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Exercício 1 - Viga Bi-apoiada

Concreto protendido (Universidade do Vale do Itajaí)

A Studocu não é patrocinada ou endossada por nenhuma faculdade ou universidade


Baixado por André Cabussú (cabussu.47@gmail.com)
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Concreto Protendido
Exercício 1: Viga bi-apoiada com cabos curvos

1 Dados do exercício

1.1 Geometria e dimensões da peça

Corte AA:

q
h=100cm g

L=16m
yp=10cm

b=25cm
A

1.2 Ações sobre o elemento


- carga permanente: g = 10 kN/m (peso próprio = 6,25 kN/m).
- carga acidental: q = 10 kN/m.

1.3 Tipo de protensão utilizado

Sistema de protensão  protensão não-aderente interna (pós-tração).


Considerando que o ambiente é pouco agressivo, será utilizado protensão limitada.

1.4 Critérios de projeto


- CAA II;
- Coeficiente de ponderação das cargas acidentais: 1 = 0,6 e 2 = 0,4;
- Protensão limitada;
- perda estimada = 25% (perdas iniciais = 10%; perdas progressivas = 15%);
- cimento CP II;
- data da protensão: t0 = 5 dias.
- Cobrimento da armadura passiva = 3,0 cm.

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1.5 Materiais
- Concreto C30 (fck = 30 MPa)
- Agregado: granito;
- Monocordoalhas engraxadas CP 190 RB.

1.6 Propriedades dos materiais


1.6.1 Concreto

- Resistência à compressão aos 28 dias e aos 5 dias de idade:

Valor adotado (aos 28 dias):


fck = 30 MPa

Na data da protensão (to = 5 dias):

No caso específico da resistência característica à compressão, quando se deseja


conhecer a resistência em uma data j, inferior a 28 dias, a norma NBR 6118:2003
permite adotar a expressão:
fckj  1 fck,
sendo o coeficiente 1 dado por:
1 = exp { s [ 1 - (28/t)1/2 ] },
onde:
s = 0,38 para concreto de cimento CPIII e IV;
s = 0,25 para concreto de cimento CPI e II;
s = 0,20 para concreto de cimento CPV-ARI;
t é a idade efetiva do concreto, em dias (menor que 28 dias).

Para o exercício tem-se: s=0,25; to=5 e 1 = 0,711

fckj = 0,71130 = 21,32 MPa

- Resistência à tração aos 28 dias e aos 5 dias de idade:

Aos 28 dias:
fctm = 0,3 fck 2/3 (em MPa),
fctm = 2,89 MPa
fctk,inf = 0,7 fctm = 2,03 MPa

fct,f =  fctk,inf
 = 1,2 para seção T ou duplo T
 = 1,5 para seção retangular
fct,f = 1,5 fctk,inf = 3,04 MPa = 0,304 kN/cm2

Na data da protensão:
fctmj = 0,3 fckj 2/3 (em MPa),
fctmj = 2,31 MPa = 0,231 kN/cm2

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 Módulo de elasticidade longitudinal

- Módulo de Elasticidade Inicial (Eci)

Eci = αE 5.600 fck1/2 ; para fck de 20 MPa a 50 MPa

Sendo:
αE = 1,2 para basalto e diabásio;
αE = 1,0 para granito e gnaisse;
αE = 0,9 para calcário;
αE = 0,7 para arenito.

Portanto:
Eci = 1,0  5600  301/2 = 30.672,46 MPa

 Módulo de elasticidade secante

Ecs = αi Eci

Sendo:
αi = 0,8 + 0,2 fck/80 ≤ 1,0

Portanto:

Ecs = 0,875 Eci = 26.838,41 MPa

1.6.2 Aço de protensão (armadura ativa)

- Tipo CP 190 RB
- fptk = 190 kN/cm2
- fpyk = 171 kN/cm2
- Ep = 200 GPa
- Monocordoalhas engraxadas com 7 fios: 12,7mm (ap=0,987cm2)

2 Propriedades da seção
Ac = 25×100 = 2500cm2
25  100 3
I = 2.083.333cm4
12
ys = -50cm
yi = 50cm
Ws = I / ys = -41.666,67cm3
Wi = I / yi = 41.666,67cm3

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3 Cálculo das tensões


a) devido ao peso-próprio: -0,480

gpp = 6,25 kN/m (peso próprio)


Mgp = 200 kN.m = 20.000 kN.cm gp (kN/cm2)
M gp
 gp    0,48 kN/cm 2
W 0,480

b) devido à carga permanente total (g): -0,768

g L2
Mg   320 kN.m  32.000 kN.cm g (kN/cm2)
8
Mg
g   0,768 kN/cm 2
W 0,768

-0,768
c) devido à carga acidental (q):
q L2
Mq   320 kN.m  32.000 kN.cm
8 q (kN/cm2)
Mq
q   0,768 kN/cm 2
W 0,768

c) devido à protensão

ep = yi - yp= 50 - 10 = 40cm

P P e p ( P ) ( P )  40 P P/1.785,71
 Ps     
Ac Ws 2.500 (41.666,67) 1.785,71
P
P P e p ( P ) ( P )  40 P
 Pi     
Ac Wi 2.500 41.666,67 735,29
-P/735,29

4 Estimativa da força de protensão


Devem-se verificar duas situações para protensão limitada:

- Estado limite de descompressão (ELS-D) – usando a combinação quase permanente


(CQP)
- Estado limite de formação de fissuras (ELS-F) – usando a combinação frequente
(CF)

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*Supondo que seja um local onde há predominância de pesos de equipamentos que


permaneçam fixas por longos períodos de tempo ou elevadas concentrações de pessoas:
1 = 0,6 e 2 = 0,4 (Tabela 11.2 da NBR 6118:2014).

4.1 Estado limite de descompressão (ELS-D)


Combinação quase permanente (CQP):
 g   P   2  q  0
 g   p  0,4  q  0

-0,768 P/1785,71 -0,3072 0,0

+ + =

0,768 -P/735,29 0,3072 0,0

g P q

Para não haver tensões de tração no bordo inferior:


P
0,768   0,3072  0  P  790,59 kN
735,29

4.2 Estado limite de formação de fissuras (ELS-F)


Combinação frequente (CF):

 g   P   1  q  fct,f (1,5 fctk,inf ou 1,2 fctk,inf para seção T)


fct,f = 1,5 fctk,inf = 1,5×2,03 = 3,04 MPa = 0,304 kN/cm2
 g   P  0,6  q  0,304 kN/cm2

-0,768 P/1.785,71 -0,4608 0,304

+ + =

0,768 -P/735,29 0,4608 0,304

g P q fct,f

Para não haver tensão de tração maior que 1,5 fctk,inf no bordo inferior:

P
0,768   0,4608  0,304  P  679,91 kN
735,29

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4.3 Força final e tensões devido à protensão

Então será empregado: P = 790,59 kN.

Assim, as tensões produzidas pela protensão são:

P P e p 0,443
 Ps   = 0,443 kN/cm2
Ac Ws
P (kN/cm2)

P P e p
 Pi   = -1,075 kN/cm2
Ac Wi
-1,075

Observação:
No caso de cabos curvos pode-se considerar a força de protensão como sendo um
carregamento externo equivalente:

P
P
pbal
8f P
pbal 

Para o exercício: a = ep = 40cm = 0,4m


Então:
8 f P 8  0,40  790,59
pbal    9,88 kN/m
L² 16²

Observação: também é comum que a força de protensão seja definida a partir do


carregamento a ser equilibrado (cargas externas atuantes). Para lajes protendidas, é
usual utilizar uma força entre 60% a 80% da carga permanente atuante em cada vão da
laje, obtendo-se um dimensionamento econômico e com flechas satisfatórias.

4.4 Cálculo da armadura ativa


Para pós-tração e aço RB, tem-se que a tensão máxima na armadura deve satisfazer as
condições:

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 0,80 f ptk  0,80  190  152,00 kN/cm 2


σ pi   2
 0,88 f pyk  0,88  171  150,48 kN/cm
σ pi  150,48 kN/cm 2

Então, para a cordoalha de 12,7mm (em pós-tração), que apresenta área de 0,987cm2, a
força de protensão máxima que pode ser aplicada na protensão vale:

pi = pi ap = 150,48×0,987 = 148,52 kN  150 kN = 15 tf (valor usado na prática)

Admitindo-se 25% de perdas:


P 790,59
Pi =   1.054,12 kN
1,0  0,25 0,75

Então, o número de cordoalhas por cabo pode ser calculado como por:

Pi / pi = 1.054,12 / 150 = 7,03  8 cordoalhas 12,7mm (de 7 fios).

Então:
Pi,ef = 8 pi = 8×150 = 1.200 kN.

Reavaliação da perda estimada:


P 790,59
folga  1    1   0,34  34% de folga (perda estimada).
Pi 1.200

5 Consideração das perdas

5.1 Cálculo das perdas por atrito

coeficiente de atrito (cordoalha-bainha):  = 0,05


atrito devido à ondulação parasita: k = 0,01 = 0,0005 rad/m


Patrito  P ( x )  Pi 1  e    kx 
- Curvatura dos cabos:
 = i
i = arc tg (2yi/Li)

1 = arc tg (240,0/800) = 0,10 rad

No centro do vão, x = 8 m (ancoragens ativas e passivas alternadas), então:

 
Patrito  Pi 1  e 0, 050 ,10 0, 00058  0,00896 Pi
Então:
perda por atrito = 0,896 %

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5.2 Cálculo das perdas por acomodação da ancoragem


Admitindo que:
- o cabo penetra  = 7,0 mm na placa de ancoragem;
- existe apenas uma ancoragem ativa;
- o comprimento reto é praticamente igual ao comprimento curvo do cabo.

Hipótese inicial: x ≤ L/2:

Pat,S0 = Pi = 1.200 kN (força de protensão inicial na ancoragem ativa)


Pat,S8 = 1.200 × (1,0 - 0,896/100) = 1.189,25 kN (força na seção central após perda por
atrito)

Pat ,S 0  Pat ,S 8 1.200  1.189,25


m   1,344 kN/m = 0,01344 kN/cm
L/2 8

Ponto de pega:
E p Ap 20.000  7,896  0,7
x   2.867,93 cm > L/2 = 800 cm
m 0,01344

x = L/2 = 800 cm

4  E p Ap  m L2 4  0,7  20.000  7,896  0,01344  1600 2


Penc ,S 0   = 127,43 kN
2L 2  1600

Pat+enc,S0 = Pat,S0 - ∆Penc,S0 = 1.200,00 – 127,43 = 1.072,57 kN

Pat+enc,S8 = Pat+enc,S0 + m L /2 = 1.072,57 + 0,01344 ×800 = 1.083,32 kN

Pat enc 1.200  1.083,32


perda por atrito  encunhamento    9,72 %
Pi 1.200
perda por encunhamento = 8,82%

5.3 Perdas por deformação imediata o concreto


Valores da força de protensão descontadas as perdas por atrito e encunhamento:

Pat+enc = 1.083,32 kN

Coordenada y do cabo no centro do vão: y = ep = 40 cm.

As tensões na seção no centro do vão (no nível do cabo) serão:

Tensão devido ao peso-próprio:


M 20.000
 cg   g y   40  + 0,384 kN/cm 2 (tração)
I 2.083.333
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Tensões devido à protensão:


P P e
 cp  at enc  at enc p y
Ac I
1.083,32 1.083,32  40
 cp     40   1,26 kN/cm 2 (compressão)
2.500 2.083.333

Perda de protensão:
n 1
 p ,ee.   p  cp   cg 
2n
Ep 200.000
p    6,52
E ci 30.672,46
8 1
 p ,ee  6,52  (1,26  0,384)  =  2,51 kN/cm 2
28
Pee   p ,ee A p  2,51  7,896  19,85 kN

P0 = Pat+enc+ee = 1.083,32 – 19,85 = 1.063,47 kN

P. 19,85
perda encurtamento elastico    1,65%
Pi 1.200

P. 1.200  1.063,47


perda imediata total    11,38%
Pi 1.200

Totalização das perdas imediatas:

atrito: 0,896 %
encunhamento: 8,82 %
encurtamento elástico do concreto: 1,65 %
Total: 11,38 %

5.4 Cálculo das perdas de protensão progressivas


Dados:
- t0 = 5 dias (data da protensão);
- U = 90 % (umidade relativa);
- Ac = 2.500 cm2 (área da seção transversal da peça);
- uar = 250 cm (parte do perímetro externo da seção transversal da peça em contato
com o ar).

Simplificadamente, o coeficiente de fluência (t,t0) e a deformação de retração podem


ser retirados da tabela da NBR 6118:2014:

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Umidade
40 55 75 90
Ambiente (%)
Espessura
Equivalente (cm) 20 60 20 60 20 60 20 60
2Ac/u
5 4,4 3,9 3,8 3,3 3,0 2,6 2,3 2,1
(t ,t0) 30 3,0 2,9 2,6 2,5 2,0 2,0 1,6 1,6

t0 60 3,0 2,6 2,2 2,2 1,7 1,8 1,4 1,4
dias 5 -0,44 -0,39 -0,37 -0,33 -0,23 -0,21 -0,10 -0,09
cs (‰) 30 -0,37 -0,38 -0,31 -0,31 -0,20 -0,20 -0,09 -0,09
60 -0,32 -0,36 -0,27 -0,30 -0,17 -0,19 -0,08 -0,09

Espessura equivalente = 2×25×100/250 = 20 cm


Então: (t,t0) = 2,30
cs (t,t0) = - 0,10 ‰

Δσ p,s  Δσ p,c  Δσ p,r


Δσ p (t, t 0 ) 
β

 Perda por retração:


Δσ p,s  E P ε cs (t, t 0 ) = 20.000×(-0,10/1.000) = - 2,0 kN/cm²

 Perda por fluência:


Δσ p,c   p σ c,pog (t, t 0 ) = - 6,52 × 0,86 × 2,3 = - 12,87 kN/cm²

Sendo:
c,pog é a tensão no concreto adjacente ao cabo resultante, provocado pela protensão e
pela carga permanente mobilizada no instante t0, positivo se compressão (em MPa);
P Po e p
σ c,p  o  y
Ac I
1.063,47 1.063,47  40
σ c,p     40   1,24 kN/cm 2 (compressão)
2.500 2.083.333
c,pog = -1,24 + 0,384 = - 0,86 kN/cm2 (compressão)

 Perda por relaxação:


Δσ p,r  σ Po χ(t, t 0 ) = - 134,68×0,067 = -9,01 kN/cm²
Sendo:
χ(t, t 0 )  -ln (1 - 2,51000 ) = - ln (1-2,5×2,59/100) = 0,067

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Valores de 1000
Cordoalhas Fios
po Barras
RN RB RN RB
0,5 fptk 0 0 0 0 0
0,6 fptk 3,5 1,3 2,5 1,0 1,5
0,7 fptk 7,0 2,5 5,0 2,0 4,0
0,8 fptk 12,0 3,5 8,5 3,0 7,0
RN = Relaxação normal
RB = Relaxação baixa

Po 1.063,47
σ P0   = 134,68 kN/cm²
AP 7,90
σ P0 134,68
 = 0,7089
f ptk 190
Então:
1000  2,59%

  (t, t 0 )   A 
β  1  χ(t, t 0 )  α P ρ P 1   1  e 2P c 
 2  Ic 
β  1 + 0,067 + 6,52×0,00316×(1+2,3/2)×(1+402×2.500/2.083.333) = 1,196

p = Ap / Ac = 7,90 / 2.500 = 0,316%

Δσ p,s  Δσ p,c  Δσ p,r  2,0  12,87  9,01


Δσ p (t, t 0 )    19,96 kN/cm²
β 1,196

ΔPp (t  , t 0 ) = 19,96 × 7,90 = 157,63 kN

P. 157,63
perdas progressivas    13,14%
Pi 1.200
Totalização das perdas:

Perdas imediatas: 11,38 %


Perdas progressivas: 13,14 %
Total: 24,52 %

Observação: a perda calculada ficou menor que a perda estimada (25%). Desta forma, a
força de protensão no tempo infinito será um pouco maior que a força necessária,
satisfazendo os estados limites de serviço (ELS-D e ELS-F).

Então, o valor da força de protensão após as perdas progressivas vale:


P = 1.200 ( 1 – 0,2452) = 905,84 kN
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Carga balanceada:
8 f P 8  0,40  905,84
p bal    11,32 kN/m
L² 16²

6 Verificação de tensões nas seções mais solicitadas


Será realizada uma reavaliação das tensões nas seções críticas, considerando-se agora a
nova força de protensão.

Assim, as tensões produzidas pela protensão são (após as perdas progressivas):

P = 905,84 kN
0,507

P P e p 905,84 905,84  40
 Ps      0,507 kN/cm 2 P (kN/cm2)
Ac Ws 2.500  41.666,67
P P e p 905,84 905,84  40
 Pi       1,232 kN/cm 2
Ac Wi 2.500 41.666,67 -1,232
pbal = 11,32 kN/m

Para a verificação no momento da protensão (estado em vazio), devem-se calcular as


tensões produzidas pela protensão após as perdas imediatas:

Po = 1.063,47 kN
0,596

Po Po e p 1.063,47 1.063,47  40
 Ps      0,596 kN/cm 2 Po (kN/cm2)
Ac Ws 2.500  41.666,67
P Po e p 1.063,47 1.063,47  40
 Pi  o     1,446 kN/cm 2
Ac Wi 2.500 41.666,67
-1,446
pbal = 13,29 kN/m

6.1 Combinação Freqüente

Considera-se:  g   P   1  q :
Na protensão limitada deve-se verificar o ELS-F com combinação freqüente, ou seja:
 g   P   1  q  fct,f (1,5 fctk,inf ou 1,2 fctk,inf para seção T)
fct,f = 1,5 fctk,inf = 1,5×2,03 = 3,04 MPa = 0,304 kN/cm2

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-0,768 0,507 -0,768×0,6 -0,722

+ + = Ok!

0,768 -1,232 0,768×0,6 -0,003

g P q

Verificação da máxima tensão de compressão (ELS-CE):

cc = 0,722 kN/cm2  0,5 fck = 0,5×30 = 15,0 MPa = 1,5 kN/cm2  Ok.

Verificação da máxima tensão de tração:

ct= -0,003 kN/cm2  Não há tração com a CF  Ok.

6.2 Combinação quase-permanente

Considera-se:  g   P   2  q :
Na protensão limitada deve-se verificar o ELS-D com combinação quase-permanente,
ou seja:
 g   P   2  q  0

-0,768 0,507 -0,3072 -0,568

+ + = Ok!

0,768 -1,232 0,3072 -0,157


g  P q

Verificação da máxima tensão de compressão (ELS-CE):

cc = 0,568 kN/cm2  0,5 fck = 0,5×30 = 15,0 MPa = 1,5 kN/cm2  Ok.

Verificação da máxima tensão de tração: não existe tração  Ok.

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7 Estado limite de deformação excessiva (ELS-DEF)

7.1 Flecha imediata


Para avaliação da flecha será considerada a carga distribuída equivalente ao efeito da
protensão (pbal=11,32 kN/m).

Combinação quase-permanente:
pd,sev = g + pbal + 2 q = 10 – 11,32 + 0,4×10 = 2,68 kN/m

Formula da flecha para carga uniformemente distribuída:


4
5 p d , serv L 5 0,0268  1.600 4
 (t  0)    0,41 cm
384 E cs I c 384 26.838,41  2.083.333

7.2 Flecha diferida (flecha considerando a fluência)


 (t  )  [ (t  0) ]. (1  )

Sendo: (t,t0) = 2,3

 (t  )  0,41  (1  )
 (t  )  0,41  3,3
 (t  )  1,35 cm (para baixo)

Flecha admissível: adm = L/250 = 6,4cm  Ok.

8 Verificação no Estado Limite Último

8.1 Estado em Vazio (ELU no ato da protensão)


Devem ser respeitadas as seguintes hipóteses suplementares (item 17.2.4.3 da NBR
6118:2014):

a) considera-se como resistência característica do concreto fckj aquela correspondente à


idade fictícia j (em dias), no ato da protensão, sendo que a resistência de fckj deve ser
claramente especificada no projeto;

b) para esta verificação, admitem-se os seguintes valores para os coeficientes de


ponderação, com as cargas que efetivamente atuarem nesta ocasião:
c = 1,2;
s = 1,15;
p = 1,0 na pré-tração;
p = 1,1 na pós-tração;
f = 1,0 para as ações desfavoráveis;
f = 0,9 para as ações favoráveis.

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Verificação simplificada:

Admite-se que a segurança em relação ao estado limite último no ato de protensão seja
verificada no Estádio I (concreto não fissurado e comportamento elástico linear dos
materiais), desde que as seguintes condições sejam satisfeitas:

a) a tensão máxima de compressão na seção de concreto, obtida através das solicitações


ponderadas de p = 1,1 e f = 1,0 não deve ultrapassar 70% da resistência característica
fckj prevista para a idade de aplicação da protensão;

b) a tensão máxima de tração do concreto não deve ultrapassar 1,2 vezes a resistência à
tração fctm correspondente ao valor fckj especificado;

c) quando nas seções transversais existirem tensões de tração, deve haver armadura de
tração calculada no Estádio II. Para efeitos de cálculo, nessa fase da construção, a força
nesta armadura pode ser considerada igual à resultante das tensões de tração no concreto
no Estádio I. Essa força não deve provocar, na armadura correspondente, acréscimos de
tensão superiores a 150 MPa no caso de fios ou barras lisas e a 250 MPa em barras
nervuradas.

Verificação simplificada para o exercício:

Considera-se: gp1,1Po (situação no instante da protensão: j dias).

Tensões devido ao peso próprio:


gpp = 6,25 kN/m (peso próprio)
Mgp = 200 kN.m = 20.000 kN.cm
M gp
 gp    0,48 kN/cm 2
W

a) Para a seção no centro do vão:


1,1×0,596 -0,480 0,175

+ =

1,1×(-1,446) 0,480 -1,111

Po gp
Verificação da máxima tensão de compressão (Estado limite de compressão excessiva:
ELS-CE):

ccj = 1,111 kN/cm2  0,7 fckj = 0,7×21,32 = 14,92 MPa = 1,5 kN/cm2  Ok.

Verificação da máxima tensão de tração:

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ctj= 0,175 kN/cm2  1,2 fctmj = 1,2×2,31 = 2,77 MPa = 0,277 kN/cm2  Ok.

Como existe tração, deve-se calcular armadura passiva:

Altura da seção tracionada: 13,61 cm (por semelhança de triângulo).

Rst = (0,175/2) kN/cm2  25 cm  13,61 cm = 29,80 kN


1,4R st 1,4  29,80
As    1,67 cm 2 (Armadura negativa → 2  12,5)
25,0 kN/cm² 25,0

8.2 Cálculo da armadura passiva

Valor de cálculo da força de protensão:

P = 905,84 kN
Pd = p P = 0,9×905,84 = 815,25 kN (situação mais desfavorável)

Cálculo do pré-alongamento da armadura:

Tensão no concreto devido à protensão (no nível da armadura):



Pd Po e p - 815,25 (815,25)  40 2
σ cp   y  = -0,952 kN/cm2 (compressão)
Ac I 2.500 2.083.333

Pn = Pd + p2 Ap cp= 815,25 + 7,45×7,90×0,952 = 871,28 kN

Sendo: p2 = Ep / Ecs = 200.000 / 26.838,41 = 7,45 (coeficiente de homogeneização)

Ap = 8  0,987 = 7,90cm²

Tensão na armadura devido ao pré-alongamento:

Pn= Pn / Ap = 871,28 / 7,90 = 110,34 kN/cm2

Pré-alongamento:
pi = Pn / Ep = 110,34 / 20.000 = 5,52‰

- Acréscimo de tensão na armadura ativa não-aderente

Para as armaduras ativas não aderentes, na falta de valores experimentais e de análises


não lineares adequadas, os valores do acréscimo das tensões para estruturas usuais de
edifícios estão apresentados a seguir, devendo ainda ser divididos pelos devidos
coeficientes de ponderação (item 17.2.2 NBR 6118:2014):

- para elementos com relação vão/altura útil igual ou menor que 35:

p = 70 MPa + fck /100p, em MPa, não podendo ultrapassar 420 MPa;

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- para elementos com relação vão/altura útil maior que 35:

p = 70 MPa + fck /300p, em MPa, não podendo ultrapassar 210 MPa;

sendo:
Ap
p 
bc d p
onde:
p e fck são dados em MPa;
p é a taxa geométrica da armadura ativa;
bc é a largura da mesa de compressão;
dp é a altura útil referida à armadura ativa.

Ap = 7,90 cm2/m
dp = 90cm
p = Ap / b dp = 0,351%

Como L/h = 1600/100 = 16 < 35


Então:
f ck
p = 70 MPa +  420 MPa
100  p
30
p = 70 + = 155,47 MPa < 420 MPa
100  0,351 / 100
p = 155,47 MPa = 15,55 kN/cm2

Então, a tensão total na armadura ativa é dada por:


P= Pn + p = 110,34 + 15,55 = 125,89 kN/cm²
Pd= P / s = 125,89 / 1,15 = 109,47 kN/cm2

Resultante de tração da armadura ativa:


Rpt = Pd Ap = 109,47  7,90 = 864,39 kN/m

Momento de cálculo:

No cálculo da capacidade resistente à flexão, a protensão é considerada como um


esforço interno, então:

Md = f Mg + f Mq = 1,4×32.000 + 1,4×32.000 = 89.600 kN.cm

Deve-se adicionar ao momento de cálculo o Momento Hiperestático, com coeficiente p


= 0,9 ou 1,2. Neste caso, como se trata de uma viga isostática: MHIP = 0.

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Equilíbrio de esforços:

0,35% 0,85fcd

x 0,8x
Rc
dp zp
Ap p Rpt

s Rst
As

Desprezando a parcela da armadura passiva, tem-se:

Md = Rc zp = Rc (dp- 0,4x)
sendo:
Rc = 0,85 fcd b 0,8x = 0,68 fcd b x

Então:
Md = 0,68 fcd b x (dp- 0,4x)
Isolando x:
 Md 
x  1,25 d p  1  1  2 
 0,425 f cd bw d d 
 89.600 
x  1,25  90  1  1  
 0,425  ( 3,0 / 1,4 )  25  90 2 
x = 31,83cm
onde:
dp= h - yp = 90cm

A resultante de compressão é dada por:

Rc = 0,68 fcd b x = 0,68×(3,0/1,4)×25×31,83 = 1.159,52 kN

Como Rpt = 864,39 kN < Rc = 1.159,52 kN  é necessária armadura passiva para


promover o equilíbrio da seção.

Caso acontecesse de Rpt > Rc, a seção estaria em equilíbrio. Neste caso, seria necessário
utilizar apenas a armadura passiva mínima.

Cálculo da armadura passiva:


Rst = Rc - Rpt = 1.159,52 – 864,39 = 295,13 kN

As = Rst /fyd = 295,13 / (50/1,15) = 6,78 cm2

A armadura mínima é dada por:

As,min = min b h
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Para C30:
ρ min  0,15%

Então:
As,min = 0,15%×25×100 = 3,75cm2

Então pode-se usar: 416,0mm (8,0 cm2)

Seção no vão
Verificação:

yp,ef = 3  0,5  1,6  2,0  1,27  1,0  9,37 cm →


Ok, é possível usar excentricidade de 10 cm
Primeira camada ficará na cota 9 cm
Segunda camada ficará na cota 11 cm yp,ef

Grau de protensão:
A p f pyk
p 
A s f yk  A p f pyk
7,9  171
p   0,772
8,0  50  7,9  171

8.3 Dimensionamento ao Esforço Cortante


Será empregado o modelo I da NBR 6118:2014.
Esforços característicos:
- momento devido à carga permanente: Mg = 320 kN.m = 32.000 kN.cm
- momento devido à carga acidental: Mq = 320 kN.m = 32.000 kN.cm
- momento isostático devido à protensão: Mp = P ep = 905,84×40,0 = 36.233,6 kN.cm
- devido à carga permanente: Vg = 80 kN.
- devido à carga acidental: Vq = 80 kN.

Esforços de cálculo:

Md = f Mg + f Mq = 1,4×32000 + 1,4×32000 = 89.600 kN.cm*


* sem considerar o esforço de protensão.

Vd = f Vg + f Vq = 1,4×80 + 1,4×80 = 224,00 kN

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a) verificação da compressão diagonal do concreto

Deve ser satisfeita a condição:


Vd,max VRd2,

sendo:
VRd2 = 0,27 v fcd bw d
 f 
e v  1  ck  com fck em MPa.
 250 
VRd2 = 1.145,57 kN.
Como Vd,max VRd2, não há esmagamento do concreto.

b) armadura mínima
A sw,min  ρ sw b w .s w .sen α ,
f ctm
ρ sw  0,2 ,
f ywk
onde:
Asw,min é a área mínima de estribos (cm2/m);
sw = 100cm;
é a inclinação dos estribos em relação ao eixo longitudinal do elemento estrutural;
bw é a largura média da alma;
fctm = 0,3.fck2/3 em MPa (resistência média à tração do concreto);
fywk  500MPa (resistência característica do aço).
Substituindo valores:
f
ρ sw  0,2 ctm = 0,116%
f ywk
Asw,min = 2,9cm2/m.
100 n a s 100  2  0,2
s   13,79cm  5,0mm c/13cm.
A sw 2,9
0,6 d  54cm
Para armadura mínima (Vd,min  0,67 VRd2): s max    Ok.
30 cm
Asw,min,ef = 3,08cm2/m.

c) esforço cortante correspondente à Asw,min,ef

Vc0 = 0,6 fctd bw d = 195,51 kN.


fctd = 0,15 fck2/3 = 1,45 MPa = 0,145 kN/cm2

Na flexo-compressão tem-se:
Vc = Vc0 (1 + Mo/Md,max)  2 Vc0
onde:
Mo é o momento fletor que anula a tensão normal de compressão na borda da seção e
Md,max é o maior momento fletor de cálculo no trecho considerado (sem considerar os
momentos isostáticos de protensão).

Mo = (p P ) Wi / Ac + p Mp = 0,9×905,84×41.666,67 / 2.500 + 0,9×36.233,6


Mo = 46.198 kN.cm
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Md,max = 89.600 kN.cm

(1 + Mo/Md,max) = 1,52 < 2,0


Vc = 195,51 ×1,52 = 296,32 kN

O esforço cortante correspondente à armadura mínima (para o modelo I) é dado por:

Vd = Vc + Vsw

 A sw,min,ef 
Vd,min    0,9 d f yd  Vc
 sw 

Então:
Vd,min = 404,73 kN (Vk,min = 289,09 kN).

Como:
Vd,min = 404,73 kN > 224,00 kN  armadura mínima em toda a viga (5,0mm c/13cm).

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9 Detalhamento
2  12,5

20
20
20
20
10 20

125  5,0 c/ 13cm

4  16,0

Seção no vão Seção no apoio

20
20
20
20
20

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