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Corrente Parasita (CP)

PRINCÍPIO

O Ensaio por Correntes Parasitas baseia-se fundamentalmente na Lei de Indução de Faraday,


onde o campo magnético, gerado por uma bobina quando alimentada por uma corrente elétrica
alternada, induz, na peça a ser ensaiada, correntes elétricas, também denominadas correntes
parasitas. Estas correntes elétricas, por sua vez, afetam a impedância da bobina que as gerou.
Assim, quaisquer variações no fluxo das correntes parasitas geradas na peça ensaiada
implicarão em variações da impedância da bobina. Este fato leva a uma das maiores
aplicações deste método de ensaio que é o de detectar a presença de possíveis
descontinuidades existentes nessa peça, que venham a interferir no fluxo das correntes
parasitas, através das variações ocorridas na impedância da bobina de ensaio. Através de
tratamento eletrônico específico, os sinais gerados das variações da impedância, permitem ao
inspetor não só detectar a presença de descontinuidades, mas também fazer avaliações de
suas profundidades, classificando-as como internas ou externas à superfície em que se
encontra a sonda de ensaio. Analisando as amplitudes dos sinais gerados, é possível ter
estimativas do tamanho das descontinuidades detectadas.

APLICAÇÕES

O método de ensaio por correntes parasitas é extremamente versátil visto que pode ser
utilizado para todas as aplicações onde possa ser correlacionado com as variações
geométricas, elétricas ou magnéticas. Fazendo-se a devida adaptação a cada necessidade ,
sobretudo quanto ao tipo e tamanho de sonda.

• Este método de ensaio só pode se aplicado a matérias eletricamente condutores, que


podem ser ferromagnéticos e não ferromagnéticos ;

• Os mais diversos produtos siderúrgicos, nas formas de tubos , barras, chapas, arames,
etc. podem ser inspecionados por esta técnica de ensaio, bem como produtos de
autopeças , tais como parafusos, eixos , comandos, barra de direção, discos, panelas
de freio, etc., componentes de aeronaves, entre outros.

• Os mais diversos produtos siderúrgicos, nas formas de tubos , barras, chapas, arames,
etc. podem ser inspecionados por esta técnica de ensaio, bem como produtos de
autopeças , tais como parafusos, eixos , comandos, barra de direção, discos, panelas
de freio, etc., componentes de aeronaves, entre outros.

• O método de Correntes Parasitas pode ser utilizado para detectar pontos de corrosão,
os mais diversos tipos de trincas, como trinca de fadiga, trincas térmicas, perdas de
material por erosão, localizada ou generalizadas, perda de material por corrosão ,
localizada tais como “pittings” e alvéolos , ou generalizadas. É muito utilizado para
detectar trincas de fadigas e corrosão em componentes e estruturas aeronáuticas, e
em tubos instalados em trocadores de calor e caldeiras, permitindo fazer o controle de
espessura de tubos instalados em equipamentos de troca térmica.

• Além disso, permite diferenciar / separar metálicas seriadas quanto á composição


química (liga), dureza, microestrutura, condição de tratamento térmico, etc.; medir
condutividade elétrica em materiais não ferromagnéticos; medir espessuras de
camadas não condutoras sobre metais condutores ferromagnéticos e não
ferromagnéticos, como nas medições de espessuras de camadas de tintas; medir
espessuras de camadas de material metálico não ferromagnético sobre bases
ferromagnéticas, em situações típicas de medição de espessura de camada de
material austenítico depositada sobre material férrico
TÉCNICAS DE ENSAIO

As técnicas em que se desdobra este método de ensaio, dependem do material a ser


ensaiado, se o ensaio a ser efetuado é manual ou automaticamente e, sobretudo, do tipo e da
localização das descontinuidades que se deseja detectar.

Desta maneira, temos as seguintes técnicas de ensaio:

• Técnica de Magnetização DC, para inspeção principalmente de tubos, barras ou


arames de material ferromagnético;

• Técnica de Campo Remoto, para inspeção de tubos, barras ou arames de material


ferromagnético e não ferromagnéticos;

• Técnica de Multifreqüência com Mistura de Sinais, destinada a detectar e avaliar


descontinuidades localizadas próximas ou sob placas suportes ou chicanas;

• Inspeção por controle remoto, em geradores de vapor de centrais nucleares;

• Inspeção com a utilização de sondas rotativas e/ou do tipo “pancake” para detectar e
avaliar descontinuidades em tubos, soldados em espelhos de caldeiras e trocadores de
calor.

• Inspeção com a utilização de sonda rotativa para detectar descontinuidades em furos


sede de arrebites e parafusos, na área aeronáutica.

Vantagem

• Aplica-se, sobretudo, a metais não ferromagnéticos mas também a metais


ferromagnéticos;
• Não há a necessidade de contato físico entre a sonda, bobina ou conjunto de bobinas e
a superfície da peça a ensaiar, embora a distância entre elas deva ser menor possível;

• Não há necessidade de material de consumo;

• Não exige uma preparação superficial rigorosa das peças a serem ensaiadas, embora
rugosidade excessiva possa trazer problemas;
• O método possibilita elevado grau de automatização e, em alguns casos , elevadas
velocidades de inspeções possam ser conseguidas;

• Em muitas aplicações o ensaio pode se adaptar à condição passa/não passa.

Não gera qualquer resíduo ao final da inspeção, o que significa;

• Redução de tempo de parada; (por conta de limpeza).


• Não agride o meio ambiente.

O Registro completo da inspeção traz benefícios como:

• Dados em formato digital;


• Auditáveis
• Rastreáveis
• Suporte a encoder (mede distância e dimensiona a extensão da
descontinuidade com maior precisão)
• Inspeção na Fabricação (Relatório de Integridade)

Finalmente, uma maior Probabilidade de Detecção (PoD), permitindo identificação de defeitos


acima de 0,76 mm;
Limitação

• A profundidade de penetração do ensaio muitas vezes é bastante limitada,


apresentando forte dependência com frequência de ensaio e com características
elétrica e magnética do material a ser ensaiado;

• A existência de mais de uma variável pode afetar os resultados do ensaio, porém


,como a utilização de sondas adequadas, é possível contornar o problema e obter bons
resultados;

• Em aplicações que dependem de detectar descontinuidades em materiais


ferromagnéticos, é necessário aplicar uma forte magnetização ao material e, se
necessário , desmagnetizá-lo;

• Muitas vezes, com a utilização de sondas adequadas, a sensibilidade do ensaio para


detectar descontinuidades superficiais podem ser muito próxima à obtida com outros
métodos de ensaios superficiais , como Partículas Magnéticas e Líquidos Penetrantes ,
e com a vantagem da avaliação da profundidade da descontinuidade detectada.

Quem é o Operador / Inspetor de Correntes Parasitas?

Profissional com conhecimentos teóricos e práticos para identificar trincas, separar peças, etc.
Com a utilização de instrumentos manuais ou sistemas automáticos.

Pré-Requisitos:

É recomendável que o participante tenha alguma experiência na técnica de correntes parasitas


e formação no ensino médio, porém a comprovação da escolaridade não é um pré-requisito para
o candidato participar do curso.

Áreas de atuação profissional:

O profissional poderá atuar em diversas áreas, dentre elas: setor petrolífero e petroquímico,
papel e celulose, caldeiraria, metalúrgico, eletromecânico, naval, automotivo, fundição, forjaria,
siderúrgica, etc.
Sistema de qualificação:

O aluno poderá solicitar a qualificação no SNQC/END – Sistema Nacional de Qualificação e


Certificação informe-se pelo site www.abendi.org.br

Observações:
1. O candidato a nível 1 deve ter concluído o ensino médio
2. O candidato a nível 2 deve ter curso técnico de ensino médio, conforme relação de
títulos profissionais aprovado pela ABENDI
3. Candidatos certificados como nível 1 podem solicitar exame para nível 2 após
cumprir o tempo de experiência com certificação válida mesmo sem possuir o curso
técnico. Para acesso direto ao nível 2, este deve possuir o curso técnico.
4. Conheça mais sobre a certificação, acessando a Norma ABENDI nº 1 -
Qualificação e Certificação de Pessoal em Ensaios Não Destrutivos

Nota: Face de utilização das correntes parasitas na área de inspeção para as mais diversas
aplicações (detecção de trincas (manual), detecção de trincas (automatizada), separação de
peças quanto à dureza e tratamento térmico, inspeção de tubos em trocadores de calor, etc.)

Carga horária:
Nível1–Operador–(40horas)
Nível 2 – Inspetor – (104 horas)

Sobre a normalização
Escopo: Normalização no campo de métodos de Correntes Parasitas para Ensaios Não
Destrutivos no que concerne à terminologia, métodos de ensaio, requisitos de desempenho de
equipamentos de ensaio e acessórios.

NORMAS PUBLICADAS

ABNT NBR 8860:2008, Ensaios não destrutivos - Correntes parasitas - Procedimento para
inspeção de tubos de aço utilizando saturação magnética
Descreve o procedimento para inspeção utilizando o método de correntes parasitas para detecção de
descontinuidades em tubos de materiais ferromagnéticos.

ABNT NBR 8861:2009, Ensaios não-destrutivos - Correntes parasitas - Detecção de


descontinuidades por correntes parasitas (eddy-current) de tubos de aço inoxidável
austenítico e ligas similares
Esta Norma Prescreve o método para detecção de descontinuidades do tipo corrosão por pite, vazios,
inclusões, trincas ou variações dimensionais bruscas em tubos com e sem costura, de aços inoxidáveis
austeníticos ao cromo-níquel, considerados não-magnéticos (ver Anexo A) e de ligas similares, tais como
as ligas à base de níquel.

ABNT NBR 15193,:2009 Ensaios não destrutivos – Correntes parasitas em tubos não
ferromagnéticos instalados em trocadores de calor
Esta Norma estabelece os requisitos mínimos para a execução do método de ensaio por correntes
parasitas e os requisitos de equipamentos, quando aplicáveis aos tubos não ferromagnéticos instalados
em trocadores de calor.

ABNT NBR 15246:2012, Ensaios não destrutivos – Ensaio por campo remoto em tubos
ferromagnéticos instalados em trocadores de calor
Esta Norma estabelece os requisitos mínimos a serem seguidos durante o ensaio por campo remoto em
tubos ferromagnéticos instalados em trocadores de calor empregados em instalações industriais. Esta
Norma destina-se ao uso em tubos ferromagnéticos com diâmetro externo de 12 mm a 51 mm, com
espessura de parede entre 0,7 mm e 3,4 mm. Esta Norma não estabelece critério de aceitação para os
tubos e os critérios devem ser especificados pelos usuários. Na utilização desta Norma devem ser seguidos
todos os procedimentos de segurança inerentes à unidade industrial a que está sendo utilizada.

ABNT NBR 15248:2012, Ensaios não destrutivos – Inspeção por ACFM – Procedimento
Esta Norma estabelece os requisitos mínimos para detecção, localização e dimensionamento de trincas
superficiais em materiais eletricamente condutores na inspeção por meio de ACFM – “Alternating Current
Field Measurement”.

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