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Questões - Introdução à filosofia e ao filosofar

Itens de seleção

1. Qual das seguintes questões corresponde a um problema filosófico?


(A) O quadrado da hipotenusa é igual à soma do quadrado dos catetos?
(B) Como surgiu a vida no planeta Terra?
(C) O que torna uma ação certa ou errada?
(D) O aborto é legal em Portugal?

2. "A existência de Deus é incompatível com a existência de mal no mundo" e "A existência de mal no
mundo é incompatível com a existência de Deus" correspondem a...
(A) duas frases diferentes, mas uma e a mesma proposição.
(B) duas proposições diferentes, mas uma e a mesma frase.
(C) duas frases e duas proposições diferentes.
(D) uma e a mesma frase e uma e a mesma proposição.

3. Qual destas frases corresponde a um problema filosófico?


(A) O que é a justiça?
(B) Os animais sentem dor?
(C) Como surgiu a vida na Terra?
(D) O aborto é legalmente permitido em Portugal?

4. Analisa as definições explícitas que se seguem.


Seleciona, depois, a alternativa que as descreve corretamente.

Algo é um cão se, e só se, é um mamífero carnívoro.


Algo é um quadrado se, e só se, é uma figura geométrica com os lados todos iguais.

(A) 1 e 2 são demasiado restritas.


(B) 1 e 2 são demasiado latas.
(C) 1 é demasiado lata e 2 é demasiado restrita.
(D) 1 é demasiado restrita e 2 é demasiado lata.

5. A negação de "Nem todos os atos são egoístas" é...


(A) Alguns atos são egoístas.
(B) Alguns atos não são egoístas.
(C) Todos os atos são egoístas.
(D) Nenhum ato é egoísta.

© editâvel e fotocopiâvel I Como pensar tudo isto? - Filosofia· 10.º ano 225
Questões - Introdução à filosofia e ao filosofar

6. Um argumento válido com a conclusão verdadeira ...


(A) tem de ser sólido.
(B) tem premissas verdadeiras.
(C) pode não ser sólido.
(D) não pode ser sólido.

7. Se duas proposições são inconsistentes entre si, então...


(A) são ambas verdadeiras.
(B) são ambas falsas.
(C) não podem ser ambas verdadeiras.
(D) não podem ser ambas falsas.

8. Se um argumento é dedutivamente válido, então...


(A) a sua conclusão não pode ser falsa.
(B) a sua conclusão não pode ser falsa, caso as suas premissas sejam verdadeiras.
(C) as suas premissas não podem ser falsas, caso a sua conclusão seja verdadeira.
(D) as suas premissas não podem ser falsas.

9. Um argumento é sólido se, e só se, ...


(A) as suas premissas são verdadeiras.
(B) a sua forma lógica é válida.
(C) a sua forma lógica é válida e a sua conclusão é verdadeira.
(D) a sua forma lógica é válida e as suas premissas são verdadeiras.

10. Compara os dois argumentos que se seguem e depois seleciona a alternativa que os avalia corretamente.

Argumento 1:
(1) Se Deus existe, então não há mal no mundo.
(2) Deus existe.
(3) Logo, não há mal no mundo.
Argumento 2:
(1) Se Deus existe, então não há mal no mundo.
(2) Existe mal no mundo.
(3) Logo, Deus não existe.

(A) São ambos válidos.


(B) São ambos inválidos.
(C) Apenas o Argumento 1 é válido.
(D) Apenas o Argumento 2 é válido.

226 © editável e fotocopiável I Como pensar tudo isto?- Filosofia · 10.• ano
Questões - Introdução à filosofia e ao filosofar

Itens de resposta restrita

1. Lê com atenção o texto que se segue.

"Suponhamos que, a caminho de dar uma aula, me apercebo que uma criança caiu [num lago]
e está em risco de se afogar. Alguém duvida que eu devia entrar no lago e tirar de lá a criança?
Isso implicaria ficar com a roupa cheia de lama e cancelar a aula ou atrasá-la até encontrar um
meio de mudar de roupa; no entanto, em comparação com a morte evitável da criança, isso é
insignificante. Um princípio plausível que apoiaria o juízo de que devo tirar a criança do lago é o
seguinte: se estiver nas nossas mãos evitar que aconteça um grande mal, sem com isso
sacrificarmos nada de importância moral comparável, devemos fazê-lo. O aspeto incontroverso
deste princípio é enganador. Se fosse levado a sério e orientasse as nossas ações, a nossa vida
e o nosso mundo sofreriam uma transformação radical. Porque o princípio aplica-se não apenas
às raras situações em que alguém pode salvar uma criança de morrer afogada num lago, mas
também à situação quotidiana em que podemos ajudar quem vive na pobreza absoluta. Ao
dizer isto, parto do princípio de que a pobreza absoluta, com fome, subnutrição, falta de abrigo,
analfabetismo, doença, mortalidade infantil elevada e curta esperança de vida, é uma coisa má.
E parto do princípio de que está ao alcance dos ricos minorar a pobreza absoluta sem sacrificar
nada de importância moral comparável. Se estes dois pressupostos e o princípio que discutimos
estão corretos, temos a obrigação de ajudar quem vive na pobreza absoluta, obrigação que não
é menor do que a nossa obrigação de salvar uma criança de se afogar num lago. Não ajudar
seria um mal, seja ou não intrinsecamente equivalente a matar. Ajudar não é, como se pensa
habitualmente, um ato de caridade digno de elogio, mas que não é um mal omitir; é algo que
todos deviam fazer."
Peter Singer. (2002). Ética Prática. Lisboa: Gradiva, pp. 251-252 (adaptado)

1.1 Qual é o problema que está a ser discutido neste texto e por que razão é um problema filosófico?

1.2 Em que disciplina da filosofia se enquadra o problema que está a ser discutido neste texto?

1.3 Indica a tese defendida no texto como resposta ao problema filosófico em consideração.

1.4 Qual é o principal argumento apresentado no texto a favor da tese defendida?

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Questões - Lógica formal

Itens de seleção

1. A proposição "Ontem fui à praia e ao cinema" é verdadeira se, e só se, ...


(A) é verdade que "Ontem fui à praia" e é verdade que "Ontem fui ao cinema".
(B) é verdade que "Ontem fui à praia" ou é verdade que "Ontem fui ao cinema".
(C) é verdade que "Ontem fui à praia", embora não seja verdade que "Ontem fui ao cinema".
(D) é verdade que "Se ontem fui à praia, então fui ao cinema".

2. A proposição "Ontem comi carne ou peixe" é falsa se, e só se, ...


(A) é verdade que "Ontem comi carne" e é verdade que "Ontem comi peixe".
(B) é verdade que "Ontem comi carne", embora não seja verdade que "Ontem comi peixe".
(C) não é verdade que "Ontem comi carne", embora seja verdade que "Ontem comi peixe".
(D) não é verdade que "Ontem comi carne" e não é verdade que "Ontem comi peixe".

3. Na fórmula proposicional-, (( P A Q) � ( R AS)), a conectiva com maior âmbito é ...


(A) uma negação.
(B) uma condicional.
(C) uma disjunção.
(D) uma conjunção.

4. Considera as fórmulas lógicas proposicionais que se seguem. Seleciona, depois, a alternativa que as
descreve corretamente.

1. (( p � Q) " ( p"-, Q ))
2. ( -, ( P /\ Q) � ( -, P V -, Q))

(A) 1 e 2 são tautologias.


(B) 1 e 2 são contradições.
(C) 1 é tautológica, mas 2 é contraditória.
(D) 2 é tautológica, mas 1 é contraditória.

5. Considerando que P abrevia "A vida faz sentido", Q abrevia "Há eternidade" e R abrevia "Deus existe",
a frase "A vida não faz sentido nem há eternidade caso Deus não exista" expressa uma proposição
com a seguinte forma lógica:
(A) (( -, P /\ -, Q ) � -, R )
(B) ( -, R � ( -, P /\ -, Q ))
(C) ( -, R � -, ( p /\ Q ))
(D) (( -, P /\ -, Q ) /\ -, R )

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Questões - Lógica formal

6. Se Q é uma proposição falsa, ...


(A) a condicional "(--, a� P )" tem de ser verdadeira.
(B) a condicional "(--, Q � P )" tem de ser falsa.
(C) a condicional "( P � --, Q )" tem de ser falsa.
(D) a condicional "( P � --, Q )" tem de ser verdadeira.

7. Considera as formas argumentativas que se seguem. Seleciona, depois, a alternativa que as descreve
corretamente.

1. ( P �--, Q ), (--, Q �--, R) :. ( P �--, R)


2. ( P V Q),--, Q :. p

(A) 1 e 2 são válidas.


(B) 1 e 2 são inválidas.
(C) 1 é válida e 2 é inválida.
(D) 1 é inválida e 2 é válida.

8. A partir de "Se Deus existe, então não há mal no mundo" e de "Há mal no mundo", por modus tollens,
infere-se que...
(A) não há mal no mundo.
(B) há mal no mundo.
(C) Deus não existe.
(D) Deus existe.

9. Afirmar que "Não é verdade que Deus existe e há mal no mundo" é o mesmo que afirmar que...
(A) Deus não existe ou não há mal no mundo.
(B) Deus existe ou há mal no mundo.
(C) se Deus não existe, então há mal no mundo.
(D) se Deus não existe, então não há mal no mundo.

10. Afirmar que "Não é verdade que a guerra implica matar inocentes ou a guerra é sempre injusta" é o
mesmo que afirmar que...
(A) a guerra não implica matar inocentes ou a guerra não é sempre injusta.
(B) a guerra implica matar inocentes e a guerra não é sempre injusta.
(C) a guerra não implica matar inocentes e a guerra é sempre injusta.
(D) a guerra não implica matar inocentes e a guerra não é sempre injusta.

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Questões - Lógica formal

Itens de resposta restrita

1. Suponhamos que o João assumiu o seguinte compromisso: "Se amanhã estiver a chover, eu trago
guarda-chuva".
Imaginemos agora que no dia seguinte o João não levou guarda-chuva. Será isto suficiente para
concluirmos que o João não cumpriu o seu compromisso? Porquê?

2. Constrói a tabela de verdade para cada uma das seguintes fórmulas e verifica se elas são logicamente
equivalentes.

( PV Q)
(, Q-----t p)
(, P-----t Q)

3. Assumindo que a proposição "Se Deus não existe, a vida não faz sentido" é a única premissa de um
argumento válido, qual poderá ser a conclusão desse argumento? Porquê?

4. Considera o argumento (incompleto) que se segue.


(1) Se mentir é sempre errado, então não podemos mentir para salvar a vida de um amigo.
(2) _______
(3) Logo, mentir não é sempre errado.
Será que se pode completar o argumento mediante a aplicação de uma das formas de inferência
válida estudadas? Porquê?

5. Será que podemos concluir que "Os nossos sentidos não são enganadores" a partir das premissas "Se
os nossos sentidos não são enganadores, então temos conhecimento" e "Temos conhecimento"?
Porquê?

© editâvel e fotocopiâvel I Como pensar tudo isto? - Filosofia· 10.° ano 231
Questões - Lógica formal

Itens de resposta restrita

1. Lê o seguinte diálogo filosófico (inspirado no livro Eutifron, de Platão).

SÓCRATES - Quando dizes que é um bem acusar o teu próprio pai por causa de ele cometer
homicídio, o que queres dizer por bem? Afinal, o que é o bem?

EUTÍFRON: - Pretendo apenas sustentar que o bem depende da vontade dos deuses.

SÓCRATES - Discordo da tua tese. Questionemos, então, o que dizes: será que o bem é desejado
pelos deuses porque é objetivamente bem ou, pelo contrário, só se torna bem
porque é desejado pelos deuses?

EUTÍFRON: - Podes explicitar melhor por que razão negas a minha tese?

SÓCRATES - Repara no seguinte, se o bem depende da vontade dos deuses, então alguma coisa
é boa pelo motivo de os deuses a desejarem e o bem é algo arbitrário. Todavia, não
é verdade que alguma coisa seja boa pelo motivo de os deuses a desejarem e que
o bem seja algo arbitrário.

EUTÍFRON: - Dizes bem. Daí se segue a tua tese. Mas preciso de analisar melhor se esse é
realmente um bom argumento.

Será o argumento de Sócrates válido? Justifica devidamente a tua resposta, realizando as seguintes
tarefas:
- apresenta o argumento na representação canónica;
- formaliza o argumento (não te esqueças de apresentar o dicionário);
- testa a validade do argumento através de um inspetor de circunstâncias.

232 © editável e fotocopiável I Como pensar tudo isto?- Filosofia · 10.• ano

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