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com

STODOSPSEMPRE NOEVOLUÇÃO DE
CHIROPRÁTICAMANIPULAÇÃO
Joseph C. Keating, Jr., PhDa

ABSTRATO

Os métodos manuais de cura dos quiropráticos têm origens diversas. Ao contrário das tradições mais antigas dos modeladores de
ossos, os quiropráticos aplicam suas técnicas a problemas de saúde que vão além do sistema músculo-esquelético. As ideias dos
Palmers foram seminais, mas a inovação tem sido uma característica proeminente na evolução da técnica, e o empréstimo de métodos
entre técnicas de “marca” tem sido comum. As estratégias manipulativas também foram influenciadas por vários instrumentos para
diagnosticar (ou seja, detectar) supostas subluxações. Influências que vão além da profissão (por exemplo, da osteopatia) também são
aparentes; os quiropráticos não se limitaram aos procedimentos adaptativos de alta velocidade que marcaram o início da profissão. A
técnica tem sido fonte de controvérsia dentro da profissão, mas pouco tem sido feito para determinar os méritos relativos de vários
procedimentos manuais de avaliação e intervenção. A natureza proprietária de muitos métodos quiropráticos promoveu tanto a
inovação quanto o sigilo. Será necessária uma extensa pesquisa para separar o joio do trigo. (J Manipulative Physiol Ther
2003;26:300-321)
Principais termos de indexação:Quiropraxia; História

EUINTRODUÇÃO

M
Antes da Quiropraxia

a manipulação é um antigo método de cura conhecido pelo cirurgião britânico Sir James Paget por prestar mais atenção a
1-e
muitas culturas ao redor do mundo 5.No entanto, para o valor da configuração óssea um 9UR no entanto, distinção de classe
foi somente durante o século passado que quaisquer extensões dentro da cultura inglesa encorajaram uma visão depreciativa do
corpo da literatura acadêmica relacionada aos vários manuas. de muitos métodos “práticos” que exigiam que os curadores realmente
terapias para o tratamento de doenças humanas passaram a existir. tocar seus pacientes. A manipulação e a cirurgia foram E somente
nas últimas 2 décadas a manipulação voltou a ser rejeitada, especialmente o movimento do pé1R0sim,.11Além disso, o mínimo de
respeito sustentado como uma parte valiosa da heparle - valência da tuberculose, com os riscos de lesão associados
armamentário de er. da manipulação de lesões ósseas frágeis, maiores dis-
Wharton Hood, MD, MRCS (Membro do Royal Col-encorajou o uso de terapias manuais para pacientes com
lege of Surgeons), um médico britânico do século 19, tem distúrbios da coluna vertebral e outros distúrbios músculo-
eo”od
esqueléticos. foi chamado de “pai rejeitado dos médicos manuais 6NH Paget “observou a contragosto 'que os casos que
foi excepcional entre os médicos de sua época pelo tempo de cura, embora mais por sorte do que por inteligência, não se dedicasse ao
estudo dos procedimentos usados pelos profissionais leigos.12Seus colegas aparentemente acharam conveniente ignorar
tioners, isto é, os criadores de ossos da Grã-Bretanha. Em seus papeorrs denigre não apenas o montador de ossos, mas também seu
“sem sangue no volume de 1871 deA Lanceta,7,8ele relatou aquela cirurgia” procedimento1é3. Quando Herbert Atkinson Barker (Fig.
a manipulação foi eficaz para o alívio de muitos músculos1-) adotou os métodos do montador de ossos que aprendera com problemas
esqueléticos. O trabalho de Hood seguido por 4 anos como carlelativo, sua próspera prática londrina da virada do século
tornou-se o foco de repetidas arengas publicadas no Jornal Médico
Britânico.13-15Embora tenha enfurecido a comunidade médica, Barker
Homewood Professor, Canadian Memorial Chiropractic Com lege, acabou sendo nomeado cavaleiro ao homenagear George V pelos
a

Secretário e Membro, Conselho de Administração, National InstituK of

cuidados gratuitos que prestou ao Exército Real.
Chiropractic Research, Phoenix, Arizona.
A preparação deste artigo foi apoiada pelo Instituto Nacional de Roefjects e veteranos da Primeira Guerra Mundial. No entanto, sua pesquisa
autobi-Quiroprática. O autor é o único responsável pela iotsgrafia e fornece poucos detalhes de suas técnicas. Um conteúdo semelhante.
o destino se abateu sobre os montadores de ossos americanos, que, apesar de terem
Envie solicitações de reimpressões para: Joseph C. Keating, Jr., 6135 e feito Na. contribuições valiosas e valiosas para o campo da ortopedia3eu,1é6,
Central Avenue, Phoenix, AZ 85012 (e-majceuk:comendo@aol.com).
mais tarde passou a ser tido em baixa conta pelo estabelecimento
Artigo submetido em 11 de dezembro de 2001.
Copyright © 2003 da Universidade Nacional de Ciências da Saúde.
médico. Apenas um comentário positivo ocasional sobre terapias
0161-4754/2003/$30,0- 0 0 mecânicas pode ser encontrado na literatura do início do século
17n.
doi:10.1016/S0161-4754(02)54125-7 20 da American Medical Association.

300
Jornal de Terapêutica Manipulativa e Fisiológica
Volume 26, Número 5
Figura 1.Sir Herbert Atkinson Barker.
Conseqüentemente, foi deixado por padrão aos pioneiros
americanos da osteopatia e da quiropraxia da virada do século a
criação das primeiras literaturas extensas que tratam de métodos
manipulativos de cura. Os primeiros praticantes destas duas
profissões inovaram nos procedimentos manuais e vincularam estes
métodos aos conceitos vasculares e neurológicos da época.18
Quando Andrew Taylor Still desfraldou sua “bandeira da osteopatia”
em 1874, ele iniciou uma corrente de raciocínio cujas origens
estavam em noções antigas sobre o fluxo de sangue e suas
impurezas, bem como nos conceitos emergentes mais
recentemente de “irritação espinhal”.19e “subluxação”.20
Ao contrário dos modeladores de ossos, Still percebia um componente mecânico em
todas as doenças, não apenas nas condições músculo-esqueléticas.
Ainda provavelmente adquiriu seu conhecimento de
manipulação de fontes indígenas: montadores de ossos
itinerantes e nativos americanos.21Os seguidores de Still
popularizaram métodos manuais,22embora o pai da osteopatia
não tenha conseguido a “reforma” na medicina que esperava.
21,23E se o canadense Daniel David (“DD”) Palmer, o pai da
quiropraxia, chegou relativamente atrasado a esse fluxo de
pensamento, seus descendentes profissionais podem ter algum
orgulho na originalidade dos métodos manuais que Palmer
deixou para trás, e a influência que exerceram sobre as técnicas
modernas de manipulação.24,25
DISCUSSÃO
Influência inicial dos Palmers
A história seminal da quiropraxia, envolvendo a adaptação de
Harvey Lillard por DD Palmer,26,27é bem conhecido por
Keating 301
Evolução da Manipulação
quiropráticos. O pai da quiropraxia supostamente administrou
uma estocada na quarta vértebra dorsal do paciente como
forma de restaurar sua audição.28Seu filho, BJ, insistiu mais
tarde que esse primeiro ajuste quiroprático havia sido realizado
na segunda vértebra cervical de Lillard.29De qualquer forma, as
fontes da habilidade de manipulação de DD Palmer não são
claras. Ele reconheceu ter estudado osteopatia: “Tive aulas e
estudei Ciência Cristã, Cura pela Fé, Cura Mental, Metafísica,
Magnética e Osteopatia, por isso conheço cada uma e conheço
suas diferenças. Qualquer um deles é melhor do que drogar.
Uma pessoa que não os estudou não é capaz de julgar os seus
efeitos curativos.”30
Palmer estava convencido de que seus procedimentos para
manipular a coluna vertebral haviam se originado com ele. Ele
reconheceu que outros, incluindo os gregos antigos, haviam feito
“ajustes” nos segmentos da coluna vertebral antes dele, mas
acreditava que o ajuste de Harvey Lillard foi “a primeira vez que o
processo espinhoso foi usado como uma alavanca”.28Tal como Still,
o pai da Quiropraxia acreditava que a utilidade dos seus métodos
manuais ia muito além dos problemas músculo-esqueléticos:
Não sou a primeira pessoa a substituir vértebras subluxadas, pois
esta arte é praticada há milhares de anos. Eu afirmo, no entanto,
ser o primeiro a substituir vértebras deslocadas usando os
processos espinhosos e transversos como alavancas com as quais
colocar as vértebras subluxadas na posição normal e, a partir deste
fato básico, criar uma ciência que está destinada a revolucionar a
teoria e prática da arte de curar.28
Quer isso seja preciso ou não, certamente parece que Palmer
(Fig. 2) foi o primeiro a ensinar amplamente a forma de
manipulação de impulso específica do segmento que antes
distinguia muitos métodos quiropráticos de outras formas de
manipulação da coluna vertebral.
Nos primeiros anos de sua prática quiroprática, o desejo de
Palmer de manter uma vantagem competitiva para seus métodos
produziu um certo sigilo. BJ Palmer lembrou anos mais tarde que
seu pai havia quebrado um espelho em sua sala de tratamento no
edifício Ryan Block, em Davenport, quando notou um paciente
observando sua técnica na imagem refletida.26
No depoimento durante o inquérito do legista sobre a morte de
uma paciente jovem e tuberculosa sob seus cuidados, o fundador da
quiropraxia recusou-se a revelar os detalhes de seu método. Ele
observou que seus alunos lhe pagaram US$ 500 por esse
conhecimento, e ele não estava preparado para revelar seus
conceitos como uma testemunha que pagava 60 centavos por dia.31
Nos anos posteriores, o “Velho Pai Chiro” reverteu sua política
anterior e tentou disseminar amplamente seu conhecimento. Na
verdade, ele concedeu aos seus formandos um diploma que os
declarava competentes para “ensinar e praticar”.25Durante os 17
anos de sua odisséia quiroprática, ele manteve interesse em teorias
e técnicas alternativas.28,32mas nunca vacilou em suas convicções a
respeito da superioridade de seus métodos quiropráticos.
Nunca houve qualquer relutância por parte de BJ Palmer em
espalhar o evangelho da quiropraxia. “Venderei a quiropraxia,
servirei a quiropraxia e salvarei a quiropraxia mesmo que leve vinte
vidas para fazê-lo”, proclamou ele. Não menos apropriado
302 Keating
Evolução da Manipulação
Figura 2.DD Palmer, por volta de 1906.
Etário em sua atitude em relação às técnicas de Quiropraxia, BJ
foi brilhantemente imaginativo em suas estratégias para
ensinar o mundo sobre a Quiropraxia. Além de uma expansão
fenomenal no corpo discente da Palmer School of Chiropractic
(PSC) de 1906 a 1922,33BJ desenvolveu treinamento por
correspondência, instrução de pós-graduação (por exemplo, o
baile anual do PSC ou liceu), filmes de treinamento e muitos
livros e folhetos para promover o conhecimento da técnica de
Quiropraxia. Algumas de suas primeiras publicações
demonstram uma louvável erudição local e um desejo de
acumular conhecimento através do estudo sistemático.34,35
Pai e filho brigaram pela preeminência na ciência, arte e
filosofia da quiropraxia. BJ, por exemplo, argumentou que
ele, como “desenvolvedor” da quiropraxia, tinha muito a
oferecer aos futuros alunos e pacientes:
Qual?
Franklin descobriu a eletricidade
Edison DESENVOLVEU a eletricidade
Você estudaria Eletricidade de Franklin ou Edison?
DD Palmer DESCOBRIU CHIROPRATICAC
BJ Palmer DESENVOLVEU CHIROPRATICAC
Moral: Estude Quiropraxia na “Fonte da Quiropraxia”.36
Ao que DD respondeu:
Se você quer produtos de primeira mão, procure o vendedor de primeira
mão. Se você deseja a Quiropraxia em primeira mão, você vai para The
Fountain Head, de onde se originou o primeiro princípio, e não para qualquer
um daqueles que foram seus alunos. . . recebê-lo de qualquer outro que não o
originador, The Fountain Head, é obtê-lo de segunda mão. . . . Nunca houve
apenas um Fonte da Quiropraxia; todos os outros são falsos, auto-apropriados,
para auto-engrandecimento.28
Jornal de Terapêutica Manipulativa e Fisiológica
Junho de 2003
Apesar dessa disputa por posição, havia uma semelhança em alguns
aspectos das teorias apresentadas pelos 2 Palmers. Ambos eram
“segmentalistas”,37que acreditavam que as articulações da coluna
vertebral estavam desalinhadas individualmente. Esta noção foi posta em
causa pelo seu contemporâneo, Willard Carver, LLB, DC, que
argumentou, em vez disso, que a coluna vertebral deve ser considerada
um todo integrado. BJ e DD também eram teóricos do desalinhamento,
que pensavam na subluxação das articulações da coluna vertebral e das
extremidades em termos de mau posicionamento estático. Seus
métodos de ajuste tinham como objetivo realinhar partes anatômicas
deslocadas.
No entanto, depois de 1908, as teorias quiropráticas
apresentadas pelos Palmers diferiram substancialmente, devido ao
contínuo desenvolvimento teórico do fundador nos seus últimos
anos de vida. A primeira conceituação da arte quiroprática de DD
Palmer (Tabela 1) sustentava que qualquer deslocamento de
qualquer parte anatômica (incluindo artérias, veias, nervos,
músculos, ossos, ligamentos, articulações) produzia fricção, que por
sua vez causava calor, o que criava tecido inflamado, a essência da
doença (ou “doença”). Sua intenção como “quiroprático” (ainda não
como “quiroprático” no período de 1896 a 1902) era reposicionar a
anatomia deslocada, de modo a evitar o atrito e os processos
inflamatórios que ele acreditava resultarem disso. Presumivelmente,
foi esta teoria original da quiropraxia que o jovem BJ aprendeu com
seu pai durante 1901-1902.
Em 1903, tornou-se aparente uma mudança profunda no
pensamento de DD Palmer.38Impulsionado talvez por uma
“descoberta” durante uma demonstração clínica em sua escola
em Santa Bárbara, Califórnia, e talvez também por contínuas
críticas noRevista de Osteopatiaque ele havia roubado os
métodos de AT Still e os renomeado, Palmer ofereceu uma
segunda teoria da quiropraxia envolvendo uma redução no
escopo. Enquanto antes ele se preocupava em corrigir qualquer
deslocamento anatômico, doravante DD restringiu suas noções
de Quiropraxia a uma preocupação exclusiva com a influência
óssea sobre os nervos. Os quiropráticos, diria-se, preocupavam-
se exclusivamente com os efeitos neurais na saúde e na doença,
enquanto os osteopatas se preocupavam exclusivamente com
as obstruções mecânicas da circulação. Esta distinção não era
precisa; certamente, os osteopatas não abandonaram o seu
interesse nos supostos efeitos das suas lesões osteopáticas no
sistema nervoso. No entanto, quando foi alcançada a primeira
absolvição conhecida de um quiroprático acusado de prática
não licenciada de osteopatia,39em parte por causa dessa falsa
distinção entre quiropraxia e osteopatia, a sorte teórica foi
lançada.
A segunda teoria quiroprática de DD Palmer, que BJ
professaria de várias formas pelo resto de sua carreira,
sustentava que o desalinhamento dos ossos, principalmente na
coluna, mas também nas extremidades, e especialmente nos
pés, comprimia os nervos e, assim, alterava o fluxo de impulsos
neurais do cérebro. Sugeriu-se que a única preocupação do
quiroprático era encontrar essas subluxações por meio da
análise de sintomas (o que ficou conhecido como Sistema
Meric),37,40“rastreamento nervoso”,27,34,40,41(Fig 3) e palpação para
Jornal de Terapêutica Manipulativa e Fisiológica Keating 303
Volume 26, Número 5 Evolução da Manipulação

Tabela 1.As 3 teorias de quiropraxia de DD Palmer, 1897–1914

1897–1902* 1903–1906† 1908–1914††

Método de intervenção "Manipulação" " Ajustamento" " Ajustamento"

Ajustar alguma parte anatômica deslocada? Sim Somente subluxação Somente subluxação
Interesse em obstrução à circulação? Sim Não Não
Obstrução/compressão de nervos? Sim Sim Não
A subluxação distende os nervos, alterando assim ? ? Sim
frequência vibracional?
Os métodos de Quiropraxia são terapêuticos? Sim Não; alivia a causa da doença; não é Não; alivia a causa da doença; não é
tratamento de efeitos sintomáticos tratamento de efeitos sintomáticos

* A primeira teoria de quiropraxia de DD Palmer, conforme extraída de seus escritos emA Quiropraxia, 1897–1902.
† A segunda teoria de quiropraxia de DD Palmer, conforme refletida emO quiroprático, publicado pela Palmer School em Davenport durante 1904-1906.
†† A terceira e última teoria da quiropraxia de DD Palmer, conforme refletida no jornal publicado em Portland pelo DD Palmer College of Chiropractic, em seu
livro de 1910,O Ajustador do Quiroprático, e em seu livro de 1914 (publicado postumamente),O quiroprático.

desalinhamentos e reposicionar as superfícies da

articulação de modo a “tirar a pressão dos nervos”. Durante
o período em que o velho pai Chiro defendeu essas ideias
(1903–1908), foi dado crédito a BJ por distinguir os efeitos
aparentes de vários graus de pressão sobre os nervos:

BJ Palmer foi a primeira pessoa a aprender que uma leve pressão

produzia inflamação, uma quantidade excessiva de calor, durante
a atividade funcional; enquanto uma forte pressão causava
paralisia e falta de função. Este novo pensamento trouxe muita luz
sobre o que de outra forma seria obscuro. Isso explica por que a
influência magnética mental e física devolveu as funções dos
nervos à sua ação normal, controlando o curador, mais ou menos,
os nervos do paciente.42

Pai e filho se separaram em 1906, com BJ comprando a

participação do fundador na Palmer School.33Ele continuou a
promover variações da segunda teoria de DD, que ficou
conhecida como a teoria da quiropraxia do “pé na mangueira”,
mas os conceitos do Velho Pai Chiro continuaram a evoluir. Em
1908, o Palmer mais velho abandonou a hipótese de que os
nervos estavam comprimidos nos forames intervertebrais; ele
ofereceu uma rejeição enfática do conceito do pé na mangueira.
O abandono do fundador da compressão nervosa como Figura 3.Rastreamento nervoso; de Gregório57(pág. 375).
mecanismo de subluxação foi claramente expresso em seu
volume publicado postumamente.43:
roskeleton” como regulador de tensão. Esse conceito foi
Os nervos nunca são comprimidos ou pressionados nos forames. Os incorporado no uso do termo “tom” pelo Palmer sênior, que ele
forames nunca são estreitados. . . . Qualquer movimento extremo das considerava a mais fundamental de suas crenças quiropráticas.28No
superfícies articulares aumenta o forame ou forame, faz com que os
léxico do fundador, o tom refere-se à saúde mediada neuralmente
nervos e vasos sanguíneos fiquem esticados e irritados, aumentando
seu poder de transporte. de todas as células e tecidos do corpo, que por sua vez era
Os nervos nunca são desligados pelo fechamento dos forames. Não considerada dependente do alinhamento adequado do esqueleto. O
há barragens ou obstruções que restrinjam. Os impulsos nunca são
alinhamento adequado presumivelmente permitiu a transmissão
interrompidos.
vibracional normal de impulsos através do sistema nervoso para os
Em vez disso, ele defendeu a ideia de que o desalinhamento das órgãos terminais. No entanto, como o pai da Quiropraxia havia
articulações causava o “impacto” dos nervos, esticando-os ou passado da liderança efetiva da profissão depois de 1906, foi sua
afrouxando-os, e produzindo tensão alterada tanto nos nervos segunda teoria, propagada pelo filho BJ, que prevaleceu entre
quanto nos órgãos finais aos quais serviam. Ele notou que as muitas das fileiras da Quiropraxia.
articulações subluxadas do pé produziam tensão nervosa alterada e As inovações de BJ começaram a influenciar o pensamento dos
várias doenças,44embora não houvesse nervos passando por essas quiropráticos sobre a manipulação mesmo antes da morte de seu
estruturas ósseas. Ele acreditava que o impacto, e não a pai em 1913. Poucos anos após a saída de DD de Davenport, o
compressão dos nervos, era o culpado pela doença. Gaucher- jovem Palmer começou a professar que a detecção de subluxação e
Peslherbe25referiu-se à teoria de DD do “neu- a intervenção adaptativa deveriam ser repensadas. -
304 Keating Jornal de Terapêutica Manipulativa e Fisiológica
Evolução da Manipulação Junho de 2003

restrito às articulações da coluna vertebral. E com a introdução

da tecnologia radiográfica em 1910 (o que ficou conhecido
como “spinografia”), a atenção dos quiropráticos foi muitas
vezes desviada do sistema nervoso para a estrutura óssea do
corpo. Embora esta mudança de foco possa não ter sido
intencional, teve consequências de longo alcance. A marcação
de linhas de espinografias e outras medidas de partes da
anatomia radiograficamente visíveis tornou-se uma
característica central da prática de muitos quiropráticos; o
rastreamento nervoso gradualmente caiu em desuso.
Também durante a vida de seu pai, BJ popularizou o que
ficou conhecido como método de “recuo” de impulso específico
de segmento. Além disso, ele começou a criticar
detalhadamente os procedimentos de ajuste oferecidos por
outros quiropráticos. “Exposição de Movimentos Antigos” de BJ
35revisou mais de 170 manobras então em uso, incluindo uma

variedade de técnicas rotuladas como “indolor”.45Foi apenas o

começo das extensas disputas técnicas que viriam. Sujeitos às
críticas de BJ foram os métodos “indolor” da pioneira Alma C.
Arnold, DC, da cidade de Nova York.45Sua técnica parece
prenunciar ofertas posteriores da Davenport School of
Chiropractic,46a Faculdade de Quiropraxia de Meca,47Leo
Spears, DC, de Denver,48-50e o que veio a ser conhecido como
“micromanipulação”.
Figura 4.Oakley Smith, DC, DN.

Primeiros Dissidentes

Menos de uma década se passou desde a adaptação de Harvey
Lillard até o surgimento das primeiras grandes inovações não-
Palmer nos métodos quiropráticos. Solon M. Langworthy, DC,
formado em 1901 pela Palmer School, começou a ensinar uma
mistura de manipulação e remédios naturopáticos em sua Escola
Americana de Quiropraxia e Cura Natural em Cedar Rapids, Iowa,
por volta de 1903.51Isto parece ter iniciado a tradição de rivalidades
entre “heteros” e “mixers”. Langworthy irritou seu mentor, DD
Palmer, de outras maneiras, uma das quais envolveu o uso de
procedimentos de alongamento, mesas de tração e outros
dispositivos por Langworthy com o propósito de alargar os espaços
intervertebrais de modo a diminuir a pressão sobre os nervos.52O
velho pai Chiro sustentava que isso violava seu conceito de que a
quiropraxia era “feita à mão”.
O reitor de Langworthy na Escola Americana foi outro ex-
aluno de Palmer, Oakley Smith (Fig. 4), principal coautor do
primeiro livro sobre quiropraxia.53Este volume, intitulado
Quiropraxia modernizada,foi identificado como um dos
primeiros a discutir os efeitos da gravidade na coluna e a
introduzir a noção de que o movimento alterado das
articulações, e não apenas o desalinhamento estático, foi o
culpado por um complexo de subluxação:
Quando uma articulação vertebral é normal, ela é capaz de realizar
um certo campo de movimento definido sobre o qual suas superfícies
articulares percorrem na execução dos vários movimentos aos quais
está sujeita. Tendo um campo de movimento circunscrito, deve também
ter um centro de movimento e, quando ocorre a subluxação, pode ser
comparado a uma roda cujo centro não é o centro. Do ponto de vista
prático, a análise do movimento consiste em tabular, pelo menos
mentalmente, a posição de repouso indicada por
os processos espinhosos, em extrema extensão e novamente em
extrema flexão. De maneira semelhante, a quantidade de rotação de
uma vértebra sobre sua companheira, abaixo, é anotada. (Smith, citado
por Gillet e Gaucher-Peslherbe40)
Gillet e Gaucher-Peslherbe40relatam que as primeiras raízes das
atuais técnicas de palpação de movimento passivo podem ser
encontradas nos escritos de Smith sobre movimento segmentar
aberrante. Estes conceitos, sugerem eles, foram posteriormente
desenvolvidos pela família Gillet da Bélgica54e popularizado na
América do Norte na década de 1960 e além por L. John Faye, DC,
graduado pelo Canadian Memorial Chiropractic College. Foram os
Gillets (Fig. 5), entretanto, que adotaram o conceito de Smith de
movimento articular alterado e criaram um procedimento avaliativo
baseado nele. Cooperstein37também menciona o trabalho da
osteopata Edith Ashmore como uma contribuição para a teoria da
fixação segmentar e a técnica de palpação do movimento. A
palpação de movimento passivo tornou-se um dos procedimentos
de avaliação articular mais utilizados entre os praticantes de
manipulação quiroprática.
O interesse de Smith pela arquitetura da coluna vertebral
motivou a investigação do anatomista Harold Swanberg da
Universidade de Chicago em 1910. Swanberg55publicou suas
descobertas em um volume intituladoO Forame Intervertebral no
Homem,que reconheceu a inspiração de Smith e foi bem recebido
na literatura médica.51As próprias investigações de Smith sobre a
anatomia da coluna vertebral o levaram a criar a profissão de
naprapatia.32,52Em 16 de novembro de 1905, ele teria descoberto a
“ligatite”, a alternativa naprapática à subluxação quiroprática. A
ligatite era uma lesão envolvendo conteúdo tenso
 Jornal de Terapêutica Manipulativa e Fisiológica
Volume 26, Número 5
Figura 5. Henri Gillet, DC.
tecidos conectivos, em vez de ossos, que colidem com os nervos. No
final do ano, Smith havia estabelecido a primeira faculdade
naprapática em Chicago para promover suas novas teorias.
Posteriormente, ele desenvolveu um elaborado sistema de análise
da coluna vertebral e métodos manuais, e um jargão
correspondentemente único para descrevê-los. DD Palmer
concordou com seu ex-aluno que havia pouca ou nenhuma
semelhança entre a quiropraxia e a naprapatia.28
Outro desvio inicial das noções de quiropraxia dos
Palmers foi encorajado, se não introduzido, por Alva
Gregory, MD, DC (Fig. 6), com quem DD Palmer dirigiu
brevemente uma escola de quiropraxia em Oklahoma City
por volta de 1907-1908. Gregory se formou na Faculdade de
Medicina da Universidade do Texas56e da Escola de
Quiropraxia Carver – Denny em Oklahoma City.49Ele creditou
John Harvey Kellog, MD, de Battle Creek, Michigan, e a fama
do floco de milho como um de seus mentores.57
A desavença entre Gregory e o fundador, depois de apenas alguns
meses de trabalho colaborativo26parece ter girado principalmente em
torno de questões teóricas relacionadas à subluxação e aos métodos de
tratamento da coluna vertebral. No entanto, Gregory também tinha
pouca consideração pela preparação educacional de Palmer.58
Embora tenha perpetuado o conceito de “interferência nervosa”
inerente à “subluxação” de Palmer e a crença de que o ajuste da coluna
poderia restaurar a saúde, Gregory57também encontraram valor na
manipulação com o propósito de estimular a atividade neural em regiões
específicas do corpo. Nisto ele pode ser considerado, juntamente com
Albert Abrams, MD,59,60um contribuidor para teorias de não subluxação
de manipulação quiroprática
Keating 305
Evolução da Manipulação
Figura 6.Alva Gregory e DD Palmer, por volta de 1908, presumivelmente
em Oklahoma City (Texas Chiropractic College Library).
ção. Além disso, Gregory considerou favoravelmente uma
variedade de meios de influenciar os reflexos espinhais,
chamados coletivamente de “espondiloterapia”. incluindo
percussão espinhal bilateral, tração manual e mecânica,
manipulação sob tração, métodos vibratórios, massagem e
aplicação de calor e frio.
O Palmer – Gregory College of Chiropractic
continuou em operação pelo menos até 1913, quando
Gregory fundiu a instituição com o St.61
Antes de se mudar para o Missouri, no entanto, Gregory
treinou vários quiropráticos que divulgariam e expandiriam
suas teorias e aplicações. Proeminente entre eles estava Joe
Shelby Riley, DO, DC, que serviu como vice-presidente de
Gregory em Oklahoma City e posteriormente estabeleceu
suas próprias escolas em Boston, Detroit e Washington, DC.
56Riley (Figs. 7 e 8) era um entusiasta promotor e vendedor
de concussores pneumáticos e elétricos, dispositivos
aplicados na coluna para transmitir um estímulo físico aos
nervos. Os conceitos de Gregory foram perpetuados pelas
publicações de Riley,62-64bem como uma série de textos de
autoria do próprio Gregory:Ajuste Espinhal(1910),
Tratamento espinhal(1912),Terapia Racional(1913) e
Espondiloterapia Simplificada(1914).
Gregory e Riley não foram os primeiros quiropráticos a se
envolverem com ajuste de instrumentos. Esta distinção parece
pertencer a Thomas H. Storey, graduado em Palmer em 1901, um
ex-“médico vitapático” (isto é, curador magnético) de Duluth,
Minnesota. Durante a primeira década da profissão, Storey
introduziu um cinzel e um martelo de madeira para bater nos
processos espinhosos e transversos (p. 316c, Ilustração No. 7516),65
e ensinou Charles A. Cale, futuro fundador do Los Angeles
College of Chiropractic (LACC), a usar o método
instrumental. O pai da quiropraxia inicialmente desaprovou
os dispositivos de ajuste de Storey.28Porém, a curiosidade
306 Keating Jornal de Terapêutica Manipulativa e Fisiológica
Evolução da Manipulação Junho de 2003

Figura 7.“Plexor e plexímetro utilizados para eliciar os reflexos

vertebrais”; de Abrams59(pág. 9).

Figura 9.BJ Palmer, DC, por volta de 1924.

Figura 8.O aluno de Gregory, Joe Shelby Riley, DO, DC, usa uma concussão
espinhal.62

pode ter levado a melhor sobre ele, pois DD aparentemente fez

experiências com um plexímetro e um martelo de borracha durante
seu período de 1911 a 1912 como membro do corpo docente do
Sistema Ratledge de Escolas de Quiropraxia em Los Angeles.66O
interesse em máquinas para enfiar espinhas tem sido evidente ao
longo da história da profissão.2,67-74
A influência do advogado-quiroprático Willard Carver na
manipulação quiroprática foi multifacetada. Como seu
concorrente local no ramo de educação quiroprática, Alva Figura 10.TF Ratledge, DC, por volta de 1923.
Gregory, Carver e seus alunos (por exemplo, TF Ratledge, DC)
fundaram diversas escolas em todo o país (Denver, Distrito de
Columbia, Los Angeles, Nova York, Oklahoma City), onde o as abordagem”37,40à análise e intervenção da coluna vertebral
teorias de ajuste do advogado e suas variações foram (Figs. 9 a 11).
propagadas. Autodenominando-se o “Construtor da A abordagem estrutural de Willard Carver à quiropraxia às
Quiropraxia”, em contraste com a designação de BJ Palmer vezes é confundida com o “Método Postural de Diagnóstico
como o “Desenvolvedor”, Carver ofereceu a “aplicação estrutural Quiroprático” de seu irmão mais novo, Fred J. Carver, DC.
Jornal de Terapêutica Manipulativa e Fisiológica
Volume 26, Número 5
Figura 11.Willard Carver, LLB, DC, por volta de 1943 (coleção de fotos da
NCA).
Figura 12.Fred W. Illi, DC, de Genebra, Suíça, por volta de 1939.
e Correção.”78,79As teorias do velho Carver enfatizavam o papel
da gravidade e das respostas coordenadas (holísticas) e
previsíveis da coluna vertebral (denominadas “padrões de
distorção”) aos estressores.75,77,80,81Ele acreditava que a escoliose
era melhor compreendida em termos de distorções laterais de 2
ou mais vértebras com rotação dos processos espinhosos em
direção à concavidade da curva. Essas curvaturas, por sua vez,
foram consideradas secundárias à subluxação das articulações
sacroilíacas.77
Keating 307
Evolução da Manipulação
Figura 13.Dossa D. Evins, DC.
Figura 14.Anúncio do neurocalômetro98(pág. 178).
Assim como o velho pai Chiro, Carver enfatizou três agentes
causais na perturbação da função biológica humana harmoniosa:
fatores físicos, químicos e emocionais. Contudo, Carver levou as
especulações psicossomáticas do fundador um passo adiante e
encorajou os quiropráticos a usarem terapias sugestivas
liberalmente em suas práticas.82DD Palmer protestou,
308 Keating Jornal de Terapêutica Manipulativa e Fisiológica
Evolução da Manipulação Junho de 2003

Mesa 2.Vários dispositivos de detecção de subluxação e/ou sensores de calor espinhal

Acolade III Eletroencefaloneuromentimpógrafo Neurômetro

Anagráfico Microdinamômetro Ellis Neurofonômetro
Analito Nervômetro Neurotermômetro
Quirômetro Nervoscópio (temposcópio) Neuropirômetro
Dermatermógrafo Neurocalógrafo Sindroterma
Dermatermoescritor Neurocalômetro Vasotonômetro
Rastreador visual de nervos

Figura 16.Hugh B. Logan, DC.

Pitsburgo. Um dos sucessores de Loban como reitor da UCC, ex-

Anúncio de um instrumento radiônico; do Jornal da
Figura 15.
Associação Nacional de Quiropraxia 1932, Vol. 2, pág. 24; observe a
menção ao “detector de pressão nervosa embutido” no dispositivo.
argumentando que os CDs não precisavam de nada além de
ajustes.28Carver também se preocupava com qualquer processo
que produzisse “'oclusão nervosa', relacionada ou não à coluna
vertebral”.77Essa noção, que se opunha ao escopo da
quiropraxia de BJ Palmer apenas para a coluna, foi transmitida
ao aluno de Carver, TF Ratledge, que por sua vez a perpetuou
aluno de 1916, Leo J. Steinbach, DC, tornou-se muito respeitado
na profissão por suas palestras e escritos sobre “higiene da
coluna vertebral”,86,87“equilíbrio espinhal”,88-91e a importância
do bom funcionamento das articulações sacro-ilíacas.92-94Seu
filho, Leigh Steinbach, DC, deu continuidade à tradição.95A
herança acadêmica da UCC influenciou vários futuros
inovadores técnicos, incluindo Hugh B. Logan, DC, e Fred W. Illi,
DC (Fig. 12), ambos graduados pela UCC.
Uma segunda onda de inovação

entre os alunos que ele treinou em sua escola em Los Angeles.
Ratledge, geralmente considerado um quiroprático muito
“hetero”,83,84opinaria em particular que mesmo a cirurgia
poderia ser considerada uma arte quiroprática legítima, se feita para intervenção.96
o propósito de aliviar a “pressão obstrutiva do nervo”.85
A visão integrada de Carver sobre a coluna vertebral foi acompanhada
pelas teorias dos membros do corpo docente do Universal Chiropractic
College (UCC), uma instituição fundada em Davenport em 1910 por Joy
Loban, DC. A escola mais tarde mudou-se para
Na terceira década da profissão quiroprática, BJ Palmer
introduziu um dispositivo que influenciaria significativamente a
forma como os quiropráticos selecionavam alvos para manipulação.
O neurocalômetro (NCM) foi um
Instrumento espinhal com detecção de calor de duas pontas
que supostamente localizava o local das subluxações com muito
maior precisão do que a palpação, rastreamento de nervos ou
exame radiográfico. A teoria do NCM sugeria que diferenças
laterais de temperatura na coluna indicavam a presença de
Jornal de Terapêutica Manipulativa e Fisiológica
Volume 26, Número 5
a lesão quiroprática. Inventado por Dossa D. Evins (Fig
13), um engenheiro elétrico formado pela Universidade
de Arkansas e graduado em 1922 pelo PSC, o aparelho
(Fig 14) foi comercializado pelo Desenvolvedor como “A
INVENÇÃO MAIS VALIOSA DA IDADE PORQUE ESCOLHE,
PROVA E LOCALIZA A CAUSA DE TODAS AS DOENÇAS DA
RAÇA HUMANA.”97
O caro plano de arrendamento do NCM e do BJ precipitou um
grande realinhamento político dentro da profissão.33Também gerou
uma variedade de dispositivos de detecção de subluxação e
medição de temperatura espinhal (Tabela 2).98O efeito coletivo
desses desenvolvimentos pode ter sido revigorar o interesse dos
quiropráticos pelo sistema nervoso, algo de que as radiografias os
distraíam. Os sintomas dos pacientes perderam o importante papel
que desempenhavam no Sistema Meric de detecção de subluxação,
pois agora a interferência nervosa, a “causa de todas as doenças”,
poderia ser localizada na coluna, independentemente de os
sintomas estarem presentes ou não. O NCM, promovido como
“Prova de Quiropraxia”, eliminou qualquer necessidade de
rastreamento nervoso. BJ também sugeriu que o novo papel da
spinografia (radiografias) era determinar a direção do
desalinhamento após a detecção de subluxação pelo NCM.
O NCM sofreu uma série de modificações no PSC e cerca de 10
anos após sua introdução foi suplantado pelo neurocalógrafo, que
fornecia um traçado quimográfico das diferenças de temperatura
lado a lado ao longo da coluna vertebral. O interesse despertado
pelo instrumento provavelmente também despertou a curiosidade
dos quiropráticos sobre as máquinas radiônicas,99que eram
dispositivos derivados das teorias de Albert Abrams sobre
assinaturas vibracionais únicas, etéreas, de doenças específicas.
Alguns fabricantes de radiônica, percebendo a tendência teórica das
CDs, promoveram suas máquinas também como dispositivos de
detecção de subluxação (Fig. 15).
O NCM resume o compromisso de BJ com o segmentalismo, na
medida em que direciona a atenção do médico para as articulações
individuais da coluna vertebral que se acredita necessitarem de
intervenção. No entanto, Palmer passou por uma “grande mudança”
76em sua base teórica para ajuste no início da década de 1930.
Talvez inspirado no trabalho de AA Wernsing, DC, sobre técnica
cervical superior,100-102BJ apresentou sua teoria e técnica “Hole in
One” (HIO).103O “reducionismo” de Palmer104
atingiu o seu apogeu; ele migrou da manipulação de qualquer
articulação do corpo para o ajuste apenas da coluna, para o ajuste
apenas das duas primeiras articulações da coluna cervical. O
Desenvolvedor não foi menos expansivo em suas reivindicações para o
HIO do que havia sido para o NCM uma década antes:
Nenhum quiroprático ajustou ou jamais ajustará um segmento vertebral
abaixo do eixo. . . . Nenhuma pessoa jamais melhorou porque algum
quiroprático já ajustou uma subluxação abaixo do eixo. . . . É impossível
haver qualquer desalinhamento com oclusão, com pressão, com
interferência em qualquer forame intervertebral em qualquer outro
lugar ao longo da coluna vertebral nas vértebras cervicais inferiores,
torácicas ou lombares.103
Gerações de estudantes do PSC foram limitadas na instrução
que receberam apenas ao ajuste cervical superior; não até
Keating 309
Evolução da Manipulação
Figura 17.James E. Slocum, DC, cofundador e instrutor do Circuito
Noroeste de seminários de convenções estaduais assistidos pela
NCA, é visto aqui (extrema-direita) nesta foto da edição de outubro
de 1934 do The Chiropractic Journal da NCA. Da esquerda para a
direita estão William C. Schulze, MD, DC; CO Watkins, DC; Karl J.
Hawkins, DC; e Dr.
na década de 1950, essa restrição foi suspensa (conversa sobre política
não publicada para o corpo discente do PSC por HM Himes; 4 de janeiro
de 1956). Esta deficiência na formação poderia prejudicá-los seriamente
quando examinados por conselhos estaduais de examinadores de
Quiropraxia, que exigiam um conhecimento mais extenso das artes
manipulativas, e muitos recorreram a seminários fora do campus para
adquirir formação adicional. No entanto, muitos milhares de CDs
tornaram-se adeptos firmes de intervenções exclusivamente cervicais
superiores para os seus pacientes.
O impacto de Carver na manipulação quiroprática viu um
interesse renovado nos segundos 30 anos do século quiroprático.
Muito disso pode ser atribuído à influência da Técnica Básica,
introduzida por Hugh B. Logan, DC, por volta de 1934. Logan (Fig.
16), formado em 1915 pela UCC, foi contratado no início da década
de 1930 para ensinar uma nova forma de análise e intervenção
quiroprática: Aquarian Age Healing.105
John Hurley, DC, que serviu no corpo docente do Golden State
Chiropractic College no início da década de 1920 como instrutor
de fisiologia,106argumentou na imprensa e no tribunal que a
Técnica Básica (a descrição não publicada de HB Logan da
Técnica Básica de 1942) havia sido roubada de sua Cura da Era
de Aquário. A disputa legal sobre o direito de ensinar Técnica
Básica foi promovida em 1939, quando Logan processou com
sucesso o Texas Chiropractic College em um tribunal federal por
instrução não autorizada em Técnica Básica.107.108Contudo,
James Slocum, DC (Fig. 17), diretor de pesquisa da Associação
Nacional de Quiropraxia, ensinou os mesmos procedimentos
sob o rótulo de “técnica de bioengenharia” e não sofreu
consequências legais adversas.
Logan, assim como Carver, adotou um modelo “estrutural”
ou holístico da coluna vertebral. Ele propôs que as subluxações
da coluna vertebral eram compensações pelo desnivelamento
do sacro, que ele considerava o “centro do corpo”.37O foco
principal da Técnica Básica, portanto, foi di-
310 Keating
Evolução da Manipulação
Figura 18.Warren L. Sausser, DC (esquerda) e Sol Goldschmidt, DC, na capa do NCA's Journal, fevereiro de 1935.
retido à base da coluna vertebral e, muitas vezes, aos tecidos
conjuntivos do sacro, bem como ao componente ósseo em si.
Em contraste com os métodos de impulso mais típicos do
quiroprático Logan usou um leve contato em ligamentos
estratégicos adaptado do trabalho de Francis Dillon109para
induzir relaxamento em toda a coluna. O interesse despertado
pelos conceitos de Logan foi generalizado e culminou na
formação da Fundação Internacional de Pesquisa em
Quiropraxia e do Logan Basic College of Chiropractic.110.111
A Técnica Básica também é responsável por inspirar o
radiologista quiroprático Warren L. Sausser (Figs. 18 e 19) a inventar
uma nova tecnologia de exames radiográficos de coluna inteira com
suporte de peso.112.113Em colaboração com a Kodak Company,
Sausser desenvolveu uma tecnologia envolvendo filmes de 14 “a 36”
que permitia a visualização de toda a coluna vertebral conforme ela
se comportava sob a força da gravidade. Posteriormente
reinventada por um médico, a prioridade da contribuição original de
Sausser foi reconhecida na edição de agosto de 1937 da revista
Revista de Radiografia e Fotografia Clínica.Embora Carl S. Cleveland,
Jr., DC, mais tarde tenha desafiado o método de Sausser por
motivos técnicos (ou seja, erros de distorção), o procedimento de
tirar radiografias completas da coluna tornou-se muito difundido
entre os quiropráticos. Sausser contribuiu repetidamente para a
literatura radiológica em quiropraxia.114-116
Jornal de Terapêutica Manipulativa e Fisiológica
Junho de 2003
Cooperstein37sugere que o trabalho de Logan também
influenciou a teorização de Fred Barge, DC, PhC, formado por
Palmer em 1954, que passou um ano em estudos de pós-
graduação com o filho e sucessor de Hugh B. Logan como
presidente do Logan Basic College em St. Logan, DC.117Barge,
em colaboração com o ex-presidente do Missouri Chiropractic
College, Otto Reinert, DC,118desenvolveu o conceito de
“subluxação de bloco de disco”. Barge (Fig. 20) completou agora
uma série de livros detalhando suas teorias de subluxação.
ação.119-121
Como Carver e Logan antes dele, o Major B. DeJarnette (Fig.
21), osteopata e graduado pela Faculdade de Quiropraxia de
Nebraska,122também prestou muita atenção à função do sacro
na saúde biomecânica. O sistema de análise de DeJarnette,
codificado como Técnica Sacro-Occipital (SOT),123-125qualifica-o
como estruturalista.40No entanto, ao contrário de Logan, ele
encontrou menos importância no papel das subluxações
sacroilíacas. Suas teorias foram influenciadas pelas de um
conhecido, William G. Sutherland, DO, um dos pioneiros na
terapia craniana. DeJarnette desenvolveu diversas tecnologias
para aprimorar seu método de avaliação de pacientes, como o
uso de fio de prumo e placas de pés fixos para avaliar a postura
ereta.40Cooperstein37credita De-Jarnette (talvez incorretamente)
como “o primeiro a visar explicitamente,
Jornal de Terapêutica Manipulativa e Fisiológica Keating 311
Volume 26, Número 5 Evolução da Manipulação

Figura 21.Major B. DeJarnette, DO, DC.

Figura 19.Warren L. Sausser, DC, 1937 (cortesia de Kenneth Young,
DC, DACBR).

Figura 20.Dr. Fred Barge.

pelo menos dentro da quiropraxia propriamente dita, em uma técnica

explicitamente orientada para o reflexo.” O Nebraskan propôs que os
pontos de contato na superfície do corpo pudessem ser estimulados de
modo a influenciar a função de vários órgãos internos.
O registro de DeJarnette também inclui contribuições para o que era
conhecido pelos quiropráticos nas décadas de 1930 e 1940 como Figura 22.Dr.
312 Keating
Evolução da Manipulação
Figura 23.William A. Nelson, DC, ND, por volta de 1992.
Figura 24.Ralph J. Martin, DC, ND, por volta de 1974.
“cirurgia sem sangue”,126-128isto é, técnicas para liberar
aderências e melhorar as funções de vários órgãos
internos. DeJarnette publicou oJornal de Cirurgia Sem
Sangue,e em colaboração com homens como Randolph
Stone, DO,129de Chicago, e Richard Van Rumpt, DC,130
Jornal de Terapêutica Manipulativa e Fisiológica
Junho de 2003
Figura 25.Raymond L. Nimmo, DC, 5 de março de 1977, em
Glendale, Califórnia, no LACC.
da cidade de Nova York, forneceu uma literatura de terapias manuais
para quiropráticos que se desviou significativamente do tema do ajuste
da coluna vertebral.
Paralelos com as técnicas reflexas de DeJarnette podem ser
encontrados no trabalho do osteopata Frank Chapman (Fig. 22) e do
quiroprático-naturopata Terrence J. Bennett. Chapman131
propuseram que “os reflexos da parede corporal são clinicamente
úteis para o diagnóstico, para influenciar o movimento dos fluidos (a
maior parte da linfa) e para influenciar a função visceral através do
sistema nervoso”. Bennett, formado pelo Oakland Chiropractic
College e membro do corpo docente do San Francisco College of
Chiropractic e da Sierra States University, College of Naturopathy na
década de 1930, foi influenciado pelas teorias da Cura da Era de
Aquário oferecidas por John Hurley, DC, e Helen Sanders, DC, ND.132
Seus métodos, que envolviam estimulação manual da parede do
corpo para afetar órgãos internos, são alternadamente conhecidos
como Técnica Bennett e Dinâmica Neurovascular (NVD).
O trabalho de Bennett foi promovido por vários profissionais
da Califórnia: William A. Nelson, DC, ND, e Ralph J. Martin, DC,
ND (Figs. 23 e 24). Nelson formou-se em 1934 pela Faculdade de
Quiropraxia de São Francisco, onde estudou com Bennett.
Depois de se formar, Nelson aceitou o convite de seu mentor
para praticar com ele.132Martin, formado em 1938 pelo
Southern California College of Chiropractic e mais tarde
presidente de sua alma mater (1945–1946), foi posteriormente
nomeado presidente da organização sem fins lucrativos LACC
133.134e ofereceu instrução em NVD na década de 1970.135Nelson
e Martin foram fundamentais na formação do Conselho de
Diagnóstico e Distúrbios Internos da Associação Americana de
Quiropraxia.
O quiroprático do Texas, Raymond L. Nimmo (1904 –
1986), formado em Palmer em 1926, foi o criador da
técnica do Receptor Tonus.117.136Nimmo (Fig 25) usou
Jornal de Terapêutica Manipulativa e Fisiológica
Volume 26, Número 5
Tabela 3.Várias técnicas de quiropraxia de marca e seus criadores
Métodos ativadores (WC Lee, Arlan W. Fuhr) Técnica de
ajuste anatômico (Homer G. Beatty) Análise de distorção
quiroprática aplicada (WJ Kotheimer) Cinesiologia aplicada
(George J. Goodheart)
Engenharia Biomecânica Espinhal Aplicada (Ronald Aragona)
Cura da Era de Aquário (John Hurley e Helen Sanders)
Ajuste Muscular de Arnholtz (WW Arnhotlz)
Ortogonalidade do Atlas (Instrumento de Ajuste; Roy Sweat)
Específico do Atlas (AA Wernsing)
Técnica de Sincronização Bioenergética (MT Morter) Cirurgia
Sem Sangue (MB DeJarnette; Ralph M. Failor; Francis
J. Kolar; James F. McGinnis)
Quiropraxia Indolor de Buxton (AG Buxton)
Carver Body Drop (Homer G. Beatty)
Quiropraxia Biofísica (D. Harrison)
Técnica de Reflexo Manipulativo Quiroprático (CMRT/SOT)
Cinesiologia Clínica (Alan G. Beardall)
Terapia Conceitual (Frota Thurman)
Cox Flexão-Distração (James Cox; J. McMannis) Craniopatia/
Terapia Craniana (Linnie Cale; Nephi Cottam) Análise das
Pernas de Derefield (Mabel Derefield)
Técnica direcional sem força (Richard Van Rumpt)
Técnica endo-nasal (Thomas Lake)
Técnica Gonstead (Clarance Gonstead)
Método quiroprático integrado de cascalho
Técnica Grostic (John Grostic)
Procedimento de visualização dinâmica de Harrison
(CBP) Sistema Howard de Quiropraxia (JFA Howard)
Técnica cervical de arenque
Hole-In-One (Palmer)
Sistema Keck de Técnica
Miotática Inversa (WF Keck)
Instrumento de ajuste cervical superior Life (SE Williams)
Técnica básica de Logan (Hugh B. Logan)
Técnica Mears (DB Mears)
conhecimento fisiológico dos reflexos para o tratamento de
problemas principalmente musculoesqueléticos. O trabalho dele
137-139é paralelo ao de Janet Travell, MD, bem conhecida por seus
desenvolvimentos na terapia de pontos-gatilho.130.136.140Paralelos
também podem ser encontrados com as teorias oferecidas por
Stanley Hayes, DC,141-148de Tucson, Arizona, editor doBoletim de
Quiropraxia Racional. O exame manual dos tecidos moles em busca
de dor e espasmo é seguido pela aplicação de pressão profunda,
geralmente com duração de 5 a 7 segundos em qualquer local
específico; o impulso não é usado neste sistema.109Nimmo era
cético em relação a “quiropráticos como Bennett ou osteopatas
como Chapman, que estavam desenvolvendo sistemas de terapia
orgânica baseados em pontos reflexos somáticos”.37Ele aplicou seus
métodos para o alívio de distúrbios musculoesqueléticos.
Técnica Diversificada: Em Busca de Definição
Muitos quiropráticos de hoje e de décadas passadas
descreveram sua técnica (métodos) de manipulação como uma
forma “diversificada”. O termo pode ser maiúsculo, como em
Keating 313
Evolução da Manipulação
Sistema Meric (Palmer; CS Cleveland; Joy M. Loban)
Micromanipulação (Young)
Palpação de Movimento (passiva, como em MPI; Henri Gillet, LJ
Faye) Técnica de Organização Neural (Carl Ferrari)
Dinâmica Neurovascular (TJ Bennett, RJ Martin)
Neuropatia (Andrew P. Davis)
Ortodinâmica (John M. Bauer; James Slocum)
Técnica de ajuste indolor (Alma C. Arnold; FW Collins; Leo L. Spears)
Palmer Full Spine diversificado
Palmer Cervical Superior Específico (também conhecido como HIO; BJ
Palmer) Sistema Parker (James W. Parker)
Técnica Pettibon (Burl Pettibon)
Técnica Pierce-Stillwagon (Vernon Pierce e G. Stillwagon)
Método Postural de Ajuste (Fred J. Carver)
Técnica Ratledge (TF Ratledge) Técnica
Receptor-Tônus (Raymond L. Nimmo) Técnicas
Reflexas
Reflexologia (Albert Abrams; Joe Shelby Riley)
Sistema de RESULTADOS (Vernon Pierce)
Técnica Sacro-Occipital (SOT; Major Bertrand DeJarnette)
Ortopedia de Tecidos Moles (STO/SOT)
Equilíbrio espinhal (Leo J. Steinbach)
Técnica de toque espinhal (Rosquist)
Spinologia (Reggie Gold)
Espondiloterapia (Albert Abrams; Alva Gregory; JS Riley)
Stressologia (Lowell Ward)
Abordagem Estrutural (Willard Carver, Mortimer Levine)
Técnica Thompson (mesa drop-piece)
Técnica Toftness (IN Toftness)
Alternar-Recuo (Palmer)
Modificação total do corpo (Franks)
Toque para a saúde (John Thie)
Técnica Truscott (Leon Truscott)
Terapia craniana de ponto vetorial
Terapia de Zona (Joe Shelby Riley; George Starr White)
“Técnica diversificada” e parece se sobrepor a numerosos
(Tabela 3) métodos quiropráticos de avaliação e/ou
intervenção de marca. No entanto, ao contrário de muitos
dos métodos proprietários que foram comercializados para
a profissão, os procedimentos diversificados têm uma
qualidade mais genérica. Embora tenha havido
quiropráticos cujos nomes foram proeminentemente
associados à chamada “Técnica Diversificada” [por exemplo,
Metzinger do LACC (Fig. 26), AZ States do National College of
Chiropractic (NCC)], que eu saiba, ninguém afirmou ser o
fundador ou criador de técnicas diversificadas.
Verde e Johnson149oferecem vários significados para técnica
diversificada. Entre eles está a noção de que procedimentos
diversificados estavam entre os primeiros métodos de impulsão
quiroprática. Em vez de serem vinculados ou nomeados em homenagem
a qualquer indivíduo, eles eram simplesmente chamados de quiropraxia,
como diria o fundador, DD Palmer. Em defesa desta afirmação estão as
semelhanças entre as definições anteriores de procedimentos de
impulsão quiroprática e as definições mais contemporâneas.
314 Keating
Evolução da Manipulação
Figura 26.Delbert J. Metzinger, DC, por volta de 1964.
Figura 27 . WC Lee, DC, cofundador da tecnologia Activator Methods
único, em 1977.
descrições de técnica diversificada.149Grice e Vernon150sugerem que
procedimentos diversificados podem ter se desenvolvido como uma
alternativa a alguns dos métodos de BJ Palmer considerados “muito
restritivos para a prática geral”. No entanto, como Green e Johnson
149observe que parte do que constitui prática diversificada pode ser
anterior a pelo menos parte das contribuições de BJ.35
Jornal de Terapêutica Manipulativa e Fisiológica
Junho de 2003
Figura 28.Arlan W. Fuhr, DC, cofundador da técnica Activator
Methods, em 1977.
Figura 29.Uma das primeiras mesas McManis, desenvolvida pelo osteopata-
quiroprático JV McManis.
O termo “diversificado” também é usado para conotar ecletismo
na técnica quiroprática. Neste sentido, “diversificado” refere-se a
uma ampla variedade de métodos manuais, talvez extraídos
historicamente da quiropraxia, osteopatia, espondiloterapêutica,
57,59,60,68e outras fontes, incluindo procedimentos extraídos de
técnicas de marca. A partir desta diversidade de sistemas e
metodologias, profissionais diversificados extraem o(s) seu(s)
procedimento(s) manual(is) específico(s), utilizado(s) isoladamente
ou em combinação, de acordo com princípios “sólidos
neurobiomecânicos-ortopédicos”,151para realizar um efeito
biomecânico específico (por exemplo, reduzindo o desalinhamento
ou liberando fixações). Neste sentido, a técnica diversificada pode
ser pensada como a “uncola” dos procedimentos manipulativos da
Quiropraxia, a “marca” cuja qualidade definidora é não ser uma
marca. Embora muitos, talvez a maioria dos quiropráticos, relatem
Jornal de Terapêutica Manipulativa e Fisiológica
Volume 26, Número 5
Figura 30.James Cox, DC, DACBR.
Figura 31.George Goodheart, Jr., DC, examina um crânio durante uma
visita em 1977 ao campus de Glendale do LACC.
fazer uso de métodos manipulativos diversificados,152pode
não existir consenso sobre o significado desta “técnica”.
Inovação Contínua
Os instrumentos para empurrar e manipular as articulações
espinhais e periféricas datam da antiguidade.2Os métodos de
ajuste mecânico mais difundidos em uso entre os quiropráticos
hoje são aqueles desenvolvidos há cerca de 35 anos pelos
praticantes rurais de Minnesota, WC Lee, DC, e Arlan W. Fuhr,
DC. Conhecida como técnica de Métodos Ativadores, o sistema
utiliza conceitos extraídos de múltiplas fontes teóricas para
identificar disfunções articulares e um dispositivo de impulso
portátil para fazer “correções”.
Lee (Fig. 27), que se formou no Northwestern College of
Chiropractic em 1941, completou uma pós-graduação
Keating 315
Evolução da Manipulação
Figura 32.Dr. John Thie em sua clínica em Pasadena, Califórnia, por volta de
1975.
Figura 33.CO Watkins, DC (centro), durante uma cerimônia de
premiação em 1964, na qual foi nomeado “Quiroprático do Ano” em
Montana.
residência no Logan Basic College of Chiropractic no ano seguinte.67
Posteriormente, ele estabeleceu uma clínica na zona rural de
Minnesota, onde um de seus pacientes, Arlan Fuhr, encontrou alívio
para um problema de garganta durante o tratamento com os
procedimentos de Toftness que Lee então usou.
Fuhr (Fig. 28), que se formou no Logan Basic College em
1961, começou a praticar com Lee por volta de 1964. A dupla
experimentou um impactor dentário como substituto das
pressões do polegar que aprenderam com Richard Van Rumpt,
DC. A análise dos Métodos Ativadores foi derivada
ecleticamente dos conceitos estruturais de Carver e Logan, bem
como dos procedimentos de avaliação do comprimento das
pernas desenvolvidos por Van Rumpt, fundador da Técnica
Direcional de Não-Força, e daqueles de Mabel Derefield, DC.67A
presença de comprimento funcional da perna
316 Keating
Evolução da Manipulação
pensava-se que a desigualdade era um indicativo de
desequilíbrio muscular em vários níveis da coluna vertebral.
Fuhr também foi influenciado pelos conceitos de perna curta de
Leon L. Truscott, DC, inventor do Sistema Truscott.153
Fuhr ficou intrigado com a possibilidade de avaliação pós-
ajuste imediata dos supostos efeitos dos ajustes de seu
instrumento. Essa curiosidade o impulsionou em direção à
pesquisa clínica e à organização de um quadro de
investigadores de ciências clínicas e básicas. Hoje, embora ainda
incapaz de fazer quaisquer afirmações fortes sobre o valor da
técnica do Ativador, o método provavelmente merece
reconhecimento como um dos sistemas quiropráticos de marca
mais extensivamente investigados. Racionais fisiológicos para a
facilitação segmentar considerada responsável pelo fenômeno
da “perna curta funcional” foram oferecidos por Slosberg154.155e
outros.156Como é o caso de outras técnicas quiropráticas de
marca, os dados de resultados clínicos para substanciar a
utilidade clínica dos Métodos Ativadores são insuficientes.
Outra forma de intervenção manipulativa mecanicamente
assistida é a técnica de flexão-distração e a mesa especial
desenvolvida por James Cox, DC, DACBR. Orador da turma
de graduação de 1963 no NCC, Cox baseou-se no trabalho
de JV McManis, DO, DC, para desenvolver seu método de
flexão da coluna controlada pelo médico (Figs. 29 e 30), um
método que ele recomenda para diversas formas de LBP.157
McManis, membro do corpo docente na década de 1930 da
“escola mãe” de osteopatia em Kirksville, Missouri, e do NCC
em Chicago, patenteou a primeira de suas tabelas especiais
em 1909; o dispositivo permite “flexão, extensão e rotação,
além da tração axial”.158O trabalho de Cox é notável por seu
considerável esforço159investigar a utilidade clínica e
racionalizar seus métodos.160Contudo, tal como acontece
com as outras técnicas, esta literatura apoia mas não
substancia o valor dos métodos de Cox neste momento.
O ano de 1964 viu o início do sistema técnico
conhecido como Cinesiologia Aplicada (AK).161Promovida
como a “Técnica de Equilíbrio Muscular de Precisão”162
por seu fundador George Goodheart, Jr, DC, esta mistura
eclética de teorias e procedimentos baseia-se em
múltiplas fontes. Na verdade, Cooperstein,37um ex-
praticante de AK, fala do “gênio peculiar de Goodheart” e
de seus seguidores por sua capacidade de “incorporar
literalmente qualquer coisa em seu universo
metodológico complexo e paranormal”. O ecletismo de
AK talvez reflita a influência extrapalmeriana de amplo
escopo do pai de Goodheart, que se formou na Escola de
Quiropraxia Palmer-Gregory e era amigo do
desenvolvedor da Técnica Básica Hugh B. Logan, DC. O
fundador da AK (Fig. 31) formou-se no NCC em 1939 e
praticou com o pai durante vários anos.
Elementos de uma variedade de técnicas e teorias de
manipulação quiroprática são aparentes em AK, incluindo
conceitos de teste de força muscular extraídos de Kendall e
Kendall163; os pontos reflexos neurolinfáticos de Chapman e
Jornal de Terapêutica Manipulativa e Fisiológica
Junho de 2003
Bennet; as noções de Cura da Era de Aquário e Técnica
Básica de Hurley, Sanders e Logan; as ideias cranianas e
cervicais superiores de William G. Sutherland, DO, e Leon
L. Truscott, DC; os escritos sobre acupuntura de Felix
Mann, MD; e Técnica Sacro-Occipital de DeJarnette.161
Uma marca registrada do sistema AK é o procedimento
conhecido como “localização da terapia”, em que o paciente é
solicitado a tocar uma área supostamente disfuncional de seu
próprio corpo enquanto o médico testa um “músculo indicador”;
se o músculo indicador estiver “fraco”, então a identificação da
área disfuncional é confirmada. Os métodos de intervenção
considerados apropriados dentro da AK incluem ajuste,
recomendações de intervenção dietética, acupuntura e
estimulação de pontos-gatilho e reflexos.
O primeiro presidente do Colégio Internacional de
Cinesiologia Aplicada foi John Thie, DC (Fig. 32), graduado pelo
LACC que desde então desenvolveu o método “Toque para
Saúde”. Este sistema compartilha características em comum
com os métodos de estimulação reflexa neurolinfática e NVD de
Chapman, Bennett, Martin e Nelson, bem como com os do
“Spinal Touch Treatment” de LaMar Rosquist, DC.164.165
Direções futuras
O principal desafio enfrentado pelo desenvolvimento futuro de
teorias e métodos manipulativos em Quiropraxia é filosófico ou,
mais especificamente, epistemológico. Até a década de 1980, havia
pouca ou nenhuma investigação rigorosa sobre a validade e
utilidade da maioria dos métodos de avaliação e intervenção clínica
que compõem os vários sistemas de técnicas quiropráticas. A falta
de escrutínio científico resultou numa proliferação de métodos de
marca (Tabela 3), cada um competindo com o seguinte por
reivindicações de superioridade.
Esta abundância de inovação na concepção de novos
métodos clínicos pode ser vista como valiosa, na medida em
que evidencia a imaginação e a criatividade da tradição técnica
empreendedora na profissão. Contudo, sem a inclinação ou as
competências para testar e distinguir entre o que funciona, o
que não funciona e o que pode ser prejudicial, a mera
proliferação de ainda mais procedimentos inibe o crescimento
cumulativo da base de conhecimento. Os quiropráticos têm sido
verdadeiros artistas clínicos no desenvolvimento dos seus
métodos, mas não refinaram a sua arte utilizando metodologia
de investigação clínica para separar o joio do trigo.
Um certo grau de sigilo e proteção proprietária das técnicas
clínicas tem sido evidente há muito tempo na profissão. A tendência
pode ser atribuída a DD Palmer26e foi visto também nas proibições
da Escola Palmer contra a desmontagem do neurocalômetro.96Na
década de 1930, aqueles que desejavam aprender a Técnica Básica
eram obrigados a assinar compromissos de que não revelariam as
complexidades do sistema àqueles que ainda não tivessem pago
para aprender o método.166Este sigilo combina-se com a falta de
sofisticação da investigação para produzir uma orientação para
métodos clínicos que muitas vezes está em desacordo com a atitude
científica. O problema
Jornal de Terapêutica Manipulativa e Fisiológica
Volume 26, Número 5
foi articulado pelo ex-presidente do conselho de
administração da National Chiropractic Association, CO
Watkins, DC (Fig. 33), em seu manifesto de 1944,Os
Princípios Básicos do Governo da Quiropraxia167:
É verdade que não é preciso ir muito longe antes de encontrar o
cultista; faz pouca diferença a qual dos numerosos cultos, como o HIO, o
BT, o SOT, o D&D, etc., ele pertence, pois há uma semelhança
fundamental em suas atitudes. Cada um aceitou um sistema específico
com a mesma finalidade com que aceita sua religião e assume que seus
métodos representam o alfa e o ômega do conhecimento quiroprático.
Eles não fazem nenhuma tentativa de revisar outros conhecimentos, de
testar seus próprios métodos para obter resultados finais específicos ou
de comparar seus métodos com outros. Desenvolvem uma fé nos seus
métodos que impede qualquer tentativa de examinar os outros; a
mesma atitude de fé elimina qualquer necessidade, na sua opinião, de
examinar criticamente os seus próprios métodos. . . . Eles procuram,
através da filosofia e da lógica, incutir no público a sua própria fé nos
seus métodos, ao mesmo tempo que tentam desacreditar todos os
outros métodos de cura em que o paciente possa ter confiança. Este
descrédito de outros métodos não é dirigido apenas contra a medicina,
mas é muitas vezes ainda mais amargo contra outros cultos
quiropráticos, e especialmente contra aquela parte da profissão que
mantém a atitude científica. Muitas das primeiras faculdades de
Quiropraxia praticavam, ensinavam e refletiam a atitude dos
cultistas. . . . A atitude básica do HIO, do BT, do SOT, etc., uns em relação
aos outros, em relação ao resto da profissão e em relação às melhores
formas de fazer avançar a Quiropraxia na sociedade são as mesmas,
mas cada um mantém a sua própria filosofia e métodos, e nenhuma
tentativa é feita para sintetizá-los ou integrá-los. É verdade que podem
tornar-se mais tolerantes uns com os outros e podem até unir-se num
objectivo comum para realizar um empreendimento específico, mas
basicamente nunca se unirão em torno de uma ideologia comum. . . .
Sempre há pessoas bem-intencionadas que gostariam de unir as
diferentes seitas religiosas, e outras que fizeram tentativas sérias de unir
os cultistas da Quiropraxia apenas para aprender, através de
experiências amargas, que diferentes cultos não se unem. Contudo, se
uma organização quiroprática seguisse a metodologia da ciência e
fizesse uma tentativa séria de construir uma organização científica,
poderia unir-se e servir, bem como obter o apoio imediato de pelo
menos oitenta e cinco por cento da profissão quiroprática.
CONCLUSÕES
Os procedimentos manipulativos e adaptativos, e os métodos
de análise que direcionam seu uso na Quiropraxia, têm diversas
raízes na história. Embora as origens de vários deles sejam
desconhecidas, a sua evolução no século XX está razoavelmente
bem documentada e demonstra algum grau de integração
cumulativa. Padrões e temas recorrentes no desenvolvimento
de técnicas são aparentes. Faltam extremamente os ensaios
comparativos e experimentos meticulosos que possam permitir
determinações de eficácia e eficácia relativa entre a série de
procedimentos disponíveis.
Felizmente, surgiu agora uma literatura seminal sobre o valor
clínico de alguns dos métodos utilizados na profissão.
Estratégias para avaliar procedimentos clínicos em quiropraxia
foram explicitamente descritas.168-170Os quiropráticos
desenvolveram revistas científicas, cursos e livros didáticos
revisados às cegas por pares sobre garantia de qualidade e
métodos de pesquisa clínica.170.171O início de estruturas
organizacionais para reconhecer e legitimar procedimentos
clínicos bem documentados, como as diretrizes criadas em
Keating 317
Evolução da Manipulação
as conferências Mercy e Glenerin,172.173são aparentes. No entanto,
os inovadores técnicos ainda não aceitaram a responsabilidade de
fornecer dados de resultados relacionados com os seus métodos
específicos,159nem por relacionar os seus métodos de avaliação com
as suas intervenções.174Há muito trabalho pela frente.
AAGRADECIMENTOS
Desejo agradecer a Robert D. Davison, DC, CCSP, Bart
N. Green, DC, MSEd, Claire D. Johnson, DC, MSEd e
Kenneth J. Young, DC, DACBR, por suas contribuições
informativas e assistência na obtenção de fotografias .
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