Estava lutando contra depressão há um ano e meio e
ninguém percebia. Não queria chamar a atenção, porém, as pessoas cada vez mais me magoavam mais e mais, queria que as pessoas tomassem cuidado na hora de falar algo, por que as palavras possuem efeitos fortes! Não foi só uma pessoa que me deu motivos para cometer suicídio. Todos, ao meu redor, me deram motivos, mas um deles foi tão grande quanto os outros. Assim eu tive cinco motivos para desistir de lutar. E logo abaixo irei contá-los um por um!
Motivo 1: Tinha acabado de sair da faculdade, estava indo
para casa quando duas pessoas, da minha sala vieram em minha direção para falar comigo. Fiquei estatalado porque não tinha contato com eles. Eles me encurralaram na parede, fiquei sem saída! Estava em uma rua sem saída não tinha como pedir socorro! Quando percebi tinha ganhado uma porrada na cabeça e não deu tempo de me defender, pois eu estava sem forças para nada, senti que eles começaram a tirar minha roupa, não pude gritar e nem pedir socorro, pois eles tamparam a minha boca com a mão impedindo que eu falasse qualquer coisa. Quando dei por mim já estava sem as minhas calças! Óbvio que tinha sido estrupado por pessoas que eu nunca tinha feito nada. Fizeram isso comigo por que eu não conversava só ficava na minha! Quando consegui lutar já era tarde demais. Já tinha acontecido, levantei sem reação alguma não conseguia expressar nada além tristeza e repulsa de mim mesmo. Estava com o corpo dolorido por demais, minha boca estava doendo muito, minhas pernas estavam cheias de hematomas, hematomas esses que sempre irei lembrar daquele momento. Não só as marcas externas mas principalmente as internas!
Motivo 2: Sumi por uma semana da faculdade e vi que
ninguém se importava comigo, todos que diziam serem meus amigos não me mandaram nem se quer uma mensagem e não foram nem na minha casa me ver. Sumi por que estava cheio de hematomas. Não passava uma noite vc sequer sem ter pesadelos com aqueles dois que fizeram aquilo comigo! Além disso tudo, só ficava pensando: como iria olhar na cara deles? Qual seria a minha reação? Talvez eu nem tivesse. Não morava com a minha mãe, quando fui na casa dela ela perguntou oque tinha acontecido para estar com aquelas marcas, eu só respondi que tinha entrado em uma briga, por que estavam implicando comigo, ela viu que eu estava mentindo porém ela não disse nada.
Motivo 3: Fui procurar ajuda em um psicólogo, mas não
tive muito sucesso não, comecei a contar sobre oque vinha acontecendo, antes do estrupo. Meu diálogo como ele não foi um dos melhores. Eu contei como eu me sentia, sentia um vazio imenso, não tinha saída e não tinha como me ajudar, me afastei de todos que diziam meus amigos, achei que faria diferença, mais foi notável que não fez diferença alguma. Então pensei o por que de estar vivo quando não tinha ninguém ao meu lado? A resposta não foi muito boa, pelo oque eu sei um psicólogo ajuda a todos, porém o meu foi diferente ele só piorou a situação. Logo após de contar tudo a ele, ele respondeu simples assim: —Faça tudo oque você tem vontade de fazer! Inconformado eu contei o que queria fazer: —Se eu tivesse mais coragem eu me matava. E ele tornou a repetir: —Faça tudo oque você tem vontade de fazer! Sai daquele consultório sem chão! A pessoa que eu procurei um socorro, não me ajudou o que eu iria fazer? Fiquei pensando se faria diferença para alguém, se descobrissem a minha morte, faria alguma diferença ? Será que ficariam tristes? Acho que não. Se um estranho que tinha a obrigação de me ajudar só piorou a situação, você acha mesmo que alguém que se dizia meu amigo iria ajudar ? Não eles não iriam me ajudar e nem se importar! Motivo 4: Voltei à casa da minha mãe e contei que tinha sido estrupado! Minha mãe ficou sem reação e perguntou: — Meu filho por que você não me contou ? Simplesmente disse: — Mãe a senhora e cheia de problemas, eu só não queria piorar as coisas, devia ter deixado isso quieto! Me desculpa. Sai da casa da minha mãe aos prantos e no decorrer do caminho percebi que não adiantava eu fazer mais nada, eu ficava cada vez mais triste com as pessoas que eram próximas a mim, porque eles não queriam entender minha história! Peguei o caminho e voltei para aquela maldição de lugar. Aquela faculdade se tornou meu maior pesadelo, tive que olhar na cara daqueles dois idiotas que fuderam meu psicológico, e toda vez que eu olhava para eles eu ficava com mais raiva e ódio de tudo. Certo dia, tivemos um debate na aula de leis. O professor que fugir da rotina e pediu que eu comandasse o assunto, aproveitei a situação e citei o tema: Estrupo! O que isso causa na vida da pessoa? Como a pessoa deve se sentir após ser estrupado? O professor apoiou q ideia é começamos a discutir sobre! No decorrer do debate eu comecei a chorar, pois achei que estava preparado para ouvir sobre, porém não eu não estava preparado! Acabei deixando a minha tristeza virar raiva. O professor veio com a simples pergunta: —Por que você está chorando ? Nesse momento eu explodi: —Pelo simples fato de dois alunos dessa sala terem me estrupado e estão aqui como se nada tivesse acontecido. Nesse momento tomei a atenção da sala toda. Logo os dois babacas levantaram e começaram a falar: —Ninguém estrupou você não! Você fez sexo com nós dois por que você quis. Isso é tudo calunia como que um estudante de direito está cometendo esse crime? Eu me defendi, porém ninguém acreditou em mim, ninguém queria me ouvir só espalharam para a facilidade inteira que eu era um mentiroso. Sai daquele inferno de lugar, fui para casa, já estava sem chão ,peguei todos os remédios que vi pela minha frente e comecei a tomar um por um! Fui ficando tonto de tanto remédio! Até que eu desmaiei pensando que seria meu fim, porém não foi, minha mãe entrou na hora que eu desmaiei, ela me socorreu! Logo após acordei na sala de um hospital! Me deparei com minha mãe na minha frente olhando para mim, quando fui tentar explicar ela somente perguntou: —O que você tem na cabeça para tomar esse tanto de remédio ? Não tive reação para responder minha mãe! Após umas horas tive alta e fui para casa da minha mãe. Passei uns três dias lá e logo em seguida fui embora.
Motivo 5: Voltei a faculdade para pegar minhas coisas!
Sim, eu estava abandonando a minha faculdade, por que toda vez que eu voltasse lá todos os sentimentos voltariam e eu não queria que isso acontecesse, assim que sai da faculdade, voltei no psicólogo e disse que eu já tinha planos, assim que entrei ele me olhou com um cara de nojo, não tinha entendido o porque que ele fez mais aquilo, logo após contei: —Vou largar a faculdade! E ele só dizendo: —faz o que você quiser! Então surtei e comecei a quebrar a sala dele toda, já que ele não podia me ajudar. Imagina oque esse monstro fez com outros pacientes. Sai do consultório, indo para casa encontrei os que se diziam serem meus amigos, tentei passar despercebido para que eles não me vissem, porém não deu certo, assim que me viram, me chamaram e perguntaram: —Oque rolou que você sumiu ? Não tive coragem de respondê-lo, pois eles tinham meu número e não tinham me procurado, só vieram falar comigo ali por quê? Não fazia mais nenhuma diferença! Chegando na casa da minha mãe, dei um abraço tão forte nela que comecei a chorar, sabia que esse seria nosso último abraço, ela sem entender perguntou: —Meu filho o que está acontecendo? —Estou fazendo isso para pedir desculpas por tudo que fiz e eu também te amo muito muito mãe.
Sai de lá e fui para minha casa. Assim que entrei em casa,
fui para o meu quarto sentei na cama e escrevi a seguinte carta :
Mãe, quando a senhora ler esta carta pode ser tarde
demais, sei que a senhora vai sofrer com esse decisão que estou tomando, porém saiba que foi para o meu próprio bem, eu não aguentava mais viver, me sentia morto do dentro, me sentia sozinho há muito tempo, eu tenho depressão há um ano em meio, só que ninguém procurou me ajudar! Antes de tomar essa decisão eu pensei bastante, mas comecei a não tentar mais. Depois que fui estrupado eu me sentia um lixo, meu psicológico ficou muito abalado. Sumi por uma semana mas ninguém sentiu minha falta. Procurei um psicólogo para me ajudar e ele piorou dizendo para eu fazer tudo que tinha vontade, é assim ele sabia que eu queria cometer suicido e disse para eu seguir adiante! Hoje, antes de ir à casa da senhora, voltei na faculdade para pegar minhas coisas, assim que entrei lá comecei a ouvir piadas de todos os tipos, uma pior que a outra, Mãe eu amo muito a senhora, Só que eu não posso ficar em um lugar onde todos me julgam! Mãe hoje eu digo adeus. Porém tenha consciência que a senhora não tem nada haver com isso. Te amo!
Assinado: Felipe.
Chamei meu vizinho e pedi para ele entregar a carta para
minha mãe. —Entregue essa carta para minha mãe por favor, Vou fazer intercâmbio e não vou ter tempo de ir lá, vou pegar o voo ás 19h30, você pode levar nesse horário para ela ? —levo sim, boa viagem. Entrei em casa e fiquei pensando em como iria fazer aquilo? Foi quando eu vi a faca encima da mesa, tinha usado para cortar carne. Olha que ironia, vou me matar com algo que serve realmente para cortar carne, só que hoje carne humana.
Peguei a faca, comecei a enfiar a faca no meu braço
direito, comecei a sentir uma dor insuportável só que ao mesmo tempo prazerosa, a dor não era a faca, mas sim pois as coisas estavam realmente chegando ao fim e estava vindo tudo a tona na minha mente. Peguei a faca com a outra mão e enfiei no meu braço esquerdo sentido a faca passar camada por camada, perfurar pele por pele e vendo aquele sangue todo escorrendo, foi quando eu realmente me senti mais calmo. Nesses últimos momentos comecei a lembrar de minha mãe e da vida que eu tive com ela, quando me deparei estava chorando muito, não por estar com uma faca dentro do meu braço, só que eu disse um adeus para a pessoa que eu mais amava nesse mundo! A cada lágrima que caia dos olhos era a mesma de sangue que caia no meu chão, aonde estava meu corpo ensanguentado. Tudo ficava mais escuro cada vez mais. Mãe lembre sempre que eu estarei com você!
E essa é a história sobre meu suicido, me matei por conta
de pessoas horríveis, abri mão do meu bem maior, para ter um descanso sem julgamentos e sem brincadeiras.
Me suicidei no dia 12 de março de 2019 as 19h30 da