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ESCOLA SECUNDÁRIA DE LAGOA

A EVOLUÇÃO BIOLÓGICA DOS ELEFANTES

Realizado por:
André Veloso, nº1
Francisco Ferreira, nº5
Mateus Carreiro, nº11

Lagoa, 07 de março de 2023

Índice

1
Introdução -----------------------------------------------------------------------------------------
3

1. Classificação taxonómica da espécie Loxodonta Cyclotis ------------------------


4
2. Descrição da espécie Loxodonta Cyclotis --------------------------------------------
4
3. Relação com o tempo geológico e tempo estimado da origem da espécie
Loxodonta Cyclotis ------------------------------------------------------------------------- 5
4. Árvore filogenética da espécie Loxodonta Cyclotis e as suas transformações
ao longo do tempo --------------------------------------------------------------------------
5

4.1 Eritherium Azzouzorum -----------------------------------------------------------------


5

4.2 Barytherium Grave -----------------------------------------------------------------------


6

4.3 Paleomastodon Beadnelli --------------------------------------------------------------


7

4.3.1 Stegodon Kaisensis e Mammut Americanum --------------------------------


8

4.4 Gomphoterium Angustidens ----------------------------------------------------------


9

4.5 Primelephas Gomphoteroides ----------------------------------------------------- 10

4.5.1 Mammuthus Subplanifrons ---------------------------------------------------- 10

4.6 Elphas Maximus e Loxodonta Africana -------------------------------------------


11

5. Diferenças entre o Loxodonta Africana e Loxodonta Cyclotis -------------------


12

6. Fósseis dos ancestrais da espécie Loxodonta Cyclotis ---------------------------


12

2
Conclusão --------------------------------------------------------------------------------------- 13

Bibliografia -------------------------------------------------------------------------------------- 14

Anexos ------------------------------------------------------------------------------------------- 16

Introdução
Este trabalho foi realizado no âmbito da disciplina de Biologia e Geologia
e tem como objetivo abordar a evolução dos elefantes africanos da floresta
(Loxodonta Cyclotis). Deste modo, pretende-se então com esta abordagem dar
a conhecer de forma específica a sua classificação taxonómica, fazendo uma
breve descrição, enquadrando o seu tempo de origem com o seu tempo
geológico. Igualmente tenciona-se explorar a árvore filogenética da espécie
Loxodonta Cyclotis e as suas transformações, relacionando-a, posteriormente,
com os fósseis dos ancestrais da mesma.

Os elefantes são os maiores mamíferos terrestres e pertencem à família


dos Proboscídeos. Ao longo do tempo foi notável a sua diferenciação enquanto
espécie.

3
1. Classificação taxonómica da espécie Loxodonta Cyclotis

O elefante da floresta enquadra-se no reino Animalia, do filo


Chordate, da classe Mammalia, à super-ordem da Afrotheria e à ordem
Proboscidea, à família Elephantidae, do género Loxodonta e à espécie
Cyclotis.

2. Descrição da espécie Loxodonta Cyclotis


O elefante-africano da floresta (Fig.1) (nome comum da espécie
Loxodonta Cyclotis) é um animal de grandes proporções, podendo medir entre
1,4 e os 3 metros, pesando cerca de 6 toneladas. O seu corpo é revestido por
uma pele grossa, normalmente cinza, coberta por pequenos pelos que
funcionam como um mecanismo de termorregulação para o elefante.

Este mamífero herbívoro apresenta uma grande tromba, constituída pelo


lábio superior e o nariz, que utiliza principalmente para auxílio da sua
alimentação e ingestão de água, e ainda para a manipulação de objetos.

Outra característica desta espécie são as suas fortes presas de marfim,


localizadas de cada lado do maxilar, que têm a função de abrir caminho por
entre a densa vegetação do habitat onde encontram-se presentes.

4
Figura 1. Elefante africano da floresta no seu habitat natural

3. Relação com o tempo geológico e tempo estimado da origem


da espécie Loxodonta Cyclotis
A espécie de elefantes africanos da floresta (L.Cyclotis) surgiu há cerca
de 11700 anos no Fanerozoico, mais especificamente na era Cenozoica e no
período Quaternário, entre o fim do Pleistoceno e do início do Holoceno (Fig.2).

Figura 2. Escala do tempo geológico

5
4. Árvore filogenética da espécie Loxodonta Cyclotis e as suas
transformações ao longo do tempo
4.1. Eritherum Azzouzorum
A linha evolutiva dos elefantes (Ver Anexo I) da espécie Loxodonta
Cyclotis pensa-se iniciar pela espécie, conhecida, mais antiga dos
Proboscídeos, o Eritherum Azzouzorum (Fig.3), porém é improvável que não
tenha existido nenhum outro ancestral antes deste.

O Eritherium era um pequeno mamífero que surgiu durante o Paleoceno,


há cerca de 60 milhões de anos atrás, conforme o fóssil mais antigo
encontrado. Pelo facto deste fóssil ser do crânio e da mandíbula do animal,
pouco podemos afirmar sobre a sua aparência e anatomia. Dos poucos dados
que temos, podemos constatar que ele media cerca de 20 cm e pesava entre
os 3 e os 6 kg.

Figura 3. Representação hipotética da espécie Eritherum Azzouzorum

4.2. Barytherium Grave


Em seguida, acredita-se que a espécie Eritherium evolui para o
Barytherium Grave, no decorrer do Eoceno, há 40 milhões de anos. O primeiro
fóssil do animal foi encontrado no Egito.

Este ancestral do elefante foi o primeiro Proboscídeo a possuir grandes


dimensões, podendo pesar até 3 toneladas e medir 1 metro e meio.

Em semelhança com os elefantes asiáticos, esta espécie possuía um


tronco curto e esguio e já tinha pressas. Contudo, ele possuía 8 presas curtas
em vez de apenas 2.

6
Dentro da comunidade científica existe discordância quanto à questão se
o Barytherium possuía uma tromba ou não, porém as imagens hipotéticas
(Fig.4) do mesmo já apresentam frequentemente uma pequena tromba.

Figura 4. Representação hipotética da espécie Barytherium


Grave

4.3. Palaeomastodon Beadnelli


Devido à mudança radical de um habitat seco/de savana, para um
habitat semiaquático, a espécie de elefantes Barytherium Grave progrediu para
uma espécie posterior, designada por Palaeomastodon Beadnelli (Fig.5).

Em consequência desta mudança, esta espécie de elefantes passou a


possuir somente 4 presas, localizadas na mandíbula superior e inferior. O par
de presas situado na mandíbula inferior, manifestavam uma forma plana que
permitia uma recolha mais eficiente de plantas aquáticas. Já as presas da
mandíbula superior eram mais pontiagudas e serviam como arma de
autodefesa para o animal.

O Palaeomastodon à semelhança com seu ancestral filogenético,


apresentava um tronco reduzido e media cerca de 2 metros e 20.

7
É
Figura 5. Representação hipotética da espécie Palaeomastodon Beadnelli
expectável que este animal tenha vivido durante o Oligoceno, há 34 milhões de
anos, conforme datam os primeiros fósseis encontrados da espécie.

Também é importante referir que esta espécie divergiu em outras


duas não tão relevantes: O Stegodon (Fig.6) e o Mammut (Fig.7).

4.3.1. Stegodon Kaisensis e Mammut Americanum

Os Stegodon’s (Fig.6) eram bons nadadores e foram um dos maiores


proboscídeos conhecidos, podendo medir até 8 metros de comprimento e
pesar cerca de 8 toneladas.

É de realçar o facto de que a comunidade científica anteriormente


acreditava que as espécies atuais de elefantes descendiam diretamente do
Stegodon, porém, atualmente, sabemos que esta espécie não apresenta
descendentes modernos.

8
Figura 6. Representação hipotética da espécie Stegodon
Kaisensis

Já os Mastodontes (nome comum da espécie Mammut Americanum)


pouco diferem em relação ao seu ancestral, mudando apenas o tipo de pelo
que aumentou de tamanho em consequência da mudança para ambientes com
temperaturas inferiores.

Figura 7. Representação hipotética da espécie Mammut Americanum

4.4. Gomphoterium Angustidens


Estima-se que por volta de há 23 milhões de anos atrás, no início do
Mioceno, tenha surgido uma nova espécie: o Gomphotherium Angustidens
(Fig.8).

Esta espécie de Proboscídeos, não apresentava grandes diferenças em


relação ao seu ancestral, Palaeomastodon, mostrando a mesma estatura física
e vivendo num habitat com características idênticas ao do seu antecedente.

O grande diferencial deste animal, em comparação com espécies


anteriores da sua família, foi o surgimento da habilidade de manusear objetos
com a sua tromba. Desta forma, esta tornou-se mais robusta e musculosa.

9
Figura 8. Representação hipotética da espécie Gomphoterium Angustidens

Ainda durante o Mioceno, no intervalo de tempo entre os 20 e os 10


milhões de anos atrás, esta espécie diferenciou-se no Anancus Arvernensis
(Fig.9), que apenas apresentava as suas presas num tamanho superior aos
seus ancestrais (sendo o Proboscídeo existente até à data com as maiores
presas), e no Primelephas Gomphotheroides.

4.5. Primelephas Gomphotheroides


Figura 9. Representação hipotética da espécie Anancus Arvernensis
O Primelephas Gomphotheroides (Fig.10) apresentava 4 presas
(localizadas nos mesmos locais dos seus antepassados), um tronco mais
comprido do que o Gomphoterium e também uma melhor capacidade em moer
grãos e outros vegetais.

Figura 10. Representação hipotética da espécie Primelephas Gomphotheroides

10
Acredita-se que esta espécie tenha sido o “primeiro-elefante” (como
sugere o nome) pois é o ancestral comum das espécies Elfas Maximus e
Loxodonta Africana, espécies que podemos encontrar nos tempos atuais. Além
disso, o Primelephas também originou a espécie já extinta Mammuthus
Subplanifrons, mais conhecida pelo nome comum Mamute.

4.5.1. Mammuthus Subplanifrons

O Mamute mais antigo apareceu há cerca de 5 milhões de anos, no


início da época do Piloceno e extinguiram-se, como já referido, há 3 milhões de
anos. Antes de habitarem locais com climas gelados, o que os fez divergir dos
elefantes atuais, esses mamutes habitavam ambientes tropicais no continente
Africano.

Figura 11. Representação hipotética da espécie Mammuthus Subplanifrons

4.6. Elphas Maximus e Loxodonta Africana

Nos tempos atuais existem apenas duas espécies de elefantes: o


elefante asiático (Elphas Maximus) e o africano (Loxodonta Africana). Ambas
as espécies surgiram no decorrer do Pleistoceno, por volta de há 2.59 milhões
de anos atrás, porém ocuparam diferentes habitat’s.

11
O facto destes animais estarem sujeitos a ambientes e climas diferente
levou a eles manifestarem diferentes características consoante a zona
ocupada. Enquanto o Loxodonta Africana (Fig.12) é um animal de grandes
dimensões, com orelhas grandes e desabadas e com 2 presas localizadas no
maxilar, independentemente do seu sexo, o Elphas Maximus (Fig.13) possui
um tamanho menor, com orelhas mais pequenas e arredondas e apenas,
maioritariamente, dos machos é que possuem presas, normalmente menores.
Outra característica que os diferencia é a forma do corpo. O elefante asiático
possui as costas mais arqueadas, ao mesmo tempo que o elefante africano
possui as costas mais retas.

Figura 12. Elefante africano no seu habitat natural

Figura 12. Elefante asiático fêmea no seu habitat natural

5. Diferenças entre o Loxodonta Africana e o Loxodonta


Cyclotis

12
Apesar de há pouco tempo estes dois animais serem considerados da
mesma espécie, existem diferenças não só em relação ao seu tamanho, mas
também a nível do seu habitat.

Enquanto o elefante da savana (Loxodonta Africana) é considerado o


maior animal terrestre do planeta, com cerca de 4 metros de altura, o elefante
da floresta (Loxodonta Cyclotis) chega apenas aos 2.5 metros de altura.

Esta diferença pode ser explicada com base no ambiente que cada um
habita, já que o elefante da savana vive em locais mais secos e abertos como
as savanas, o que explica o seu grande porte. O elefante da floresta reside em
zonas mais fechadas e cobertas por vegetação, o que justifica um menor
tamanho em comparação com o parente. O tamanho das suas presas também
é justificado pela mesma causa.

6. Fósseis dos ancestrais da espécie Loxodonta Cyclotis

Todos os fósseis dos ancestrais da espécie Loxodonta Cyclotis, que


foram referidos, existem realmente e foram descobertos entre 1828 e 2011 nas
regiões da África, América do Sul e do Norte e na Ásia.

Conclusão

Neste trabalho abordou-se a evolução dos elefantes africanos da floresta


(L.Cyclotis). De forma a entender este processo, foram analisados os
processos e transformações que os seus ancestrais foram sofrendo ao longo
do tempo, divergindo em espécies distintas, até evoluir ao elefante africano
com as características que se conhecem atualmente.

Sendo assim, durante a realização deste trabalho concluiu-se que a


evolução das espécies corresponde a uma série de alterações lentas e
gradativas, que envolvem diversos fatores intra e extrínsecos, como por
exemplo, da própria espécie ou do meio que a rodeia.

É certo que, não é fácil construir uma linha evolutiva sobre um


determinado ser vivo, que vá ao encontro de um método uniforme que envolva
13
todos os aspetos que podem contribuir para a distinção de um ancestral e de
um posterior descente. Existem diferentes perspetivas que não relacionam
todos os ancestrais referidos, pelo que os fósseis das espécies que foram
selecionadas existem, apesar de ser expectável que de espécies hipotéticas
não existam fósseis que comprovem a sua existência.

Em suma trabalhos deste teor, contribuem para o desenvolvimento de


conhecimento científico por parte dos estudantes, e para a sua capacitação em
investigação e organização de conteúdos.

Bibliografia

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15
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World WildLife - African-elephant species: Facts; Why they matter; Threats;


What WWL is doing & How can you help:Last Updated: Unknown. Disponível
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Anexo I – Evolução Biológica dos Elefantes

16

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