•S
• Pressao exercida por coluna liquida
Tal como os solidos ou os gases
do ar atmosferico, tambem os
dos tern peso e portanto exercem
pressao. A experiencia mostra que a
• pressao exercida por uma coluna
liquida em equilibrio estatico au-

menta com a profundidade, como


411
esta ilustrada na figura ao lado:

• Capitulo 15 • Equilibrio Estatico dos Liquidos 159


••
Tal fato levou ao estabelecimento do teorema de Stevin, o qual garante que
a diferenca de pressao entre dois pontos quaisquer de uma coluna liquida é
diretamente proporcional a densidade (d) do liquido, a aceleracao da gravi-
••
dade local ( g ) e ao desnivel (h) entre os pontos considerados.
••
P2 — pi=d.g.h

teorema de STEVIN
••
po (pressao atmosferica)
••
Uma das aplicacoes do teorema de
Stevin é a determinacao da pressao em um
ponto qualquer de urn liquido em equilibrio.
••
Desde que o liquido nao esteja em recipiente
fechado, a pressao na sua superficie livre é
igual a pressao atmosferica P O. Queremos ••
determinar a pressao p na profundidade h.
Aplicando o teorema de Stevin, temos:

— Po = dgh = p = p o +dgh
••
pressao total = pressao atmosferica + pressao da coluna liquida.
••
Experiencia de Torricelli

Torricelli realizou a seguinte experiencia para medir a pressao atmosferica:
encheu de mercurio (Hg) urn tubo de vidro corn mais ou menos 1 m de compri-
I
••
mento; em seguida fechou a extremidade livre do tubo e o emborcou numa
vasilha contendo merairio. Quando o dedo foi retirado, a coluna de meralrio
caiu, ficando o seu nivel aproximadamente 76 cm acima do nivel do merciirio
••
dentro da vasilha.
••
Hg •
••
••
••
(a) Hg

160 Capftulo 15 • Equilibria Estatico dos Liquidos


0 espaco vazio sobre o mercurio, no tubo, constitui a chamada camara
barometrica, onde a pressao é praticamente nula (vacuo).
• A pressao em B, devida ao peso da coluna de mercurio AB, é igual a pres-
sao atmosferica na superficie livre do mercurio na vasilha. Assim, a pressao
• atmosferica equivale ao peso da coluna AB de mercurio.
111 A pressao de 76 cm Hg (valor da pressao ao nivel do mar) é denominada
• pressao atmosferica normal e equivale a outra unidade pratica de pressao cha-

• mada atmosf era (atm):


• 1 atm = 76 cm Hg

0 aparelho idealizado por Torricelli constitui um barometro, isto é, é urn


manometro capaz de medir a pressao atmosferica.

••

EXEMPLOS
/Um paralelepipedo tem dimensoes 5 cm x 10 cm x 30 cm e peso 30 N.

Determinar a pressao que ele exerce sobre piano de apoio, em unidades
do S.I.
a) apoiado sobre a base maior
b) apoiado sobre a base menor
410


1111


30 cm
imm.. 00 5 cm
10 cm


• a) base maior A = 30 . 10 = 300 cm2 = 300. 10-4 m2
A = 3 . 10-2 m2
1111
• P
F=
F
= 30 N
30
A 3 . 10-2 — 1 000 N/ m 2 = 1,0 . 103 Pa

S

P = 1,0 . 103 Pa = 1,0 kPa

b) base menor A = 10 .5 = 50 cm 2 = 50. 10-4 m2


A = 5 . 10-3 m2

P _ F _ 30
= 6,0 . 103 N / m2 = 6,0 . 103 Pa
A 5 . 10-3

P = 6,0 . 103 Pa = 6,0 kPa

• Capftulo 15 ♦ Equilibdo Estatico dos Liquidos 161




t/(UFMG) Urn artigo recente, na revista Veja, informou quo todo 0 ouro
extraido pelo homem, desde a Antigiiidade ate os dias de hoje, seria sufi-
ciente para encher uma caixa cithica de lado igual a 20 m. Como a densi-

dade do ouro vale cerca de 20 g/cm 3 , pode-se concluir que a massa total
de ouro extraido pelo homem, ate agora, e de, aproximadamente:
a) 20 toneladas
••
b) 400 toneladas
c) 8 000 toneladas
d) 160 000 toneladas
••
e) 20 milhOes de toneladas
0 volume de urn cubo é igual ao cubo de sua aresta. ••
V = a3 = (20 m) 3 = 8.000

d= md
= 8 . 103 rn3
d = 20 g/cm3 = 20.103 kg/m'
= 20 . 103 . 8 . 10' 6 3 = 160. 106 kg = 160 . 103 T
••
V
m = 160.000 T (resp. D)

✓ (UFPI) A diferenca de pressao entre dois pontos situados a .2 m e 5 m de


I
profundidade num liquido de densidade de 800 kg/m 3, sendo g =10 m/s2,
é, em Pa, de:
a) zero b) 8 000 c) 16 000 d) 24 000 e) 40 000
Aplicando o teorema de Stevin
P2 - Pi = dgh
Ap = dgh = 800 kg/m% 2 . 10 m/s2 . (5 - 2) M
I

Ap = 800. 10. 3 kg . m/s2

Ap = 24 000 Pa (resposta D)
M2
= 24 000 N/m 2 I
••
IA figura ilustra urn tipo de
manometro que consiste em um
tubo em forma de U, contendo
ar

••
mercurio, e que esta sendo utili-
zado para medir a pressao do
gas dentro do botijao.
Sabendo-se que a pressao atmos-
ferica local vale po = 76 cmHg,
determine a pressao do gas.
S

PA = pB (mesmo nivel no mesmo liquido)
PA = PGAS •
Ps = PO + PCOLUNA PGAS = Po + PCOLUNA
PGAS = 76 cm Hg +30 cm Hg

S
PGAS = 106 cm Hg

162 Capitulo 15 ♦ Equilibrio Estatico dos Liquidos •




• E X E RC IC IOS

O I (Unifor-CE) Uma pessoa de 600 N de peso se equilibra num so pe, cuja
area de contato corn o solo é de 150 cm'. A pressao exercida no solo, ern
• N/cm2, é de:
• a) 600 b) 150 c) 16 d) 8 e) 4
• 2 (UFPI) A densidade de uma substancia de 7,6 g/cm 3 . Em kg/m3, seu valor é:
• a) 7,6 . 103 b) 7,6 . 10' c) 76 d) 0,76 e) 0,076
• (UFRGS) Uma caixa de 500 N tem faces retangulares e suas arestas me-
dem 1 m, 2 m e 3 m. Qual a pressao (em Pa) que a caixa exerce quando
• apoiada corn sua face menor sobre uma superficie horizontal?

4 Urn cubo macico, de aresta 10 cm, tem massa igual a 5,0 kg. Qual é, em
• g/cm3, a densidade absoluta do material de que é feito esse cubo?

• 5 Uma placa retangular de vidro, medindo 1 m de largura por 2,5 m de com-


primento, esta imersa em liquido, numa regiao onde a pressao é de 10 N/
. m2 em todos os pontos da face da placa. Qual e, em newtons, a intensidade
41 da forca que atua sobre essa face da placa?

6 (PUCC-SP) Urn recipiente esta cheio de urn liquido de massa especifica


1,2 kg/m3. Um ponto no liquido, a 12 cm de altura (relativa ao fundo do
recipiente), tem uma pressao de 3,6 N/m 2. Considere a aceleracao da gra-
• vidade 10 m/s2. A pressao em urn ponto a 4 cm de altura vale, em N/m 2 :
a) 1,2 b) 7,2 c) 4,6 d) 3,6 e) 2,9

•I

7 A densidade absoluta da gasolina é 0,7 g/cm 3 . A massa de urn tanque
cheio de gasolina vale 50 kg. Se o tanque vazio tem massa de 8 kg, qual é
o volume ocupado pela gasolina desse tanque?

11110 Um barometro de merctirio é


conectado a um tambor de ar

comprimido e as duas colunas
• estabilizam-se com um desnivel
de 45,0 cm. A pressao atmosfe-
• rica nesse dia é de 75,0 cm de
merciirio. Qual é a pressao den-

tro do tambor (em cmHg)?
1111
9 (FGV-SP) A figura ao lado representa urn
tubo em U, aberto, contendo agua, no qual
• foi acrescentada, no ramo direito, uma certa

• quantidade de oleo de 0,8 g/ cm 3 de densi-


dade. Sendo de 1 g / cm 3 a densidade da
agua e sabendo que a altura HA = 2,4 cm, a
altura Ho, em centimetros, sera de:
I a) 5,4 b) 3,0 c) 2,4 d) 1,0 e) 0,8

• Capitulo 15 • Equilibrio Estettico dos Liquidos 163



Principio de Pascal


Quando urn motorista pisa no pedal do freio de automovel ele faz uma
forca relativamente pequena em relacao a forca necessaria para travar as rodas.
Alem disso as rodas freiam simultaneamente. Como podemos explicar esse
fato?

O sistema de freios de um carro é uma aplicacao do principio de Pascal, o
qual afirma que os liquidos em equilibrio estatico transmitem integralmente •
para todos os pontos qualquer acrescimo de pressao em urn de seus pontos.
O principio de Pascal apresenta muitas outras aplicacoes praticas, quase

todas elas indicadas pelo nome "hidraulico". Assim temos o freio hidraulico, o •
macaco hidraulico, o elevador hidraulico, a prensa hidraulica, a direcao hi-
draulica, etc.

Todos esses dispositivos sao multiplicadores de forca, isto e, como a pres- •
sao decorre da aplicacao de forca em dada superficie, para acrescimos de pres-
saes iguais teremos forca major onde a area for major.

Na figura abaixo ilustramos uma prensa hidraulica onde os acrescimos de
pressao em cada embolo valem: S
Opt = — e Ap2 = —
F2 •
A, A2
mas, de acordo corn Pascal:


2

F1 F2
I F2 Opt = Ap2 = –
A, A2

F1 A1
F2 A2


I
EXEMPLO •
✓Ern urn elevador hidraulico, um automovel de 1 200 kg de massa esti

apoiado num pistao cuja area é de 800 cm 2 . Qual é a forca que deve •
ser aplicada no pistalo de 20 cm 2 de area para erguer o automovel?
(g = 10 m/s2). •
As press6es nos pistoes sao iguais: •
P F •
800 20 •
Sendo P = 1 200 . 10 =12 000 N, temos: •
12000
–=F F = 3 000 N

800 20 •
164 Capftulo 15 • Equilibdo Estotico dos Liquidos
••

• EXERCICIOS
10 Numa prensa hidraulica os embolos apresentam areas iguais a 10 cm 2 e
50 cm2. Se uma forca de 20 N for aplicada no embolo menor, deslocando-
• o de 30 cm, pergunta-se:
• a) Qual a intensidade da forca transmitida para o embolo maior?
b) Qual o valor do deslocamento do embolo maior?

• 11 Num freio hidraulico de lona de freio

• automovel, o pistao em
contato com o pedal tern
• area de 1,0 cm 2. Os pistoes
que acionam as lonas do
A, = 1,0cm 2

• freio tern area de 10 cm 2


fluido de freio

cada urn. Se o motorista pisa no freio corn uma forca de 20 N, que forca
• cada lona exerce na roda do automovel?

12 (Fuvest-SP) Considere o arranjo da fi-
• gura, em que urn liquido esta confina-
• do na regiao delimitada pelos embolos horizontal

A e B, de areas a = 80 cm 2 e b = 20 cm2,
• respectivamente. 0 sistema esta em
equilibrio. Despreze os pesos dos em-
10 bolos e os atritos. Se m A = 4,0 kg, qual
• o valor de mB?
a) 4 kg b) 16 kg c) 1 kg d) 8 kg e) 2 kg

• 13 (PUCC-SP) Duas seringas estao cheias de oleo, ligadas por urn tubo flexi-
• vel de borracha. Sobre os embolos das seringas sao colocados dois corpos,
de pesos PA e PB. Sabendo que a area de secao transversal da seringa onde
• se ap6ia A é o triplo daquela em que se apoia B, podemos afirmar que
• havera equillbrio se:

• a) PA = PB
b) PA -= 3 PB
• C) PA = 9PB
d) PA PB / 3
ID e) PA = PB/ 9
0
• Empuxo

• Quando um corpo e total ou parcialmente mergulhado em um liquido
verifica-se que seu peso aparentemente diminui. Esse fato se deve as forcas de
• pressao exercidas pelo liquido sobre os corpos nele mergulhados, cuja resul-
tante tem a mesma direcao do peso, porem sentido oposto.

• Capitol° 15 • Equilibrio Esti:dim dos Liquidos 165




A essa forca deu-se o nome deEMPUXO,
e a resultante entre o empuxo (E) e o peso

(P) é que faz o corpo afundar ou flutuar no
liquido.


0 empuxo existe devido a diferenca de •
pressao entre dois pontos em profundidades
diferentes de um liquid° (teorema de Stevin). S
Como as forcas devido a pressao sao maiores
em uma profundidade maior, entao a resul- •
tante dessas forcas é vertical, de baixo para
cima, caracterizando o empuxo.

Experiencias mostram que essa forca de empuxo esta presente nao so em
corpos mergulhados nos liquidos como tambem nos gases. (Por exemplo, um
bald() de festa junina sobe devido ao empuxo recebido do ar que o envolve.)
••
Liquidos e gases sao genericamente chamados de fluidos, e generalizando
os resultados experimentais chega-se ao principio de Arquimedes: I

Todo corpo imerso total ou parcialmente em urn fluido recebe deste uma
forca chamada empuxo (E ), de direcao vertical, de baixo para cima e de inten-

sidade igual ao peso do fluido deslocado. •
Usando o principio de Arquimedes podemos obter a expressao matemati-
ca do modulo do empuxo (E). Basta escrever o peso do fluido deslocado em

funcao da densidade do fluido (d F), do volume do fluido deslocado (VF) e da
aceleracao da gravidade (g).

Assim, teremos:
Empuxo = Peso do fluido deslocado. ••
E = PF
E = mF . g •
T11.F
porem dF = —
VF mF = dF • VF •
Assim:
Quando o corpo esta totalmente
imerso, o volume do fluido deslocado
e o volume do proprio corpo.

E = dF . .g


V= •
Quando o corpo esta flutuando, o

volume do fluido deslocado é
igual a parcela do volume do •
corpo que se acha imersa.

166 Capitulo15 • Equilibrio Estotico dos Liquidos


••
Peso aparente

Devido ao empuxo, o peso de um corpo imerso num liquido torna-se menor.

Peso aparente e o peso do corpo quando imerso num liquido. Esse peso é



a diferenca entre o seu peso real e o empuxo.

Pap 'real E

Arquimedes

Arquimedes foi urn maternatico grego que viveu na Siracusa entre 287 a.C. e

212 a.C. Embora se dedicasse especialmente a Maternatica ele ficou famoso por
seus engenhos de guerra e suas invencOes. De acordo corn a enciclopedia
Mirador (pagina 798), o rei Hieron da Siracusa desejava oferecer aos deuses uma

coroa de ouro e, para isso, contratou urn ourives, a quern forneceu uma porcao
S de prata e uma de ouro em pó. Quando a coroa foi entregue ao rei, este observou
que nao havia sido empregado na sua confeccao todo o
ouro em pó que ele entregara ao ourives. Na impossibl-
• lidade de provar o roubo, Hieron consultou
410 Arquimedes. Sempre preocupado corn o problema que
lhe fora apresentado, Arquimedes observou urn dia,
quando tomava banho, que , a medida que seu corpo
• mergulhava na banheira, a agua subia pelos bordos.
lmediatamente percebeu o meio que poderia empregar
• para solucionar o problema. Teria ficado tao entusias-
mado que safra pelas ruas, complemente nu, gritando
heureka! heureka! (achei! achei!). Depois preparou
• dois blocos, urn de ouro e outro de prata, ambos corn o
• mesmo peso da coroa. Mergulhou cada urn deles, separadamente em dois recipi-
• entes cheios de agua, e mediu a quantidade de agua que transbordou em cada
recipiente.

Verificou por esse processo que os volumes de agua deslocados pelos dois blo-
cos eram diferentes, concluindo por estabelecer corn certa precisao as massas de
ouro e prata utilizadas na confeccao da coroa de
Hieron. 0 interessante e que nao foi esse episOdio,
411 como muitos supOem, que deu origem estabeleci-
mento do famoso principio de Arquimedes.





• Capitulo 15 • Equilibrio Estatico dos Liquidos 167
I

EXEMPLOS

✓ Uma pessoa introduz urn corpo num li-


••
quido, de modo que fique totalmente

mergulhado. Se a seguir ele abandonar o
corpo, este afundara, flutuara ou ficard
em equilibrio no meio do liquido? ••
Depende dos valores da densidade do corpo (d c) e da densidade do li-
••
quido (dL), pois sac) esses valores que influirao no peso (P) e no empuxo
(E) respectivamente.
a) se dc > dL = P > E = o corpo afundard
••
b) se dc < dL = P < E = o corpo flutuard
c) se d c = dL = P = E = o corpo permanecera em equilibrio

of Se o corpo flutuar no li-
quido, qual devera ser a
relacao entre o volume Volume total
f r4-1)
Volume
(Ve )
I

do corpo imerso no liqui- L_JI Volume
(V)
I
••
V imerso (V i )
do e o volume total do
corpo?
P

Sempre que um corpo esta flutuando livremente em urn liquido, seu


peso esta sendo equilibrado pelo empuxo que ele recebe do liquido. (E = P)
••
Entretanto, de acordo com o principio de Arquimedes o empuxo é igual ao
S
volume de liquido deslocado (E = PLD) que neste caso corresponde apenas ao
volume do corpo imerso no liquido (V deslocado = V imerso).
Concluimos entdo que o peso do liquido correspondente ao volume imerso
••
deve ser igual ao peso do corpo.
PLD =P
••
mLD me •
dL . vi = .V S
d
V dL ••
Podemos interpretar este resultado verificando que o volume imerso em
relacao ao volume total é uma frac d
- o igual aquela existente entre a densidade I
do corpo e a densidade do liquido. Assim, se a densidade do corpo for a meta- I
de da densidade do liquido metade de seu volume ficara imerso; se a densida-



168 Capftulo 15 ♦ Equilibrio Estedico dos Liquidos

• de do corpo for 20% da densidade do liquid° 20% do corpo ficara imerso e o
restante (80%) ficard emerso, isto é, fora do liquid°.
por esse motivo que os "icebergs" mostram apenas uma pequena parte
• de seu volume total, pois a densidade do gelo (0,9 g/ cm 3) é muito proxima da
• densidade da agua salgada (1,1g/ cm 3). Num "iceberg" cerca de 90% do volu-
me nao aparece, ficando imerso na agua, o que ja provocou muitos acidentes

••
• maritimos, tal como o do "Titanic"

••

••
1/Um corpo de volume 12 cm 3 6 totalmente imerso num liquid° de densi-
dade 800 kg/ m3 . Calcule o empuxo sobre o corpo, adotando g = 10 m/s 2.

VF = Vc = 12 cm3 = 12 . 10-6 m3
dF = 800 kg/m3
g = 10 m/s2
Aplicando o principio de Arquimedes:
• E = dF . VF g
.

• E = 800 . 12 . 10-6 . 10

• E = 0,096 N = 9,6 . 10 -2 N

✓ Urn bloco no ar pesa 80 N e na agua pesa 60 N, num local de Terra onde
• g = 10 m/ s2. Sendo dA = 10 . 103 kg/ m3 e desprezando o empuxo do ar,
pergunta-se:
a) qual a a massa do corpo?
• b) qual é o valor do empuxo recebido pelo corpo?
c) qual é o volume do corpo?
• d) qual é a densidade do corpo?
111
• a) P = m g = 80 = m . 10 = m = 8,0 kg

• b) E = P - P ap = 80 - 60 E = 20 N
• c) E = dA . V . g
20 = 1,0 . 103 . V . 10 = V = 2 . 10 -3 m3



d) d = m =
8,0 kg
V 2,0 . 10 -3 m3
d = 4,0 . 103 kg/m3

169


Copitulo 15 • Equilibrio Estatico dos Liquidos

••
EXERCICIOS
14 Urn cubo de madeira flutua ver-
ticalmente em oleo de densi-
1
••
dade 0,8 g cm3. Sabe-se que —
8
de sua aresta vertical esta fora
do oleo. Qual e a densidade da
madeira?

S
15 (Fuvest-SP) Uma esfera de aluminio ocupa urn volume de 300 cm 3 e pos-

sui massa de 200 g.
a) Qual a densidade da esfera?
b) colocada numa piscina cheia de agua, ela flutuara ou nao? Explique.

S
16 (Vunesp) Urn dentista entregou a uma firma 50 gramas de titanio para
confeccao de implantes. Embora a massa total das pecas acabadas fosse
exatamente 50 gramas, surgiu a suspeita de que parte do metal tivesse

sido trocada por urn material de menor valor. Sugira urn procedimento
que possa comprovar a eventual fraude sem destruir ou desmanchar as
pecas e mencione os principios ou leis fisicas envolvidos.

S
1,(UFSC)
a Assinale as afirmativas corretas:
) 0 funcionamento dos macacos hidraulicos baseia-se no principio de

Pascal.
"b) Urn transatlantico mantem-se sobre as ondas devido ao principio de
Arquimedes.
c) Um cubo macico de ferro afunda na agua e flutua no mercurio porque
a densidade do mercurio é maior que a da agua.
d) Urn manometro é um instrumento para medir empuxo.
••
e) Pelo principio de Arquimedes, o empuxo é igual ao volume do liquido
deslocado.
f) Pelo principio de Pascal, a pressao no interior de urn liquido transmite-
se integralmente em todas as direcoes.
••
18 (PUCC-SP) Urn pedaco de parafina flutua na agua e afunda no alcool.
Sendo d p a densidade da parafina, d al a densidade do alcool e d a a densi-
••
dade da agua, pode-se afirmar que:
a) d p > dal > da
b) d a > dal > dp
o

c) d p < dai e dp > da
d) dp > dal e dp < da
e) da = dp = dal

19 (UEL-PR) Urn corpo pesa 4 N fora da agua. Imerso totalmente em agua, o



I
seu peso aparente é de 3 N. 0 empuxo exercido sobre o corpo pela agua,
em newtons, é de:
a) 12 b) 7 c) 4 d) 3 e) 1

170 Capitulo 15 ♦ Equilibrio Estatico dos Liquidos •
••
•• 20 (Fuvest-SP) Urn tijolo tem massa igual a 2 kg e volume igual a 1 000 cm 3.
a) Determine a densidade do tijolo.
b) Calcule o peso aparente do tijolo quando totalmente imerso em agua.

•• Dados: g = 10 m/ s2 e dag = 1,0 g/cm3.


21 (Cesgranrio) Para mostrar que a densidade do alcool

•• combustivel esta dentro das especificacoes, certa dis-


tribuidora coloca em suas bombas de abastecimento
urn indicador que consiste em duas pequenas esferas,
1 e 2, mantidas no interior de uma camara de vidro
O
•• sempre repleta do alcool combustivel. Quando a den-
sidade esta dentro das especificacoes, o indicador, no
equilibria se apresenta como na figura ao lado. Qual

•• das opcOes abaixo ilustra uma situacao impossivel de


acontecer corn o indicador no equilibrio?

•• a) 0 c)
0 0
e)
0

•• b)
0 0
d) 0
0

•• 22 (UFPA) Duas esferas metalicas, A e


B, de mesmo volume e massas dife-
• rentes, estao totalmente imersas na
agua. Analisando a situacao ao lado,
• é possivel afirmar que o empuxo
que a agua exerce nas esferas:
• a) é o mesmo nas duas esferas
• b) é maior na esfera A
c) é maior na esfera B
• d) depende das massas das esferas
e) depende da quantidade de agua no recipiente








• Capftulo 15 • Equilibdo Estatico dos liquidos 171

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