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A partir de 2003, com as mudanças na cena política e a intensificação
2003-2015: RETOMADA
DA HETERODOXIA
de disputas entre distintas estratégias de desenvolvimento, houve uma
reacomodação no bloco no poder;
Exemplos de políticas heterodoxas adotadas neste
contexto
- Políticas nacionais horizontais e setoriais consideram a dimensão regional ou têm rebatimento regional positivo no
combate a desigualdade ( Min. do desenvolvimento agrário, MIN. Da Educação, Min. Indústria e comércio/BNDES/Min.
Ciência, Tecnologia&Informação (APLs), Banco do Brasil…)
- Ampliação do crédito e do poder de compra via valorização do salário mínimo real;
- Bolsa Família,
- Minha Casa minha Vida,
- Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) (obras de infraestrutura)
- Ampliação da Rede Pública Federal de Ensino
- Aumento do fomento a investimentos produtivos.
Relação entre as operações do Sistema BNDES e os desembolsos por tamanho das empresas (1995 - 2014)
Exemplos de políticas "implícitas"

Bolsa família -
capilaridade no
território
Exemplos de
políticas ditas
"implícitas"
Exemplos de
políticas ditas
"implícitas"
Exemplos de
políticas ditas
"implícitas"
Exemplos de políticas ditas "implícitas"
Quantidade de unidades e de municípios atendidos pela Rede Federal de Educação Profissional,
Científica e Tecnológica: criação e expansão.

Adaptado de: BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica. Educação profissional e tecnológica:
série histórica e avanços institucionais 2003-2016. Brasília, DF: MEC, SETEC, 2016.
de desenvolvimento nacional:
Retomada da Política Regional

PNDR (2007
“As macrorregiões mais escondem do que revelam”;
Valorização das diversidades econômicas, sociais, culturais e ambientais;
Dois objetivos principais: i) reduzir as desigualdades regionais; e ii) ativar as
potencialidades de desenvolvimento das regiões brasileiras, atuando nos
territórios que interessam menos aos agentes do mercado, valorizando as
diversidades locais. Ou seja, objetiva-se reverter a trajetória das desigualdades
regionais e explorar os potenciais endógenos da diversa base regional brasileira.
O arranjo de articulação institucional, criado em 2003 para a implementação da
PNDR, propôs três escalas de coordenação, em nível federal, macrorregional e
sub-regional.
A PNDR trouxe uma abordagem multiescalar, além da divisão de papeis
institucionais - na qual a escala nacional fica responsável pela regulação geral
das desigualdades e orientação dos grandes investimentos; a escala
macrorregional se ocupa da articulação das ações e elaboração de planos
estratégicos de desenvolvimento; a escala sub-regional se encarrega da
organização e articulação das iniciativas em mesorregiões diferenciadas e,
mesmo a escala intra-urbana, tem a competência de organizar e articular ações
nas Regiões Metropolitanas e nas cidades (campo de responsabilidade direta do
Ministério das Cidades). Ou seja, como aponta Araújo, (2013), esta política
representou avanços, reconhecendo que a desigualdade regional no Brasil
precisa ser tratada em múltiplas escalas, e não somente na escala
macrorregional (o que resulta na priorização do Nordeste e Norte do Brasil).
A formulação das

Regional: PNDR (2007


Retomada da Política regiões prioritárias foi
obtida pelo cruzamento
de duas variáveis:
rendimento domiciliar
médio e crescimento do
produto interno bruto
(PIB) per capita. O
cruzamento das duas
variáveis resultou em
quatro grupos definidos
de regiões (microrregiões
de alta renda, dinâmicas,
estagnadas e de baixa
renda). Com exceção

um
das microrregiões de
alta renda, as demais

d o só
seriam espaços

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prioritários para a ação

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da PNDR.
Retorno do médio e

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longo prazo. O objetvo
é soldar, e não pa
O
fragmentar o território
Retomada da Política
Regional: PNDR (2007
- Escala macrorregional:
áreas de atuação da Sudene,
da Sudam e da Sudeco, com
exceção dos espaços de alta
renda;
- Escala intermediária:
semiárido, Faixa de Fronteira
e regiões integradas de
desenvolvimento (Rides); e
- Escala sub-regional:
mesorregiões diferenciadas,
territórios rurais e territórios
da cidadania.
Além disso, tanto na escala
macrorregional como na
escala intermediária, seriam
definidas sub-regiões de
planejamento para as
regiões-programa, como
aquelas do semiárido (Silva,
2012)
Exemplos de políticas ditas "implícitas"
Exemplos de políticas ditas "implícitas"
PRIVATIZAÇÕES, CONCESSÕES E PPPs
- 1940, foram implantados 14 salários mínimos, diferentes para cada região do país.
Durante o governo de Getúlio Vargas, o piso salarial valia R$ 1.202,29 em valores corrigidos pela inflação, conforme estudo do Dieese que leva em
conta atualização com base no Índice do Custo de Vida (ICV) para a capital paulista.
- 1959, governo de Juscelino Kubitschek, o mínimo chegou a R$ 1.732,28 em valores de 2011.
Entre as décadas de 60 e 80, o salário mínimo se manteve estável, em patamares que variam entre R$ 600 e R$ 700 em valores corrigidos.
- 1984, o mínimo foi unificado no país.
- Anos 80 e 90, o piso salarial
apresentou uma expressiva
desvalorização: em janeiro de 1996, era
equivalente a R$ 266,17 em cifras
corrigidas. A partir de 2001, o mínimo
voltou a se valorizar.

"O salário mínimo de Getúlio


contemplava valores, uma cesta de
produtos e serviços, que daria para o
trabalhador viver dignamente. E com
essa inflação toda, em 70 anos, o salário
mínimo virou apenas uma referência. O
mínimo foi sendo degradado.” (professor
Evaldo Alves, da Escola de
Administração de Empresas da
Fundação Getúlio Vargas (EAESP-FGV))

O Dieese estima que o salário mínimo


necessário no Brasil para atender as
necessidades do cidadão, em
dezembro de 2010, seria de R$
2.227,53.
E o reajuste pela inflação?
2016 - 2022: RETOMADA ORTODOXA
- NEOLIBERALIZAÇÃO EXACERBADA
NA COJUNTURA RECENTE
Como apontam Dardot e Laval (2019): o “novo” neoliberalismo já não precisa
de sua imagem liberal ou democrática. No passado, em algumas ocasiões de
interesse de projetos que disputavam “corações e mentes”, o neoliberalismo se
associou com a abertura, com as liberdades individuais, com o Estado de
direito, com o progresso. Atualmente, o neoliberalismo se impõe de uma forma
política que combina autoritarismo antidemocrático, nacionalismos
econômicos e racionalidade capitalista ampliada. Ao criar estratégias para
converter a sociedade em uma ordem da concorrência seres econômicos ou
capitais humanos em disputa uns contra outros, as bases da vida social e
política foram sendo minadas. Com isso emergem discursos de meritocracia
individualista, de protagonismos individuais, de self empreendedorismo entre
outros, que comprometem um claro entendimento a respeito da importância
de políticas públicas que atuem com equidade na promoção por uma
sociedade mais justa e menos desigual.
O BNDES dentro de una agenda de desmantelamento estatal: a neoliberalización exacerbada na cojuntura
reciente (2016-2019).

Gráfico - Empréstimos Anuais realizados pelo BNDES (en R$ mil millones de 2019* y en % do PBI), 1996-2019
Gráfico - Empréstimos Anuais realizados pelo BNDES (em R$ mil millones precios
corrientes), 2014-2019
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