Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Sabine Messner, por sua vez, em -de Martina Hofer sobre “Ne-
“A linguagem feminina nas mãos de nhuma literatura feminista sem
homens” critica a tradução para o editoras? O papel de editoras de
alemão do romance “Lettera a um língua alemã para a tradução de
bambino mai nato” da jornalista e literatura especificamente femi-
escritora italiana Oriana Fallaci (nota: nista”;
que, aliás, acabou de publicar o li- -de Lissa Gartler sobre
vro “La Forza della Ragione” (“A “Hamidas Geschichte” da autora
Força da Razão”, ainda sem tradu- egípcia Nawal El Saadawi (uma
ção no Brasil) no qual acusa o Islã aplicação das categorias de Venuti)
de ser uma ameaça para o mundo e, finalmente
inteiro!) Messner se concentra na aná- -de Sigrun Buchreiter sobre
lise de uma linguagem masculina, “Šepot šuma” da autora russa
ou seja, politicamente incorreta por Valerija Narbikova e também so-
parte do tradutor alemão. Ela acha bre a respectiva tradução para o
que a abordagem do re-reading pode alemão.
ajudar na identificação das tendênci- Todos os artigos fazem referên-
as machistas da tradução. cias a bibliografias abrangentes, e
Alexandra Mlakar, em “Talking o livro fecha com as biografias das
smart?”, estuda um romance poli- colaboradoras e índices. Tecnica-
cial da autora Sara Paretsky e a res- mente o livro é bem feito, o uso
pectiva tradução para o alemão. De- das fontes de várias línguas (russo,
pois de reflexões mais genéricas so- árabe) é louvável. As posições das
bre o gênero do romance policial e autoras são as posições das auto-
sobre a tradução feminista, Mlakar ras, ou seja, pode-se discordar de
apresenta uma análise de trechos da algumas das argumentações às ve-
tradução e chega à conclusão de que zes radicais, às vezes pouco
a tradução não consegue reproduzir aprofunda- das. Com certeza, a lei-
certas mensagens feministas da au- tura do livro ressalta uma perspec-
tora Sara Paretsky. tiva (ainda) nada comum nos Es-
A última seção do livro repro- tudos da Tradução no Brasil, e que
duz artigos é fundamental para o entendimen-
-de Elisa Giovannini sobre to feminista.
“Italy” de Lady Morgan (=Sydney Werner Heidermann
Owenson); UFSC