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Conceitos ........................................................................................................................... 01
Estratégias de RH .............................................................................................................. 15
Gestão estratégica de pessoas por competências ............................................................. 22
Sistemas integrados de RH e indicadores estratégicos ..................................................... 42
Recrutamento e Seleção.................................................................................................... 47
Avaliação de Desempenho ................................................................................................ 57
Remuneração e Benefícios ................................................................................................ 67
Treinamento e Desenvolvimento........................................................................................ 76
Gerenciamento de Desempenho ....................................................................................... 86
Relações Trabalhistas ....................................................................................................... 89
Liderança ........................................................................................................................... 96
Processo Decisório .......................................................................................................... 115
Cultura e Clima Organizacional: conceitos e elementos .................................................. 125
Motivação ........................................................................................................................ 137
Gestão de Conflitos ......................................................................................................... 148
Sabemos que estudar para concurso público não é tarefa fácil, mas acreditamos na sua
dedicação e por isso elaboramos nossa apostila com todo cuidado e nos exatos termos do
edital, para que você não estude assuntos desnecessários e nem perca tempo buscando
conteúdos faltantes. Somando sua dedicação aos nossos cuidados, esperamos que você
tenha uma ótima experiência de estudo e que consiga a tão almejada aprovação.
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhar em e-mails separados,
pois facilita e agiliza o processo de envio para o tutor responsável, lembrando que teremos até
cinco dias úteis para respondê-lo (a).
Onde pretende-se chegar com esse breve resumo da Revolução Industrial? O ponto-chave é a
evolução das organizações passando de foco do negócio para foco nas pessoas.
Com os deveres abusivos impostos pelos proprietários das indústrias, houve uma grande revolta dos
operários ou trabalhadores, surgiram os direitos trabalhistas, de forma a resguardar as condições de
trabalho assegurando assim, maior qualidade de vida.
As novas exigências da legislação fizeram com que os empresários fossem obrigados a se
enquadrarem conforme o determinado pelos direitos trabalhistas. Esse processo de enquadramento
não foi facilmente aceito, porém as greves foram cada vez mais frequentes e fizeram com que os
empresários aceitassem mesmo a contragosto. Sem trabalhadores a indústria ou fábrica não produziria,
assim sendo o empresário teria mais prejuízo sem os trabalhadores do que pagando-lhes o que era de
direito.
Habilidades são as capacidades técnicas que um indivíduo possui para realizar determinadas tarefas
ou atividades. Como por exemplo, a profissão de mecânico exige tanto conhecimento quanto experiência.
O mecânico precisa entender sobre o assunto para conseguir colocar na prática.
Já a competência seria a soma de talento com a habilidade, como um profissional que gosta do que
faz e, portanto colocar em prática da melhor forma possível. Como por exemplo, um piloto de Fórmula 1,
o profissional precisa ter a habilidade para pilotar (ser treinado = ser habilitado) como também necessita
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a competência que no caso é o talento para disputar competições e desenvolver a vocação pelo que faz,
só assim o sucesso é mais garantido.
Sendo assim, as pessoas dotadas com as habilidades e competências podem contribuir para o
futuro de uma organização. As pessoas não são apenas fonte de mão de obra, são muito além
disso, são agentes transformadores que contribuem com melhores ideias e novas práticas.
Como diz Chiavenato1, e onde estão as competências? Em que lugar? Quase sempre na cabeça – e
não nos músculos – das pessoas.
O que ele quer dizer com isso é que, as pessoas ou os trabalhadores neste caso, deixaram de
ocupar um papel mecanicista dentro da gestão de uma empresa, para passarem a ocupar uma
posição mais estratégica. As pessoas evoluíram do simples executar para o pensar, melhorar,
modificar. E na Revolução Industrial esse fato fica muito evidente, pois as pessoas além de exigirem por
melhores condições de trabalho passaram a perceber que eram valiosas pelo que podiam oferecer ao
negócio, não só pela força física, mas pela força mental e estratégica. Até então, as pessoas não tinham
consciência nem de seus direitos nem do que podiam contribuir.
É importante enfatizar que o fenômeno da Revolução Industrial apenas foi um marco inicial para
esse olhar mais analítico dos empresários frente aos seus colaboradores. Pois esse processo de
constituição da Administração de Recursos Humanos custou muito ser realidade e até nos dias atuais
ainda há muitas transformações e melhorias a serem conquistadas nessa área.
Após introduzir esse breve marco das relações humanas, é fato de que as mudanças estão cada vez
mais constantes. Muitos fatores têm contribuído para essas mudanças como os fatores econômicos,
tecnológicos, sociais, ambientais, culturais, demográficos, legais, etc.
Essas mudanças, tais como a Revolução Industrial, contribuíram para a transformação com relação à
nomenclatura adotada do que chamamos de Área de Recursos Humanos, ora conhecida por Gestão
de Pessoas, ora conhecida por Recursos Humanos somente, ora tratada como Gestão de Talentos,
Gestão de Parceiros ou de Colaboradores, Gestão do Capital Humano, Administração do Capital
Intelectual e enfim Gestão de Pessoas.
Embora cada empresa conforme sua gestão trate este departamento voltado às pessoas de uma
forma, adotando um nome distinto, os objetivos são os mesmos, fazer com que as pessoas sejam
parceiras da organização. Isso significa parceria com todos os envolvidos no negócio, desde o
acionista até o porteiro, desde o fornecedor até o concorrente, pois são as pessoas que dão vida
e dinamismo ao negócio, que fazem o crescimento e o desenvolvimento acontecer.
Dessa forma, para Chiavenato2, a Administração de Recursos Humanos (ARH) trata especificamente
de um conjunto de políticas e práticas necessárias para conduzir, os aspectos da posição gerencial
relacionados com as “pessoas” ou recursos humanos, incluindo recrutamento, seleção, treinamento,
recompensas e avaliação do desempenho.
1
CHIAVENATO, Idalberto. Princípios da Administração - o essencial em Teoria Geral da Administração - 2ª Ed. 2012
2
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas - 3ª Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
2
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A Gestão de Pessoas é a área que constrói talentos por meio de um conjunto integrado de
processos e cuida do capital humano das organizações, o elemento fundamental do seu capital
intelectual e a base do seu sucesso.
A área de Gestão de Pessoas tem passado por uma grande transformação nos últimos anos, a
principal mudança notável nesse modelo de gestão é sua atuação, que vem deixando de ter papel
somente operacional para atuar em campo mais estratégico dentro das organizações.
A administração dos recursos humanos era concebida como uma área operacional, pois atuava
principalmente como departamento de pessoal. Conhecida como o departamento da empresa que se
restringia apenas na execução de contratações, realização da folha de pagamento e demissões.
Trazendo para outras palavras, uma área que apenas executava decisões tomadas por outros
departamentos e ainda levava “fama” de departamento burocrático por ter que fazer cumprir muitas leis,
normas e regras que envolvem o trabalhador.
Essa área foi considerada por muito tempo como uma fonte de despesa, por ser vista por muitos
gestores como um “mal necessário”. Esse ponto de vista mal explorado pela administração das empresas
foi mudando consideravelmente, ao ponto de nos dias atuais, ser considerada a área de maior importância
em uma organização.
Houve alguns marcos históricos que contribuíram para que as empresas passassem a enxergar as
pessoas como recursos-chaves e não apenas despesas. No Brasil, entre 1930 e 1950, Getúlio Vargas
passa a criar a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), abrangendo os direitos e deveres dos
empregados bem como do empregador. As organizações passam a ter uma maior preocupação com as
leis estabelecidas, e assim paulatinamente começam um processo de restauração nos direitos
trabalhistas e garantia de uma melhor qualidade de vida e consequentemente maior produtividade para
as empresas. Um processo ganha-ganha, onde as duas partes são beneficiadas.
A partir desse contexto, surge o conceito de gestão de pessoas, sendo uma área vulnerável e
sujeita a instabilidade frente à cultura que se aplica às organizações. O funcionário deixou de ser
uma mera engrenagem de máquina e passou a ser o sujeito colaborador, contribuindo com o seu
recurso intelectual ao desempenhar sua parte no processo de transformação da empresa.
Assim, o colaborador passa a ser visto como o principal patrimônio das organizações. E como o próprio
termo utilizado, se passa a enfatizar a importância e o papel que cada trabalhador desempenha dentro
de uma organização, no qual este passa a ser um parceiro, um colaborador no negócio e um recurso
intelectual que contribui unicamente para o crescimento da empresa.
Mas revelando também ser um grande desafio para as organizações, uma vez que elas reconhecendo
o real papel dos colaboradores dentro da administração de uma empresa passaram a exigir muito mais
de seus profissionais.
Todavia, com as transformações no mercado global, nos deparamos com um gap3, bastante
preocupante que é a escassez de profissionais, principalmente no que tange profissionais que
possuam habilidades comportamentais que se ajustem aos valores e filosofia das empresas.
Esse gap é o que chamamos de “gargalo” do mercado, é onde existe uma extrema necessidade de
profissionais para suprir a demanda do mercado de trabalho, mas em contrapartida as empresas não
conseguem selecionar um perfil de profissional que se enquadre dentro de suas expectativas. Isso ocorre
porque os profissionais estão sempre em busca de algo a mais, algo que há pouco tempo era inexistente
na administração das empresas.
Esse algo a mais é considerado pelos profissionais como aquilo que a empresa pode oferecer além do
que estão estipulados pelas leis, como benefícios, vale-transporte, vale-alimentação, vale-refeição, férias,
horas extras, 13º salário, etc. O que o profissional moderno almeja é mais do que uma carreira estável,
almeja um plano de carreira, sentir-se engajado no desempenho do negócio, é participar de uma gestão
por competências, por reconhecimento. É saber que há possibilidades de crescimento, promoções,
conseguir enxergar onde o profissional está hoje e onde ele pode chegar. Essa conquista na carreira é
algo desafiador tanto para o profissional quanto para as empresas, pois com essa mudança nos objetivos
dos profissionais oferecidos no mercado torna-se cada vez mais difícil reter “talentos” dentro de uma
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Palavra inglesa que significa lacuna, vão ou brecha – retirado do site: www.significados.com.br.
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organização, pois eles estão sempre buscando novos desafios além de uma empresa que possa oferecer
o tão almejado plano de carreira.
Retomando os fatos históricos que marcaram as transformações na área de Gestão de Pessoas, por
conseguinte, entre 1965 e 1980 a fase administrativa abre espaço ao movimento sindical, agora o Gerente
de Relações Industriais passa a ser chamado de Gerente de RH. A partir de 1980, dá se início ao período
da Administração Estratégica que perdura até os dias atuais.
Ela visa cooperar com a organização, em prol do alcance de seus objetivos, utilizando como
meio as políticas de manutenção dos recursos humanos. Em suma, a organização passa a
visualizar melhor os impactos que as ações podem causar ao seu ambiente, tanto interno quanto
externo. Logo, o Gerente de RH passa a integrar a diretoria, em nível estratégico.
Compete a todos os gestores da empresa, desde a alta administração até a baixa gerência,
assumir o papel de gestão de pessoas.
Para que isso ocorra a área de gestão de pessoas precisa descentralizar suas práticas, por meio de
um processo intenso de capacitação e sensibilização dos gestores, passando a atuar muito mais como
uma consultoria interna. E, para que as organizações passem a adotar uma gestão estratégica de
pessoas, torna-se necessário migrar do controle para o comprometimento dos colaboradores.
Enquanto uma organização se preocupar única e exclusivamente em adotar mecanismos de controle
de seus colaboradores, o comprometimento estará cada vez mais distante, pois o controle dificulta a
iniciativa, a criatividade, a parceria na busca de melhores resultados. Já as estratégias de
comprometimento permitem o engajamento, a participação ativa, novas ideias, enfim, o sentimento de
pertencer a algo importante, pois o sucesso da empresa será também o sucesso do profissional.
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FISCHER, André L. Um resgate conceitual e histórico dos modelos de gestão de pessoas. In: As pessoas na organização. São Paulo: Gente, 2002.
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Assim, uma Gestão Estratégica de Pessoas significa estreitar laços e aproximar-se dos
colaboradores, dos gestores e área de gestão de pessoas, de forma a mobilizá-los para alcançar
os resultados e metas planejados para a organização.
Ou seja, todos podem fazer parte do processo de tomada de decisões, desde que a empresa permita
isso, desenvolva essa autonomia e reconhecimento. Todos colaboradores podem ser estratégicos, peças-
chaves para o sucesso organizacional. Isso deve ocorrer tendo em vista que existem objetivos distintos
entre as organizações e as pessoas dessas organizações.
As organizações são constituídas de pessoas e dependem delas para atingir seus objetivos e cumprir
suas missões.
Para as pessoas, as organizações constituem o meio através do qual elas podem alcançar vários
objetivos pessoais, com um custo mínimo de tempo, de esforço e de conflito. Muitos dos objetivos
pessoais jamais poderiam ser alcançados apenas por meio do esforço pessoal isolado. As organizações
surgem para aproveitar a sinergia dos esforços de várias pessoas que trabalham em conjunto. Sem
organizações e sem pessoas certamente não haveria a Gestão de Pessoas.
Termos como empregabilidade e empresabilidade são usados para indicar, de um lado, a capacidade
das pessoas em conquistar e manter seus empregos e, de outro, a capacidade das empresas em
desenvolver e utilizar as habilidades intelectuais e capacidades competitivas dos seus membros.
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As pessoas como Parceiras da Organização
Nos tempos atuais, as organizações estão ampliando sua visão e atuação estratégica. Todo processo
produtivo somente se realiza com a participação conjunta de diversos parceiros, cada qual contribuindo
com algum recurso.
- Os fornecedores contribuem com matérias-primas, insumos básicos, serviços e tecnologias.
- Os acionistas e investidores contribuem com capital e investimentos que permitem o aporte financeiro
para a aquisição de recursos.
- Os empregados contribuem com seus conhecimentos, capacidades e habilidades, proporcionando
decisões e ações que dinamizam a organização.
- Os clientes e consumidores contribuem para a organização, adquirindo seus bens ou serviços
colocados no mercado.
- Cada um dos parceiros da organização contribui com algo na expectativa de obter um retorno pela
sua contribuição.
Muitas organizações utilizam meios para obter a inclusão de novos e diferentes parceiros para
consolidar e fortificar seus negócios e expandir suas fronteiras através de alianças estratégicas.
Cada parceiro está disposto a continuar investindo seus recursos na medida em que obtém retornos e
resultados satisfatórios de seus investimentos.
Graças ao emergente sistêmico - que é o efeito sinergístico da organização - este consegue reunir e
juntar todos os recursos oferecidos pelos diversos parceiros e aumentar seus resultados. Através desses
resultados a organização pode proporcionar um retorno maior às contribuições efetuadas pelos parceiros
e manter a continuidade do negócio.
Geralmente, as organizações procuram privilegiar os parceiros mais importantes. Os acionistas e
investidores eram, até há pouco tempo, os mais privilegiados na distribuição e apropriação dos resultados
organizacionais. Essa assimetria está sendo substituída por uma visão sistêmica e integrada de todos os
parceiros do negócio, já que todos eles são indispensáveis para o sucesso da empresa.
Acontece que o parceiro mais íntimo da organização é o empregado: aquele que está dentro dela,
que lhe dá vida e dinamismo e que faz as coisas acontecerem.
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Pessoas como recursos Pessoas como parceiras
- Empregados isolados nos cargos; - Colaboradores agrupados em equipes;
- Horário rigidamente estabelecido; - Metas negociadas e compartilhadas;
- Preocupação com normas e regras; - Preocupação com resultados;
- Subordinação ao chefe; - Atendimento e satisfação do cliente;
- Fidelidade à organização; - Vinculação à missão e à visão;
- Dependência da chefia; - Interdependência com colegas e equipes;
- Alienação à organização; - Participação e comprometimento;
- Ênfase na especialização; - Ênfase na ética e na responsabilidade;
- Executoras de tarefas; - Fornecedoras de atividades;
- Ênfase nas destrezas manuais; - Ênfase no conhecimento;
- Mão de obra. - Inteligência e talento.
Ela deve contribuir para a eficácia organizacional através dos seguintes meios:
1. Ajudar a organização a alcançar seus objetivos e realizar sua missão: antigamente, a ênfase
era colocada no fazer corretamente as coisas através dos métodos e regras impostos aos funcionários
para obter eficiência. O salto para a eficácia veio com a preocupação em atingir objetivos e resultados.
Não se pode imaginar a função da GP sem se conhecer o negócio de uma organização. Cada negócio
tem diferentes implicações na GP.
O principal objetivo da GP é ajudar a organização a atingir suas metas, objetivos e realizar sua
missão.
4. Aumentar a auto atualização e a satisfação das pessoas no trabalho: antigamente a ênfase era
colocada nas necessidades da organização. Hoje, sabe-se que as pessoas precisam ser felizes. Para
que sejam produtivas, as pessoas devem sentir que o trabalho é adequado às suas competências e que
estão sendo tratadas equitativamente. Para as pessoas, o trabalho é a maior fonte de identidade pessoal.
As pessoas despedem a maior parte de suas vidas no trabalho, e isso requer uma estreita identidade com
o trabalho que fazem. Pessoas satisfeitas não são necessariamente as mais produtivas. Mas pessoas
insatisfeitas tendem a desligar-se da empresa, a se ausentar frequentemente e a produzir pior qualidade
do que pessoas satisfeitas. A felicidade na organização e a satisfação no trabalho são determinantes do
sucesso organizacional.
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estruturar o trabalho e o ambiente de trabalho no sentido de satisfazer a maioria das necessidades
individuais das pessoas e tornar a organização um local desejável e atraente. A confiança das pessoas
na organização também é fundamental para a retenção e a fixação de talentos.
8. Construir a melhor empresa e a melhor equipe: não basta mais cuidar somente das pessoas. Ao
cuidar dos talentos, a GP precisa cuidar também do contexto onde eles trabalham. Isso envolve a
organização do trabalho, a cultura corporativa e o estilo da gestão. Ao lidar com essas variáveis, a GP
conduz à criação não somente de uma força de trabalho fortemente engajada como também a uma nova
e diferente empresa.
Todos esses processos estão bastante relacionados entre si, de tal maneira que se interpenetram e
se influenciam reciprocamente.
Cada processo tende a favorecer ou prejudicar os demais, quando bem ou mal utilizado. Um processo
rudimentar de agregar pessoas pode exigir um intenso processo de desenvolver pessoas para compensar
as suas falhas. Se o processo de recompensar pessoas é falho, ele pode exigir um intenso processo de
manter pessoas.
O equilíbrio na condução de todos esses processos é fundamental. Quando um processo é falho, ele
compromete todos os demais. Além disso, todos esses processos são desenhados de acordo com as
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exigências das influências ambientais externas e das influências organizacionais internas para obter a
melhor compatibilização entre si. Ele deve funcionar como um sistema aberto e interativo.
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2. Atribuir responsabilidades por certas decisões de RH exclusivamente aos gerentes de linha, e outras
exclusivamente aos especialistas de RH.
3. Treinar ambos os lados – gerentes de linha e especialistas de RH – em como trabalhar juntos e
tomar decisões conjuntas. Esta alternativa é mais eficaz se a organização tem um padrão de carreiras
que proporciona o rodízio entre posições de linha e staff. A rotação de cargos entre linha e staff ajuda
cada grupo a compreender melhor os problemas do outro.
Lidar com pessoas sempre foi parte integral da responsabilidade de linha de cada executivo, desde o
presidente até o mais baixo nível de supervisão.
Organizações bem-sucedidas definem as seguintes responsabilidades de linha para os gerentes:
1. Colocar a pessoa certa no lugar certo, isto é, recrutar e selecionar.
2. Integrar e orientar os novos funcionários na equipe.
3. Treinar e preparar as pessoas para o trabalho.
4. Avaliar e melhorar o desempenho de cada pessoa no cargo ocupado.
5. Ganhar cooperação criativa e desenvolver relações agradáveis de trabalho.
6. Interpretar e aplicar as políticas e procedimentos da organização.
7. Controlar os custos trabalhistas.
8. Desenvolver as habilidades e competências de cada pessoa.
9. Criar e manter elevado moral na equipe.
10. Proteger a saúde e proporcionar condições adequadas de trabalho.
Questões
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(E) agregar pessoas; aplicar pessoas; demitir pessoas; monitorar pessoas; manter pessoas;
recompensar pessoas.
02. (TCE/BA - Agente Público – FGV) Chiavenato (1999) destaca seis processos básicos da
Gestão de Pessoas: os Processos de Agregar Pessoas (que são os processos de incluir novas
pessoas), os Processos de Aplicar Pessoas (que são os processos que modelam as atividades que
os funcionários irão realizar na organização, acompanhar e orientar seu desempenho), os Processos
de Recompensar Pessoas (que motivam e incentivam as pessoas a satisfazer suas necessidades
individuas), os Processos de Desenvolver Pessoas (usados para capacitar, treinar e desenvolver
pessoas), os Processos de Manter Pessoas e os Processos de Monitorar Pessoas (usados para
acompanhar e controlar o trabalho dos funcionários e analisar os resultados).
05. (ANVISA - Técnico Administrativo – CETRO) Em relação aos conceitos fundamentais de gestão
de pessoas, analise as assertivas abaixo.
I. O conceito de recrutamento diz respeito a um conjunto de técnicas e procedimentos com o fim de
atrair candidatos potencialmente qualificados e com capacidade para ocupar cargos dentro da
organização. Já a seleção, busca entre os candidatos recrutados aqueles que mais se adéquam aos
cargos oferecidos pela empresa, com vistas à manutenção ou ao aumento da eficiência e do desempenho
do pessoal, bem como a eficácia da própria organização.
II A visão representa uma imagem da empresa projetada para o futuro e ela mostra a situação em que
ela pretende estar e que resultados deseja atingir num determinado tempo.
III. Os valores são as crenças e as atitudes básicas que ajudam a determinar o comportamento
individual, sendo construtores da integridade e responsabilidade que definem o que as pessoas e
organizações são, devendo ser abertos e publicamente expressados, repetidos e reafirmados.
IV. A missão organizacional está no centro da hierarquia das metas da organização e é a razão da sua
existência, descrevendo os valores da organização e a sua razão de ser, servindo como base para o
desenvolvimento de todas as metas e planos, conduzindo a organização para onde ela precisa ir.
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V. O treinamento pode ser entendido como a preparação do colaborador para desempenhar, de
maneira excelente, as tarefas específicas do cargo a ser ocupado, não sendo usado para desenvolver
competências novas, que é tarefa da educação corporativa.
06. (DPE/TO - Assistente de Defensoria Pública - COPESE – UFT) São objetivos da Gestão de
Pessoas, EXCETO:
(A) Ajudar primordialmente as pessoas a alcançarem seus objetivos.
(B) Proporcionar à organização pessoas treinadas e motivadas.
(C) Aumentar a auto atualização e a satisfação das pessoas no trabalho.
(D) Manter políticas éticas e comportamento socialmente responsáveis.
07. (CNEN - Assistente Administrativo – IDECAN) De acordo com os objetivos da gestão de pessoas
nas organizações, são funções da moderna gestão de pessoas, EXCETO:
(A) Desenvolver e manter a qualidade de vida no trabalho.
(B) Identificar, desenvolver e alocar pessoas por seus talentos.
(C) Manter políticas que estabeleçam padrões éticos de comportamento.
(D) Motivar as pessoas por meio de políticas estritamente remuneratórias.
(E) Estimular a criatividade e a flexibilidade das pessoas para enfrentar novos desafios.
08. (ANVISA - Técnico Administrativo – CETRO) Com relação aos objetivos da Gestão de Pessoas,
assinale a alternativa incorreta.
(A) Ajudar a organização a alcançar seus objetivos.
(B) Proporcionar competitividade à organização.
(C) Proporcionar à organização pessoas bem treinadas e bem motivadas.
(D) Aumentar a autorreferência e a qualidade de informação das pessoas no trabalho.
(E) Administrar e impulsionar a mudança.
10. (TJ/MG - Técnico Judiciário – FUMARC) Sobre a moderna Administração de Recursos Humanos
é correto afirmar, EXCETO:
(A) compartilha com todos os demais órgãos da empresa o encargo de administrar pessoas.
(B) trata-se de um órgão eminentemente operacional devotado às rotinas de pessoal.
(C) estabelece normas e critérios que sirvam de base para que os gerentes administrem seus
subordinados.
(D) assume a responsabilidade de staff pela administração de pessoas.
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11. (CVM - Analista - Recursos Humanos – ESAF) Segundo Chiavenato, as políticas relacionadas
com ARH (Administração de Recursos Humanos) devem ter as seguintes características, exceto:
(A) estabilidade, ou seja, suficiente grau de permanência para evitar alterações muito grandes.
(B) consistência, ou seja, congruência em sua aplicação, não importam os níveis ou áreas afetadas.
(C) complexidade, ou seja, nível de abordagem que permita utilização em organizações de variados
tamanhos.
(D) generalidade, ou seja, possibilidade de aplicação global e compreensiva para toda a organização.
(E) flexibilidade, ou seja, possibilidade de suportar correções, ajustamentos e exceções, quando
necessários.
Gabarito
Comentários
01. Resposta: C
Os seis processos de Gestão de Pessoas: A GP é um conjunto integrado de processos dinâmicos e
interativos. Os seis processos básicos de GP são os seguintes:
1, Processos de Agregar Pessoas.
2. Processos de Aplicar Pessoas
3. Processos de Recompensar Pessoas
4. Processos de Desenvolver Pessoas
5. Processos de Manter Pessoas
6. Processos de Monitorar Pessoas
02. Resposta: C
- Desenvolver pessoas: são os processos utilizados para capacitar e incrementar o desenvolvimento
profissional e pessoal, Incluem treinamento e desenvolvimento das pessoas, desenvolvimento
organizacional e planejamento de carreiras.
- Monitorar pessoas: são os processos utilizados para acompanhar e controlar as atividades das
pessoas e verificar resultados. Incluem banco de dados, sistemas de informações gerenciais, auditoria e
balanço geral.
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03. Resposta: E
Chiavenato define o processo de gestão de pessoas como um conjunto integrado de processos
dinâmicos e interativos. Assim sendo, refere-se às políticas e atividades que são utilizadas para gerir as
pessoas no contexto da organização.
Dentre os objetivos da gestão de pessoas, o autor dita como principais:
- Possibilitar à organização atingir seus objetivos e sua missão e visão estratégica.
- Atrair e manter pessoas treinadas e motivadas.
- Aumentar a competitividade da organização.
- Aumentar a satisfação das pessoas na empresa.
- Aumentar a qualidade de vida.
- Desenvolver um ambiente de mudanças.
- Desenvolver um ambiente ético.
04. Resposta: A
Lembre-se que os processos de Gestão de Pessoas são um "DRAMMA":
Desenvolver pessoas: Treinamento, mudanças e comunicação;
Recompensar pessoas: Remuneração, benefícios e serviços;
Agregar pessoas: Recrutamento e seleção;
Manter pessoas: Disciplina, higiene, segurança e qualidade de vida e relações com sindicatos;
Monitorar pessoas: Banco de dados e sistemas de informação;
Aplicar pessoas: Desenho de cargos e avaliação de desempenho.
05. Resposta: E
V - ERRADA. Segundo Chiavenato5: “Quase sempre o treinamento tem sido entendido como o
processo pelo qual a pessoa é preparada para desempenhar de maneira excelente as tarefas específicas
do cargo que deve ocupar. Modernamente, o treinamento é considerado um meio de desenvolver
competências nas pessoas para que elas se tornem mais produtivas, criativas e inovadoras, a fim de
contribuir melhor para os objetivos organizacionais.”
06. Resposta: A
Dentro das empresas podemos destacar vários objetivos da gestão de pessoas, Chiavenato6 diz que
a administração de recursos humanos deve contribuir para a eficácia organizacional por meio de
objetivos: Ajudar a organização a alcançar seus objetivos; Proporcionar competitividade à organização;
Proporcionar à organização empregados bem treinados e bem motivados; Aumentar a auto avaliação e
a satisfação dos empregados no trabalho; Desenvolver e manter qualidade de vida no trabalho;
Administrar a mudança; Manter políticas éticas e comportamento socialmente responsável e Construir a
melhor empresa e a melhor equipe. Para atingir esses objetivos e conquistar um desenvolvimento
sustentado das pessoas e da organização, são necessários diversos métodos e técnicas.
07. Resposta: D
Quando um executivo diz que o propósito da ARH é construir e proteger o mais valioso patrimônio da
empresa – as pessoas – ele está se referindo a este objetivo da GP. Preparar e capacitar continuamente
as pessoas é o primeiro passo. O segundo é dar reconhecimento às pessoas e não apenas dinheiro. Para
melhorar e incrementar seu desempenho, as pessoas devem perceber justiça nas recompensas que
recebem. Isso significa recompensar bons resultados e não recompensar pessoas que não se
desempenham bem.
08. Resposta: D
Observe o comentário da resposta da questão 1, em que todos os objetivos da Gestão de Pessoas
são citados. Ajudar a organização a alcançar seus objetivos; (alternativa A), Proporcionar competitividade
à organização; (alternativa B), Proporcionar à organização empregados bem treinados e bem motivados;
(alternativa C) e Administrar a mudança; (alternativa E) são descritos pelo autor. Sendo assim, a
alternativa D – “Aumentar a autor-referência e a qualidade de informação das pessoas no trabalho.” - não
consta dos objetivos citados por Chiavenato.
5
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas – O novo papel dos Recursos Humanos nas Organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1999.
6
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 6. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000.
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09. Resposta: D
O erro da assertiva I é dizer que a Administração de Recursos Humanos trata da manutenção de
máquinas e equipamentos, sendo que são os processos de manter pessoas que são utilizados para criar
condições ambientais e psicológicas satisfatórias para as atividades das pessoas. Incluem administração
da cultura organizacional, clima, disciplina, higiene, segurança e qualidade de vida e manutenção de
relações sindicais.
10. Resposta: B
Observe que a assertiva B restringe muito ao operacional, radicaliza, por isso está errada. Como visto,
a tendência é ser cada vez mais estratégica e menos operacional. Gestão de Pessoas a partir de 1990
(Era da informação) apresenta como características7:
- Mudanças ainda mais rápidas, imprevistas e inesperadas.
- Intensificação da competitividade.
- Conhecimento tornou-se o recurso mais importante.
- Migração do emprego do setor industrial para o setor de serviços.
- Trabalho manual substituí-do pelo trabalho mental.
- Terceirização das tarefas operacionais.
- Atuação estratégica.
- Pessoas vistas como fornecedoras de conhecimento.
- As equipes de gestão de pessoas operam como consultorias internas orientadas para atingir
atividades estratégicas.
11. Resposta: C
Segundo Chiavenato8, as políticas de recursos humanos devem ter as seguintes características:
estabilidade, consistência, flexibilidade, generalidade, clareza e simplicidade.
12. Resposta: C
Gestão Estratégica de Pessoas é a Gestão de Pessoas propriamente dita, num conceito mais atual,
em que deve estar alinhada de maneira macroscópica com a organização. É a Gestão de Pessoas
alinhada em todos os níveis de planejamento e com todos os departamentos da Organização, visando
um alinhamento com objetivos organizacionais de curto, médio e longo prazo.
13. Resposta: E
Utilize a explicação da questão anterior.
14. Resposta: C
A única que claramente não se relaciona com a Gestão de Pessoas é o assessoramento jurídico.
Estratégias de RH
Toda a empresa moderna "pensa" estrategicamente, mas a maioria delas elabora seu planejamento
estratégico voltado para a área de marketing, finanças, vendas, produção, atendimento ao cliente, entre
outros, e os recursos humanos normalmente ficam esquecidos.
Como poderemos obter êxito em um planejamento, se as pessoas que estão incumbidas de realizá-lo
e de fazer com que o mesmo traga os resultados esperados para a organização, não estão recebendo a
merecida atenção? Talvez esteja aí a reposta, para o porquê de muitos planejamentos estratégicos de
empresas estarem engavetados.
Planejar a área de RH hoje é fundamental, pois o ambiente empresarial está, cada vez mais, exigente
e rigoroso com as organizações. Não há mais espaço para as empresas que seguem modelos de gestão
antiquados, as mesmas precisam adequar-se às necessidades humanas, de certa forma integrada, sejam
elas clientes, proprietários, fornecedores, colaboradores, dirigentes etc.
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FONTE: Gestão de Pessoas para Concursos; RIBAS, ANDREIA. SALIM, CASSIANO.
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CHIAVENATO, I. Administração de Recursos Humanos: fundamentos Básicos. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
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1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
O equilíbrio dinâmico entre todas as áreas da empresa e do ambiente passa a ser fundamental, pois
as mudanças estão mais rápidas, constantes e significativas. Isso, na maioria das vezes, leva as
empresas a perdas, por falta de planejamento.
Fazer um planejamento da área de RH é uma estratégia de abordagem e um tratamento global da
administração, que se integra com o negócio da empresa e inclui preocupação com o futuro. Essa visão
não é apenas um conjunto de técnicas para se somar às já existentes e sim uma metodologia para levar
os objetivos da empresa adiante, já que as pessoas são responsáveis pelo "fazer" e pelos resultados.
Planejamento de recursos humanos compreende ao processo gerencial de identificação e análise das
necessidades organizacionais de recursos humanos e o consequente desenvolvimento de políticas,
programas, sistemas e atividades que satisfaçam essas necessidades, a curto, médio e longo prazos,
tendo em vista assegurarem a realização das estratégias do negócio, dos objetivos da empresa e de sua
continuidade sob condições de mudança.
Deve-se, assim, identificar como a área de gestão de pessoas (recursos humanos) pode contribuir
para o alcance dos objetivos e estratégias da organização e, simultaneamente, favorecer e incentivar o
alcance dos objetivos individuais dos funcionários
A integração entre as várias partes é fundamental, relacionar o planejamento de Recursos Humanos
com o planejamento estratégico, fará com que os objetivos da empresa sejam mais facilmente
alcançados. Muitas vezes, as empresas criam expectativas e delegam "tarefas", que seus colaboradores
que a princípio não têm condições de chegar a alcançar.
Cabe a ela, então, dar as ferramentas e o suporte necessários, para que essa pessoa desenvolver-se
e levar o objetivo da empresa adiante. Muitas vezes, o que é realizado em uma organização, provém de
atos e decisões das pessoas e que por isso só, podem ser realizados de uma forma melhor ou não. A
diferença dessa performance está, normalmente, na qualidade administrativa dessas pessoas, que irão
determinar o sucesso ou não da organização. Isso significa que o tratamento dos Recursos Humanos
deve ser considerado estratégico.
Trabalhar com motivação, desenvolvimento e recompensa dos seres humanos, definindo o
desempenho a partir do comportamento, é um desafio crescente e fundamental em um ambiente bastante
afetado pela escassez de recursos e a excessiva concorrência.
Trabalhando dessa forma, a missão do "gerente" deixa de ser apenas só dele e passa para as mãos
do trabalhador. Todo funcionário que se sente motivado, recompensado e sabe que a empresa preocupa-
se com ele, também fará o mesmo pela empresa, ou seja, ele se sentirá parte daquela organização e
trará os resultados por ela esperados. Outro fator que acho importante ressaltar é verificar de que forma
os colaboradores esperam que o planejamento estratégico irá ajudar a alcançar os seus objetivos
pessoais. Isso é válido não só para os funcionários, mas para dirigentes e os proprietários, pois a
realização pessoal é um fator muito importante no processo de desenvolvimento como um todo, já que o
mesmo está relacionado ao desenvolvimento pessoal. As pessoas só dão o melhor de si para a empresa,
quando sentem que naquele ambiente poderão desenvolver-se e atingir seus objetivos.
Muitas são as fases de um planejamento estratégico de Recursos Humanos. É um trabalho longo, que
precisa de pessoas competentes e comprometidas com os objetivos da organização.
Como se sabe trabalhar com pessoas não é nada fácil, logo planejar a força de trabalho e os talentos
humanos necessários para a realização da ação organizacional futura, não é uma das tarefas mais fáceis.
As empresas que pretendem adaptar-se ao ambiente presente e ao futuro terão que mudar a sua forma
de se relacionar com as pessoas, deixar de usá-las e se preocupar com suas necessidades e expectativas
enquanto ser humano.
Embora a administração de Recursos Humanos não lide "diretamente" com fontes de receita, ela
poderá certamente trazer lucros à empresa e benefícios às pessoas.
Criar um valor adicional é uma questão de saber lidar com as pessoas e obter delas o máximo de
eficiência, tanto para o desenvolvimento organizacional quanto para o pessoal. É preciso procurar
equilibrar o planejamento de Recursos Humanos com as demais áreas da empresa, pois, na maioria das
vezes, é desse setor que virá o suporte para continuidade das metas planejadas.
O profissional de Recursos Humanos é o responsável por preparar e desenvolver as pessoas, para
que, independentemente do seu setor, venham a trazer os resultados esperados.
O Planejamento Estratégico é composto por três conteúdos importantes traduzem sua cultura
organizacional e são essenciais para a sobrevivência de qualquer empresa, que são:
- Missão;
- Visão;
- Valores.
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1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
A missão deve demonstrar aos stakeholders qual o propósito da organização, o que faz esta ser única
dentro do seu ramo de atuação, basicamente trata-se da identidade.
Para elaborar a missão é necessário saber exatamente onde a empresa está situada, não
geograficamente falando, mas na questão competitiva de mercado, qual é a vantagem que possui frente
aos seus concorrentes.
A missão deve ser fixa e estável, embora esse conceito tem sido constantemente revisado pelos
especialistas da área, pois uma organização é muito dinâmica portanto, a missão pode e deve ser
revisada e redimensionada constantemente.
A missão se constitui basicamente pelo propósito maior que uma organização possui para estar
competindo no mercado, deve responder perguntas como:
-Por que a empresa existe?
-O que a empresa produz?
-Para quem produzimos nossos produtos?
Essas são questões que norteiam a missão, uma organização tendo as respostas para tais questões
conseguirá partir para o próximo passo que é a elaboração da Visão.
No que se refere à Visão pode-se explicar que é a prospecção que uma organização possui para
alcançar seus objetivos de uma maneira geral, sejam estes objetivos mais simplistas até os mais
complexos. A visão deve ser desafiadora, porém alcançável, deve ser ambiciosa, mas de forma que seja
possível da organização conseguir colocá-la em prática.
Geralmente a visão de uma organização é estabelecida no prazo de uma década, pois como
comentado deve ser algo desafiador a todos os colaboradores, portanto tornar-se-ia pormenorizada,
estabelecer um curto prazo para cumprimento da visão, faltaria motivação aos colaboradores e facilmente
a visão não seria tomada com seriedade.
Para o alcance da Visão, que seria o objetivo maior da organização, objetivos menores devem ser
estabelecidos, cada equipe atrelada com a missão deve unir os esforços individuais e globais para
conseguir que a Visão seja realidade.
A visão também possui questões norteadoras como a missão, são elas:
-Onde a empresa pretende chegar?
-O que seremos no futuro?
-Quais estratégias serão traçadas?
-Os colaboradores estão contribuindo para o alcance da Visão?
-Quais são os próximos passos?
-Quais novos produtos serão lançados?
-Entre outras.
Por meio das questões norteadoras fica mais claro aos colaboradores quanto ao que se pretende para
o crescimento diário a fim de conquistar o estabelecido na Visão.
Mas a dúvida maior é: e depois que a Visão é alcançada o que fazer? Uma organização vive em um
constante ciclo de mudanças e evoluções, e assim como seus produtos mudam as pessoas e seus
objetivos também devem se modificar, portanto a visão de uma empresa é finita, pois assim que a visão
que foi estabelecida está próxima de ser alcançados, os principais membros da organização, àqueles que
fazem parte do nível estratégico, nível tático e operacional, se reúnem e formam uma nova visão a ser
alcançada. Sendo assim, pode-se concluir que uma organização sempre terá novos objetivos e metas a
serem alcançados. Se hoje uma empresa qualquer possui uma oferta em âmbito regional, daqui a dez
anos ela almejará ofertar seu produto em âmbito nacional, posteriormente almejará ofertar seu produto
em âmbito internacional a começar pelo Ocidente, e assim por diante. É evidente que uma organização
que almeja crescimento nunca terá seus objetivos concluídos ou finalizados, pois ela sempre terá muito
a conquistar.
O exemplo citado tratou da Visão voltada unicamente para o alcance da oferta do produto em escalas
geográficas, mas é válido ressaltar que uma visão bem formulada abrange muito mais aspectos do que
apenas onde o produto será ofertado. Mais adiante serão demonstrados alguns exemplos de Missão,
Visão e Valores de empresas renomadas do Brasil e do mundo, e assim será mais fácil a compreensão.
Em suma palavras, para que uma organização saiba onde está e aonde quer chegar, é preciso que
sejam determinados quais os valores que servirá de guia para a conduta de seus colaboradores.
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1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
Mas afinal o que são valores?
Valores são considerados como crenças e princípios dotados por uma empresa para servirem de
exemplos nas condutas e comportamentos tomados pelos colaboradores dentro e fora do ambiente de
trabalho.
Por exemplo, uma empresa determina que a honestidade seja o principal valor dentre os dez que foram
estipulados, se um colaborador não agir fielmente frente a esse valor, ficará claro para a administração
que esse colaborador não se encaixa aos valores da organização. Esse ponto é bastante crítico, pois se
um colaborador não possui os valores básicos exigidos, isso demonstra que o mesmo terá dificuldades
de relacionar-se com outros colaboradores, ou ter dificuldades de aceitação de opiniões divergentes,
aceitação de ser liderado e de liderar, bem como outras dificuldades como o relacionamento de parceria
e transparência entre os clientes e fornecedores, etc.
As organizações estipulam os valores para que seja de conhecimento e prática de todos sem distinção
de cargo ou hierarquia.
Serão citados abaixo alguns exemplos:
-Os valores definem a forma de entrosamento entre equipes de diferentes setores ou departamentos;
-Definem a forma de liderança (esse tema terá um tópico específico para ser tratado);
-Contribuem para a comunicação interna;
-Estimulam o comprometimento e responsabilidade;
-Incentivam a prática da Responsabilidade Social e Ambiental na empresa e na sociedade;
-Contribuem para a maior fidelização dos colaboradores;
-Trabalha em favor da boa imagem da empresa frente aos colaboradores e frente à sociedade.
-Entre outras.
Os valores devem ser formulados de maneira simples e objetiva para que não haja duplos sentidos na
interpretação e de modo que todos os colaboradores sejam capazes de compreendê-los.
São inegociáveis, e devem ser praticados diariamente para a prática da Missão e o alcance da Visão.
Nenhuma empresa conseguirá saber quem é e o que faz, nem onde irá chegar se não souber quais
valores e princípios irão conduzi-la nesse sentido. São essenciais para que as pessoas tenham
consciência de que existe um padrão a ser seguido e mais ainda, sintam que a empresa está preocupada
em manter o bom convívio entre seus colaboradores.
Assim como a Visão e a Missão, os valores também possuem questões norteadoras para que melhor
entendimento de sua pretensão.
-Como os colaboradores devem se comportar?
-Qual relacionamento a empresa estabelece com seus clientes?
-Qual relacionamento a empresa estabelece com seus colaboradores?
-Como a empresa se relaciona com a comunidade?
-Como a empresa estabelece sua comunicação?
-Quais os valores primordiais para alcançar a Missão e Visão da empresa?
-Qual a estratégia para venda dos produtos/serviços?
-Entre outras.
As respostas dessas questões levam a organização a melhor entender qual a cultura que está
buscando para que seus colaboradores sejam capazes de contribuir cada vez mais com as estratégias
empresariais.
Abaixo será exemplificado sobre a Missão, Visão e Valores da empresa brasileira Duratex S.A, Maior
produtora de painéis de madeira industrializada e pisos, louças e metais sanitários do Hemisfério Sul, é
líder no mercado brasileiro com as marcas Durafloor, Duratex, Deca e Hydra. Produz ainda aquecedores
solares e chuveiros eletrônicos. Também está entre as 10 maiores empresa globais dos setores em que
atua.
Missão: Atender com excelência às demandas dos clientes, pelo desenvolvimento e oferta de produtos
e serviços que contribuam para a melhoria da qualidade de vida das pessoas, gerando riqueza de forma
sustentável.
Visão: Ser empresa de referência, reconhecida como a melhor opção por clientes, colaboradores,
comunidade, fornecedores e investidores, pela qualidade de nossos produtos, serviços e relacionamento.
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1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
Valores: Integridade; Comprometimento; Valorização humana; Superação dos resultados; Melhoria
contínua; Inovação; Sustentabilidade.
Estratégia organizacional
As estratégias empresariais para conseguir um bom resultado não devem considerar apenas os
setores de finanças, marketing, logística. Devem também alinhar os aspectos mais importantes da
estratégia organizacional com a Gestão de Pessoas. A estratégia organizacional tem que ser relacionada
com um planejamento estratégico de RH.
Podem ocorrer na organização dois tipos de planejamento de acordo com a sua formulação: o
planejamento adaptativo, quando é feito após a elaboração do planejamento organizacional e tem a
função de adaptar-se ao planejamento já feito e o outro tipo de planejamento é o autônomo que é
elaborado de forma isolada se nenhuma relação direta com o planejamento organizacional. Nem um dos
dois funciona de forma satisfatória, pois não estão integrados harmonicamente com a estratégia da
empresa. O planejamento estratégico de RH ideal é o planejamento totalmente integrado as estratégias
da organização.
Eistem diversos modelos de planejamento de RH. Veremos alguns deles de acordo com uma
classificação feita por Chiavenato (2004, p. 79-85):
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1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
limitado, pois se reduz à aspectos quantitativos, desconsiderando aspectos importantíssimos, como:
greves, estratégias do concorrentes, fatos imprevistos.
Existem alguns fatores que causam grandes alterações no planejamento de RH. São elas entre outras:
o absenteísmo, a rotatividade de pessoal e as mudanças da força de trabalho.
“O absenteísmo é a frequência e/ou a duração do tempo perdido quando os empregados não vêm ao
trabalho” (CHIAVENATO, 2004, p. 86).
As causas do absenteísmo foram estudadas intensamente e chegou-se a conclusão que ele é afetado
pela capacidade profissional das pessoas e pela motivação para o emprego, além dos fatores internos e
externos ao trabalho. Muitas empresas têm investido fortemente em incentivos a presença e desestímulos
a ausências ao trabalho.
A rotatividade de pessoal é resultante da entrada de novos funcionários e da saída de outros.
Geralmente para que cada empregado que se desliga da empresa outro é admitido. O desligamento pode
ser por iniciativa do funcionário ou por iniciativa da organização. No primeiro caso o desligamento pode
ocorrer por insatisfação do funcionário com a organização ou pode ocorrer pela visualização de
oportunidades mais atrativas em outras empresas. Algumas organizações estão implementando
incentivos para que os funcionários se demitam como é o caso do Plano de Demissão Espontânea (PDE).
No segundo caso a empresa decide desligar o funcionário. Vários motivos podem contribuir para isso:
necessidade de redução da força de trabalho, substituição por outro mais adequado as suas
necessidades, etc.
As mudanças na força de trabalho também interferem no planejamento de RH. As mudanças que
ocorrem nas organizações afetam diretamente as pessoas que nelas trabalham. O impacto de novas
tecnologias, as aceleradas mudanças que ocorrem no mundo são fatores condicionantes para as
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1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
mudanças na força de trabalho. A principal consequência dessas mudanças é a falta de pessoas
habilitadas para desenvolver estas novas funções que estão surgindo. Esse quadro exige do RH grandes
recursos para agregar, aplicar, recompensar, desenvolver e manter pessoas.
Questões
02. (UFRRJ - Assistente Administrativo – UFRRJ) “Seleção e descrição de fatos ocorridos no âmbito
de administração de recursos humanos” é parte do conceito de
(A) gerência de recursos humanos.
(B) planejamento de recursos humanos.
(C) políticas de recursos humanos
(D) filosofia de recursos humanos
(E) estrutura de recursos humanos.
(A) A missão estabelece uma identidade comum quanto aos propósitos da organização para o futuro,
orienta o comportamento de seus membros em relação ao destino que deseja construir e realizar.
(B) Os valores definem as estratégias organizacionais e indicam o caminho a ser seguido pela
organização.
(C) A visão é constituída de crenças e atitudes que ajudam a determinar o comportamento individual.
(D) É o processo de decisão a respeito das pessoas necessárias para atingir os objetivos
organizacionais dentro de um período de tempo.
04. (IGP/SC - Auxiliar Pericial – Criminalístico – IESES) Com relação ao Planejamento de Recursos
Humanos é correto afirmar, EXCETO:
(A) O Planejamento de Recursos Humanos tem a função de traduzir os objetivos e estratégias
organizacionais em objetivos e estratégias de Recursos Humanos.
(B) O Planejamento de Recursos Humanos impede a área de Recursos Humanos de agir com pró
atividade.
(C) Os exemplos de Planejamento de Recursos Humanos são mais comuns de ser encontrados em
grandes organizações, tendo em vista sua razoável complexidade e custos envolvidos para elaboração.
(D) O Planejamento de Recursos Humanos prevê sistematicamente as ofertas e demandas futuras de
empregados para uma organização.
05. (TRF 5ª REGIÃO - Analista Judiciário - FCC) O planejamento de Recursos Humanos refere-se à
maneira como a função de RH pode contribuir para o alcance dos objetivos organizacionais e,
simultaneamente, favorecer e incentivar
(A) as boas práticas administrativas.
(B) o clima organizacional e a estrutura de remuneração.
(C) o alcance dos objetivos individuais dos colaboradores.
(D) o processo de comunicação com o mercado de trabalho.
(E) a orientação dos gestores para lidarem com os processos de avaliação de desempenho.
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Gabarito
Comentários
01. Resposta: C
Planejamento de recursos humanos compreende ao processo gerencial de identificação e análise das
necessidades organizacionais de recursos humanos e o consequente desenvolvimento de políticas,
programas, sistemas e atividades que satisfaçam essas necessidades, a curto, médio e longo prazos,
tendo em vista assegurarem a realização das estratégias do negócio, dos objetivos da empresa e de sua
continuidade sob condições de mudança, além de favorecer e incentivar o alcance dos objetivos
individuais dos funcionários.
02. Resposta: B
Recursos Humanos é uma área em que necessita constantemente de investimentos das organizações,
com profissionais capacitados para realizar os planejamentos necessários as empresas conseguirão
melhorar o seu capital humano que é muito importante. Para tanto, deve-se ter o conhecimento necessário
da área, selecionando pontos importantes sobre as pessoas da organização.
03. Resposta: D
O planejamento estratégico é o processo de decisão a respeito das pessoas necessárias para atingir
os objetivos organizacionais dentro de um determinado período de tempo.
04. Resposta: B
A palavra impedir prejudica a afirmativa, a qual está claramente errada. A ideia é justamente oposta,
espera-se que a pro atividade seja aumentada e não impedida.
05. Resposta: C
O planejamento estratégico de RH deve ser parte integrante do planejamento estratégico da
organização e refere-se à maneira como a função de RH pode contribuir para o alcance dos objetivos
organizacionais e, simultaneamente, favorecer e incentivar o alcance dos objetivos individuais dos
funcionários.
Entre todas as mudanças que estão ocorrendo na moderna gestão de pessoas, provavelmente a mais
abrangente é a forte tendência para o deslocamento do foco nos cargos para as competências das
pessoas.
Isso significa que todo o processo de recrutar, selecionar, aplicar, avaliar, treinar, desenvolver,
remunerar e incentivar as pessoas deixa de levar em consideração os requisitos dos cargos ocupados,
deslocando-se para as habilidades e competências que as pessoas possuem e oferecem e que são
relevantes para a organização.
As organizações bem-sucedidas perceberam que somente podem desenvolver suas competências
organizacionais com base nas competências individuais de seus participantes. Em outras palavras, para
desenvolver e utilizar eficazmente suas competências estratégicas, as organizações precisam contar com
pessoas que disponham de competências individuais adequadas para o sucesso organizacional.
Competências básicas: na forma de conhecimento, habilidades, atitudes, interesses, traços, valor ou
outra característica pessoal – são aquelas características pessoais essenciais para o desempenho da
atividade e que diferenciam o desempenho das pessoas. Todo colaborador precisa aprender a construir
um conjunto de competências básicas para desenvolver suas atividades com sucesso.
Abrangendo como competências individuais temos:
Conhecimento: é o saber;
Habilidade: é o saber fazer;
Julgamento: saber analisar;
Atitude: é comportamento proativo – saber fazer acontecer.
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A gestão por competências procura substituir o tradicional levantamento de necessidades e carências
de treinamento por uma visão das necessidades futuras do negócio e de como as pessoas poderão
agregar valor à empresa.
Competências essenciais da organização: são as que a organização reúne e integra para realizar
seus negócios. São as competências que definem e personalizam cada organização e constituem suas
vantagens competitivas em um mundo de negócios altamente concorrente e dinâmico.
As competências essenciais devem apresentar as seguintes características:
a) Serem vitais para o sucesso do negócio da organização;
b) Constituírem um agregado de características próprias, únicas e exclusivas da organização, como
cultura, conhecimentos, estilo de gestão, etc.;
c) Serem difíceis de copiar ou imitar graças às características individuais da organização.
Competências individuais de cada pessoa: são as que cada pessoa deve reunir e integrar para
realizar seu trabalho com sucesso. Em geral, as competências individuais estão relacionadas com a
aprendizagem, solução de problemas, relacionamento interpessoal, facilidade em trabalhar em equipe,
etc.
A gestão por competência tem como objetivo preparar as empresas para obterem sucesso em um
mercado totalmente aberto e competitivo.
Com a abertura dos mercados, em que a concorrência se torna mais acirrada, o foco das empresas
passa a ser a satisfação do cliente. Esse novo comportamento tem um reflexo imediato na relação
daquelas com os seus funcionários, pois para atingir seus objetivos é preciso mais que novas tecnologias,
torna-se necessária uma gestão voltada para resultados, na qual todos são responsáveis para alcançar
os objetivos.
Para a implementação de uma gestão por competências a empresa precisa identificar quais as suas
competências essenciais e desenvolvê-las de forma a aproveitar todos os potenciais de seus funcionários,
agregando valor e aproveitando as oportunidades do mercado.
É preciso ter consciência de que o conceito de competência é dinâmico. Competências valorizadas
atualmente podem perder sua importância devido ao surgimento de inovações tecnológicas ou a simples
mudanças nos objetivos organizacionais. Com isso, o desenvolvimento de competências essenciais
requer aprendizagem organizacional e atualização contínua.
A remuneração por competências se torna uma ferramenta indispensável para as empresas se
manterem no mercado de forma competitiva, pois o foco é o funcionário e não mais o cargo. Os salários
podem variar de acordo com os resultados gerados por cada um.
Dessa forma, a gestão por competência tem que partir de um planejamento estratégico da organização
que deve direcionar as ações de captação e seleção, treinamento e gestão de carreira de seus
colaboradores visando a atingir seus objetivos e metas. Ela se torna necessária quando a organização
tem como objetivo integrar o modelo de gestão de pessoas à estratégia da organização.
Entretanto, para a implementação dessa gestão é preciso realizar o mapeamento das competências e
identificar as lacunas entre as competências necessárias para atingir os objetivos estratégicos da
organização e as competências internas já existentes.
O modelo de gestão por competência deve iniciar a partir da definição dos objetivos estratégicos da
empresa com base em sua principal competência. Alguns fatores relevantes não devem ser
negligenciados na definição dos objetivos, tais como: A missão (razão de existir), a visão (situação futura
desejada) e os valores (compromisso ético).
O perfil de competências é um fator determinante no processo de alinhar as competências individuais
com os objetivos estratégicos da empresa. Uma empresa que não possui uma gestão clara e definida
poderá se confundir e perder tempo desnecessário sem conseguir estabelecer metas e objetivos claros,
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1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
e ao mesmo tempo, sem utilizar a máxima potencialidade de cada profissional. Poderá possuir
profissionais atuando em direção oposta ao que se deseja alcançar.
A identificação das lacunas só se torna possível quando a organização conhece as suas competências
internas. Seu objetivo deve ser o de eliminá-las ou minimizá-las, aproximando ao máximo as
competências existentes das necessárias para o alcance dos objetivos institucionais. Com a identificação
das lacunas de competência, as empresas podem desenvolver melhor as respostas sobre os
desempenhos dos seus colaboradores orientando na busca por desenvolvimento e o crescimento
profissional de cada um.
O que se pode perceber é que a gestão por competência vem agregar formas de avaliação e
mensuração dos resultados almejados pelas organizações através da análise e observação dos
resultados gerados pelos seus colaboradores e, em contrapartida, as empresas remuneram esses
funcionários de forma a estimular o crescimento individual e, consequentemente, da organização.
Sendo assim, a gestão por competências é uma ferramenta necessária para que a organização esteja
preparada para os desafios impostos pela situação mercadológica atual, em que as inovações e as ofertas
se modificam a cada momento. Somente através de uma gestão que busque melhoria contínua as
empresas poderão se manter no mercado de forma competitiva.
Na gestão por competências os colaboradores se tornam responsáveis pelo sucesso da organização,
passam a ser mais que meras peças no processo produtivo, tornando-se artesões de novas formas de
atingir os objetivos preestabelecidos, ou melhor, planejados pelas organizações.
No fim da Idade Média, a expressão “competência” era associada essencialmente à linguagem jurídica.
Dizia respeito à faculdade atribuída a alguém ou a uma instituição para apreciar e julgar certas questões.
Por extensão, o conceito de competência veio a designar o reconhecimento social da capacidade de
alguém se pronunciar a respeito de determinado assunto e, mais tarde, com o advento da Administração
Científica5, passou a ser utilizado para qualificar o indivíduo capaz de realizar determinado trabalho.
A preocupação das organizações em contar com indivíduos capacitados para o desempenho eficiente
de determinada função não é recente. Taylor (1970) já alertava, no início do século passado, para a
necessidade de as empresas contarem com “homens eficientes”, ressaltando que a procura pelos
“competentes” excedia a oferta. À época, baseadas no princípio taylorista de seleção e treinamento do
trabalhador, as empresas procuravam aperfeiçoar, em seus empregados, as habilidades necessárias
para o exercício de certas funções, restringindo-se a questões técnicas relacionadas ao trabalho e à
especificação do cargo.
Sob essa perspectiva, referia-se à competência como um conjunto de conhecimentos e habilidades
que credenciavam um profissional a exercer determinada função.
Em decorrência de pressões sociais e do aumento da complexidade das relações de trabalho, as
organizações passaram a considerar, no processo de desenvolvimento de seus empregados, não só
conhecimentos e habilidades, mas também aspectos sociais e atitudinais. Algumas concepções, então,
começaram a valorizar a atitude como maior determinante da competência.
Zarifian (1996), por exemplo, ao definir competência, baseia-se na premissa de que, em ambiente
dinâmico e competitivo, não é possível considerar o trabalho como um conjunto de tarefas ou atividades
pré-definidas e estáticas. Para esse autor, competência significa “assumir responsabilidades frente a
situações de trabalho complexas [aliado]... ao exercício sistemático de uma reflexividade no trabalho”
(Ibid.), que permita ao profissional lidar com eventos inéditos, surpreendentes e de natureza singular.
A frequente utilização do termo “competência” no campo da gestão organizacional fez com que este
adquirisse variadas conotações, conforme relatam Brandão e Guimarães (2001) e McLagan (1997).
Contudo, abordagens mais modernas buscam não só considerar os diversos aspectos do trabalho, mas
também associar a competência ao desempenho. Para Ropé e Tanguy (1997), por exemplo, um dos
aspectos essenciais da competência é que essa não pode ser compreendida de forma separada da ação.
Dutra, Hipólito e Silva (1998), por sua vez, definem competência como a capacidade de uma pessoa gerar
resultados dentro dos objetivos organizacionais.
Sob esta perspectiva, que parece ter aceitação mais ampla tanto no meio acadêmico como no
ambiente empresarial, “competências representam combinações sinérgicas de conhecimentos,
habilidades e atitudes, expressas pelo desempenho profissional, dentro de determinado contexto ou
estratégia organizacional”. As competências são reveladas quando as pessoas agem diante das
9
Texto adaptado disponível em www.enap.gov.br
24
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situações profissionais com as quais se defrontam servem como ligação entre as condutas individuais e
a estratégia da organização.
Dessa forma, as competências agregam valor econômico e valor social a indivíduos e a organizações,
na medida em que contribuem para a consecução de objetivos organizacionais e expressam o
reconhecimento social sobre a capacidade de determinada pessoa, conforme ilustra a Figura seguinte.
Em geral, a adoção de um ou outro critério para a descrição de competências ocorre em razão do uso
que se pretende fazer. Quando utilizadas em instrumentos de avaliação do desempenho no trabalho, por
exemplo, as competências são descritas sob a forma de comportamentos passíveis de observação
(referenciais de desempenho), para que o avaliador possa mensurar o desempenho do avaliado a partir
25
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dos comportamentos que ele adota no trabalho. Quando utilizadas na formulação de ações de
treinamento, por sua vez, é necessário descrever não apenas os comportamentos desejados (referenciais
de desempenho), os quais constituirão os objetivos instrucionais do treinamento, mas também os
conhecimentos, as habilidades e as atitudes correspondentes, que constituirão os conteúdos
educacionais a serem ministrados.
A seguir, discute-se sobre essas dimensões ou sobre esses recursos da competência profissional.
Uma competência profissional resulta, portanto, da mobilização, por parte do indivíduo, de uma
combinação de recursos. A competência da pessoa é decorrente da aplicação conjunta, no trabalho, de
conhecimentos, habilidades e atitudes, que representam os três recursos ou dimensões da competência.
O conhecimento corresponde a uma série de informações assimiladas e estruturadas pelo indivíduo,
que lhe permitem “entender o mundo”. Refere-se ao saber que a pessoa acumulou ao longo da vida. O
conhecimento deriva da informação, que, por sua vez, deriva de conjuntos de dados, séries de fatos ou
eventos isolados.
As informações são dados que, percebidos pelo indivíduo, têm significado e relevância. Por fim, os
conhecimentos são conjuntos de informações reconhecidas e integradas pelo indivíduo dentro de um
esquema preexistente, causando impacto sobre seu julgamento ou comportamento.
A habilidade está relacionada ao saber como fazer algo ou à capacidade de fazer uso produtivo do
conhecimento, ou seja, de instaurar conhecimentos e utilizá-los em uma ação. A definição operacional
mais comum sobre a habilidade é a de que o indivíduo pode buscar, em suas experiências anteriores,
conhecimentos, sejam eles de fatos ou princípios ou de técnicas apropriadas, para examinar e solucionar
um problema qualquer. As habilidades podem ser classificadas como intelectuais, quando abrangem
essencialmente processos mentais de organização e reorganização de informações – por exemplo, em
uma conversação ou na realização de uma operação matemática –, e como motoras ou manipulativas,
quando exigem fundamentalmente uma coordenação neuromuscular, como na realização de um desenho
ou na escrita a lápis, por exemplo.
Ao abordar as duas primeiras dimensões da competência (conhecimentos e habilidades), Durand
(2000) utiliza a estrutura de análise do conhecimento, explicando que habilidade se refere ao saber como
fazer algo dentro de determinado processo (know-how), enquanto conhecimento diz respeito ao saber o
que e por que fazer (know-what e know-why), ou seja, à compreensão do princípio teórico que rege esse
processo e seu propósito.
Finalmente, a atitude (terceira dimensão da competência) refere-se a aspectos sociais e afetivos
relacionados ao trabalho (DURAND, 2000). As atitudes são estados complexos do ser humano que
afetam o comportamento em relação a pessoas, coisas e eventos, determinando a escolha de curso de
ação pessoal. Segundo esses autores, as pessoas têm preferências por alguns tipos de atividades e
mostram interesse por certos eventos mais que por outros. O efeito da atitude é justamente ampliar a
reação positiva ou negativa de uma pessoa, ou seja, sua predisposição em relação à adoção de uma
ação específica. Essa última dimensão está relacionada a um sentimento, a uma emoção ou a um grau
de aceitação ou rejeição da pessoa em relação aos outros, a objetos ou a situações. Portanto, por
analogia, a atitude se refere ao querer fazer.
A Figura seguinte demonstra as dimensões da competência, evidenciando o caráter de
interdependência e complementaridade entre conhecimentos, habilidades e atitudes, bem como a
necessidade de aplicação conjunta dessas três dimensões em torno de um objetivo.
26
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
Fonte: Durand (1998), com adaptações.
Até aqui, tratou-se da competência no plano individual, como atributo relacionado a uma pessoa.
Alguns autores, no entanto, elevam o seu conceito às equipes de trabalho ou mesmo à organização como
um todo. Não se deve desconsiderar a perspectiva da equipe no processo produtivo e sugere que uma
competência pode ser inerente a um grupo de trabalho. Em cada equipe manifesta-se uma competência
coletiva, que representa mais do que a simples soma das competências de seus membros. Isso porque
há uma sinergia entre essas competências individuais e as interações sociais existentes no grupo. Da
mesma forma, a competência coletiva de uma equipe de trabalho é uma propriedade que emerge da
articulação e da sinergia entre as competências individuais de seus componentes.
Prahalad e Hamel (1990), por sua vez, tratam do conceito de competência no nível organizacional,
referindo-se a ela como um conjunto de conhecimentos, habilidades, tecnologias, sistemas físicos e
gerenciais e de valores que geram um diferencial competitivo para a organização. Para esses autores,
competências essenciais nas organizações são aquelas que conferem vantagem competitiva, geram valor
distintivo percebido pelos clientes e são difíceis de serem imitadas pela concorrência. A mecânica de alta
precisão da Canon, o design de motores leves e eficientes da Honda e a capacidade de miniatuarização
da Sony são alguns dos exemplos de competência citados por Prahalad e Hamel (Ibid.). Nessa mesma
linha, Green (1999) refere-se a competências organizacionais como os atributos de uma organização que
a fazem eficaz.
É possível, então, classificar as competências como profissionais ou humanas (aquelas relacionadas
a indivíduos ou a equipes de trabalho) e organizacionais (aquelas inerentes à organização como um todo
ou a uma de suas unidades produtivas), ressaltando-se que as competências profissionais, aliadas a
outros recursos e processos, dão origem e sustentação às competências organizacionais. A gestão por
competências, como será visto a seguir, propõe-se a alinhar esforços para que competências humanas
possam gerar e sustentar competências organizacionais necessárias à consecução de objetivos
estratégicos.
Muitas empresas têm adotado a gestão por competências como modelo de gestão, visando orientar
seus esforços para planejar, captar, desenvolver e avaliar, nos diferentes níveis da organização
(individual, grupal e organizacional), as competências necessárias à consecução de seus objetivos.
10
Texto adaptado disponível em www.enap.gov.br
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1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
Essas ações fornecem importantes subsídios para as atividades de gestão de recursos humanos em
organizações públicas. Além de auxiliar na formatação de concursos, agilizar ações de recrutamento e
seleção interna e otimizar os processos de lotação e de movimentação de pessoal, permite a definição
de critérios claros para as iniciativas de avaliação de servidores, de estruturação de planos de
desenvolvimento pessoal e profissional e de remuneração, promovendo maior integração dos
subsistemas de gestão de pessoas.
Várias organizações têm implantado sistemas informatizados – como o banco de talentos -, para
alimentação, armazenamento e recuperação de dados sobre seus empregados. Inicialmente, a instituição
passa a conhecer melhor o perfil dos servidores e suas respectivas trajetórias profissionais. A seguir, é
possível a análise das competências disponíveis, bem como dos conhecimentos, das habilidades e das
atitudes que a organização deseja adquirir ou que são necessárias para a atuação, no presente ou no
futuro, em cada carreira ou setor.
Normalmente, o banco de talentos é um cadastro de servidores com dados sobre formação,
especialização, atividades acadêmicas, experiência profissional, realizações, atividades de
entretenimento, artísticas e esportivas, entre outras, armazenados em um sistema informatizado que
permite a realização de consultas e pesquisas refinadas. A proposta é disponibilizar para a organização
dados que auxiliem na identificação do perfil geral dos funcionários, incluindo informações curriculares,
indicações comportamentais – como, por exemplo, as provenientes da autoavaliação de habilidades e
atitudes – e dados sobre atividades realizadas de modo voluntário pelos servidores.
Os itens que formam o cadastro de cada indivíduo são definidos pela organização, de acordo com
suas necessidades, expressas, por exemplo, pela localização de especialistas em determinados temas
ou das pessoas interessadas em setores situados em cidades e países diferentes do que abriga a sede
ou matriz.
No cadastro, pode haver campos de preenchimento obrigatório e optativo; campos fechados, diante
dos quais o servidor deve selecionar a melhor alternativa para o registro da informação, e campos de livre
descrição, no qual o servidor registra os dados de forma não padronizada. A autoria do registro e a forma
de atualização das informações podem ser mais ou menos rígidas, de acordo com as implicações que
podem ter sobre a vida profissional do servidor.
Uma das questões mais delicadas presentes na gestão de um banco de talentos refere-se à
certificação das competências declaradas. Nesse caso, a organização deve estabelecer os critérios para
a validação das informações. Em cada processo seletivo, pode-se, por exemplo, propor a realização de
entrevistas e dinâmicas, aplicar testes psicológicos ou de conhecimento, etc.
Competência Interpessoal
De maneira geral, competência interpessoal11 significa ter habilidade para mediar de maneira eficaz as
relações entre a necessidade das pessoas e as exigências do ambiente em que estão inseridas.
Deve-se ressaltar a diferenciação dos termos competência (conjunto de capacidades humanas) de
aptidão (talento natural do indivíduo), habilidades (demonstração de talento natural) e conhecimento (o
que adquire ou precisa saber).
Em suma, a competência se difere de aptidão, tendo em vista o caráter “inatista” do termo. Ou seja, o
termo aptidão pode ser caracterizado como um recurso inato pertencente ao indivíduo. Já a competência
nos remete a uma aplicação prática de algumas características que possibilitam obter resultados
concretos à organização.
A não diferenciação destes termos pode resultar em desvios na comunicação, na avaliação ou
julgamentos, nas decisões ou, ainda, em processos seletivos e na promoção de pessoas.
Diante de tais definições, verifica-se que o termo competência, ainda que analisado sem o
“interpessoal”, indica que o mesmo não pode ser reduzido a conhecimentos técnicos, mas, sim, em uma
diversidade de fatores, em específico interpessoais, que contribuem para uma atuação eficaz em busca
de resultados concretos.
A competência interpessoal é um processo de aprendizagem contínuo durante o curso de
desenvolvimento das pessoas. Algumas, atendo-se mais à observação dos processos interacionais,
podem apresentar uma maior sensibilidade para tal. Contudo, mesmo aqueles que não a possuem,
podem desenvolvê-la através de aprendizagem vivencial, transmitida nos cursos oferecidos por
laboratórios especializados de relações humanas.
Sendo assim, a aquisição dessa competência passa por dois componentes a serem desenvolvidos: a
percepção e a habilidade. Para tanto, faz-se necessário um longo processo de crescimento pessoal,
11
CRISPIN, A. L. FRAGNANI, E. C. S. F. A Importância da Competência Interpessoal para a Atuação do Gerente no Contexto Organizacional. Disponível em:
http://www.bib.unesc.net/biblioteca/sumario/000044/0000441F.pdf.
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autodesenvolvimento e aceitação, objetivando uma percepção realista dos componentes que permeiam
as relações interpessoais.
A competência interpessoal requer que o gerente desenvolva, além do já visto, habilidades que o
permitam lidar com as situações relacionais do ambiente organizacional.
As principais habilidades que fazem parte de ser competente interpessoalmente na função gerencial:
liderança, comunicação, motivação, resolução de conflitos/negociação e a percepção social/flexibilidade
cognitiva.
A gestão de pessoas tem sido desafiada a estabelecer uma maior sintonia com as estratégias
corporativas. As políticas tradicionalmente adotadas nessa área não respondem mais às necessidades
do mundo atual, pois tendem a condicionar os empregados a adotarem uma postura passiva e reativa.
Tal fato decorre da busca de ajustamento do indivíduo à organização e do tratamento dispensado ao ser
humano, tratado como se fosse um mero recurso produtivo, como se percebe em diversos aspectos
dessas políticas. Na chamada sociedade do conhecimento, uma nova postura se faz necessária, para
que as organizações possam aproveitar o potencial criativo e inovador de seus funcionários.
Outro problema encontrado nas antigas concepções de gestão de pessoas, que precisa ser revisto, é
o não envolvimento direto dos gerentes com a formação e o desenvolvimento dos membros de suas
equipes. Os funcionários, por sua vez, também costumavam ser induzidos a esperar que as ações
relacionadas ao seu crescimento viessem da organização, não tendo iniciativa de buscar seu
autodesenvolvimento. A adoção de uma postura proativa e a partilha da responsabilidade pelo
desenvolvimento do corpo funcional entre os próprios trabalhadores, seus supervisores diretos e as
políticas organizacionais é outra necessidade que se descortina.
No atual cenário, em que novos atributos profissionais ganham crescente importância, faz-se
necessária a adoção de um novo direcionamento nos esforços de gestão de pessoas. A gestão por
competências vem ao encontro dessa necessidade, e por isso tem sido adotada em diversas
organizações.
A economia está em constante mudança. Não existem mais fronteiras para a concorrência. As
empresas que conseguirem manter maior flexibilidade em seus processos para atender clientes cada vez
mais exigentes sairão em vantagem neste cenário de competitividade. Diante de um mundo de rápidos
avanços tecnológicos e mercadológicos, as pessoas são o fator vital para a manutenção da
competitividade das empresas.
Gerenciar os talentos de uma organização é, hoje, um grande desafio. À medida que a história do
homem evolui, novas necessidades e recursos surgem para a sociedade, tornando-se indispensáveis e
essenciais, consequentemente alterando as relações de trabalho. Historicamente, a partir de um
determinado momento, a nova tecnologia decola, permitindo negociações e acesso a novos mercados,
ou seja, o começo da chamada globalização.
As organizações contemporâneas necessitam de pessoas talentosas para que possam sobreviver na
nova economia. Em um mundo em que as decisões, os processos e as atitudes devem ser rápidas e
agressivas, o diferencial de uma organização são as pessoas que lá trabalham com seus talentos e ideias.
Não importa o ramo da organização, se quiser prosperar ela precisará de pessoas bem formadas,
empreendedoras, visionárias, inovadoras e entusiasmadas; pessoas que possam resolver problemas,
com muito talento e alto poder de realização, flexíveis e capazes de enfrentar novos desafios. São elas
que ajudarão novos negócios a atravessar os obstáculos da nova economia.
Para atrair e reter talentos em uma organização é fundamental, também, que esta mantenha um clima
de trabalho sadio, amistoso, motivador, voltado ao progresso. A gestão por competências, ao viabilizar o
contínuo desenvolvimento das pessoas, pode contribuir para o alcance desse objetivo. Tal gestão deve
ser um processo contínuo e estar alinhada com as estratégias organizacionais. Sua adoção implica em
redirecionamento das ações tradicionais da área de gestão de pessoas, tais como: recrutamento e
seleção, treinamento, gestão de carreira e avaliação de desempenho. Também implica na formalização
de alianças estratégicas para capacitação e desenvolvimento das competências necessárias ao alcance
de seus objetivos.
12
Texto adaptado de Manoela S. Lana e Victor Claudio P. Ferreira, disponível em http://portal.estacio.br/
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1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
encontradas em seu ambiente externo. Embora tal adaptação levasse também em conta as forças e
fraquezas observadas internamente, era o ambiente externo que determinava os direcionamentos que
deveriam ser tomados. A incorporação do conceito de competências e a percepção de sua importância
levaram as organizações que o adotaram a assumir um novo posicionamento. O conhecimento possuído
e a capacidade de aprendizagem demonstrada passaram, então, a ter um papel preponderante nos
processos de mudança estratégica. A capacidade diferenciada de identificar, construir e alavancar novas
competências passou a ser vista como essencial para a obtenção e manutenção de vantagens
competitivas.
Essa mudança foi muito significativa à medida que rompeu com a visão de um gerenciamento pautado,
exclusivamente, pelas características do ambiente externo da organização que dominou os modelos de
gestão nas décadas anteriores.
Na verdade, as primeiras teorias da chamada administração científica, propostas no início do século
XX, caracterizavam-se por focarem basicamente os recursos possuídos pela organização, pouco se
preocupando com a adoção de ferramentas direcionadas para a análise do ambiente externo. Esse
posicionamento funcionou a contento em uma época em que havia uma demanda potencial não atendida
pela quase totalidade dos produtos industriais. A capacidade de produzir algo com eficiência era o que
definia o sucesso de uma empresa.
Um bom exemplo dessa orientação foi dado por Henry Ford ao construir um automóvel totalmente
padronizado – o modelo T, que era fabricado apenas na cor preta, por ser essa a tinta de mais rápida
secagem, facilitando o processo de pintura. Não importavam para Ford as preferências individuais dos
consumidores. Tendo, à época, uma tecnologia diferenciada, que lhe permitia produzir a um custo
altamente competitivo, ele gerenciava sua empresa com base nos recursos que possuía e não nas
demandas.
A crescente competição, que caracterizou a maioria dos mercados a partir da segunda metade do
século, tornou necessária a adoção de uma nova postura, centrando-se no ambiente externo as principais
decisões corporativas. A própria Ford, que citamos como exemplo do antigo direcionamento, foi
suplantada pela General Motors, que conquistou a liderança do mercado quando Alfred Sloan, seu
dirigente, implantou uma nova visão, passando a fabricar automóveis diversificados, adaptados às
necessidades e desejos dos consumidores.
O que se verificou a partir da década de 90 foi um equilíbrio entre as duas visões anteriores: a primeira
orientada para os recursos possuídos pelas organizações e a segunda pautada nas demandas da
sociedade. O gerenciamento por competências representa, assim, a redescoberta da possibilidade da
organização influenciar de maneira significativa o próprio sucesso não apenas se adaptando ao que
ocorre em seu ambiente externo, mas também construindo internamente condições favoráveis à sua
alavancagem.
As organizações que adotaram essa postura passaram a ter também uma nova percepção sobre a
gestão de pessoas. A partir do momento em que as competências possuídas pela organização são
consideradas estratégicas para sua diferenciação competitiva, a valorização dos funcionários ganha uma
maior importância.
A gestão de pessoas é incumbida de garantir que a organização mantenha um quadro de
trabalhadores que possuam as competências necessárias à obtenção de vantagens competitivas. A
adoção de formas eficazes de atração e de desenvolvimento de talentos ganha, com isso, uma
significativa importância. Sabendo-se que medidas isoladas não alcançam bons resultados, faz-se
necessária, portanto, uma completa revisão nas políticas e nos procedimentos da gestão de pessoas,
para que sejam eficazes nessa nova perspectiva.
É fundamental, também, que seja criada uma percepção clara sobre a ligação entre as competências
individuais e as organizacionais. São as pessoas que constituem as competências organizacionais. Por
outro lado, as organizações criam condições que favorecem ou, ao contrário, inibem o desenvolvimento
de seus membros. Trata-se, portanto, de uma relação em que causa e efeito se interpenetram, em uma
relação rica, dinâmica e complexa.
A aquisição de um enfoque estratégico representa um dos principais desafios da gestão de pessoas
nas organizações contemporâneas.
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1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
Quadro: Semelhanças entre gestão estratégica de pessoas e gestão por competências
A captação de talentos, também conhecida como recrutamento e seleção, é uma das mais importantes
atividades da área de gestão de pessoas.
Quando desenvolvida de forma adequada, permite a obtenção de importantes vantagens como:
- Adequação dos trabalhadores a seus cargos, facilitando a motivação e a produtividade;
- Conhecimento das características pessoais, do potencial e das limitações dos trabalhadores;
- Estabelecimento de uma relação duradoura entre a organização e os trabalhadores;
- Redução do turnover (rotatividade do pessoal - excesso de demissões);
- Redução das necessidades de treinamento.
Por outro lado, as deficiências verificadas nessa atividade podem provocar as seguintes
consequências:
- Comprometimento de todo o trabalho da área de gestão de pessoas, pois se uma pessoa está
ocupando um cargo inadequado às suas características, todos os esforços de desenvolvimento e
motivação, bem como os programas de planejamento de carreiras, gestão de desempenho e outros
correlatos tenderão a ser pouco eficazes;
- Baixa produtividade, devido à inaptidão e/ou desinteresse pelo cargo ocupado;
- Insatisfação e desmotivação;
- Demissões, com suas consequências: gastos com rescisão, investimento em novo processo seletivo,
dispêndio com o treinamento dos novos contratados e custo psicológico elevado para os outros
empregados, que costumam temer pelo próprio futuro na organização, quando há demissões constantes.
A adoção da seleção com base em competências tem como principais vantagens o aumento da
objetividade do processo de escolha e o foco mais preciso que proporciona (RABADIO, 2001).
O processo de seleção por competências deve começar pelo mapeamento das competências que
serão requeridas, levando-se em conta os requisitos do cargo e do posto de trabalho a ser suprido. Esse
mapeamento deve ser feito com base nos indicadores de desempenho adotados, os quais são
desdobrados das metas e prioridades estabelecidas pela organização.
A partir do perfil mapeado de competências desejáveis, são estruturados processos de seleção com
foco mais preciso. Técnicas como entrevistas, dinâmicas situacionais e jogos podem ser utilizadas como
ferramentas para o levantamento das competências que cada candidato já possui.
Para cada perfil de competência deve ser planejada uma entrevista personalizada. Algumas perguntas
encontradas com frequência nos processos seletivos tradicionais devem ser evitadas. Muitos candidatos
já vão para as entrevistas com respostas prontas para tais perguntas, perdendo-se, assim, a eficácia da
avaliação.
Como exemplos podem ser citadas as seguintes questões: “Fale três características suas positivas e
três negativas”; “Como você agiria se fosse seu líder?”; “O que você faria se tivesse uma incompatibilidade
com um liderado?”.
31
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
A utilização de perguntas comportamentais, focadas em competências, gera melhores oportunidades
de conhecer mais profundamente o comportamento do candidato. O ideal é que sejam feitas perguntas
abertas, ou seja, sem opções prévias de resposta, sobre questões bem específicas, com verbos de ação
no passado. Tais perguntas devem investigar os comportamentos que o candidato adotou em situações
profissionais que vivenciou, podendo, assim, indicar a presença ou ausência de competências
específicas.
Os jogos, outra técnica interessante, devem ser criados ou escolhidos criteriosamente para observar
a presença ou ausência das competências desejáveis no comportamento presente do candidato. Devem
reproduzir comportamentos do dia a dia, podendo, no entanto, abordá-los de maneira indireta, o que
contribui para reduzir a possibilidade de os candidatos adotarem comportamentos pré-direcionados.
A aplicação de procedimentos de seleção focados nas competências proporciona, portanto, uma maior
facilidade para o conhecimento dos candidatos, com base em características de real interesse para a
organização. Benefícios significativos são também gerados para as ações relativas à gestão do
desempenho, conforme destacado a seguir.
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desenvolvimento de diversas competências. É também um importante fator motivacional para muitas
pessoas, que se sentem valorizadas quando são chamadas a opinar sobre o seu trabalho.
As atividades de extroversão favorecem a descoberta pelo indivíduo de competências que ele não
sabia que possuía, podendo - a partir da consciência de que a possui - expandi-la e aprender a utilizá-la
de forma construtiva.
13
Texto adaptado de André Rogerio Berto, disponível em http://www.convibra.org/
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Nesse sentido, a conclusão lógica é que as questões devem induzir a uma resposta que viabilize ao
avaliador a identificação de algum comportamento, sob pena de se tornar inócua. Assim, os
questionamentos precisam ser abertos para permitir que o pretendente ao cargo disserte com detalhes o
fato vivenciado e possibilite que o avaliador identifique - ou não - uma ou diversas competências.
Questões fechadas instigam as respostas objetivas ou monossílabas e por isso precisam ser evitadas.
Ao realizar as perguntas, os verbos empregados precisam estar no pretérito para permitir que o
candidato conte uma experiência passada importante. O interessante é que seja enfatizado um passado
recente, e não um passado remoto (LEME).
Finalmente, além de focar o comportamento em detrimento da competência em si, é preciso perquirir
o comportamento do próprio entrevistado, e não de uma equipe ou colega com quem ele trabalhou. Visa-
se conhecer a experiência do candidato: apenas sua experiência será importante para deslindar o
processo seletivo; a forma como outras pessoas agiram não podem influenciar a conclusão (LEME).
Esses passos induzirão o candidato, ao responder alguma pergunta, a dissertar apenas sobre o que
foi perguntado, sobre o comportamento por ele desempenhado naquela situação e qual o resultado
gerado por aquela atitude. Esta equação - contexto, ação e resultado - ficou conhecida pelas iniciais CAR.
Ressalta-se que o trinômio CAR é apenas um guia para que o objetivo da entrevista seja atingido, e não
implica em dizer que foi mapeada alguma competência, derivada de um determinado comportamento
(CAMARGOS; SOUZA).
Embora o CAR seja insuficiente se for utilizado de maneira isolada, relatar os resultados que foram
obtidos em experiências pretéritas é de grande importância, pois mostrará o(s) aspecto(s) que foram tidos
como importantes pelo pretendente para alcançarem resultado satisfatório. Este item permitirá mapear
mais facilmente o perfil de competências (CAMARGOS; SOUZA).
Por fim, na entrevista por competências comportamentais também se observa a linguagem corporal
do candidato ao cargo. Ou seja, a entrevista é um conjunto do que se vê e escuta. Ressalta-se, porém,
que estas manifestações são distintas, variando de lugar para lugar e, de acordo com a cultura local, a
mesma atitude pode possuir significados diferentes.
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sistemas de gestão de carreira e remuneração que não têm critérios transparentes. A desmotivação é
uma das consequências naturais da insatisfação que esse tipo de percepção gera.
Com a adoção da gestão por competências, cada pessoa passa a ter uma visão mais clara do plano
de carreira e dos requisitos necessários para alcançar as promoções que almeja.
Em relação à remuneração, uma opção que se abre é o estabelecimento de salários baseados nas
competências que cada funcionário possui dentre as que são necessárias para o bom desempenho de
suas funções. O conceito que sustenta esse tipo de sistema de atribuição de salários tem sido utilizado
há bastante tempo em algumas ocupações como, por exemplo, os atletas profissionais. Sabemos que o
que determina a remuneração de um determinado jogador de futebol, por exemplo, não é o cargo que ele
ocupa, similar ao dos demais companheiros de equipe ou tampouco a função que desempenha (goleiro,
zagueiro, atacante, etc.). As competências manifestas no desempenho de suas atribuições é o que
diferencia os jogadores premiados com elevados salários. Nas equipes de futebol, apesar do sistema de
valorização dos jogadores já ser consagrado, não são utilizados instrumentos claros para medir as
competências possuídas. A avaliação se dá com base em critérios subjetivos e não explicitados e, por
isso, não pode servir de parâmetro para outros tipos de organização.
A implantação de um sistema de remuneração desse tipo precisa ser precedida da adoção de um
conjunto claramente estabelecido de competências desejáveis e de indicadores para sua mensuração.
Com isso, a verificação do nível de desenvolvimento de cada funcionário será viabilizada sem que sejam
criadas as distorções e insatisfações que a falta de critérios conhecidos gera.
Análise Profissiográfica14
A Análise profissiográfica consiste em uma proposta metodológica que tem como objetivo norteador a
elaboração do perfil profissiográfico de um determinado cargo por meio de uma análise detalhada de suas
características e necessidades. Nesta intervenção são identificadas as atribuições, responsabilidades e
tarefas realizadas, incluindo requisitos psicológicos e características restritivas para o cargo. Vale
destacar que essa técnica é pautada nos cânones da ciência e permite o estabelecimento de um perfil
profissiográfico validado, a partir de dados obtidos com a própria população ocupante do cargo.
Mapeamento de competências
O Mapeamento de Competências é um dos processos fundamentais para a implementação da gestão
por competências nas organizações, podendo abranger toda a empresa ou apenas determinadas áreas,
funções ou cargos. A partir desse processo, são identificados os conhecimentos, as habilidades e as
atitudes necessárias para o desempenho competente do cargo. O mapeamento permite a elaboração e
a descrição do perfil de competências profissionais técnicas e comportamentais exigidas para o cargo.
Competências técnicas: são definidas pelos conhecimentos e habilidades proximais ao cargo, que
devem ser aplicados em tarefas, responsabilidades, atribuições e funções específicas dos cargos
analisados. Indicam o “saber” e o “saber fazer” necessários à execução das tarefas do cargo ou função.
Competências comportamentais: contemplam habilidades distais e atitudes compatíveis com as
atribuições que devem ser desempenhadas em determinado cargo. Refere-se ao “querer fazer” no
desempenho competente do cargo ou da função.
14
Texto adaptado disponível em http://www.cespe.unb.br/
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- Valorização do capital intelectual com vias à otimização dos processos organizacionais e metas,
objetivos e expectativas de desempenho previamente planejadas e definidas pela instituição.
- Perspectivas de atuação definidas com base em indicadores de fato e de tendências, conforme
pressupostos teóricos advindos do Balanced Scorecard e de gestão estratégica do negócio ou foco de
atuação.
- Subsídios para cursos de capacitação e formação, a partir de um levantamento prévio das tarefas
(importância, frequência e dificuldade de execução das tarefas) como diagnóstico para maiores
necessidades de treinamento dos cargos, bem como a identificação das competências (por importância
e domínio de repertório) a serem trabalhadas.
- Embasamento aos processos de recrutamento e seleção, ancorados na visão de competências
esperadas e necessárias para o bom desempenho dos cargos.
- Insumos para planejamento de ações na área de treinamento e desenvolvimento, com a identificação
das maiores demandas do cargo.
- Avaliação de desempenho focada no cargo e por meio de competências, com foco no planejamento
do trabalho e na organização racional das atividades.
- Dados para estudo sobre cultura e subculturas organizacionais e seus constituintes.
- Indicadores de análise para suporte ou apoio às ações de acompanhamento biopsicossocial dos
servidores, no que tange a projetos de qualidade de vida ou mesmo, especificamente, ao
acompanhamento psicológico em diferentes instâncias.
Questões
01. (DEPEN - Agente Penitenciário Federal – CESPE). O modelo de gestão por competências, que
privilegia o espaço ocupacional em detrimento do cargo dos colaboradores, é adequado para as unidades
de gestão de pessoas das organizações que competem por meio de estratégias de diferenciação.
( ) Certo ( ) Errado
02. (MDIC - Analista Técnico Administrativo - CESPE) Gestão do desempenho e gestão por
competências podem ser consideradas tecnologias indistintas, uma vez que ambas normatizam a
integração entre objetivos organizacionais e individuais a partir de práticas de gestão de pessoas.
( ) Certo ( ) Errado
03. (TC-DF - Analista de Administração Pública –- CESPE) A gestão por competências traz à tona
a noção de que o desempenho de uma organização é fruto de interações deliberadamente previstas entre
atributos estratégicos, estruturais, contextuais e relacionados às próprias competências organizacionais
e individuais.
( ) Certo ( ) Errado
04. (SEFAZ-RJ Fiscal de Rendas – FGV) Em gestão por competências, a condição da organização
de adaptar continuamente suas competências às exigências do ambiente é uma característica das:
A) competências essenciais.
B) competências distintivas.
C) competências de unidades de negócio.
D) competências de suporte.
E) capacidades dinâmicas.
05. (TRT - 6ª Região Analista Judiciário – FCC) A concepção de gestão por competências pressupõe
a focalização prioritária nas competências
A) educacionais.
B) individuais.
C) gerenciais.
D) essenciais.
E) funcionais.
06. (TCM-CE Analista de Controle Externo – FCC) A gestão de pessoas por competências envolve
(A) treinar os funcionários em conhecimentos técnicos essenciais para o aumento da produtividade.
(B) mobilizar e colocar em prática conhecimentos, habilidades e atitudes dos colaboradores de uma
organização.
(C) selecionar os candidatos com os melhores currículos ou maior competência profissional.
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(D) desenvolver traços de personalidade mais adequados ao clima organizacional.
(E) adequar a cultura da organização para proporcionar uma zona de conforto para cada colaborador.
07. (SEFAZ-SP Agente Fiscal de Rendas – Adaptada FCC) É tarefa essencial da gestão de
competências
(A) articular competências técnicas e comportamentais dos indivíduos e integrá-las aos objetivos
estratégicos da organização.
(B) descobrir o talento natural de cada pessoa, capacidades que possam vir a ser aprimoradas por
meio de estratégias de coaching.
(C) procurar desenvolver as capacidades produtivas inerentes a uma pessoa. Essas capacidades
devem ser relacionadas com o desempenho de uma tarefa específica.
(D) enfatizar os conhecimentos formais e comportamentais que a pessoa precisa adquirir para
desempenhar uma tarefa.
(E) aperfeiçoar, nos gerentes, as habilidades práticas relacionadas com a administração competente
dos funcionários de uma organização.
10. (STF Analista Judiciário CESPE) Acerca da gestão de pessoas por competências, julgue os itens
subsequentes.
A modelagem de competências estabelece a tipologia e os níveis de complexidade para que as
atividades de mapeamento e avaliação de competências sejam realizadas nas organizações
( ) Certo ( ) Errado
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13 - (SERPRO - Analista – CESPE) A gestão por competência origina-se dos modelos normativos-
prescritivos de gestão de pessoas e constitui-se de ferramentas padronizadas de tomada de decisão
gerencial.
( ) Certo ( ) Errado
14. (EPE - Analista de Gestão Corporativa – CESPE) Um analista de recursos humanos ficou
responsável por descrever as competências necessárias ao profissional que atua no Serviço de
Atendimento ao Cliente (SAC). Para isso, ele recebeu algumas instruções de seu gerente que incluiu uma
recomendação que foge àquelas adequadas à técnica de descrição de competências.
Essa recomendação equivocada é:
(A) construir descrições claras e objetivas visando ao esclarecimento de comportamentos e habilidades
necessários aos profissionais.
(B) detalhar as atividades visando a pormenorizar procedimentos e rotinas necessárias ao pleno
desenvolvimento das atividades do setor.
(C) realizar validação semântica visando à garantia de adequado entendimento e compreensão de
termos técnicos por todos os funcionários.
(D) submeter descrições à crítica de pessoas chave na organização, visando à identificação de
inconsistências e inadequações.
(E) utilizar verbos que expressem uma ação concreta visando à representação de comportamentos
passíveis de observação no trabalho.
16. (TRE-CE - Analista Judiciário – FCC) A gestão por competências permite a implantação de
processos que objetivam estimular e criar condições para o desenvolvimento das pessoas, principalmente
pela possibilidade de definir o desenvolvimento profissional, como a capacidade
(A) para assumir atribuições e responsabilidades em níveis crescentes de complexidade.
(B) individual de gerenciar sua própria carreira de forma ascendente.
(C) de executar com excelência as atribuições do cargo.
(D) de aprendizagem, que possibilita uma formação acadêmica sólida e abrangente.
(E) de atingir objetivos estratégicos para a organização, elevando sempre e continuamente o nível de
produção
19. (TRF - 5ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área Administrativa – FCC) Desempenho humano é
diretamente proporcional a duas condições do ser humano: o querer fazer e o saber fazer.
Conceitualmente, entende-se que saber fazer é a condição
(A) explícita do desejo endógeno do indivíduo de realizar alguma coisa.
(B) cognitiva e experiencial que possibilita ao indivíduo realizar bem alguma coisa.
38
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
(C) implícita da vontade exógena do indivíduo de realizar alguma coisa.
(D) experiencial sob pressão que indica ao indivíduo para não realizar alguma coisa.
(E) valorativa que o indivíduo atribui ao seu esforço para motivar-se a fazer alguma coisa.
Gabarito
01.Certo / 02.Certo / 03.Certo / 04.E / 05.D / 06.B / 07.A / 08.B / 09.B / 10.Certo
11.Certo / 12.Errado / 13.Errado / 14.B / 15.B / 16.A / 17.Certo / 18.Errado / 19.B / 20.D
Comentários
01.Resposta: Certo
A questão está dividida em duas afirmações:
01 - O modelo de gestão por competências privilegia o espaço ocupacional em detrimento do cargo
dos colaboradores;
02 - O modelo de gestão por competências é adequado para as unidades de gestão de pessoas das
organizações que competem por meio de estratégias de diferenciação.
É necessário entender o conceito de "espaço ocupacional" para definir se a afirmação 01 está correta
ou errada. Tal conceito estabelece uma correlação entre complexidade e entrega, pois nele o indivíduo
agrega valor à medida que assume atribuições mais complexas com base nas necessidades da
organização. Assim, podemos afirmar que o modelo de Gestão por Competências privilegia o espaço
ocupacional em detrimento do cargo dos colaboradores, pois é mais interessante para a organização que
o colaborador se concentre no espaço ocupacional do que propriamente no cargo.
Precisamos entender o conceito de "estratégias de diferenciação". As abordagens para a
diferenciação incluem o desenvolvimento de imagens únicas de marca, tecnologia exclusiva,
características únicas, canais exclusivos, serviços ao cliente originais ou similares. Em outras palavras, a
chave para a diferenciação é a obtenção de uma vantagem que seja facilmente percebida pelos
consumidores. Sendo assim, podemos perceber que o modelo de gestão por competências é adequado
para as organizações que competem por meio de estratégias de diferenciação
02.Resposta: Certo
A gestão por competências pode ser considerada como um MODELO ESTRATÉGICO DE GESTÃO
DE PESSOAS, no qual as organizações visam identificar quais são as competências (conhecimentos,
habilidades e atitudes) necessárias para o alcance dos objetivos e busca gerir seus colaboradores de
acordo com suas competências.
Entretanto, a gestão das competências é feita por meio de ferramentas da Gestão do Desempenho
(gerenciamento de desempenho), que pode ser entendida como a busca pela identificação e pela
mensuração das ações, ou seja, da aplicação dos conhecimentos, habilidades e atitudes dos
colaboradores dentro do contexto da organização, com a finalidade de alcançar os objetivos
organizacionais.
39
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
04. Resposta: E
As competências são, por natureza, dinâmicas, uma vez que exigem uma constante interação entre
pessoas e grupos internos e externos à organização, visando à sua constante ampliação e atualização.
05.Resposta: D
As competências essenciais que a organização reúne e integra para realizar seus negócios. São as
competências que definem e personalizam cada organização e constituem suas vantagens competitivas
em um mundo de negócios altamente concorrente e dinâmico.
06.Resposta: B
Por definição, as competências representam combinações sinérgicas de conhecimentos, habilidades
e atitudes.
07.Resposta: A
Na alternativa B "descobrir o talento natural de cada pessoa". A gestão de competências possui papel
estratégico, não apenas contemplando o nível individual, mas sim nível organizacional.
Na alternativa C, em "...capacidades produtivas inerentes a uma pessoa", idem a alternativa B.
Na alternativa D, em"...desempenhar uma tarefa". Pelo fato de a gestão por competências possuir
caráter estratégico, envolve mais desenvolver o seu trabalho visando aos objetivos da organização.
Por fim, na alternativa E, em "aperfeiçoar, nos gerentes...", a gestão de competências envolve TODA
a organização, não apenas os gerentes.
08.Resposta: B
No trecho “definiu um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes indispensáveis ao exercício
de um cargo ou função, estabelecido a partir da visão estratégica de estado” é definida a gestão por
competências.
09.Resposta: B
As competências essenciais que a organização reúne e integra para realizar seus negócios. São as
competências que definem e personalizam cada organização e constituem suas vantagens competitivas
em um mundo de negócios altamente concorrente e dinâmico.
10.Resposta: Certo
Modelagem de competências é definição de competências de uma organização, ou seja, os
conhecimentos, habilidades e atitudes que os colaboradores da empresa devem possuir. Existem vários
modelos de competência, sugeridos por diferentes autores, ou seja, há vários modos de identificar (definir
ou modelar) as competências. Os modelos de competência possibilitam que a atividade de mapeamento
das competências seja realizada de maneira mais estruturada. O processo de mapeamento de
competências, cujo resultado é a elaboração de políticas e planos de gestão de pessoas, significa avaliar
a aderência atual do perfil das pessoas às competências necessárias.
11 Resposta: Certo
A gestão do desempenho é uma perspectiva ampla adotada pelas organizações que buscam gerir o
valor que as pessoas efetivamente geram por meio de suas competências e de sua aplicação ao trabalho,
considerando os efeitos positivos da motivação.
Já a gestão por competências de forma estratégica está ligado a conseguir agregar, desenvolver e
aplicar, da melhor maneira, as competências individuais e organizacionais, permitindo que possam
agregar valor para o cliente. Para isso, o uso dos conhecimentos, habilidades e atitudes dos indivíduos
na organização é fundamental.
Gestão do desempenho e gestão por competências podem ser consideradas tecnologias indistintas -
nesse sentido - uma vez que ambas normatizam a integração entre objetivos organizacionais e individuais
a partir de práticas de gestão de pessoas.
12 Resposta: Errado
O mapeamento de competências tem como propósito identificar o gap ou lacuna de competências, ou
seja, a discrepância entre as competências necessárias para concretizar a estratégia corporativa e as
competências internas existentes na organização.
40
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
13 Resposta: Errado
Gestão por competências é uma técnica de gestão em que o foco está na redução ou eliminação do
gap (diferença entre as competências que se têm na organização e as que se pretende). Para tanto,
ferramentas rígidas seriam prejudiciais por se tratar de uma tarefa muito dinâmica: manipular a
competência de seres humanos.
14 Resposta: B
A questão pede a elaboração de uma análise do cargo (especificação) que é descrever o que é
necessário para o ocupante do cargo desempenhar suas funções efetivamente.
A alternativa "B" mostrou a descrição do cargo e suas minúcias, atribuição não pertencente à Gestão
por competências.
15 Resposta: B
Todos os itens, de fato, fazem parte da Gestão por competências.
16 Resposta: A
A alternativa B trata de gestão da carreira e não de competências.
As alternativas C e E são campos de outras áreas da administração: Organizacional e Estratégica,
respectivamente. A alternativa D é ligada a uma abordagem da gestão do conhecimento e formação
acadêmica, também não diretamente correlata com a gestão por competências.
17 Resposta: Certo
A frase está correta.
18 Resposta: Errado
Quando a organização usa, estrategicamente, o modelo por Gestão de Competências, quatro etapas
para o desenvolvimento do modelo podem ser identificadas: mapeamento, identificação do GAP, gestão
do GAP e plano de desenvolvimento. O mapeamento, no MGC, identifica as competências primárias da
empresa por meio da: análise documental, entrevistas com pessoas chaves e grupos focais. O
mapeamento também identifica as competências existentes (competências que os colaboradores
possuem - podem ou não ser essenciais) por meio de: questionários estruturados, escalas de
Likert/Osgood, grupos focais, avaliação por desempenho. A escala Likert ou escala de Likert é um tipo de
escala de resposta psicométrica usada frequentemente em questionários, e é a mais usada em pesquisas
de opinião. Ao responderem a um questionário baseado nesta escala, os perguntados especificam seu
nível de concordância com uma afirmação. Assim, as escalas psicométricas são indicadas para situações
em que se deseja mapear pontos pré-estabelecidos e não tão complexos como no caso da gestão por
competências.
19 Resposta: B
As demais respostas estão pautadas em fatores como desejo e motivação. No caso do saber fazer,
não há ligação com o desejo ou motivação antes de uma ação, mas sim da capacidade e aptidão para
realizar alguma tarefa.
A gestão por competências representa uma alternativa aos modelos gerenciais tradicionalmente
utilizados pelas organizações. Propõe-se a orientar esforços para planejar, captar, desenvolver e avaliar,
nos diferentes níveis da organização (individual, grupal e organizacional), as competências necessárias
para alcançar seus objetivos.
20 Resposta: D
O objetivo da Gestão por Competências é compreender quais são as competências organizacionais
críticas para o sucesso empresarial, desenvolvê-las em termos de competências profissionais e aprimorá-
las junto ao quadro de funcionários internos. Trata-se de uma metodologia de gestão moderna, focada
nos negócios, no mercado e no desenvolvimento profissional permanente.
A Gestão por Competências direciona sua ação prioritariamente para o gerenciamento da lacuna (gap)
de competências eventualmente existente na organização ou equipe, procurando eliminá-lo ou minimizá-
lo. A ideia é aproximar ao máximo as competências existentes na organização daquelas necessárias para
atingir os objetivos organizacionais.
Sob essa perspectiva, a minimização de eventuais lacunas de competências significa orientar e
estimular os profissionais a eliminar as incompatibilidades entre o que eles são capazes de fazer
(competências atuais) e o que a organização espera que eles façam (por meio das competências
necessárias).
41
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
Sistemas integrados de RH e indicadores estratégicos
Os sistemas de informação de uma empresa e seu banco de dados são considerados ferramentas
fundamentais para um eficiente controle dos recursos humanos e organizacionais.
Do ponto de vista gerencial o sistema de informação ocupa um papel importante no desempenho dos
gerentes, principalmente nas tarefas de planejamento e controle.
Chiavenato15 ressalta que sob o aspecto específico de controle, o sistema de informação gerencial
deve proporcionar informações relevantes para que os gerentes possam fazer uso do controle
antecipado em relação à ação, proporcionando vantagens competitivas da organização frente a seus
concorrentes.
Banco de Dados
O banco de dados16 “pode ser considerado como uma coleção de dados inter-relacionados,
representando informações sobre um domínio específico”, ou seja, sempre que for possível agrupar
informações que se relacionam e tratam de um mesmo assunto, pode-se dizer que temos um banco de
dados.
Os dados servem de base para a formação de juízos e resolução de problemas, porém só tem maior
importância quando estão classificados, armazenados e relacionados, permitindo a obtenção de
informação.
Os objetivos de um sistema de banco de dados são o de isolar o usuário dos detalhes internos do
banco de dados (promover a abstração de dados) e promover a independência dos dados em relação às
aplicações, ou seja, tornar independente a aplicação, a estratégia de acesso e a forma de
armazenamento.
Banco de dados de RH
Um banco de dados de Recursos Humanos pode ser classificado como um conjunto de dados
armazenados, organizados e relacionados logicamente e que seja referente às pessoas internas e
externas da organização e esteja ligado à Gestão de Pessoas.
Algumas informações desejadas que devem conter em um banco de dados de recursos humanos são:
• Avaliação de desempenho – demonstrar com base nas competências que os cargos exigem uma
avaliação individual ou geral dos funcionários, armazenando uma série histórica das competências e do
desempenho.
• Administração de Treinamento – informar as necessidades de treinamentos com base no perfil do
cargo, selecionar os participantes e ajudar na definição do orçamento.
• Avaliação e pesquisa – informar a eficácia dos treinamentos com base em pesquisas de opiniões,
demonstrar como se encontra o Clima Organizacional, com pesquisa de Clima Organizacional, entre
outros.
• Provisão de pessoal – visualizar currículos cadastrados, fazer triagem de candidatos por perfil
estabelecido, mostrar agenda de entrevistas, fazer acompanhamento do processo de seleção.
15
CHIAVENATO, Idalberto. Recursos humanos. Edição compacta. São Paulo: Editora Atlas, 2002.
16
CALDAS Ana Carolina, et al. Banco de Dados, Sistemas de Informação e Auditoria em RH. S.D.
42
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
De acordo com Chiavenato, o exemplo de banco de dados de RH pode ser visto na figura abaixo:
Com bancos de dados sincronizados e que podem ser acessados na rede de qualquer lugar, o poder
de velocidade e confiabilidade dos dados é o ponto forte. O cruzamento de informações possibilita
diagnosticar situações e auxiliar no processo de tomada de decisão dos que estão à frente da formulação
de estratégias da empresa. Outro aspecto que chama atenção nesta ferramenta é o dinamismo, pois
operações podem ocorrer em todo lugar e ao mesmo tempo.
Quando saímos da teoria e vamos para a prática, em relação a esse assunto, conseguimos observar
a sua importância para, por exemplo, a obtenção do resultado esperado dentro de uma empresa, seja em
vendas, em treinamento de pessoal, em desenvolvimento organizacional, etc.
Um banco de dados, quando bem elaborado e utilizado, pode levar uma empresa a possuir algo que
certamente irá diferenciá-la das concorrentes no mercado.
As organizações devem utilizar o seu banco de dados para armazenar e acumular dados que, após
serem processados, irão facilitar o controle e gerenciamento dos seus clientes (internos e externos) e
fornecedores.
O Banco de Dados de Recursos Humanos é uma poderosa ferramenta para a empresa, pois com um
banco de dados bem implantado e integrado os gestores serão capazes de tomar decisões mais
adequadas. O sucesso de um programa de Recursos Humanos depende basicamente de como o sistema
é planejado e desenhado.
Um eficaz Banco de Dados de RH tem que ser capaz de prover informações gerenciais para
subsidiar decisões da administração, bem como suas metas e objetivos. Também se espera que ele
disponibilize informações estratégicas para a área de RH e que tenha uma fácil visualização e utilização
por parte dos usuários. Atualmente o Banco de Dados de RH deixou de ser utilizado apenas pelo
administrativo e passou a ser uma ferramenta indispensável a vários membros de uma organização.
43
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
A Gestão de Pessoas requer o processamento de muitas informações a respeito das pessoas para
que especialistas de staff (assessoria) e os gerentes de linha possam efetuar um planejamento e tomar
decisões eficazes e adequadas.
Assim, o banco de dados dá um suporte ao staff, aos gerentes de linha e aos funcionários,
permitindo a visualização de desempenho e escolha de melhores decisões; e ao administrativo, redução
dos custos e tempo de processamento da informação.
Sistemas de Informações
Um sistema de informação gerencial (SIG) tem como principal objetivo auxiliar a tomada de decisões
do administrador.
Para tal, a informação deve ser colhida, processada e armazenada. A tomada de decisão vem com o
conhecimento oportuno gerado pelo sistema de informação. Esse conhecimento é gerado através de
dados trabalhados.
Segundo Chiavenato17:
- Dados: são apenas índices, uma manifestação objetiva, passível de análise subjetiva.
- Informações: são dados classificados, armazenados e relacionados entre si que permitem que a
mesma seja gerada, sendo ambas necessitadas de processamento.
- Processamento de Dados: é o grande responsável pela transformação dos dados em informações.
Uma das maneiras do SIG gerar as informações é através de relatórios e índices. A incerteza é
reduzida na hora de se tomar a decisão, pois o gerente está de posse de informações precisas sobre o
assunto que for tratar.
Para Chiavenato, um sistema de informações utiliza como fonte de dados elementos fornecidos por:
a) Banco de Dados de Recursos Humanos;
b) Recrutamento e Seleção de Pessoal;
c) Treinamento e Desenvolvimento de Pessoal;
d) Avaliação de Desempenho;
e) Administração de Salários;
f) Higiene e Segurança;
g) Estatísticas de Pessoal;
h) Registros e Controles de Pessoal, a respeito de faltas, atrasos, disciplina, etc.
Para a área de recursos humanos, é importante que o Sistema de Informações de Recursos Humanos
(SIRH) utilizado forneça informações (sejam elas sobre cargos, cadastro médico, remuneração, por
exemplo) para os demais órgãos sobre as pessoas que nela trabalham.
Para Chiavenato18, “um sistema de informações recebe entradas (inputs) que são processadas e
transformadas em saídas (outputs)”.
Um fator importante a ser levado em consideração na hora de elaborar o SIG é o conceito de ciclo
operacional onde são localizadas cadeias de eventos que se iniciam fora da organização, passam por
dentro dela e terminam mais uma vez fora.
17
CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos na Empresa. v. 5 ed. 3. São Paulo: Atlas, 1997.
18
Idem.
44
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
A importância se deve ao fato de que, se esse ciclo for seguido, nenhuma parte do fluxo de informações
fique de fora.
Seja qual for a função do Departamento de RH, a presença da tecnologia e da informática é cada vez
mais visível. Para as chamadas funções burocráticas, os sistemas utilizados são apenas parte de um
todo, de uso interno e restrito apenas a aquele setor.
É importante ressaltar que nos dias atuais a função do Departamento de Recursos Humanos deixou
de ser meramente burocrática e passou a, ser responsável direto por ajudar a empresa a atrair, reter e
desenvolver as pessoas que compõem o seu negócio.
No entanto, quando se fala de funções a nível estratégico é essencial que o sistema utilizado seja
integrado com toda a organização, pois o Departamento de Recursos Humanos tem função de staff e
responsabilidade de linha, ou seja, atende a todos os demais departamentos.
Sendo assim, dentro da organização essa informação é importante de acordo com os seguintes níveis
organizacionais:
a) Nível estratégico - identificam habilidades, escolaridade, tipos de cargo e atendem os planos de
negócio.
b) Nível tático - monitoram o recrutamento, alocação e remuneração de funcionários, descrevem
funções relacionadas ao treinamento, elaboração de planos de carreira e relacionamentos hierárquicos
entre funcionários.
c) Nível operacional - registram o recrutamento e colocação de funcionários da empresa. Eles
armazenam dados básicos de funcionários como nome endereço, telefone, escolaridade função salário
etc.
Sistemas Operacionais
Um sistema operacional é um tipo de sistema de informação automático, uma rede integrada de fluxos
de informações baseada em computador, representando um conjunto significativo das atividades da
empresa.
Vale lembrar que neste tipo de sistema não há retorno da informação à entrada, ou seja, é um sistema
de uma mão só, onde as informações entram, são processadas e saem, daí a ser chamado de sistema
fechado. Não é permitido, nesse tipo de sistema, mudanças rápidas em suas variáveis.
Na área de recursos humanos, os sistemas operacionais resultam de programas de computação que
estão relacionados entre si. É através desses sistemas que os gerentes poderão obter dados relevantes
sobre os empregados, sobre o ambiente organizacional, sobre o ambiente externo e sobre o
macroambiente, seja qual for o setor desejado.
Essa abrangência na coleta de informações permite que as mesmas sejam tanto externas quanto
internas à organização, gerando assim relatórios mais completos para os gerentes, sejam eles do nível
operacional, intermediário ou estratégico. Como todo sistema a ser desenvolvido, deve haver uma grande
preocupação com a elaboração do mesmo.
Por fim, é importante salientar que é preciso que haja um forte contato dos analistas com as
pessoas que irão utilizar o sistema, pois as mesmas irão identificar os processos que vêm sendo
usados para posterior documentação, além de se manterem firmes aos objetivos, metas e cultura da
organização. Afinal, se não houver a participação de quem vai utilizar o sistema, é possível que não fique
funcional e não atenda às necessidades de informações que de fato são as que importam para o Recursos
Humanos.
Questões
45
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
(D) Dados sobre complemento de renda, sobre moradia da família do funcionário e sobre outras
atividades.
(E) Dados sobre candidatos a emprego, sobre os funcionários de cada seção e sobre programas de
treinamento.
02. (UFLA - Administrador - UFLA) Com base em Chiavenato (2008), as alternativas sobre sistemas
de informação em recursos humanos são corretas, EXCETO:
(A) O ponto de partida para um sistema de informação de recursos humanos é o relatório gerencial.
(B) Um sistema de informações de recursos humanos utiliza a avaliação de desempenho como fonte
de dados.
(C) Um sistema de informações deve identificar e envolver toda a rede de fluxos de informação, para
ser projetado para cada grupo de decisões.
(D) A montagem de um sistema de informações de recursos humanos requer análise e avaliação da
organização ou de seus subsistemas e das suas respectivas necessidades de informação.
03. (UFT - Administrador - COPESE) Toda organização deve ser construída sobre sólida base de
comunicação e informação e não apenas sobre hierarquia de autoridade. Nesse sentido, um sistema
planejado de coletar, processar, armazenar e disseminar informação, que possibilita a tomada de
decisões eficazes pelos gerentes de linha envolvidos, é um sistema de
(A) Monitoração de Recursos Humanos.
(B) Informação Gerencial de Recursos Humanos.
(C) Informação da Cultura Interna.
(D) Contabilidade de Recursos Humanos.
04. (ANATEL - Analista Administrativo - CESPE) O uso da tecnologia da informação possibilita não
apenas a automação de atividades básicas da gestão de recursos humanos, como folha de pagamentos,
mas também o armazenamento e a análise de dados utilizados no planejamento e na tomada de decisão
em recursos humanos.
( ) Certo ( ) Errado
Gabarito
Comentários
01. Resposta: E
A Gestão de Pessoas requer a utilização de vários bancos de dados interligados que permitam obter
e armazenar dados a respeito de diferentes estratos ou níveis de complexidade, a saber:
1 . Cadastro de pessoal: com dados pessoais sobre cada funcionário.
2. Cadastro de cargos: com dados sobre os ocupantes de cada cargo.
3. Cadastro de seções: com dados sobre os funcionários de cada seção, departamento ou divisão.
4. Cadastro de remuneratório: com dados sobre os salários e incentivos salariais.
5. Cadastro de benefícios: com dados sobre os benefícios e serviços sociais.
6. Cadastro de treinamento: com dados sobre programas de treinamento.
7. Cadastro de candidatos: com dados sobre candidatos a emprego.
8. Cadastro medico: com dados sobre consultas e exames médicos periódicos e de admissão, etc.
9. Outros cadastros dependendo das necessidades da organização, da RH, dos gerentes de linha e
dos próprios funcionários.
02. Resposta: A
O ponto de partida para um sistema de informações em RH é o banco de dados. O objetivo final de
um sistema de informações é abastecer as gerencias de informações sobre seu pessoal. Um sistema de
informações é por definição, um sistema por meio do qual os dados são obtidos, processados e
transformados em informações, de forma esquematizada e ordenada, para servirem de subsídios ao
processo de tomada de decisões.
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1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
03. Resposta: B
Informação Gerencial de Recursos Humanos é uma poderosa ferramenta para a empresa, pois ajuda
a tomar decisões mais adequadas. O sucesso de um programa de Recursos Humanos depende
basicamente de como o sistema é planejado e desenhado.
Recrutamento e Seleção
Entender as diferenças entre estas duas ferramentas da área de recursos humanos é fundamental
para o alcance da eficiência e eficácia do gestor de RH. No entanto algumas pessoas e empresas pensam
que estas palavras (recrutamento e seleção) são sinônimos, mas como veremos a seguir ambas
apresentam grandes distinções.19
Recrutamento de Pessoas
Muito se fala sobre o processo de recrutamento dentro de uma organização, e muitas vezes torna-se
vago o entendimento a este respeito, pois se pensa que é um processo desnecessário, no qual demanda
tempo para desenvolver; mas pelo contrário, o processo de recrutamento é interessante, pois é nesse
processo que é identificado pontos do candidato que demonstram se o mesmo está ou não apto para
desenvolver tal cargo.
O recrutamento de pessoal é de responsabilidade do RH e tem como objetivo a organização e a
seleção de pessoal no atendimento aos clientes internos da empresa.
Assim, pode-se dizer que o recrutamento é um conjunto de técnicas que visam atrair candidatos
qualificados e capazes de ocupar cargos dentro da organização.
É basicamente um sistema de formação, através do qual a organização divulga e oferece ao mercado
de recursos humanos, as oportunidades de emprego que pretende preencher, de modo que se pode dizer
que é “o homem certo, na hora certa e no lugar certo”. Assim, percebe-se que todo recrutamento tem
início a partir de uma necessidade da empresa na contratação de novos profissionais, sendo que tal
necessidade é originada por motivos diversos.
O recrutamento é o conjunto de processos onde se espera atrair funcionários qualificados para uma
área especifica, visando sempre as necessidades presentes e futuras de RH da organização.20
Esta forma de angariar pessoas gera a composição dos colaboradores frente às necessidades da
empresa, mostrando quando e quantas pessoas a empresa deve empregar, contudo cada processo de
recrutamento baseia-se em conceitos de adequação ou contratação de novos membros.
Conforme Chiavenato21, a primeira etapa do recrutamento de pessoas é analisar se há funcionários na
organização aptos para a promoção de carreira, após isso a empresa deve escolher e analisar as fontes
que podem ser utilizadas, para fazer a melhor escolha de um novo colaborador.
Sobre este assunto, Xavier22 apresenta que existem vários erros que podem ser cometidos, ou seja,
que não são relevantes em um processo, mas na área de seleção de novas pessoas o pior momento é
quando seleciona um colaborador errado ou fora dos padrões do cargo e que possam trazer problemas
futuros.
Xavier23 descreve também que “o desempenho do gestor advém também da sua equipe. Assim, formar
uma equipe de valor é tarefa das mais estratégicas para ele”. Esta percepção demonstra que para se ter
19
SFORMI, Gilcimar Vicentini; OLIVEIRA, Edi Carlos de. O Papel e a Importância do Processo de Recrutamento e Seleção nas Organizações, 2014.
20
CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos. São Paulo: Atlas, 2000.
21
Idem.
22
XAVIER, Ricardo. Gestão de Pessoas na Pratica. Ed. Gente, 2006.
23
Idem.
47
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
um bom desempenho no processo de seleção e não ter dificuldades futuras a empresa deve ter
profissional qualificado no setor de recursos humanos.
Para Pontes24, o recrutamento determina a composição dos colaboradores frente às necessidades da
empresa, mostrando quando e quantas pessoas o cargo deve empregar, contudo cada processo de
recrutamento baseia-se em conceitos de adequação ou contratação de novos membros. Assim, percebe-
se que “são duas as fontes de recrutamento: a interna e a externa.
- Interna: os candidatos são recrutados na própria empresa; e
- Externa: os candidatos são recrutados no mercado de trabalho
VANTAGENS
Recrutamento Interno Recrutamento Externo
- Aproveita melhor o potencial humano da - Introduz sangue novo na organização: talentos,
organização; habilidades e expectativas;
- Motiva e encoraja o desenvolvimento profissional dos - Enriquece o patrimônio humano pelo aporte de
atuais funcionários; novos talentos e habilidades;
- Incentiva a permanência do funcionário e sua - Aumenta o capital intelectual ao incluir novos
fidelidade; conhecimentos e destrezas;
- Ideal para situações de estabilidade e pouca - Renova a cultura organizacional e a enriquece com
mudança ambiental; novas aspirações;
- Não requer socialização organizacional de novos - Incentiva a interação da organização com o
membros; mercado de Recursos Humanos;
- Probabilidade de uma melhor seleção, pois os - Indicado para enriquecer intensa e rapidamente o
candidatos são bem conhecidos; capital intelectual.
- Custa financeiramente menos do que fazer
recrutamento externo.
DESVANTAGEM
Recrutamento Interno Recrutamento Externo
- Pode bloquear a entrada de novas ideias, - Afeta negativamente a motivação dos atuais
experiências e expectativas; funcionários da organização;
- Facilita o conservantismo e favorece a rotina atual; - Reduz a fidelidade dos funcionários ao oferecer
- Mantém quase inalterado o atual patrimônio oportunidades a estranhos;
humano da organização; - Requer a aplicação de técnicas seletivas para
- Ideal para empresas burocráticas e mecanicistas; escolha dos candidatos externos. Isto significa custos
- Mantém e conserva a cultura organizacional operacionais.
existente; - Exige esquema de socialização organizacional para
- Funciona como um sistema fechado de reciclagem os novos funcionários.
contínua. - É mais custoso, oneroso, demorado e inseguro que
o recrutamento interno.
Existe ainda o Recrutamento Misto, como um terceiro tipo de recrutamento: é quando ocorre o interno
e o externo concomitantemente.
Ante o exposto, percebe-se que não existe fórmula mágica para a resolução dos problemas de
recrutamento das empresas, pois evidenciam-se vantagens e desvantagens em relação aos dois tipos de
recrutamento – o interno e o externo, devendo o Gestor de RH ponderar as melhores opções dependendo
do momento em que necessita realizar uma contratação.
24
PONTES. Planejamento, Recrutamento e Seleção de Pessoal. 4 ed. São Paulo: LTR, 2004.
25
CHIAVENATO, Idalberto. Recursos humanos. 7ed. – ed. comp. São Paulo: Atlas, 2002.
48
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
Avaliação do Recrutamento
Segundo Critério
- Número de entrevistas feitas;
- Qualidade dos entrevistados avaliada pelos entrevistadores;
- Porcentagem dos candidatos recomendados que são admitidos;
- Porcentagem dos candidatos que são admitidos e têm bom desempenho;
- Custo por entrevista.
Terceiro Critério
- Número de candidatos apresentados;
- Número de candidatos qualificados apresentados;
- Custo por candidato;
- Tempo requerido para gerar candidatos;
- Custo por admissão;
- Qualidade dos candidatos admitidos X desempenho, rotatividade, etc.)
Custos do Recrutamento
Despesas do Pessoal de RH dedicado ao Regulamento
- Salários e Encargos Sociais do pessoal de staff de RH (baseado na porcentagem de tempo
dedicado ao papel de recrutamento de pessoas);
- Despesas administrativas (como telefonemas, correios, material e programas de relações públicas,
despesas de viagens, etc.;
- Viagens, alojamento e despesas pessoais de recrutadores de staff;
49
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
Despesas Diretas de Recrutamento
- Anúncio em jornais e revistas;
- Pagamentos a agencias de recrutamento;
- Despesas com outras técnicas de recrutamento.
Seleção de Pessoas
A contratação de um novo colaborador para a organização precisa passar por algumas etapas, após
a realização do Recrutamento das Pessoas, vem a etapa de selecionar quais ou qual será a pessoa
escolhida para o cargo.
A seleção de pessoas funciona como um filtro que permite que apenas as pessoas que apresentem
características desejáveis à organização possam ingressar na mesma. É, sem dúvida, uma importante
ferramenta de gestão de pessoas, com a finalidade de identificar as pessoas que possuam o perfil
desejado pela análise e descrição de cargo.26
Marras27, se refere à seleção de pessoas conceituando-a como “uma atividade que tem por finalidade
escolher, sob metodologia específica, candidatos a emprego recebidos pelo setor de recrutamento, para
o atendimento das necessidades internas da empresa”. Este mesmo autor descreve que esta seleção se
baseia fundamentalmente na análise comparativa das exigências do cargo, que são as características
que o mesmo exige do profissional em termos de conhecimentos, habilidades e atitudes para o bom
desempenho de suas funções; como as características do candidato, que engloba o conjunto de
conhecimentos, habilidades e atitudes que cada candidato possui para desempenhar as suas tarefas.
Concordando com Marras, Chiavenato afirma que: A melhor maneira de conceituar seleção é
representá-la como uma comparação entre duas variáveis: de um lado, os requisitos do cargo a ser
preenchido (requisitos que o cargo exige de seu ocupante) e, de outro lado, o perfil das características
dos candidatos que se apresentam para disputá-lo.
A seleção de pessoas realizada na organização faz parte do processo de agregar pessoas dentro das
organizações. Portanto, o que difere a seleção do recrutamento é que, enquanto o objetivo do
recrutamento é atrair o máximo de pessoas que possuam as especificações básicas descritas para o
preenchimento dos cargos das empresas, a seleção faz a triagem dos melhores candidatos atraídos pelo
recrutamento, funcionando como uma espécie de filtro, onde apenas aqueles que tiverem o perfil
adequado para o cargo disponível que poderá ingressar na organização.
Chiavenato28, explica que “processo seletivo nada mais é do que a busca e adequação entre aquilo
que a organização pretende e aquilo que as pessoas oferecem”. Nesse processo de escolha há dois
pontos primordiais: a organização escolhe a pessoa e a pessoa só aceitará dependendo dos seus
objetivos e necessidades, ou seja, uma escolha recíproca.
Chiavenato29, esclarece que as técnicas de seleção podem ser classificadas em cinco grupos:
entrevistas; provas de conhecimentos ou de capacidades; testes psicológicos; testes de personalidades;
e técnicas de simulação.
Entrevistas
Percebe-se que a entrevista é uma das técnicas mais utilizadas na seleção de pessoas, por ser
aplicável em qualquer situação. Lodi30 sugere que “a entrevista é um dos mais antigos procedimentos
para a obtenção de dados e durante muito tempo foi o único modo de obtê-los”. E, de acordo com o autor
mencionado, a primeira função da entrevista é obter informações sobre aspectos não mensuráveis, e a
segunda é para comprovar as informações passadas pelo entrevistado, já na terceira é uma função
integradora, contendo as aptidões da pessoa recrutada.
Para Gil, entrevista é quando “o investigador se apresenta frente ao investigado e lhe formula
perguntas com o objetivo de obtenção dos dados que interessam a investigação”.
26
CHIAVENATO, Idalberto. Gerenciando com as pessoas. RJ; Elsevier 2005.
27
MARRAS, Jean Pierre. Administração de recursos humanos: do operacional ao estratégico. 14 ed. SP; Saraiva, 2011.
28
CHIAVENATO, I. Gestão de pessoas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
29
CHIAVENATO, Idalberto. Gerenciando com as pessoas. Rio de Janeiro: Elsevier 2005.
30
LODI, João Bosco. A Entrevista: Teoria e Prática. 7. ed. São Paulo: Pioneira, 1991.
50
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
Para Chiavenato31: A eficiência reside em fazer corretamente as coisas: saber entrevistar bem, aplicar
testes de conhecimentos que sejam válidos e preciosos, dotar a seleção de rapidez e agilidade, contar
com um mínimo de custos operacionais, envolver as gerências e suas equipes no processo de escolher
candidatos etc. A eficácia reside em alcançar resultados e atingir objetivos: saber trazer os melhores
talentos para a empresa e, sobretudo, tornar a empresa cada dia melhor com as novas aquisições de
pessoal.
Sobre este processo, após o término da entrevista a primeira atitude do entrevistador é fazer sua
avaliação sobre o candidato, analisando suas competências e comparando as respostas pela escala de
avaliação.
31
CHIAVENATO, Idalberto. Gerenciando com as pessoas. RJ; Elsevier 2005.
32
CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos. São Paulo: Atlas. 2000.
51
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
Provas objetivas: provas estruturadas, também denominadas testes, na forma
objetiva, cuja aplicação e correção são rápidas.
Os principais tipos são: testes de alternativas (certo ou errado, sim-não, etc.);
testes de preenchimento de lacuna (com espaços abertos para preencher); testes
de múltipla escolha (com três, quatro ou cinco alternativas); testes de ordenação
ou conjugação de pares (como: países numerados de um lado e várias capitais,
ao acaso, do outro).
Testes Psicológicos
O termo teste designa um conjunto de provas que se aplicam as pessoas para apreciar seu
desenvolvimento mental, aptidões, habilidades, conhecimentos, etc. O teste é geralmente utilizado para
servir de base para melhor conhecer as pessoas nas decisões de emprego, de orientação profissional,
de avaliação profissional, de diagnóstico de personalidade, etc. Sua função é analisar essas amostras de
comportamento humano, examinando-as sob condições padronizadas e comparando-as com padrões
baseados em pesquisas estatísticas.
Os testes psicológicos focalizam principalmente as aptidões procurando a determinação de quanto
elas existem em cada pessoa, com o intuito de generalizar e prever aquele comportamento em
determinadas formas de trabalho.
Os testes psicológicos baseiam-se nas diferenças individuais das pessoas, que podem ser físicas,
intelectuais e de personalidade. Analisam o quanto variam as aptidões de um indivíduo em relação ao
conjunto de indivíduos tomados como padrão de comparação.
Testes de Personalidade
Servem para compreender a personalidade do indivíduo de acordo com a análise de seus traços de
personalidade inatos e adquiridos, ou seja, os traços determinados pelo caráter e pelo temperamento do
indivíduo.
Os testes de personalidade servem para analisar os diversos traços de personalidade, sejam aqueles
determinados pelo caráter (traços adquiridos ou fenotípicos) como pelo temperamento (traços inatos ou
genotípicos). Um traço de personalidade é uma característica marcante da pessoa e que é capaz de
distingui-la das demais. Os testes de personalidade são genéricos quando revelam traços gerais de
personalidade em uma síntese global e recebem o nome de psicodiagnósticos.
Os testes de personalidade são chamados específicos quando pesquisa determinados traços ou
aspectos da personalidade, como equilíbrio emocional, tolerância a frustrações, interesses, motivação,
etc. Tanto a aplicação como a interpretação dos testes de personalidade exigem necessariamente a
participação de um psicólogo.
Técnicas de Simulação
As técnicas de simulação procuram passar do tratamento individual e isolado para o tratamento em
grupos e do método exclusivamente verbal ou de execução para a ação social. Seu ponto de partida é o
drama, que significa reconstituir em cima de um palco – contexto dramático – no momento presente, no
aqui e agora, o acontecimento que se pretende estudar e analisar o mais proximamente do real.
Assim, o protagonista, ao dramatizar uma cena, assume um papel (role playing) e permanece em um
palco circular rodeado por outras pessoas – contexto grupal – que assistem à sua atuação e podem vir
ou não a participar da cena. São essencialmente técnicas de dinâmica de grupo. A principal técnica de
simulação é o psicodrama, ou seja, cada pessoa põe em ação os papéis que lhe são mais característicos
sob forma de comportamento, seja isoladamente seja em interação com outra(s) pessoa(s). A simulação
promove retroação e favorece o autoconhecimento e a auto avaliação.
Não há como prever qual tipo de dinâmica será aplicado em determinada empresa” por isso cita “alguns
exemplos pode ajudar em sua preparação. Algumas vivências frequentes em processos seletivos:
Apresentação: antes de começar a trabalhar em grupo, é preciso conhecer cada um dos candidatos.
A apresentação pode ser feita apenas oralmente, quando cada participante fará uma pequena descrição
de sua vida pessoal e profissional. Sua apresentação pessoal já estará sendo avaliada pelos recrutadores;
Atividade individual: também é uma opção de avaliação do selecionador, que busca examinar a
capacidade do candidato em se expor a outras pessoas, competência na argumentação e fluência verbal;
Redação: algumas empresas pedem durante a dinâmica que os candidatos escrevam um texto para
avaliar o domínio da língua escrita (em português ou em outro idioma). Uma dica valiosa é revisar sua
ortografia;
52
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
Simulação de vendas: não é raro que os recrutadores peçam para os candidatos se dividirem em
grupos e bolarem uma estratégia de venda para determinado produto. Essa dinâmica geralmente ocorre
quando a vaga está relacionada ou necessita de algumas competências de um profissional de vendas;
Trabalho em equipe: inúmeras dinâmicas têm o objetivo de avaliar como o candidato interage em
grupo – se é introvertido ou não, engajado com a equipe ou relapso, possui capacidade de argumentação
ou não, apresenta características de liderança ou de liderado, etc.
Processo Seletivo
O passo seguinte é determinar quais as técnicas de seleção que deverão ser aplicadas. Geralmente,
aplica-se mais de uma técnica de seleção, em um processo sequencial, cada técnica de seleção aplicada
representa um estágio de decisão para se verificar se o candidato passará à técnica seguinte.
1) Seleção de estágio único: tipos de seleção cuja abordagem faz com que as decisões sejam
baseadas nos resultados de uma única técnica de seleção. É a situação de seleção em que existem
várias vagas, e as restrições referem-se somente às exigências mínimas para aceitação do candidato.
2) Seleção sequencial de dois estágios: tipo de seleção utilizado quando as informações colhidas
no primeiro estágio são insuficientes para uma decisão definitiva de aceitar ou rejeitar um candidato. Seu
objetivo é melhorar a eficiência do programa de seleção por meio do plano sequencial: somente os
candidatos que passaram no primeiro estágio passarão para o segundo, permitindo a economia de testes.
3) Seleção sequencial de três estágios: envolve uma sequência de três decisões tomadas com base
em três técnicas de seleção. A principal vantagem dos planos sequenciais reside na economia no custo
de obtenção das informações efetuadas sequencialmente, segunda a necessidade de cada caso. São
altamente recomendáveis, principalmente quando as despesas com testes são elevadas.
Cabe ressaltar que, as empresas brasileiras estão assumindo, além da capacidade intelectual e
competência técnica, os candidatos devem ser investigados em suas qualidades pessoais como:
iniciativa, liderança, adaptabilidade, empatia ou capacidade de persuasão. Isso faz adotar a prática de
avaliar candidatos não só em seu raciocínio lógico e capacidade analítica como também em sua
inteligência emocional.
Ante o exposto, é possível compreender que é de grande valia a existência de um profissional
capacitado na área, afinal é uma área muito importante, pois é pelo recrutador que passa o possível futuro
colaborador da empresa e, caso haja um mau recrutamento e este colaborador for escolhido de maneira
errônea, pode gerar muitas perdas para a empresa, tanto de tempo quanto perda financeira. De tal modo,
é necessário que o recrutador sempre esteja se aperfeiçoando e capacitando para que não faça escolhas
erradas em sua rotina profissional.
Pereira, Primi e Cobero33, afirmam que as empresas consideram que o processo de seleção é muito
mais do que uma simples contratação, mas sim a chave para o sucesso do negócio. Portanto, conhecer
a adequação de um teste para a seleção pessoal é fundamental para uma contratação correta, evitando
desperdício de dinheiro e de tempo numa escolha inadequada.
Questões
01. (EBSERH - Analista Administrativo - AOCP) Assinale a alternativa que apresenta a forma ou
processo de recrutamento de profissionais para a organização que é superior às demais.
(A) Recrutamento externo.
(B) Recrutamento interno.
(C) Recrutamento misto.
(D) Nenhuma das formas de recrutamento é superior à outra.
(E) Todas as formas de recrutamento são inferiores entre si.
53
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
03 (DATAPREV - Analista de Tecnologia da Informação - COSEAC) Uma das vantagens do
recrutamento externo é:
(A) maior economia;
(B) maior rapidez;
(C) maior índice de validade e segurança;
(D) o desenvolvimento de um sadio espírito de competição entre o pessoal;
(E) o enriquecimento dos recursos humanos da organização.
05. (MGS - Administração - IBFC) Ao analisar os recursos humanos de uma empresa, os itens
avaliados para se acionar um serviço de recrutamento e seleção são os relacionados abaixo, exceto o
que está na alternativa:
(A) Banco de dados.
(B) Rotatividade.
(C) Aumento do quadro planejado.
(D) Aumento do quadro circunstancial.
06. (MPE/MS - Analista Administrativo - FGV) A atração e seleção de pessoas se inicia a partir do
planejamento estratégico da organização. Considerando que o cenário atual e as macrotendências do
mercado afetam diretamente este processo, assinale a alternativa que contenha uma vantagem e uma
desvantagem do processo interno e do processo externo.
(A) Apresenta maior índice de validade e segurança; limita o capital humano da empresa // Aproveita
investimentos de treinamentos de outras empresas; pode sinalizar barreiras ao encarreiramento.
(B) Treinamentos introdutórios podem ser dispensados; não exige potencial de desenvolvimento para
promoções // Traz sangue novo à empresa; custos menores.
(C) Reduz os custos do processo; pode gerar conflitos de interesse entre os funcionários // Limita
criatividade e as inovações; processo demorado e lento.
(D) Diminui a competitividade; conduz a uma adaptação e a um bitolamento progressivo // Renova e
enriquece o patrimônio humano da empresa; quando monopoliza as vagas frustrando o pessoal interno.
(E) Torna o processo mais oneroso; enriquece o capital humano da empresa // Processo lento e caro;
aumenta a mobilidade interna.
07. (AL/MS - Agente de Apoio Legislativo - FCC) No que diz respeito às diferenças entre
recrutamento e seleção, tem-se que
(A) seleção é uma etapa antecedente ao recrutamento.
(B) seleção é o processo de captação externo e recrutamento de escolha interna.
(C) recrutamento é uma atividade de atração, enquanto a seleção é uma atividade de escolha.
(D) recrutamento consiste estritamente na classificação e seleção na decisão sobre a contratação.
(E) ambos são processos de escolha, sendo o recrutamento de natureza compulsória.
54
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
09. (IF/RS - Auxiliar em Administração - IF/RS) Avalie as afirmativas abaixo e marque a INCORRETA
sobre recrutamento e seleção de pessoal.
(A) A seleção de pessoal é responsável por selecionar os profissionais mais adequados para suprir as
necessidades da empresa ou organização.
(B) O recrutamento de pessoal é responsável por captar candidatos a emprego para vagas em aberto
em uma empresa ou organização.
(C) A seleção de pessoal tem por finalidade escolher, dentre os candidatos a emprego, os mais
adequados para atender às necessidades da empresa ou organização.
(D) Todo o processo de seleção baseia-se na análise comparativa entre as exigências do cargo e as
características do candidato.
(E) O recrutamento de pessoal é responsável por selecionar os profissionais mais adequados para
suprir as necessidades da empresa ou organização.
11. (FUNPRESP/JUD - Assistente - CESPE) Embora recrutamento interno, externo e misto sejam as
formas de recrutamento mais difundidas e comumente utilizadas nas empresas, novas modalidades para
a busca de talentos vêm sendo adotadas, a exemplo do recrutamento on-line.
( ) Certo ( ) Errado
Gabarito
01.D / 02.A / 03.E / 04.B / 05.A / 06.A / 07.C / 08.D / 09.E / 10.Certo / 11.Errado / 12.Errado / 13.B
Comentários
01. Resposta: D
Não existe uma forma superior de recrutamento, mas sim ideal para cada situação.
02. Resposta: A
Considera-se recrutamento o meio de encontrar e atrair candidatos para as posições abertas na
organização, portanto, é de suma importância que este processo esteja bem elaborado e que possua
muitos candidatos, pois deve alimenta o processo de seleção, que deve disponibilizar de muitas e boas
opções.
03. Resposta: E
Com exceção da "E". Todas as outras alternativas são vantagens do recrutamento interno.
04. Resposta: B
Segundo Chiavenato (2006) seleção constitui a escolha do homem certo para o lugar certo. De acordo
com Pontes (2010) seleção vem a ser o processo de escolha de candidatos entre aqueles recrutados. O
processo de seleção deve ser amplamente abastecido com candidatos em potencial pelo processo de
recrutamento. Este processo é um comparativo, de um lado as definições do perfil de cargo e de outro as
características dos candidatos, a fim de averiguar qual deles atende as exigências do cargo
55
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
(CHIAVENATO, 2006). A triagem entre os candidatos recrutados é a primeira etapa dentro do processo,
os que passam para a segunda etapa são submetidos a testes, tanto de conhecimento, desempenho
e testes psicológicos. A entrevista é um dos pontos principais da seleção e é o que irá averiguar a
qualificação, o potencial e a motivação do candidato ao cargo, após análise dos candidatos e dos dados
obtidos, os selecionados, que serão poucos, passam por uma entrevista técnica, que irá transcorrer com
o supervisor, gerente, coordenador ou encarregado da área requisitante afim de realizar uma análise
profunda dos conhecimentos do candidato (PONTES, 2010).
05. Resposta: A
Basicamente a questão pergunta: o que pode desencadear o processo de recrutamento e seleção? A
única alternativa que não se encaixa é a "A": banco de dados.
06. Resposta: A
PROCESSO INTERNO = Apresenta maior índice de validade e segurança, pois já se tem
conhecimento das características do(s) candidato(s); Limita o capital humano da empresa, sem
renovação, o capital intelectual e humano continuará o mesmo.
PROCESSO EXTERNO = Aproveita investimentos de treinamentos de outras empresas. Quando se
faz seleção externa, o objetivo normalmente é trazer pessoas com experiência e que, provavelmente,
tiveram treinamento em outras empresas. Pode sinalizar barreiras ao encarreiramento, quando se traz
alguém de fora, esta pessoa irá ocupar um cargo, e quando este é de chefia, impediu um funcionário mais
antigo crescer internamente.
Na letra B - Claro que exige potencial de desenvolvimento no interno e os custos são maiores no
externo. Na letra C - o externo não limita a inovação e a criatividade, pelo contrário, incentiva, visto que o
funcionário novo entra com ideias novas. Na letra D - aumenta a competitividade interna, que inclusive
deve ser bem administrada para evitar desmotivação por quem não foi promovido. Na letra E - torna o
processo menos oneroso.
07. Resposta: C
Para Chiavenato (2004) recrutamento é um conjunto de técnicas e procedimentos que visa atrair
candidatos potencialmente qualificados e capazes de ocupar cargos dentro da organização. Segundo o
autor recrutar o maior número de pessoas torna o processo rico. Chiavenato ainda ressalta que, a seleção
de recursos humanos pode ser definida como a escolha do homem certo par o cargo certo, ou, mais
amplamente, entre os candidatos recrutados, aqueles mais adequados aos cargos existentes na
empresa, visando manter ou aumentar a eficiência e o desempenho do pessoal.
08. Resposta: D
Recrutamento: é uma atividade de atração, divulgação e comunicação da vaga, portanto, uma
atividade tipicamente positiva e convidativa.
09. Resposta: E
A alternativa traz um conceito de seleção e não recrutamento. RECRUTAMENTO é a divulgação da
vaga e refere-se à atração de possíveis candidatos. SELEÇÃO é a oportunidade de conhecer com mais
detalhes o candidato e escolher o perfil mais adequado para a vaga.
56
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
12. Resposta: Errado
Esta é uma desvantagem do recrutamento externo. Quem vem de fora tem maior probabilidade de
comparação da remuneração ofertada para o mesmo cargo em outras empresas com o que a empresa
está oferecendo. O recrutamento externo é mais oneroso e impacta na política de remuneração da
organização (uma contratação externa envolver uma negociação e até mesmo uma barganha na definição
do salário do candidato - dependendo de suas competências. Isso obviamente interfere na política de
remuneração da empresa, pois em um momento posterior os demais funcionários irão querer se igualar
ao recrutado). Já o recrutamento interno é menos oneroso. No recrutamento interno, esse quesito tende
a ser mais estável, sem comparações externas, e com comparações entre as remunerações dos próprios
funcionários internos.
13. Resposta: B
Veja algumas Vantagens do Recrutamento Interno apontadas por Rennó (2013):
- Motiva os funcionários.
- Não requer socialização dos “novos” funcionários.
- Custa menos e é mais rápida.
- Seleção fica mais fácil, pois as pessoas já são conhecidas.
- Incentiva a fidelidade.
- Funciona melhor em uma situação de estabilidade.
Avaliação de Desempenho
Brandão e Guimarães36 discorrem sobre a evolução da avaliação de desempenho: No que diz respeito
à responsabilidade pela avaliação, por exemplo, essas técnicas evoluíram de um modelo de avaliação de
mão única, por meio do qual o chefe realizava unilateralmente um diagnóstico dos pontos fortes e fracos
do subordinado; para outros modelos, como a avaliação bilateral, em que chefe e subordinado discutem
em conjunto o desempenho deste último; e mais recentemente, a avaliação 360°, que propõe a utilização
de múltiplas fontes, ou seja, a avaliação do empregado por clientes, pares, chefe e subordinados,
conforme proposto por Edwards e Ewen37.
34
LUCENA, M. D. S. Avaliação de desempenho: métodos e acompanhamento. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1977
35
Chiavenato, I. Introdução à teoria geral da administração. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
36
Brandão, H. P.; Guimarães, T. A. Gestão de competências e gestão de desempenho: tecnologias distintas ou instrumentos de um mesmo construto? Rev.
adm. empres. Mar 2001, vol.41, no.1, p.8-15.
37
EDWARDS, M. R., EWEN, A. J. 3600 feedback: the new model for employee assessment & performance improvement. New York: American Management
Association, 1996.
57
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
Assim, diversos têm sido os mecanismos utilizados pelas organizações para a avaliação do
desempenho humano no trabalho, cada qual procurando desenvolver metodologias adequadas às suas
necessidades e finalidades.
De acordo com Chiavenato, há uma variedade de métodos para avaliar o desempenho humano. Os
métodos mais tradicionais de avaliação de desempenho utilizados são: Escalas Gráficas, Escolha
Forçada, Pesquisa de Campo, Incidentes Críticos e Listas de Verificação.
Vantagens:
- Facilidade de planejamento e de construção do instrumento de avaliação.
- Simplicidade e facilidade de compreensão e de utilização.
- Visão gráfica e global dos fatores de avaliação envolvidos.
- Facilidade na comparação dos resultados de vários funcionários.
- Proporciona fácil retroação de dados ao avaliado.
Desvantagens:
- Superficialidade e subjetividade na avaliação do desempenho.
- Produz efeito de generalização (hallo efect): se o avaliado recebe “bom” em um fator, provavelmente
receberá “bom” em todos os demais fatores.
- Peca pela categorização e homogeneização das características individuais.
- Limitação dos fatores de avaliação: funciona como um sistema fechado.
- Rigidez e reducionismo do processo de avaliação.
- Nenhuma participação ativa do funcionário avaliado.
- Avalia apenas o desempenho passado.
Método da Escolha Forçada: consiste em avaliar o desempenho das pessoas através de blocos de
frases descritivas que focalizam determinados aspectos do comportamento. Cada bloco é composto de
duas ou mais frases. O avaliador deve escolher forçosamente apenas uma ou duas frases em cada bloco
que mais aplicam ao desempenho do funcionário avaliado ou, então, escolhe a frase que mais representa
o desempenho do funcionário e a frase que mais se distancia dele. Daí a denominação de escolha
forçada.
58
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
Vantagens:
- Evita o efeito de generalização na avaliação.
- Tira a influência pessoal do avaliador, isto é, a subjetividade.
- Não requer treinamento dos avaliadores para sua aplicação.
Desvantagens:
- Complexidade no planejamento e na construção do instrumento.
- Não proporciona uma visão global dos resultados da avaliação.
- Não provoca retroação de dados, nem permite comparações.
- Técnica pouco conclusiva a respeito dos resultados.
- Nenhuma participação ativa do avaliado.
59
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Vantagens:
- Envolve responsabilidade de linha (o gerente avalia) e função de staff (o Departamento de Recursos
Humanos - DRH assessora) na avaliação do desempenho.
- Permite planejamento de ações para o futuro (como programas de treinamento, orientação,
aconselhamento, etc.)
- Enfatiza a melhoria do desempenho e o alcance dos resultados.
- Proporciona profundidade na avaliação do desempenho.
- Permite relação proveitosa entre gerente de linha e especialista de staff.
Desvantagens:
- Custo operacional elevado por exigir a assessoria de especialista.
- Processo de avaliação lento e demorado.
- Pouca participação do avaliado, tanto na avaliação como nas providências.
Método dos Incidentes Críticos: Baseia-se no fato de que no comportamento humano existem certas
características extremas, capazes de levar a resultados positivos. Uma técnica sistemática, por meio da
qual o supervisor imediato observa e registra os fatos excepcionalmente positivos e/ou negativos a
respeito do desempenho dos seus subordinados. Focaliza tanto as exceções positivas como as negativas
no desempenho das pessoas.
Vantagens:
- Avalia o desempenho excepcionalmente bom e excepcionalmente ruim.
- Enfatiza os aspectos excepcionais do desempenho. As exceções positivas devem ser realçadas e
melhor aplicadas, enquanto as exceções negativas devem ser eliminadas ou corrigidas.
- Método de fácil montagem e fácil utilização.
Desvantagens:
- Não se preocupa com aspectos normais do desempenho.
- Peca por fixar-se em poucos aspectos do desempenho. Daí sua tendenciosidade e parcialidade.
Lista de Verificação: baseia-se em uma relação de fatores de avaliação a serem considerados (check
lists) a respeito de cada funcionário. Cada um desses fatores de desempenho recebe uma avaliação
quantidade.
60
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
A lista de verificação funciona como uma espécie de lembrete para o gerente avaliar todas as
características principais de um funcionário. Na prática, é uma simplificação do método das escalas
gráficas. Por isso, suas vantagens e desvantagens são as mesmas apresentadas pelo método das
escalas gráficas.
Método de Avaliação por Resultados: liga-se aos programas de Administração por Objetivos. Este
método se baseia em uma comprovação periódica entre os resultados fixados (ou separados) para cada
funcionário e os resultados efetivamente alcançados. As conclusões a respeito dos resultados permitem
a identificação dos pontos fortes e fracos do funcionário, bem como as providências necessárias para o
próximo período. É considerado um método prático, embora seu funcionamento dependa, sobremaneira,
das atitudes e dos pontos de vista do supervisor a respeito da avaliação do desempenho.
Avaliação por objetivos: Chiavenato39 também propõe a avaliação por objetivos. Neste método de
avaliação, o gestor e o colaborador negociam os objetivos a alcançar durante um período de tempo. Os
objetivos devem ser específicos, mensuráveis e estarem alinhados aos objetivos da organização.
38
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas; o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1999.
39
CHIAVENATO, Idalberto, Administração de Recursos Humanos, São Paulo: Segunda Edição, Editora Atlas, 1981.
61
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
Periodicamente o gestor e o colaborador devem se reunir e discutir o nível de desempenho, podendo ser
renegociados os objetivos. O colaborador precisa estar motivado para apresentar planos, propor
correções e sugerir novas ideias.
Em contrapartida, o gestor deve comunicar os pontos fortes e fracos perante os resultados alcançados
e propor, também, possíveis correções. A avaliação vai, assim, tomando forma através da análise do
desempenho do colaborador. O desempenho deve estar, contudo, limitado aos objetivos negociados. O
gestor nunca deve ter em conta aspectos que não estavam previstos nos objetivos, ou que não tivessem
sido comunicados ao colaborador. Deve ser permitido ao colaborador apresentar a sua auto avaliação e
discuti-la com o gestor.
Quando chega o momento do gestor comunicar a avaliação dos seus colaboradores, tanto um como
o outro têm consciência dos resultados que foram alcançados e se foram satisfeitos, ou não, os objetivos.
Desta forma, o colaborador sabe de antemão o que se espera dele e sabe se a avaliação que lhe foi
atribuída é justa ou não, pois já recebeu previamente o feedback do seu gestor. Por outro lado, não poderá
pôr em causa a avaliação dos colegas, pois os objetivos são negociados individualmente.
A política de progressão de carreiras, ou de aumentos salariais, também pode estar incluída neste
processo, podendo os colaboradores e o gestor negociar mediante o alcance dos resultados esperados.
Em todo e qualquer passo da Avaliação de Desempenho é fundamental que as informações sejam
corretas e reais, para que se possa, ao final, obter resultados reais sobre os empregados.
Vantagem:
O mapeamento dos objetivos, ou seja, do curso que a organização deseja tomar é essencial para que
ela possa navegar de forma coesa por meio do seu ambiente de negócios.
Desvantagem:
A direção estratégica pode se transformar em um conjunto de viseiras para ocultar perigos em
potencial. Seguir um curso predeterminado em águas desconhecidas é a maneira perfeita para colidir
com um iceberg. A direção é importante, mas é melhor movimentar-se para frente olhando para cada
lado, para poder modificar o comportamento de um instante para outro.
Avaliação do desempenho 360°: refere-se ao contexto que envolve cada pessoa. Trata-se de uma
avaliação que é feita de modo circular por todos os elementos que mantêm alguma forma de interação
com o avaliado. Assim, participam da avaliação o superior, os colegas e pares, os subordinados, os
clientes internos e externos, os fornecedores e todas as pessoas que giram em torno do avaliado, com
uma abrangência de 360°, facilitando e aumentando a eficácia pessoal em cada processo desenvolvido,
também melhorando a qualidade de vida no trabalho.
Também conhecida como Feedback 360 graus ou Avaliação em Rede, existe uma participação no
processo de todas as pessoas que estão próximas ao avaliado. Nesse modelo, a dimensão feedback se
refere ao grau em que um indivíduo recebe informações diretas e claras a respeito de seu desempenho.
O feedback pode vir da própria execução do trabalho (intrínseco) ou de colegas e supervisores
(extrínsecos), impactando no conhecimento que uma pessoa tem dos reais resultados que alcançou com
seu trabalho.
O avaliado receberá diversos feedbacks e, com as informações ou retornos em mãos, pode, então,
começar um plano de ação para o ajuste ou correção de seu desempenho e fazer uma análise e correções
para melhor atender a organização.
A Avaliação 360º traz a oportunidade de o indivíduo participar democraticamente. Com os resultados
em mãos, o avaliado pode identificar suas potencialidades, competências, pontos fracos a serem
melhorados e transformar em pontos positivos, assim como criar um plano de ação para melhorar seu
desempenho e desenvolvimento pessoal, traçando objetivos e metas.
62
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- Da mesma forma, terá a clara percepção das suas falhas ou pontos fracos e poderá administrá-los
no seu dia a dia de trabalho.
Desvantagens:
- O sistema é administrativamente complexo para combinar todas as avaliações;
- A retroação pode intimidar e provocar ressentimentos no avaliado;
- Pode envolver avaliações conflitivas sob diferentes pontos de vista;
- O sistema requer treinamento dos avaliadores para funcionar bem;
- As pessoas podem fazer conluio ou jogo para dar avaliação inválida para as outras.
Podemos analisar agora como a avaliação de desempenho pode ser vista como um elemento
integrador das práticas de RH da empresa. Segundo Chiavenato40, a avaliação de desempenho tem
várias aplicações e propósitos nos processos de gestão de pessoas, como:
Processos de Manter Pessoas: ela indica o desempenho e os resultados alcançados pelas pessoas
na empresa.
Portanto, podemos afirmar que a avaliação de desempenho serve como uma ferramenta para a própria
gestão de pessoas, identificando se a administração de recursos humanos está realizando seu trabalho
com eficiência.
Questões
01. (SEPLAG/MG - Gestão Pública - FUNCAB) Assinale a alternativa que aponta um tipo de avaliação
de desempenho em que o funcionário é avaliado por todas as áreas e pessoas que mantém contato
dentro da organização.
40
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas; o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1999.
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(A) Avaliação 360º
(B) Auto avaliação
(C) Avaliação de baixo para cima
(D) Comissão de avaliação
64
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(A) fazer uso apenas de métodos quantitativos de avaliação;
(B) comparar os resultados dos funcionários entre si;
(C) utilizar múltiplos avaliadores;
(D) associar desempenho à remuneração;
(E) centralizar a avaliação de desempenho na área de recursos humanos.
10. (TRT 1ª Região - Analista Judiciário - Instituto AOCP) Em relação à avaliação de desempenho
nas organizações, é correto afirmar que
(A) é um processo que serve para julgar ou estimar o valor, a excelência e as qualidades de uma
pessoa e, sobretudo, qual é a sua contribuição para o negócio da organização.
(B) apesar de alguns teóricos da gestão afirmarem coerência, a avaliação de desempenho não tem
como finalidade subsidiar ações de treinamentos e desenvolvimento com vistas à capacitação profissional
dos empregados.
(C) é um processo estático que envolve um olhar fragmentado do trabalho real por sua perspectiva
unidirecional descendente e, por isso, representa uma técnica de gestão considerada ultrapassada na
administração pública contemporânea.
(D) desempenho significa resultado, portanto basta-se avaliar a confrontação de algo que aconteceu
(resultado) com algo que foi estabelecido antes (meta) para se ter o que é compreendido como
desempenho labororeal.
(E) um dos métodos de avaliação de desempenho mais utilizados atualmente é o Método dos
Incidentes Críticos. Neste, são listados os aspectos (como qualidade e confiabilidade) e uma escala de
valores de desempenho (nesse caso, de insatisfatório a excelente) para cada aspecto. O supervisor avalia
cada funcionário assinalando a classificação que melhor descreve o desempenho deste em cada aspecto.
A pontuação final de todos os aspectos é, então, totalizada.
Gabarito
01.A / 02.A / 03.C / 04.C / 05.Certo / 06.C / 07.C / 08.C / 09.C / 10.A
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Comentários
01. Resposta: A
Avaliação do desempenho 360°: refere-se ao contexto que envolve cada pessoa. Trata-se de uma
avaliação que é feita de modo circular por todos os elementos que mantêm alguma forma de interação
com o avaliado. Assim, participam da avaliação o superior, os colegas e pares, os subordinados, os
clientes internos e externos, os fornecedores e todas as pessoas que giram em torno do avaliado, com
uma abrangência de 360°.
02. Resposta: A
A avaliação do desempenho é uma responsabilidade gerencial que procura monitorar o trabalho da
equipe e de cada membro e os resultados alcançados para compará-los com os resultados esperados.
Preocupa-se com a eficiência e com a eficácia, com a qualidade e com a produtividade. Nesse sentido, a
avaliação do desempenho é uma responsabilidade gerencial constante, contínua e abrangente, que deve
acompanhar todos os passos da equipe e de cada pessoa que a integra. Na realidade, a avaliação do
desempenho deve envolver cada pessoa da equipe, a própria equipe, o gestor e sua unidade
organizacional.
03. Resposta: C
A Avaliação de 360 graus é feita de modo circular por todos os elementos que mantém alguma
interação com o avaliado. Participam da avaliação, o chefe, os colegas e pares, os subordinados, os
clientes internos e externos, os fornecedores, enfim, todas as pessoas em torno do avaliado, em uma
abrangência de 360 graus. A avaliação feita pelo entorno é mais rica por produzir diferentes informações
vindas de todos os lados e funciona no sentido de assegurar a adaptabilidade e o ajustamento do
funcionários às variadas demandas que ele recebe de seu ambiente de trabalho ou de seus parceiros.
04. Resposta: C
Apesar de ser um pouco exagerada a expressão “em profundidade”, a avaliação de desempenho visa
analisar o desempenho individual ou de um grupo de funcionários na empresa. É um processo de
identificação, diagnóstico e análise do comportamento de um colaborador durante um certo intervalo de
tempo, analisando sua postura profissional, seu conhecimento técnico, sua relação com os parceiros de
trabalho etc.
Outra importante função deste sistema caracteriza-se pela possibilidade de o empregado saber o que
o chefe pensa sobre o trabalho executado, permitindo a possibilidade de melhoria.
Além de proporcionar feedback aos funcionários, a avaliação de desempenho também serve:
• como base na distribuição e alocação de recompensas, uma vez que as recompensas diretas e
indiretas, promoções e movimentações podem ser atreladas ao resultado da avaliação de desempenho;
• como auxílio na tomada de decisões gerenciais, uma vez que a avaliação demonstra pontos de
melhorias e pontos de destaque no desempenho dos funcionários;
• como input no processo de identificação de necessidades de treinamento e desenvolvimento, tendo
em vista que os resultados negativos apresentados na avaliação de desempenho demonstram a
necessidade de melhoria do resultado dos funcionários por meio de ações de capacitação;
• como validação do processo de seleção de pessoal, tendo em vista que, se o funcionário foi bem
avaliado alguns meses após a contratação, significa que a seleção foi correta.
06. Resposta: C
A avaliação de desempenho é uma ferramenta da gestão de pessoas que visa analisar o desempenho
individual ou de um grupo de funcionários em uma determinada empresa. É um processo de identificação,
diagnóstico e análise do comportamento de um colaborador durante um certo intervalo de tempo,
analisando sua postura profissional e conhecimento técnico, sua relação com parceiros de trabalho etc.
A avaliação de desempenho é uma excelente forma de demonstrar que o gestor está de olho no
trabalho do seu funcionário, valorizando suas decisões, métodos, conhecimento técnico etc. O gestor
acompanha de perto as atividades realizadas, sendo possível, assim, identificar diversos pontos que
necessitam de melhoria dentro de uma organização.
66
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07. Resposta: C
A questão se refere à Avaliação 360 Graus, um dos métodos modernos de Avalição de Desempenho.
Quem passa por essa avaliação graus é avaliado por meio de um questionário específico, por superiores,
pares e subordinados.
Tal método é considerado o mais adequado para assegurar o ajustamento de funcionário às demandas
que ele recebe do ambiente interno e externo à organização, pois possibilita resultados mais confiáveis e
isentos de influências pessoais. Outra vantagem da avaliação consiste no fato de obter a visão da
performance do avaliado sob diferentes ângulos, sendo um processo mais justo e confiável.
08. Resposta: C
A avaliação do desempenho é um processo formal e sistemático de análise do desempenho de um
indivíduo ou grupo em função do contexto do trabalho. Dessa maneira, serve para julgar o valor, as
excelências e as capacidades de cada empregado, e sua contribuição para que a organização atinja seus
objetivos.
09. Resposta: C
Todos os itens citados tratam-se de aplicações ou finalidades principais de se realizar a avaliação de
desempenho dos funcionários. Complementando, vemos que a gestão do desempenho é o principal radar
dentro da área de RH para acompanhar e influenciar a evolução dos profissionais da organização.
Funcionando tal como uma bússola, ele alinha as estratégias de RH com as estratégias empresariais,
mede o nível de conhecimento presente na organização, afere o nível de comprometimento profissional,
estimula o diálogo através dos processos de feedback, propicia orientação profissional com o uso do
coaching, indica necessidades de desenvolvimento, capta anseios e sugestões e, ainda, subsidia diversos
outros sistemas de RH como carreira, treinamento, recompensa e sucessão.
10. Resposta: A
A Avaliação de Desempenho é uma apreciação sistemática do desempenho de cada pessoa, em
função das atividades que ela desempenha, das metas e resultados a serem alcançados, das
competências que ela oferece e do seu potencial de desenvolvimento, processo que serve para julgar ou
estimar o valor, a excelência e as competências de uma pessoa e, sobretudo, qual é a sua contribuição
para o negócio da organização.
Remuneração e Benefícios
Segundo Chiavenato41 em uma organização, cada função ou cada cargo tem o seu valor individual.
Somente se pode remunerar com justeza e equidade o ocupante de um cargo se conhecer o valor
desse cargo em relação aos demais cargos da organização e à situação de mercado.
Como a organização é um conjunto integrado de cargos em diferentes níveis hierárquicos e em
diferentes setores de especialidade, a Administração de Salários é um assunto que abarca a
organização como um todo, repercutindo em todos os seus níveis e setores.
A administração42 de Salários é um conjunto de normas e procedimentos que visam a estabelecer e/ou
manter estruturas de salários equitativas e justas na organização, tanto a nível interno (organização) como
externo (ambiente). Remunerar é considerada como uma das funções mais importantes da Gestão de
Pessoas.
E com isso podemos dizer que a administração de cargos e salários será feita considerando:
41
CHIAVENATO, Idalberto. Iniciação à Administração de Pessoal. 2ª. Edição, SP, Makron Books, 1994.
42
CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos, edição compacta, 7ª. edição, SP, Atlas, 20, 1989.
67
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- O Equilíbrio Orçamentário da Empresa: a política salarial levará em conta o desempenho da
empresa, bem como seus resultados.
Já em relação à remuneração, de acordo com Chiavenato44, informamos que ela tem a seguinte
definição mais usual: “Processo, que envolve todas as formas de pagamento ou de recompensas dadas
aos funcionários e decorrentes do seu emprego.”
Ou seja, a remuneração é mais que apenas o salário base, esse é apenas uma parte. Além disso, ela
é formada por três componentes básicos, a saber:
Vale salientar que a proporção de cada componente pode variar em cada organização.
43
SILVA, Reinaldo Oliveira da, Teorias da Administração da Produção. 2ª. Edição, SP, Thomson Learning, 2002; SENAI. GESTÃO DE PESSOAS E FINANÇAS.
GESTÃO DE PESSOAS; Campina Grande, 2011.
44
CHIAVENATO, Idalberto. Iniciação à Administração de Pessoal. 2ª. Edição, SP, Makron Books, 1994.
68
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Assim, a composição da remuneração total depende de fatores internos e externos:
Incentivos Salariais
Os incentivos salariais, que são os programas de recompensa que levam em consideração o bom
desempenho, visam justamente incentivar o alcance de resultados e metas por parte das pessoas na
organização. Vejamos alguns tipos de incentivos:
- Plano de Bonificação Anual: representa um valor monetário oferecido ao final de cada ano a
determinados funcionários em função da sua contribuição ao desempenho da empresa. O desempenho
pode ser medido através de certos critérios como lucratividade alcançada, aumento da participação no
mercado, melhoria da produtividade etc.
Gaulke45 afirma que o salário pago em relação ao cargo ocupado constitui somente uma parcela do
pacote de compensações que as organizações costumam oferecer a seus funcionários.
De acordo com Chiavenato46 a remuneração geralmente é feita de muitas outras formas, além do
pagamento em salário, considerável parte da remuneração total é constituída de benefícios sociais e de
serviços sociais. Para Chiavenato47 “os benefícios sociais são aquelas facilidades, conveniências,
vantagens e serviços que as organizações oferecem aos seus empregados, no sentido de poupar-lhes
esforços e preocupação”.
De acordo com Marras48 “denomina-se benefício o conjunto de programas ou planos oferecidos pela
organização como complemento ao sistema de salários. O somatório compõe a remuneração do
empregado”.
Benefícios sociais são todas as facilidades, conveniências, vantagens e serviços que as empresas
oferecem aos seus empregados, no sentido de poupar-Ihes esforços e preocupações a melhorar a sua
qualidade de vida. Tal é a sua variedade e sua importância no cotidiano dos empregados que os
benefícios sociais constituem meios indispensáveis à manutenção dos empregados e à preservação de
um nível satisfatório de motivação e de produtividade.
45
GAULKE, Carmen Nádia; NICOLETI, Gerson Gilberto. Benefícios:usado como fator motivacional pela empresa Karsten S/A no setor tecelagem ll 1º turno.
Revista Interdisciplinar Científica Aplicada, Blumenau, v.1, n.2, p.01-15, Sem I. 2007.
46
CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos, edição compacta, 7ª. edição, SP, Atlas, 20, 1989.
47
GAULKE, Carmen Nádia; NICOLETI, Gerson Gilberto. Benefícios:usado como fator motivacional pela empresa Karsten S/A no setor tecelagem ll 1º turno.
Revista Interdisciplinar Científica Aplicada, Blumenau, v.1, n.2, p.01-15, Sem I. 2007.
48
MARRAS, Jean Pierre. Administração da Remuneração. 2º edição, 2012.
69
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Tipos de Benefícios
Os benefícios oferecidos pelas empresas poder ser subdivididos em: benefícios compulsórios ou legais
e benefícios espontâneos.
a) Benefícios Compulsórios ou Legais: são aqueles que a empresa concede aos seus empregados
em atendimento às exigências da lei ou de normas legais como acordos ou convenções coletivas de
trabalho. Alguns desses benefícios são pagos pela empresa, enquanto outros são pagos por órgãos
previdenciários. Os principais benefícios legais são os seguintes:
- 13º salário;
- Férias e abono de férias;
- Aposentadoria;
- Auxílio Doença;
- Salário Família;
- Salário Maternidade;
- Adicional de horas extras (50%);
- Adicional por trabalho noturno;
- Seguro de Acidentes do trabalho;
- Entre outros.
b) Benefícios Espontâneos: são os benefícios concedidos por liberalidade pelas empresas aos seus
funcionários. Os principais benefícios espontâneos são os seguintes:
- Serviço social;
- Planos de seguro de vida em grupo;
- Cooperativa de gêneros alimentícios;
- Agência bancária no local de trabalho;
- Estacionamento gratuito e privativo para os empregados;
- Assistência médica e hospitalar diferenciada mediante convênio;
- Assistência médica hospitalar gratuita e extensiva aos familiares;
- Gratificação natalina; Planos de empréstimos com juros subsidiados;
- Previdência privada ou planos de complementação de aposentadoria;
- Planos recreativos, como grêmio, clube, programas de atividades esportivas ou turísticas;
- Refeitório: com refeições e restaurante para o pessoal. Geralmente, os custos das refeições são
rateados entre empresa e funcionários em proporções que dependem das políticas da empresa;
- Transporte: quase sempre uma frota de ônibus para transportar o pessoal de suas casas para a
empresa e vice-versa. Os custos são rateados entre empresa e funcionários em proporções variadas,
sendo que algumas empresas oferecem transporte gratuito;
Os benefícios sociais espontâneos são pagos parcialmente pela empresa e pelos empregados em
proporções que variam muito no mercado. Algumas empresas chegam a pagar a quase totalidade de
alguns dos benefícios oferecidos, deixando aos empregados uma parcela simbólica do seu custo.
Outras empresas rateiam proporcionalmente os custos dos benefícios sociais para não torná-los
totalmente gratuitos e fazer com que haja alguma participação dos empregados no seu custeio, evitando
assim qualquer conotação paternalista.
A importância dos planos de benefícios sociais é tão grande que muitos empregados desistem de
ofertas de emprego com salários maiores em outras empresas porque nestas teriam de desembolsar
muito mais para poderem usufruir de certos benefícios que são gratuitos ou subvencionados no emprego
atual.
Sendo assim que é muito comum falar-se em salário e em benefícios sociais oferecidos pela empresa
como um pacote de remuneração, pois os benefícios sociais significam dinheiro para o empregado, isto
é, dinheiro que ele deixa de desembolsar. Daí a razão pela qual os planos de benefícios sociais são
geralmente tratados juntamente com assuntos de remuneração e salários.
70
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
Marras49 afirma que para os funcionários e as demais pessoas das atividades operacionais, o
transporte pode ser oferecido na forma de linhas de as ônibus especialmente fretados pela empresa para
atender à distribuição geográfica do pessoal. O custo do transporte pode ser totalmente assumido pela
empresa ou parcialmente repassado ao pessoal, através de preços subsidiados e descontados em folha.
Outra alternativa mais simples e econômica é a concessão de vales-transportes.
Os benefícios (e serviços) oferecidos aos funcionários visam a satisfazer vários objetivos, ao qual
podem ser:
- Individuais: proporcionam uma vida mais tranquila; etc.
- Econômicos: tem como objetivo a atração e retenção; reduzir absenteísmo, minimizar custo das
horas trabalhadas, etc.
- Sociais: preencher as carências da previdência social; etc.
Atenção: lembre-se que cada organização é livre para definir o plano de benefícios que mais se
adequa a sua realidade.
Do lado do empregador, os benefícios sociais são analisados pelo ponto de vista da relação com os
custos da remuneração total, custos proporcionais dos benefícios, oferta do mercado e o seu papel em
atrair, reter e motivar pessoas talentosas. Do lado dos empregados, os benefícios são analisados em
termos de equidade e adequação às suas necessidades pessoais.
Remuneração Funcional
Trata-se da tradicional, remuneração fixa, privilegia a homogeneidade e padronização dos salários,
facilita a alcance do equilíbrio interno e externo da remuneração, permite o controle centralizado dos
salários através dos órgãos de administração salarial; porém, não motiva as pessoas para um
desempenho melhor.
49
MARRAS, Jean Pierre. Administração da Remuneração. 2º edição, 2012.
71
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
- Remuneração Variável: é a parcela da remuneração total creditada periodicamente – trimestral,
semestral ou anualmente a favor do funcionário. Depende dos resultados alcançados pela empresa, seja
na área, no departamento ou no cargo. A denominação varia conforme a empresa: remuneração variável,
participação nos resultados, salário flexível. Uma das grandes vantagens da remuneração variável é a
flexibilidade. Se a empresa está no vermelho, pode mirar como alvo principal o lucro, caso precise ganhar
espaço na concorrência, elege a participação no mercado como sua principal meta.
Os salários serão administrados dentro das faixas salariais de cada classe de cargos. A determinação
dos salários individuais será feita conforme as seguintes normas e procedimentos.
Salário de Admissão: todo funcionário deve ser admitido preferencialmente com salário no início da
faixa salarial estabelecida para o seu cargo. Excepcionalmente, o salário de admissão pode ser
estabelecido acima desse limite, em função do grau de qualificação e experiência exigidos do candidato
ou por contingência de mercado.
Salário para um Novo Cargo: para se definir a faixa salarial de um novo cargo, este deverá passar
pelo processo de Avaliação e Classificação, conduzido pela área de Recursos Humanos, com base nas
atribuições do novo cargo.
Salário após o Período de Experiência: em casos específicos, em que o funcionário tenha sido
contratado com a condição de ter um reajuste após o período de experiência, o salário do funcionário
será reajustado para o nível previamente acertado na contratação.
Promoção Vertical: os aumentos por promoção vertical são concedidos aos funcionários que passam
a ocupar cargos incluídos numa Classe superior à Classe atual do cargo, dentro da estrutura de cargos
e salários. A promoção vertical está vinculada à existência de vaga no quadro de funcionários (caso de
Auxiliares, Assistentes, Analistas, por exemplo), ou poderá ocorrer em função da necessidade de
preenchimento de uma vaga em aberto (caso de Encarregados, Supervisores, Gerentes, por exemplo).
Promoção Horizontal (aumento por mérito): o aumento por promoção horizontal pode ser concedido
ao funcionário que apresentar desempenho que o destaque significativamente dos demais ocupantes do
mesmo cargo ou dentro de uma equipe de trabalho. É uma alteração do salário do funcionário dentro da
faixa salarial da classe correspondente ao seu cargo.
Os aumentos decorrentes da promoção horizontal podem ser concedidos em qualquer mês do ano e
devem se ajustar ao orçamento definido para essa finalidade. Um funcionário só pode receber nova
promoção horizontal após o período mínimo de um ano.
Quando o cargo pertencer a uma carreira específica, como auxiliares, assistentes e analistas, o
funcionário só poderá ser promovido verticalmente 6 meses após receber uma promoção horizontal,
desde que preencha os requisitos necessários.
Os gerentes e coordenadores são responsáveis pela administração do orçamento para promoções
horizontais. Portanto, deverão definir o percentual de aumento individual a ser concedido em cada caso.
O percentual recomendado para os casos de promoção horizontal varia entre 5% e 8%. Em casos de 0
desempenho destacado este percentual poderá chegar a 12%.
72
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E é recomendado analisar com cuidado cada promoção horizontal, visando a evitar a criação de
problemas de relatividade interna posteriormente.
Transferência de cargo: ocorre uma transferência quando o funcionário passa a ocupar um cargo em
outra área. Por exemplo, um assistente que é transferido da área industrial para a área administrativa.
Uma transferência geralmente não significa que o funcionário receberá um aumento de salário. Se a
transferência for para um cargo de uma classe superior à classe do cargo atual, serão aplicadas as
mesmas regras definidas para os casos de promoção vertical.
Se a transferência for para um cargo da mesma classe, e for necessário um aumento de salário para
um melhor posicionamento do salário do funcionário na faixa salarial, serão aplicadas as mesmas regras
definidas para os casos de promoção horizontal.
Reclassificação do cargo: ocorre um reajuste salarial por reclassificação quando um cargo recebe
atribuições adicionais, de maior complexidade e responsabilidade e que exijam maior conhecimento do
que as atribuições atuais, justificando uma reclassificação do cargo para uma classe mais alta na estrutura
de cargos.
Ajustes de mercado: são alterações salariais com o objetivo de alinhar o salário do cargo com os
padrões de mercado, constatados por meio de pesquisa de remuneração. O ajuste de mercado pode
ocorrer como consequência de um reajuste nas tabelas salariais para alinhamento com o mercado ou
apenas para alinhar os salários de determinados cargos.
- Instrução;
- Conhecimento;
- Experiência;
- Responsabilidade por supervisão;
- Responsabilidade por máquina;
- Responsabilidade por numerário;
- Responsabilidade por segurança de terceiros.
Questões
03. (CPTM - Analista de Recursos Humanos Júnior - Makiyama) A Política salarial adotada por uma
empresa deve estabelecer parâmetros para ser competitiva no mercado com relação aos salários. Vários
autores alegam que a composição salarial possui fatores externos e internos na sua formação. Quais
seriam os fatores externos?
(A) A competitividade e a produtividade da organização e o mercado no qual ela está inserida.
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(B) As Condições de mercado de trabalho, os fatores econômicos gerais e regionais, o custo de vida
e negociação coletiva.
(C) A política da remuneração da empresa, o valor do empregado para a empresa.
(D) A capacidade de pagar do empregador, o valor relativo ao trabalho e ao custo de vida.
(E) Apenas a política de remuneração da empresa.
04. (COBRA Tecnologia S/A BB - Técnico Administrativo - ESPP) Os benefícios concedidos pela
empresa aos seus funcionários em atendimento às exigências legais denominam-se:
(A) Compulsórios.
(B) Espontâneos.
(C) Voluntários.
(D) Intrínsecos.
07. (SPTrans - Analista de Gestão Pleno - VUNESP) Os benefícios (plano de previdência, plano de
saúde, vale refeição, vale transporte, auxílio remédios, entre outros) constituem uma forma indireta de
remuneração, visando aprimorar a qualidade de vida pessoal e profissional dos funcionários. Diversos
são os tipos de benefícios e as formas de classificação. Quanto aos objetivos, os benefícios podem ser
classificados em
(A) monetários e não monetários.
(B) legais e espontâneos.
(C) assistenciais, recreativos e supletivos.
(D) voluntários e involuntários.
(E) diretos e indiretos.
Gabarito
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Comentários
01. Resposta: C
Os benefícios geralmente estendidos às famílias são chamados de recreativos.
02. Resposta: B
(A) consideração de que as características remuneradas do ocupante do cargo reflitam aquilo que o
ocupante é ou sabe – Trata-se de Remuneração por competência. ERRADO
(B) existência de uma estrutura de cargos e salários, na empresa, que possa servir de base para o
sistema. CORRETA
(C) existência de um processo complexo de quantificação subjetiva do desempenho da empresa, das
unidades e dos funcionários - o processo deve ser simples e claro
(D) orientação do planejamento estratégico para uma administração por objetivos (APO)
eminentemente hermética - hermética significa fechado. ERRADO
(E) enquadramento formal dos critérios de premiação desenvolvidos de cima para baixo. ERRADO.
03. Resposta: B
A banca só quer saber os fatores externos que influenciam na confecção da Política Salarial. Podemos
citar aqui: Legislação trabalhista; Mercado de trabalho; Mercado concorrencial; Sindicatos, negociações
coletivas; Fatores econômicos gerais e regionais; Custo de vida.
04. Resposta: A
Os benefícios compulsórios ou legais são aqueles que a empresa concede aos seus empregados em
atendimento às exigências da lei ou de normas legais como acordos ou convenções coletivas de trabalho
(previsto em legislação trabalhista, previdenciária ou convenção coletiva). Alguns desses benefícios são
pagos pela empresa, enquanto outros são pagos por órgãos previdenciários. Por exemplo: décimo
terceiro, Auxílio Doença, Salário Família, ente outros.
05. Resposta: B
Benefícios legais = São os benefícios exigidos pela legislação trabalhista ou previdenciária, ou ainda
por convenção coletiva entre sindicatos. Os principais benefícios legais, segundo Chiavenato, são: Férias;
13º. salário; Aposentadoria; Seguro de acidentes do trabalho; Auxílio doença; Salário família; Salário
maternidade; etc.
06. Resposta: D
Exemplos de Benefícios Espontâneos: Gratificações; Refeições; Transporte; Assistência médica e
odontológica; Seguro de vida; etc.
07. Resposta: B
Conforme visto, os benefícios oferecidos pelas empresas poder ser subdivididos em: benefícios
compulsórios ou legais e benefícios espontâneos.
08. Resposta: A
Conforme a Teoria, alternativa A.
09. Resposta: C
Segundo Chiavenato, os fatores que compõem a remuneração total são:
- Remuneração básica: elemento mais importante da remuneração total, abrange o salário fixo pago
periodicamente ao funcionário como contraprestação da força de trabalho empregado no exercício da
função relativa ao cargo ocupado.
- Incentivos salariais: bônus, participação nos resultados e recompensa por alcance de metas são
exemplos desse elemento. Sua concessão está vinculada ao desempenho do funcionário.
- Benefícios: geralmente são condições oferecidas pela organização para seus funcionários. Não são
vinculadas ao desempenho dos mesmos e envolvem vale transporte, vale alimentação, seguro de vida,
entre outros.
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Treinamento e Desenvolvimento
O fator humano é uma das principais razões pelas quais a implementação de mudanças tem sucesso
em alcançar seus objetivos e benefícios potenciais nas organizações. Isso porque, pessoas trata-se de
um fator crítico de sucesso para qualquer organização.
As organizações estão investindo cada vez mais em seus funcionários dando importância aos
interesses individuais das pessoas, pois assegurará a sobrevivência da empresa. Por outro lado, essa
mudança de mentalidade afeta o próprio funcionário também, uma vez que ele adquire vontade de
aprender e desenvolver suas habilidades para evoluir em sua carreira.
Os impactos do treinamento e do desenvolvimento são fundamentais tanto para indivíduo quanto para
as organizações, garantindo a produtividade e competitividade, tornam-se desafiadoras quando se
considera o complexo processo no mundo do trabalho, onde as mudanças colocam novos desafios para
o desenvolvimento das pessoas.
Veja a seguir os conceitos que ajudarão no entendimento do tema:
Capacitação: capacitar é tornar capaz, habilitar, mudar o comportamento, fazer com que as pessoas
adquiram novos conhecimentos, novas habilidades. É ensiná-las a mudar de atitudes, com o objetivo de
buscarem o verdadeiro sentido da educação, que é desenvolver a capacidade física, intelectual, e moral
do ser humano, levando este a uma integração e interação com o meio que o cerca. Assim, as pessoas
podem refletir criticamente sobre as mudanças ocorridas em sua volta e dessa reflexão podem tomar
decisões eficazes a respeito do rumo a ser seguido.
Para Chiavenato50, capacitação é um processo de longo prazo e propõe o desenvolvimento de
habilidades e competências por meio de novos hábitos, atitudes, conhecimentos e destrezas, o que
resulta em uma mudança de comportamento dos líderes perante seus liderados e dentro da organização.
Além do mais, seus objetivos perseguem prazos mais longos, visando dar ao homem aqueles
conhecimentos que transcendem o que é exigido no cargo atual, preparando-o para assumir funções mais
complexas. Assim, é um conceito entendido como similar ao desenvolvimento.
Educação: é o conjunto holístico das experiências de aprendizagem que preparam a pessoa para
enfrentar a vida e se adaptar aos desafios do mundo atual.
Atenção: Vale ressaltar a diferença entre desenvolvimento e treinamento (questão muito cobrada nos
concursos).
50
CHIAVENATO, Idalberto. Treinamento e Desenvolvimento de Recursos Humanos: Como incrementar talentos na Empresa. São Paulo: Atlas, 2003.
76
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
Desenvolvimento: orientado para ampliar as habilidades dos indivíduos para responsabilidades
futuras. Foca os cargos a serem ocupados futuramente na organização, novas habilidades e
competências que serão requeridas.
Segundo Robbins51, “líderes competentes não permanecem competentes para sempre. As habilidades
se deterioram e podem se tornar obsoletas”.
Sendo as pessoas que conduzem e impulsionam os negócios, é imprescindível que as organizações
promovam capacitações e as vejam como investimento e não como despesas. É preciso pensar no longo
prazo e no desenvolvimento pessoal de cada colaborador.
Na visão de Chiavenato52: antigamente quando surgiam vagas nas organizações para qualquer função
e em especial para cargos de liderança, pensava-se em captar do mercado profissionais com educação
formal ou experiências adquiridas em outras organizações.
Atualmente, as empresas que acreditam que seus funcionários são seus maiores ativos preocupam-
se em capacitá-los de forma constante e permanente, haja vista que, agregando valores a eles
incrementam qualidade e produtividade à organização.
Desenvolvimento de Pessoas
Rotação de cargos (job rotation): movimentação das pessoas em várias posições na organização.
Pode ser vertical ou horizontal.
Posições de assessoria: possibilita à pessoa de elevado potencial a trabalhar apoiando um gerente.
Aprendizagem prática: o treinando se dedica a um trabalho de tempo integral para analisar e resolver
problemas em certos projetos ou em outros departamentos.
Atribuição de comissões: oportunidade para trabalhar com comissões de trabalho.
Participação em cursos e seminários externos: forma tradicional de desenvolvimento, com a ajuda
de consultores, fornecedores, etc. Uso de Tecnologia da Informação.
Exercícios de simulação: incluem estudos de caso e simulação de papeis (como gerente, cliente,
funcionário...), usando a experiência de outras empresas. Os exercícios de simulação apresentam a
vantagem de criar um ambiente similar em relação às situações reais em que a pessoa trabalha. Contudo,
é difícil simular todas as situações reais da vida cotidiana.
51
ROBBINS, Stephen P. Comportamento Organizacional. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.
52
Idem.
53
DUTRA, Joel Souza. Gestão de pessoas: modelo, processos, tendências e perspectiva. São Paulo: Atlas, 2009.
54
MILKOVICH, George T.; BOUDREAU, Jown W. Administração de Recursos Humanos. São Paulo: Atlas, 2000.
77
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
Centros de Desenvolvimento Internos: centros localizados na empresa para expor as pessoas a
exercícios realísticos, a fim de melhorar as habilidades pessoais. É o caso das universidades corporativas.
Coaching: o gerente integra vários papeis como líder renovador, preparador, orientador e
impulsionador ao guiar e orientar urna pessoa em sua carreira. Assim, ele aconselha, dá críticas e
sugestões para ajudar no crescimento do funcionário.
Treinamento fora da empresa: geralmente oferecido por empresas de Treinamento e
Desenvolvimento (T&D) cujo foco é ensinar o trabalho em equipe.
Estudo de Casos: é um método de desenvolvimento no qual a pessoa se defronta com uma descrição
escrita de um problema organizacional para ser analisado e resolvido. Trata-se de uma técnica que
permite diagnosticar um problema real e apresentar alternativas de solução, desenvolvendo habilidades
de análise, comunicação e persuasão.
Jogos de empresas: equipes competem umas com as outras tomando decisões computadorizadas a
respeito de situações reais ou simuladas de empresas.
Treinamento de Pessoas
55
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas – O novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1999.
56
CARVALHO, Luiz Carlos Ferreira de. T&D estratégicos. In: BOOG, Gustavo G. (Coord.). Manual de treinamento e desenvolvimento: um guia de operações.
Manual oficial da ABTD. 3. ed. Atual. e ampl. São Paulo: Makron Books, 1999.
57
MILKOVICH, Jorge T. Administração de Recursos Humanos: Treinamento. São Paulo: Editora Atlas, 2000.
78
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
Tipos de Mudanças de Comportamento por meio do Treinamento
58
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas. 3.ed, 2009.
79
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
b) Indicadores a posteriori (depois) - são problemas provocados por necessidades de treinamento
ainda não atendidas, “carências”, como:
1 - Problemas de produção:
- baixa qualidade de produção;
- baixa produtividade;
- avarias frequentes em equipamentos e instalações;
- comunicações deficientes, etc.
2 - Problemas de pessoal:
- relações deficientes entre o pessoal;
- número excessivo de queixas;
- mau atendimento ao cliente;
- pouco interesse pelo trabalho;
- falta de cooperação;
- erros na execução de ordens.
Técnicas de Desenvolvimento
59
TOLEDO, Flávio e MILIONI, B. Dicionário de Recursos Humanos. 3ª edição. São Paulo: Atlas, 1986.
80
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
distribuição para a consecução dos objetivos, mas também o ambiente socioeconômico e tecnológico no
qual a organização está inserida. Essa análise ajuda a responder a questão sobre o que deve ser
ensinado e aprendido em termos de um plano e estabelece a filosofia de treinamento para toda a
empresa. Consiste em uma análise em longo prazo.
• Análise dos recursos humanos - o sistema de treinamento: procura verificar se os recursos humanos
são suficientes quantitativa e qualitativamente para as atividades atuais e futuras da organização.
Consiste em uma análise da força de trabalho: o funcionamento organizacional pressupõe que os
empregados possuam as habilidades, os conhecimentos e as atitudes desejados pela organização.
Para levantar as necessidades e poder montar um plano de capacitação de uma empresa, há diversas
ferramentas:
- avaliação de desempenho;
- relatório do Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC);
- pesquisa de clima; `
- entrevista de desligamento;
- formulários apropriados;
- gestão e planejamento estratégico;
- pesquisa de satisfação de clientes;
- questionário;
- discussão em grupo;
- reuniões interdepartamentais;
- solicitação de supervisores e gerentes.
Seja qual for o instrumento utilizado não podemos abrir mão da criatividade, tendo sempre em mente
os objetivos da empresa.
81
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
Processos e técnicas: vários fatores do treinamento podem influir na escolha da técnica, tais como
nível do treinando, forma do treinamento, tipo de necessidades, duração dos cursos, recursos humanos
e materiais, condições físicas e ambientais, segundo Fontes60.
Tendo escolhido a metodologia a ser desenvolvida e as técnicas a serem utilizadas, o instrutor poderá
contar com recursos didáticos que servem para esclarecer uma demonstração, motivar o grupo para
uma reflexão e favorece a memorização dos assuntos apresentados, segundo Feullette61.
Vejamos agora quais são os recursos mais conhecidos: televisor; gravador/aparelho de som; cartazes;
retroprojetor/slides, material apostilado; quadro negro; flip-chart; computador.
Plano de aula: com todas as etapas anteriores preenchidas deve-se elaborar um plano de aula. Este
é um instrumento que irá auxiliar o instrutor na realização do treinamento. No plano devem conter as
seguintes informações: tema central do treinamento, assuntos a serem abordados, horários, técnicas e
recursos didáticos.
Tempo e custo: devemos levar em consideração estes dois fatores antes de terminarmos a
elaboração de um programa de treinamento. O tempo deve ser determinado a partir das necessidades e
características do cliente e do público-alvo, assim como a importância do tema a ser abordado. O mau
planejamento do tempo pode causar a perda de informações essenciais no término do programa.
Custo: deve ser levado em consideração e este deve ser confrontado com os benefícios que o
treinamento irá proporcionar ao cliente. Podemos identificar como custo os seguintes pontos: salários dos
instrutores ou consultores externos, despesa com local, refeições, passagens, estadias, materiais, entre
outros.
Execução do Treinamento:
A execução do treinamento se inicia com a escolha adequada dos instrutores que irão atuar junto às
equipes.
Os instrutores são aquelas pessoas que irão mediar o processo de conhecimento, apresentando
conteúdo teórico e prático do programa de treinamento.
Para se definir um corpo de instrutores deve-se analisar o currículo dos indicados para verificar
se são adequados para o programa.
Para que um programa de treinamento tenha sucesso o instrutor deverá estar preparado para
atuar como um verdadeiro agente de mudança.
O instrutor deve possuir algumas características básicas para que ele possa obter sucesso na
mediação do processo de aprendizagem: personalidade transmitindo segurança; conhecimento do
assunto; habilidade para lidar com ambiguidades; motivação para a função; criação de vínculo com o
público; liderança; influência; criatividade; empatia (colocar-se no lugar do outro); ética nas relações, nos
procedimentos e nas análises.
60
FONTES, Lauro Barreto. Manual de treinamento na empresa. São Paulo: Atlas,1975.
61
FEUILLETTE, Isolde. Recursos Humanos, o novo perfil do treinador. São Paulo: Nobel, 1991.
82
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
Avaliação do Treinamento
O que mais importará para a organização é estar ciente do tipo de retorno que o programa de
treinamento irá trazer para a empresa. Portanto, ao terminar um treinamento, deve-se avaliá-lo junto com
os treinandos e checar, posteriormente, se ele trouxe realmente benefícios para a empresa.
Ao se investir em treinamento espera-se que haja "aumento de produtividade, mudanças de
comportamento, melhoria do clima humano na organização, redução de custos e de acidentes, rotação
de pessoal, além de outros resultados", segundo Toledo e Milioni62.
Quando implantado de forma correta, o treinamento proporciona grandes vantagens estruturais, tais
como:
- possibilidade de análise das necessidades de toda a organização;
- definição das prioridades de cada setor da empresa;
- caracterização dos vários tipos de desenvolvimento de pessoas que podem ser aplicados;
- elaboração de planos de capacitação de profissionais a curto, médio e longo prazo;
- aumento da eficácia organizacional;
- melhoria da imagem da empresa;
- redução da rotatividade e absenteísmo de pessoal;
- melhoria da qualidade de vida no trabalho (qvt);
- elevação da aprendizagem, conhecimentos e competências das pessoas;
- aumento de satisfação e do desempenho das pessoas na organização;
- retorno do investimento em treinamento.
Para ser mais objetivo, veja o modelo de Kirkpatrick63. Ele classifica a avaliação de aprendizagem em
quatro níveis:
1 - Avaliação de reação: refere-se à satisfação (do treinando) com o programa, material didático,
carga horária, instrutores e recursos.
2 - Avaliação da aprendizagem: refere-se ao que os participantes aprenderam (observa o
conhecimento adquirido pelos participantes ao final do treinamento e o que eles sabem a mais em relação
ao que não sabiam antes).
3 - Mudança de comportamento (avaliação de impacto ou desempenho): avalia se o participante
colocou em prática no trabalho o conteúdo (avalia o que há de diferente no comportamento dos
participantes após as intervenções do treinamento).
4 - Avaliação de Resultados: avalia se a aplicação do conteúdo no trabalho foi capaz de causar
impactos favoráveis no resultado da organização (avalia o impacto gerado na organização a partir das
mudanças de comportamento ocorridas após a realização do treinamento).
Questões
62
TOLEDO, Flávio e MILIONI, B. Dicionário de Recursos Humanos. 3ª edição. São Paulo: Atlas, 1986.
63
KIRKPATRICK, D. L. Evaluating Training Programs – The Four Levels. San Francisco: Berrett - Koehler Publishers, Inc, 1998.
83
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
03. (UFPI - Assistente em Administração - COPESE) São considerados como indicadores de
necessidade de realização de treinamentos organizacionais, EXCETO.
(A) Processo de expansão e crescimento organizacional.
(B) Comunicação eficiente.
(C) Modernização de equipamentos e novas tecnologias.
(D) Baixa qualidade e produtividade.
(E) Redução do número de colaboradores.
04. (TRT 12ª Região - Técnico Judiciário - FGV) Dificilmente o novo empregado ingressa na
organização com todas as competências necessárias. E com o decorrer do tempo, novas competências
podem ser importantes. Enquanto o treinamento está mais focalizado na capacitação de curto prazo, o
desenvolvimento é mais orientado para ampliar as habilidades dos indivíduos no médio ou longo prazo.
Após o levantamento de necessidades de treinamento, geralmente é elaborado um programa e, após sua
implementação, o treinamento é avaliado.
Em relação à avaliação de treinamento, é correto afirmar que:
(A) a avaliação de reação é a forma de avaliação mais complexa e com maior impacto na organização;
(B) a avaliação de aprendizagem mensura quanto a organização aprendeu com o treinamento;
(C) a avaliação de aprendizagem verifica se a organização teve eficácia no treinamento;
(D) a avaliação de reação mensura a satisfação dos participantes quanto à experiência do treinamento;
(E) para saber se o treinamento atingiu seu objetivo, é feita a avaliação por escalas gráficas.
84
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
(C) O treinamento visa preparar os colaboradores para o futuro da organização, enquanto o
desenvolvimento visa a adequar a qualificação às exigências dos papeis funcionais.
(D) O treinamento é realizado com membros do chão de fábrica, enquanto o desenvolvimento é
realizado com membros da alta cúpula da empresa.
(E) O treinamento costuma ocorrer nos primeiros meses do ano, enquanto o desenvolvimento costuma
ocorrer no final do ano.
09. (CASAN - Assistente Administrativo - INSTITUTO AOCP) Quais são as áreas de atividades para
o desenvolvimento de RH nas empresas?
(A) Experiências, aprendizagem e exemplos.
(B) Imitação, observação e improvisação.
(C) Treinamento, educação e desenvolvimento.
(D) Teoria, prática e aplicação.
(E) Estudo, leitura e visão.
10. (TJ/MT - Analista Judiciário - UFMT) Treinamento é um processo pelo qual as pessoas são
preparadas para desempenhar de maneira excelente as tarefas específicas do cargo que ocupam.
Assinale a alternativa que apresenta as mudanças de comportamento que podem ocorrer devido ao
treinamento.
(A) Transmissão de informação, desenvolvimento de habilidades, de atitude e de conceitos.
(B) Processo educacional, pró-atividade, motivação e liderança.
(C) Comprometimento, liderança e empowerment.
(D) Apropriação da técnica, execução perfeita, motivação e absorção da cultura organizacional.
Gabarito
01.Certo / 02.B / 03.B / 04.D / 05.A / 06.C / 07.C / 08.A / 09.C / 10.A
Comentários
02. Resposta: B
Chiavenato sugere a análise dos três níveis da organização para o levantamento de necessidades: 1)
Análise organizacional - o sistema organizacional; 2) Análise dos recursos humanos - o sistema de
treinamento; e 3) Análise das operações e tarefas - o sistema de aquisição de habilidades.
03. Resposta: B
Se a comunicação é eficiente, nota-se que não há a necessidade de treinamento nesse sentido.
04. Resposta: D
A avaliação de reação refere-se à satisfação (do treinando) com o programa, material didático, carga
horária, instrutores e recursos. Isto é, a satisfação quanto à experiência do treinamento.
05. Resposta: A
Desenvolver pessoas é um dos processos de gestão de pessoas. Este processo é utilizado para
capacitar e incrementar o desempenho profissional e pessoal das pessoas. Incluem treinamento (curto
prazo) e desenvolvimento (longo prazo), gestão do conhecimento e gestão de competências, programas
de mudanças e desenvolvimento de carreiras e programas de comunicação e consonância.
06. Resposta: C
Segundo Borges-Andrade, Abbad e Mourão (2004) e Chiavenato (1999), o processo de treinamento
consiste em quatro etapas: diagnóstico (ou levantamento de necessidades), planejamento, execução e
avaliação.
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07. Resposta: C
O treinamento produz um estado de mudança no conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes
de cada trabalhador, uma vez que implementa ou modifica a bagagem de cada um. Sendo assim, o erro
da alternativa B é que as carências de conhecimentos, habilidades e atitudes em relação às exigências
do cargo podem ser corrigidas sim por meio de treinamento (o “não” deixa a afirmação errada).
08. Resposta: A
Treinamento: relacionado com a função que será exercida em curto prazo. Atividade pontual. Exemplo:
ensinar um operador de caixa as funções básicas de sua atividade.
Desenvolvimento: Atividade com intervalos constantes, ou seja, o colaborador irá sempre passar por
alguns momentos de aperfeiçoamento; Visa atividades a longo prazo; Prepara o colaborador para novas
atividades. Exemplo: Empresas que investem em cursos de informática para seus funcionários, pois
visam, modernizar seus serviços.
09. Resposta: C
TREINAMENTO: Treinamento é o processo de ensinar aos novos empregados as habilidades básicas
que eles necessitam para desempenhar seus cargos.”
DESENVOLVIMENTO: permite aperfeiçoar as capacidades e motivações dos empregados afim de
torná-los futuros membros valiosos da organização.
EDUCAÇÃO: no âmbito organizacional, se refere a programas ou conjuntos de eventos educacionais
de média e longa duração que visam à formação e qualificação profissional contínuas dos empregados.
10. Resposta: A
Chiavenato, com relação à avaliação do treinamento, afirma que de acordo com o seu conteúdo, pode
envolver quatro tipos de mudança de comportamento, a saber: Transmissão de informações;
Desenvolvimento de habilidades; Desenvolvimento ou modificação de atitudes e Desenvolvimento de
conceitos.
Gerenciamento de Desempenho
Para abordarmos este tema, vamos primeiro entender o que são competências, porque o
desempenho, ou seja, o conjunto de características ou capacidades de comportamento e rendimento de
uma organização depende das pessoas, e estas são dotadas de competências - um conjunto de
Conhecimentos, Habilidades e Atitudes, conhecido pela sigla CHA:
86
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
aprender a construir um conjunto de competências básicas para desenvolver bem suas atividades, fatores
que influenciam diretamente no seu desempenho.
A Gestão do Desempenho é um tema central dentro das Estratégias de Gestão de Pessoas e está
ligado ao Desempenho e Recompensa, responsável por:
- Definição de metas e objetivos;
- Recursos necessários e indicadores de desempenho;
- O acompanhamento das atividades; e
- A avaliação dos resultados.
É o principal radar dentro da área de RH para acompanhar e influenciar a evolução dos profissionais
da organização. Por ser tão importante, exige maior atenção no seu desenvolvimento e implantação.
Os desafios são muitos e significativos, pois é o maior canal de comunicação entre os líderes da
organização e suas equipes profissionais. Funcionando tal como uma bússola, ele:
- Alinha as estratégias de RH com as estratégias empresariais;
- Mede o nível de conhecimento presente na organização;
- Afere o nível de comprometimento profissional;
- Estimula o diálogo através dos processos de feedback;
- Propicia orientação profissional com o uso do coaching;
- Indica necessidades de desenvolvimento;
- Capta anseios e sugestões; e,
- Subsidia diversos outros sistemas de RH como carreira, treinamento, recompensa e sucessão.
Ao longo do século XX, a avaliação de desempenho passou das metodologias de controle dos tempos
e movimentos para processos que consideram o empregado e seu trabalho como parte de um contexto
organizacional e social mais amplo. A partir da necessidade das organizações de contar com instrumentos
para estimular o trabalhador a adotar ou reforçar determinadas atitudes, as técnicas de avaliação de
desempenho foram sendo aperfeiçoadas, valendo-se, principalmente, de contribuições das Ciências
Sociais.
A gestão do desempenho assume uma perspectiva mais ampla se comparada à prática da execução
da avaliação de desempenho, considerando que o Processo de Gestão abrange:
- O planejamento do desempenho requerido por parte dos colaboradores, concretizado na forma dos
objetivos e metas previamente definidos e acordados;
- A monitoração do desempenho voltada para o realinhamento e a correção de rumos dentro de um
contexto de mudanças em alta velocidade; e
- A avaliação final do desempenho, voltada para a melhoria contínua, tendo como “pilares de
sustentação”: o alcance de objetivos (o que realizar) e o perfil de competências (como realizar).
Na gestão de desempenho, cabe ao gestor esclarecer a direção (o Norte) para que o colaborador
possa compreender a importância de sua contribuição na consecução do plano de negócio da empresa,
orientando-o quanto às expectativas de desempenho, aos comportamentos alinhados aos valores, à
missão e à visão da empresa. É a partir do estabelecimento desses “acordos claros” que o gestor estimula
a cultura do comprometimento e do alto desempenho.
A comunicação efetiva entre o gestor e o colaborador constitui a “ponte de conexão” entre as três
etapas do processo de gestão do desempenho acima citadas, assegurando, através da prática do
feedback e do reconhecimento, a retroalimentação necessária para que o colaborador amplie a percepção
com relação ao seu nível de contribuição individual para o resultado da área e da organização, nos
aspectos quantitativos (objetivos) e nos aspectos qualitativos (perfil).
87
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
O que medir?
Resultados: os resultados concretos e finais que se pretende alcançar dentro de um certo
período de tempo.
Desempenho: o comportamento ou meios instrumentais que se pretende pôr em prática.
Competências: as competências individuais que as pessoas oferecem ou agregam à
organização.
Fatores críticos de sucesso: os aspectos fundamentais para que a organização seja bem-
sucedida no seu desempenho e nos seus resultados.
Questões
01. (TRT/RS - Analista Judiciário - FCC) A gestão de desempenho tem como proposta
(A) a definição de metas e objetivos; recursos necessários e indicadores de desempenho; o
acompanhamento das atividades e a avaliação dos resultados.
(B) um processo contínuo de mútua avaliação entre os níveis hierárquicos e, mesmo, entre membros
da organização e seus clientes.
(C) a análise integrada dos pontos fortes e fracos da organização, das oportunidades e das ameaças
externas, resultando na elaboração de um cenário dentro do qual é avaliado o desempenho da
organização.
(D) a definição de tetos de gastos, a responsabilização individualizada dos funcionários e a cobrança
anual de resultados.
(E) avaliar o desempenho da organização em relação a quatro fatores: o financeiro, os clientes, os
processos internos e o aprendizado e crescimento.
02. (TRT 4ª REGIÃO - Analista Judiciário - FCC) Uma gestão adequada do desempenho em uma
organização pressupõe que
(A) os funcionários aceitem punições de acordo com o desempenho de cada um, caso necessário.
(B) os funcionários já tenham as competências correspondentes aos desafios que lhes serão
propostos.
(C) o gestor deixe clara a razão da sua implantação e determine quais são os resultados esperados.
(D) todos os que estão envolvidos no processo estejam bem treinados para alcançar as metas
propostas.
(E) a organização estabeleça previamente remunerações adequadas ao melhor desempenho
esperado.
Gabarito
01.A / 02.C
Comentários
01. Resposta: A
A gestão do desempenho assume uma perspectiva mais ampla se comparada à prática da execução
da avaliação de desempenho, considerando que o processo de gestão abrange:
(1) o planejamento do desempenho requerido por parte dos colaboradores, concretizado na forma dos
objetivos e metas previamente definidos e acordados,
(2) a monitoração do desempenho voltada para o realinhamento e a correção de rumos dentro de um
contexto de mudanças em alta velocidade, e
(3) a avaliação final do desempenho, voltada para a melhoria contínua, tendo como “pilares de
sustentação”: o alcance de objetivos (o que realizar) e o perfil de competências (como realizar).
02. Resposta: C
Quando chega o momento do gestor comunicar a avaliação dos seus colaboradores, tanto um como
o outro têm consciência dos resultados que foram alcançados e se foram satisfeitos, ou não, os objetivos.
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Relações Trabalhistas
A relação entre empregado e empregador tem que ter respeito mútuo64, o respeito à dignidade de
empregado, como também o empregado tem que ter uma postura de verdadeiro líder, de ter este
autoridade e saber impor a sua autoridade sem ser autoritário.
Os chefes, empregadores, não podem esquecer que a simpatia gera respeito e este, por sua vez,
melhora a relação patrão/empregado e, consequentemente, aumenta a produção, pois desse respeito
terá um empregado que tem consideração com o empregador, pensando sempre na ideia de ajudar a
melhorar os serviços que tem de prestar.
Agradar o funcionário ajuda na produção do trabalho, pois o empregado terá mais entusiasmo e
satisfação em executar as suas tarefas. Deixando assim, a figura do homem de cara feia que reage aos
berros para programas de tv. O empregado em relação à empresa, tem a impossibilidade de agir por sua
conta ou sem uma autorização, e isto acontece justamente em decorrência do vínculo de trabalho que
limita a sua capacidade de agir, ainda que seja em estado de gerência.
A introdução do trabalhador no ambiente de trabalho não lhe tira o direito da personalidade, assim, os
valores materiais, tais como prejuízo de um furto numa empresa em uma revista íntima não deve se
sobrepor aos valores pessoais, como a dignidade da pessoa humana, pois esta é colocada como um dos
valores supremos da pessoa humana. Portanto, dizer que o empregador dirige a prestação de seus
empregados, não significa que aquele deve exercer o seu poder de empresário, o que em algumas
relações acontece até de forma coercitiva. Deve ser sim, com boa fé objetiva, de forma ética e solidária,
respeitando os seus empregados como pessoas dotadas de dignidade humana.
O empregador precisa respeitar os limites do seu empregado, observar as suas habilidades e
competência, quando isto é observado num contrato de experiência num prazo máximo de 90 dias. Ambas
as partes neste momento deste pacto laboral estão mais do que nunca se conhecendo, o empregado está
conhecendo a empresa, o seu empregado, o seu ciclo, como também o empregador está observando o
seu colaborador, as suas habilidades e adaptação a melhor função para a empresa.
É de suma importância que vejamos a relação entre o empregado e o empregador, pois ao
conceituarmos o Direito do Trabalho, já constatamos ser ele um conjunto de normas, de nosso
ordenamento jurídico, que regem as relações entre empregados e empregadores, e os direitos resultantes
da condição jurídica dos trabalhadores.
Estas normas jurídicas são regidas pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), pela Constituição
Federal e por outras Leis específicas, sendo esta relação contratual a base do Direito Individual do
Trabalho.
Verificamos que alguns conceitos perduram no tempo e outros passaram a vigorar por exigências de
nossa atualidade, acompanhando o progresso do direito do trabalho. A CLT vem realizando a manutenção
da relação entre empregado e empregador, estabelecendo direitos e deveres a serem cumpridos, a fim
de garantir o equilíbrio entre eles.
Empregado
Para definirmos o conceito de empregado, nada melhor do que citar o artigo 3º da CLT (Consolidação
das Leis do Trabalho) que diz:
“Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a
empregador, sob a dependência deste e mediante salário”.
Da definição de empregado é preciso analisar 5 requisitos básicos:
1. pessoa física;
2. não eventualidade na prestação de serviços;
3. dependência;
4. pagamento de salário;
5. prestação pessoal de serviços.
64
Jackson Romero. Relação entre empregador e empregado, 2010.
Marcelo Muniz Baptista Viana. A importante relação entre o empregado e o empregador. Ãmbito Jurídico
MARTINS, Sérgio Pinto. Comentários à CLT. 6ª Edição. São Paulo: Atlas S.A, 2003.
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1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
Só pode ser empregado a pessoa física ou natural, não podendo ser as pessoas jurídicas. O serviço
prestado deve ser realizado com habitualidade, ou seja, não eventual, esporádico. Deve haver
dependência ao empregador, que deve determinar como o serviço deve ser realizado. E por último, é
necessário que haja a contraprestação salarial paga pelo empregador ao empregado.
Existem 5 características do contrato individual de trabalho são de extrema importância para se
reconhecer, na prática, a relação de emprego. São elas:
1) Pessoa física: O trabalho deve ser prestado por pessoa física. Pessoa jurídica não pode ser
contrata pelas leis trabalhistas, muito menos com registro em carteira de trabalho. A relação contratual
que envolve pessoa jurídica é regida pela lei civil e não pela lei trabalhista.
2) Pessoalidade: A prestação do serviço deve ser feita pessoalmente pelo empregado e não por
terceiros, ou seja, o empregado não pode se fazer substituir. O empregador deve exigir a pessoalidade
na prestação do serviço, sob pena de descaracterização da relação de emprego.
Somente podemos enquadrar como empregado, o qual faz jus ao reconhecimento do vínculo
empregatício, aquele trabalhador que presta seus serviços pessoalmente a terceiros, exercendo ele
mesmo uma atividade direta, sem poder delegar para outra pessoa essa atividade. Podemos vislumbrar
nesse requisito a presença do elemento intuitu personae que liga empregador e empregado, ou seja, o
vínculo moral e psicológico que se estabelece entre ambos de modo a haver aí uma relação de confiança
entre as partes.
Exemplo: O caixa do supermercado não pode chamar o irmão dele para trabalhar em seu lugar, quando
não puder comparecer ao serviço.
5) Subordinação: É a condição do empregado perante o empregador. Este, não deve confundir com
humilhação, descaso ou maus-tratos ao empregado. A subordinação é relativa à coordenação na
prestação do serviço, a direção dada pela empresa aos funcionários para o alcance de seus objetivos.
A subordinação implica a sujeição do empregado às normas pré-estabelecidas pelo empregador e às
coordenadas de comando da atividade a ser exercida. O empregado aceita as condições e as
modalidades que o empregador impõe para a realização da atividade laboral. O trabalhador consente,
assim, com as normas determinantes do modo como deve prestar os seus serviços delimitados pelo
empregador.
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Cumpre destacar que não é o trabalhador que é subordinado às normas diretivas do empregador, e
sim o modus operandi da sua atividade laboral, a maneira como deve ser exercida a atividade na
prestação do serviço. Há o que a doutrina convenciona chamar de subordinação jurídica do empregado
ao empregador.
Podemos concluir que o trabalhador sujeita a sua atuação, o modo como exercerá as suas atividades,
às normas diretivas, à política adotada pelo empregador, e aos comandos determinativos da maneira a
ser exercida a tarefa, impondo-se uma limitação à autonomia do empregado. Ocorre, dessa forma, uma
imposição de limites por parte do empregador no tocante à atuação e à coordenação das atividades. O
patrão supervisiona as atividades laborais de seus empregados, determinando-lhes todo um complexo
normativo para que possam realizar suas atividades.
Da Alteridade: São os riscos da atividade econômica que fica a cargo do empregador e não do
empregado. Se este também suportar os riscos da atividade, não se tratará de relação de emprego, mas
sociedade ou outro instituto afim, regulado por outros dispositivos legais.
S.H.O.P.P.:
S Subordinação;
H Habitualidade;
O Onerosidade;
P Pessoalidade;
P Pessoa Física.
Ou
PENSO:
Esse tema é de suma importância e bastante discutido no meio jurídico, cabendo, neste artigo, expor
as principais características do cargo de confiança, bem como algumas diferenciações do chamado “altos
empregados”.
Primeiramente, é necessário trazer à baila a definição de empregado ordinário ou comum, que são
aqueles que dentro de uma estrutura hierárquica da empresa não têm qualquer superioridade em
comparação aos colegas e também não partilham de salários de destaque.
Já o cargo de confiança (específico ou excepcional) leva, em seu bojo, restritos poderes de mando e
de ilimitada autorização para admitir, dispensar ou punir os empregados aos quais comandam, além
capacidade jurídica para representar a empresa em suas relações com terceiros.
Assim, como dito precedentemente, há uma diferenciação bastante tênue no tocante aos “altos
empregados” e “cargo de confiança”, pois, segundo a doutrina de Cláudio Armando Couce de Menezes,
os altos empregados são aqueles situados em patamares superiores da escala hierárquica
patronal, independentemente da natureza do trabalho ou função.
Neste rol encontram-se os diretores, administradores gerais, os gerentes, etc. Não obstante, os altos
empregados estão adstritos aos critérios diretivos, ao menos gerais (ex: regulamento empresarial); além
do que, em regra, a determinação da quantidade de energia de trabalho a despender fica dentro da esfera
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ROZ, Davis. Cargo de confiança X Altos empregados. Disponível em: https://davisroz.jusbrasil.com.br/artigos/375691134/cargo-de-confianca-x-altos-
empregados.
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do empregador, sendo que, em várias oportunidades, são encontrados sem atributos de representação e
de gestão, que notabilizam seus "primos", os cargos de confiança.
Nessas circunstancias, muitos são os que confundem altos empregados com exercentes de cargo de
confiança e o equívoco é compreensível, frente às conceituações diversas e confusas a respeito.
Nesses termos, os altos empregados enquadram-se em cargos de direção de caráter permanente,
administrativo (onde o titular representa o empregador ou a direção deste, com certa autonomia
administrativa, denotando um exercício de função de confiança) e cargos de direção de natureza
estritamente técnica (conferidos aos empregados especializados, que chefiam divisões, departamentos
ou seções, sendo que, aqui, a autonomia é técnica, e, muitas vezes, inexistente ou rarefeita é a
independência administrativa).
Assim, vale salientar que os cargos de direção técnica se prendem ordinariamente à capacidade que
o empregado demonstra no que diz respeito a um determinado ofício, arte ou profissão. Comumente, são
destituídos de qualquer poder de representação, vinculando-se o seu comando ao aspecto puramente
técnico. Daí por que o seu ocupante raramente controla o horário, admite ou pune empregados, quando
muito, apenas comunica a falta de um obreiro ou indica quais os que merecem ser promovidos,
contratados ou despedidos, pois, esses altos empregados ocupantes de atribuições técnicas não
representam, necessariamente, sinônimo de cargo de confiança.
Desta forma, não basta uma simples “nomenclatura”, qualquer que seja, para caracterizar o cargo ou
função de confiança.
Por derradeiro, são necessárias a representação, poderes de gestão e mando em grau mais alto do
que a simples execução da rotina empregatícia, pela prática de atos próprios do empregador, pois, estes
atos de gestão e de representação devem colocar o empregado de confiança em natural superioridade a
seus colegas de trabalho, aproximando-o ao máximo da figura do empregador, de tal modo que,
ordinariamente, pratique mais atos de gestão do que de mera execução. É um autêntico “longa manus do
empregador”; autoridade máxima que administra o empreendimento com total poderes de gestão e
representação.
Empregador
Empregador é toda pessoa física ou jurídica, que assume os riscos da atividade econômica, por meio
de uma relação de trabalho que admite, assalaria e dirige a prestação de pessoal e serviços.
O conceito de empregador está previsto no artigo 2° da CLT, que diz: “Considera como empregador a
empresa, individual ou coletiva, que assumindo da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a
prestação pessoal de serviço”.
Sendo a atividade econômica, uma relação de finalidade lucrativa mediante produção, distribuição e
consumo, seja de bens ou serviços, para satisfazer as necessidades humanas, não há como a
visualizarmos a figura do empregador sem a existência de um contrato bilateral.
O empregador é aquele que assume o risco da atividade, seja nos bons ou maus resultados, devendo
verificar a sua esfera patronal, a fim de não extrapolar seus direitos na relação de emprego.
Aqui também podemos citar as empresas de trabalho temporário, cuja atividade dispõem determinadas
atribuições a serem realizadas num determinado espaço de tempo, contratando pessoas qualificadas
para o serviço, as quais deverão ser remuneradas, no período laboral.
Cabe destacar que segundo o § 1º do artigo 15 da Lei nº 8.036/90, que dispõe sobre o FGST, “entende-
se por empregador a pessoa física ou a pessoa jurídica de direito privado ou de direito público, da
administração pública direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes, da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, que admitir trabalhadores a seu serviço, bem assim aquele que, regido
por legislação especial, encontrar-se nessa condição ou figurar como fornecedor ou tomador de mão-de-
obra, independente da responsabilidade solidária e/ou subsidiária a que eventualmente venha obrigar-
se”.
O § 1º do artigo 2º da CLT, estabelece os equiparados ao empregador:
“Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relação de emprego, os profissionais
liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins
lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados”.
São empregadores, portanto, os profissionais liberais, como engenheiros, advogados, médico, entre
outros, além das instituições sem fim lucrativo e as associações recreativas, que admitirem trabalhadores
como empregado.
Empresa
A empresa tem característica eminentemente econômica e seu conceito é encontrado, principalmente,
na economia. As atividades empresariais são voltadas para o interesse da produção, em oposição ao
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sistema anterior em que as atividades eram mais artesanais ou familiares. Numa concepção econômica,
a empresa é a combinação dos fatores da produção: terra, capital e trabalho. Hodiernamente, a empresa
tem, portanto, suas atividades voltadas para o mercado.
A empresa é um centro de decisões, em que são adotadas as estratégias econômicas. Na concepção
jurídica, a empresa é a atividade exercida pelo empresário. A CLT dispõe que empregador é a empresa.
Regulamento de Empresa
Regulamento de Empresa é um conjunto sistemático de regras, escritas ou não, estabelecidas pelo
empregador, com ou sem a participação dos trabalhadores, para tratar de questões de ordem técnica ou
disciplinar no âmbito da empresa, organizando o trabalho e a produção.
O regulamento de empresa é um conjunto sistematizado de regras, o que exclui os avisos e circulares
existentes na empresa. Trata-se de normas que se inter-relacionam, tendo em vista questões de ordem
técnica ou disciplinar no âmbito da empresa.
Pode ser escrito ou não. As regras são estabelecidas pelo costume na empresa. De preferência,
deveria ser feito por escrito.
Distingue-se do contrato de trabalho e de convenção e acordo coletivo de trabalho, visto não haver
acordo de vontades.
A finalidade do regulamento de empresa é estabelecer normas disciplinares a respeito da organização
do trabalho na empresa, especificando certas particularidades desta, além de fixar as condições técnicas
em que o trabalho vai ser exercido no âmbito empresarial.
O regulamento vai uniformizar as questões de trabalho dentro da empresa, estabelecendo certos
padrões que deverão ser seguidos pelo empregador e pelos empregados. Não se pode pretender,
entretanto, que o regulamento de empresa vá regular todas as atividades desenvolvidas no seio da
empresa, nem que vá tratar apenas das atividades do trabalhador; ao contrário, vai versar sobre direitos
e deveres do empregador e do empregado.
Abaixo seguem as inovações ao referido artigo introduzidas pela Lei 13.467/2017 (Reforma
Trabalhista):
Art. 2º (...).
§ 2º Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica
própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo
guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis
solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de emprego.
§ 3º Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, sendo necessárias, para a
configuração do grupo, a demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de interesses
e a atuação conjunta das empresas dele integrantes.
Os poderes acima mencionados referem-se à relação de emprego, nos serviços prestados pelo
empregado, no local de trabalho, e em conformidade com a legislação.
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(b) Poder de controle
Este poder quer dizer do direito de o empregador fiscalizar as atividades profissionais dos seus
empregados, justifica-se, uma vez que, sem controle, o empregador não pode ter ciência das tarefas
cumpridas por seu funcionário, uma vez que, em contrapartida, há salário a ser pago.
A própria marcação do cartão de ponto é decorrente do poder de fiscalização do empregador sobre o
empregado, de modo a verificar o correto horário de trabalho do obreiro, que inclusive tem amparo legal.
Nas empresas com mais de dez empregados é obrigatória a anotação da hora de entrada e saída, em
registro manual, mecânico ou eletrônico, devendo haver a assinalação do período de repouso.
O ato de proceder as revistas íntimas nas empregadas ou funcionárias é o poder de controle do
empregador (ou preposto). Contudo, a revista íntima pode ser feita desde que não seja vexatória ou cause
ofensa à integridade moral (Art. 373 – A, VI, da CLT e Lei nº 9.799/99).
Quando uma ou mais empresas, embora, cada uma delas, tenha personalidade jurídica própria,
estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou
de qualquer atividade econômica, serão, para os efeitos da relação de emprego, solidariamente
responsáveis à empresa principal e cada uma das subordinadas (CLT, art. 2º, §2º). Não elimina a
responsabilidade das empresas, a falência de uma delas. São exemplos: a coligação, as holdings, o pool,
o consórcio de empregadores, joint venture (empreendimento conjunto), etc.
Os grupos econômicos são formados por uma ou mais empresas, cada uma com personalidade
jurídica própria, existindo entre elas vínculo de direção, controle, administração ou coordenação em face
de atividade de qualquer natureza.
A prestação de serviços a mais de uma empresa do mesmo grupo econômico, durante a mesma
jornada de trabalho, não caracteriza a coexistência de mais de um contrato de trabalho, salvo ajuste em
contrário. É o que preceitua a Súmula 129 do TST.
Refere-se a mudança na propriedade da empresa, que designa todo acontecimento em virtude do qual
uma empresa é absorvida por outra. É o que ocorre nos casos de incorporação, transformação, fusão,
etc. Declara ainda, os artigos 10 cc 448 da CLT, que a mudança na propriedade ou na estrutura jurídica
da empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados. Enfatizando assim, a
aplicação do Princípio da Continuidade da Empresa, salientando que as alterações relativas à pessoa do
empresário não afetam o contrato de trabalho, e também no fato de que, dissolvida a empresa, ocorre
extinção do contrato de trabalho.
Portanto, em uma eventual alteração na estrutura jurídica e sucessão de empresas em nada afetará
os créditos trabalhistas dos empregados, uma vez que os empregados vinculam-se à empresa, e não,
aos seus titulares.
Abaixo seguem as inovações ao referido artigo introduzidas pela Lei 13.467/2017 (Reforma
Trabalhista):
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Art. 10-A. O sócio retirante responde subsidiariamente pelas obrigações trabalhistas da
sociedade relativas ao período em que figurou como sócio, somente em ações ajuizadas até dois
anos depois de averbada a modificação do contrato, observada a seguinte ordem de preferência:
I - a empresa devedora;
II - os sócios atuais;
III - os sócios retirantes.
Parágrafo único. O sócio retirante responderá solidariamente com os demais quando ficar
comprovada fraude na alteração societária decorrente da modificação do contrato.
Questões
01. (TRT 12ª Região - Técnico Judiciário - FGV/2017) Para que alguém seja considerado empregado
na forma prevista na CLT, NÃO é necessário o seguinte requisito:
(A) exclusividade;
(B) subordinação;
(C) pessoalidade;
(D) onerosidade;
(E) não eventualidade.
02. (TRT 7ª Região - Técnico Judiciário - CESPE/2017). Empregado e empregador são os sujeitos
do contrato de emprego. Analisados isoladamente, o conceito de empregado demanda a presença de
(A) pessoa física, pessoalidade, não eventualidade, dependência e onerosidade.
(B) pessoa jurídica, pessoalidade, não eventualidade, dependência e onerosidade.
(C) pessoa jurídica, impessoalidade, não eventualidade, independência e onerosidade.
(D) pessoa física, pessoalidade, eventualidade, independência e onerosidade.
03. (IPREV – Contador – IBEG/2017) Os principais elementos da relação de emprego gerada pelo
Contrato de Trabalho são...
(A) I, II e III
(B) II e III
(C) I e IV
(D) III e IV
(E) Todas estão corretas.
04. (TRT/8R – Técnico Judiciário – CESPE/2016) No que concerne à relação de emprego, aos
poderes do empregador e ao contrato individual de trabalho, assinale a opção correta.
(A) Na relação trabalhista, o poder de direção do empregador é ilimitado.
(B) A prestação de serviços é o bem jurídico tutelado e, por isso, o objeto mediato do contrato individual
de trabalho.
(C) O termo “contrato de atividade” vincula-se ao fato de as prestações serem equivalentes.
(D) Não se reconhece relação de emprego fundamentada em acordo tácito.
(E) A continuidade e a subordinação são requisitos da relação empregatícia.
Gabarito
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Comentários
01. Resposta: A
A exclusividade não faz parte do rol de requisitos para a relação de emprego, podendo o empregado
trabalhar para mais de um empregador.
Os requisitos de um empregado são, cumulativamente: subordinação, habitualidade, onerosidade,
pessoalidade e pessoa física, conforme previsto no artigo 3° da CLT.
02. Resposta: A
Presente os 5 requisitos, considera-se empregado. A dependência, neste caso, equivale à
subordinação.
03. Resposta: E
Os requisitos para configurar empregado estão presentes em todas as opções, portanto, todas estão
corretas.
04. Resposta: E.
São requisitos caracterizadores da relação de emprego: Trabalho prestado por pessoa física,
Pessoalidade, Não eventualidade (continuidade), Onerosidade e Subordinação.
Liderança
Conceito de Liderança
A liderança é um fenômeno que ocorre exclusivamente em grupos sociais. Ela é definida como
uma influência interpessoal exercida em dada situação e dirigida pelo processo de comunicação
humana para a consecução de um ou mais objetivos específicos.
Podemos afirmar então que a liderança é o elemento promotor da gestão, ou seja, ela é responsável
pela orientação, estímulo e comprometimento para o alcance e melhoria dos resultados organizacionais,
ela deve atuar de forma aberta, democrática, inspiradora e motivadora das pessoas.
Com o intuito de visar o desenvolvimento da cultura organizacional de excelência, à promoção de
relações de qualidade e à proteção do interesse público, geralmente ela é exercida pela alta
administração, entendida como o mais alto nível gerencial e assessoria da organização.
Por isso, é fundamental que toda empresa possua um líder de excelência, porque um bom líder com
o bom exemplo de suas ações e comportamentos consegue:
1) Delegar tarefas;
2) Administrar sua equipe de forma efetiva; e
3) Estipular prazos e inspirar profissionais a darem o seu melhor em qualquer atividade exercida.
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CHIAVENATO, I., Administração Geral e Pública, 3ª ed., Manole, Barueri-SP, 2012.
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Quando se fala em liderança, podemos considera-la como um tipo de influenciação de pessoas, pois
uma pessoa influencia a outra, em função dos relacionamentos existentes entre elas, e dessa maneira
acaba naturalmente sendo considerada como líder.
O que é a influência? É uma transação interpessoal, onde uma pessoa age no sentido de
modificar ou provocar o comportamento de outras, de uma maneira intencional.
A influência está ligada com os conceitos de poder e autoridade, pois abrangem todas as formas
pelas quais se introduzem as mudanças no comportamento das pessoas.
O poder é o potencial de influência de uma pessoa sobre as demais, ou seja, é a capacidade de exercer
influência, mesmo que essa influência não seja desejada, de uma forma involuntária ou não ela é
exercida. Já a autoridade é o poder legítimo, ou seja, o poder que uma determinada pessoa possui, em
virtude do papel que ela exerce, ou da posição de seu cargo em uma estrutura organizacional.67
- Liderança acontece em uma determinada situação: ela ocorre uma determinada estrutura social
onde decorre a distribuição de autoridade de tomar decisões, ou seja, o grau em que uma pessoa
demostra qualidades de liderança não depende somente se suas de suas características individuais, mas
sim também das características da situação na qual ela se encontra.
- Liderança é realizada pelo processo de comunicação: a liderança poder ser definida como a arte
de induzir as pessoas a cumprirem suas obrigações com zelo e correção. O líder precisa ter a capacidade
de influencias as pessoas a fazerem aquilo que elas realmente devem fazer, ou seja, ele exercer influência
sobre as demais pessoas, conduzindo a percepção de todos a buscarem os seus objetivos.
Sendo assim, a liderança nada mais é que um processo continuo de escolhas que permite ao grupo
caminhar em direção à sua meta de uma maneira mais eficaz, apesar de todos os conflitos internos e
externos, ao ajudar o grupo a lidar com escolhas, a liderança passa a ser uma questão de tomada de
decisões. O principal obstáculo da liderança é identificar quando, qual estilo, com quem, e dentro de que
circunstancias ela deve ser aplicada.
Chiavenato68 aponta que existem dois tipos de liderança, a que é centrada nas tarefas da empresa, e
a que é centrada nas pessoas:
Liderança centrada na tarefa (job centered): Esse é o estilo de liderança que é preocupado
estritamente com a execução das tarefas da empresa e com os resultados que essas tarefas irão
alcançar, ela é típica das empresas ou unidades organizacionais que costumam concentrar as pessoas
em cargos desenhados segundo o modelo clássico, ou seja, ela é feita de maneira padronizada e isolada.
Essa liderança é preocupada exclusivamente com o trabalho e em conseguir que as coisas sejam feitas
de acordo com os métodos preestabelecidos e com os recursos disponíveis, esse estilo de liderança
lembra muito o estilo gestão da Teoria X de McGregor.
Liderança centrada nas pessoas (employee - centered): Ao contrário do estilo acima, esse estilo
de liderança é preocupado com os aspectos humanos dos subordinados e procura manter uma equipe
de trabalho atuante e harmoniosa, ou seja, uma equipe democrática onde todos tenham uma participação
nas decisões empresariais. Dando mais ênfase nas pessoas e não no trabalho, esse estilo de liderança
tem como característica principal procurar compreender e ajudar os colaboradores, e se preocupam mais
com as metas do que com os métodos utilizados para conseguir alcança-las, mas tudo isso sem se
descuidar com o nível de desempenho desejado, lembra muito a Teoria Y de McGregor.
67
Idem
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CHIAVENATO, I., Administração Geral e Pública, 3ª ed., Manole, Barueri-SP, 2012.
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Segundo Chiavenato, resultados de pesquisas revelaram que, nos setores com baixa eficiência nos
seus processos organizacionais, era gerido pelo estilo de liderança orientado para as tarefas.
A alta pressão e cobrança, no sentido de que as pessoas trabalhem, provoca atitudes desfavoráveis
em relação ao trabalho, e também em relação aos seus superiores por parte dos subordinados.
A curto prazo o estilo de liderança focado nas tarefas pode promover melhores resultados de eficiência
e produtividade, porém a médio ou longo prazo, essa liderança provoca:
- Insatisfação do pessoal;
- Rotatividade do pessoal;
- Alto nível de desperdício;
- Redução do ritmo de trabalho;
- Nível elevado de absenteísmo;
- Reclamações sociais frequentes; e
- Envolvimento em questões trabalhistas contra a empresa.
Na tabela a seguir apresentamos as diferenças entre a liderança centrada nas tarefas e a liderança
centrada nas pessoas:
Como se comporta um líder orientado para as Como se comporta um líder orientado para as
TAREFAS PESSOAS
- Atua como apoio e retaguarda para as
- Planeja e define como o trabalho será feito.
pessoas.
- Atribui as responsabilidades pela tarefa. - Procura ensinar e desenvolver as pessoas.
- Mostra os objetivos do trabalho para as
- Define claramente os padrões de trabalho.
pessoas.
- Busca meios de completar a tarefa. - Desenvolve relações sociais com as pessoas.
- Monitora os resultados do desempenho. - Mostra confiança nas pessoas.
- É sensitivo quanto as necessidades das
- Focaliza a produtividade e a qualidade.
pessoas.
- Preocupa-se com os métodos de trabalho. - Respeita os sentimentos das pessoas
Fonte: CHIAVENATO, I., Administração Geral e Pública, 3ª ed., Manole, Barueri-SP, 2012
Liderança e Chefia
A identificação entre Chefia e Liderança é essencial para garantir a eficiência de uma gestão, pois há
uma grande diferença entre as competências apresentadas pelo chefe e pelo líder refletindo diretamente
no desempenho da equipe de trabalho.
Com o objetivo de extrair o máximo de cada colaborador, chefes e líderes são facilmente detectados,
se seus hábitos e atitudes forem colocados em evidência ao se depararem com a tomada de uma
importante decisão, por exemplo.
Chefe: é a pessoa que comanda e da ordem, o que dirige; o cabeça; o alto escudo.
Enquanto o líder é conhecido como aquele que orienta as pessoas a fazerem da melhor forma e de
bom grado aquilo que é proposto, geralmente ele pede e não impõe, e além disso está aberto a considerar
contestações e sugestões para sua análise. A postura do líder é mais voltada a participação de todos,
nesse caso a postura está mais voltada à ideia de motivação, respeito, conquista, atenção e a construção
de um ambiente harmônico em prol dos objetivos coletivos.
Já o chefe nas organizações empresariais, é aquele conhecido por dar ordens diretas e incontestáveis
aos demais, ou seja, ele faz executarem tarefas através da sua imposição, obrigando os demais a
cumprirem, sem considerar que muitas vezes aspectos relativos às condições humanas estão envolvidos
e podem em certos momentos ser feito de maneira diferente ou menos imediata e quase sempre de forma
inflexível. Muitos defendem a necessidade dessa postura em dados momentos, mas no caso dos chefes
esta é sempre a mesma postura observada.
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As pessoas em particular possuem uma ou outra postura profissional e como as empresas são movidas
por pessoas, em muitas organizações chefes autoritários se chocam com líderes que defendem outra
forma de comportamento, e isso acaba sendo motivo de desentendimentos e conflitos entre as partes.
Os colaboradores buscam atuar em um ambiente mais participativo mais propenso a condução de um
líder, enquanto chefes buscam exatamente o contrário, um ambiente sem a participação nenhuma destes.
Se não houver um alinhamento entre as partes torna-se desgastante para qualquer um tomar sobre si
tais responsabilidades e os problemas ao invés de melhorarem acabam por surgir ou ressurgir com mais
intensidade. A seguir veremos um diagrama das diferenças entre um chefe e um líder.
Chefe Líder
✓ Existe naquelas organizações que
não precisam (ou não querem) ser
✓ Líderes estão preocupados com o futuro
eficientes.
e não com o presente, ou melhor, eles
✓ Geralmente são identificados no setor
preocupam-se em cumprir o necessário no
público ou empresas familiares, onde
presente, para garanti-lo, e além disso
privilégios pessoais são mais
preparar a organização para os desafios
importantes que projetos de longo
vindouros.
prazo.
✓ Apontam um sentimento mais coletivista
✓ Chefes possuem sentimentos de
entendendo que a organização só é capaz
posse, ou seja, só enxerga sua posição
de atingir o sucesso se cada um doar um
de “status”, e considera os demais
pouco do seu melhor.
inferiores.
✓ O líder faz uma combinação de estratégia
✓ Chefes tem a necessidade de
e caratês para atingir metas e objetivos para
dominar seus funcionários, para mostrar
extrair o máximo de cada pessoa que
que está no controle, e de certa forma,
trabalha ao seu lado, ouvindo ideias e
se torna um dependente, que na
gerando responsabilidades.
maioria das vezes não consegue
✓ Ele está sempre disposto a servir,
resolver certos problemas por si só.
aprender e sempre em uma posição de
✓ Os chefes fazem com que as regras
humilde para poder agregar cada vez mais
sejam cumpridas, de uma forma onde
a sua equipe.
ele manda, ou seja, faz com que tudo
aconteça pela ordem.
Toda organização deve se preocupar com esta questão e não tentar impor a qualquer custo sua
maneira de trabalho aos colaboradores, algumas justificam a necessidade de ter em seu quadro chefes
autoritários que imponham regras rígidas, senão ninguém obedece, enquanto outras dão valor à presença
de líderes flexíveis mais voltados à motivação e multiplicadores de conhecimento, e não há nada de
errado com isso, só que alguém com características de um líder encontra dificuldades em se conformar
num cargo de chefe, enquanto o oposto também é verdadeiro.
O grande impasse está em mesclar os dois tipos e isso se encontra com certa frequência, tratam os
colaboradores de uma forma rígida esperando deles um comportamento participativo enquanto esperam
que os chefes imponham regras incontestáveis e se comportem como líderes motivadores.
Nessas organizações a própria cultura organizacional impede que seja desenvolvido um trabalho
sinérgico entre colaboradores e diretrizes.
Seja como for e que tipo de organização se empreenda um trabalho, o importante é que se tenha claro
que tipo de ambiente profissional se deseja construir, se as atividades diárias e o relacionamento com o
público em geral afetam de forma positiva ou negativa os resultados finais.
Conhecer com clareza qual o tipo de negócio e em que área atua, pois nem toda organização
necessariamente tem de se preocupar em formar líderes, assim como nem toda organização
necessariamente deve se preocupar em promover chefes.
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Criar um ambiente harmônico levando em consideração a importância que todos exercem, pode ser o
início do sucesso de uma organização que atenta a essas questões mudam sua maneira de enxergar
seus colaboradores e passam a tomar certa cautela na hora de nomear seus líderes ou chefes.
O lado negativo é conhecido por muitos, descontentamento entre membros da equipe e chefias, uma
queda de braço sem efeitos positivos para ambos os lados até que o colaborador “decida” se auto demitir.
Características
Chefe Líder
Administra Inova
É uma cópia É original
Mantém Desenvolve
Prioriza sistemas e estruturas Inspira confiança
Tem uma visão de curto prazo Perspectiva de futuro
Pergunta “como” e “quando” Pergunta “o quê” e “Por quê”
Vive com os olhos voltados para o possível Vive com os olhos no horizonte
Imita Inventa
Aceita o status “quo” Desafia
É bom soldado clássico É seu próprio comandante
Faz as coisas direito Faz as coisas certas
Na função de chefia algumas atitudes específicas, tais como: organizar, comandar e controlar
determinarão uma boa administração. Perceba que a diferença entre Líder e Chefe é destacada até
mesmo na forma de tratamento dos funcionários, mais especificamente em denominá-los. Na liderança
os funcionários são chamados de colaboradores, parceiros e na Chefia os funcionários são muitas vezes
denominados como subordinados ou empregados, supondo a ideia de obediência à hierarquia.
Autocrático ou Autoritário
Conhecido como ditatorial. É exercido por gerentes centralizadores das decisões, que resolvem todos
os problemas, não delegam e são os únicos a emitir ordens. Na gestão desse tipo de chefia não existe
diálogo, nem oportunidade de participação ou sugestão por parte dos funcionários, ou seja a gestão
participativa não é bem-vinda.
O cumprimento de ordens e regras é extremamente rigoroso, de forma a desenvolver no subordinado
maior disciplina quanto aos prazos, metas e objetivos. Os funcionários executam os serviços como
autômatos70. O chefe autocrático é extremamente dominador e pessoal nos elogios e nas críticas ao
trabalho de cada membro do grupo.
A gestão com esse tipo de chefia pode encaixar perfeitamente em empresas que lidam com excesso
de burocracia e possuem prazos de trabalho muito curtos. Porém, se a cultura e política da empresa não
se encaixar dentro deste perfil, esse estilo de chefia pode ofuscar a colaboração dos funcionários,
impedindo que desenvolvam novas ideias ou sugestões. Sendo assim, os funcionários podem sentir-se
desmotivados ou mesmo acomodados ao cargo e à rotina de trabalho.
69
Benito Pepe – O líder e estilos de Liderança e Chefia. http://www.benitopepe.com.br/2010/11/14/o-lider-e-estilos-de-lideranca-ou-chefia/.
70
Um autômato ou autómato é uma máquina ou robô que se opera de maneira automática.
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de gestão, o chefe permite que os funcionários trabalhem com a moral elevada, com maior estímulo, mais
satisfeitos e em consequência produzem mais.
Este estilo proporciona também mais camaradagem, cooperação e espírito de equipe. (Quem participa
de uma decisão normalmente se compromete mais com o resultado).
O Chefe (líder) preocupa-se com participação do grupo, estimula e orienta, acata e ouve as opiniões
do grupo, pondera antes de agir. Aquele que determina, junto com o grupo, as diretrizes, permitindo o
grupo esboçar as técnicas para alcançar os objetivos desejados. É impessoal e objetivo em suas críticas
e elogios. Para ele, o grupo é o centro das decisões.
Acreditamos que a ação do líder democrático é de suma importância para o progresso e sucesso de
uma organização. Tal como um sacerdote, que possa dar o exemplo de Moisés do Egito, (quando estava
com o povo defendia Deus, quando estava com Deus defendia o povo).
É trabalhado a Gestão Participativa, ou seja, todos os níveis hierárquicos contribuem com ideias,
sugestões, propostas de melhorias e mudanças, ou seja, a gestão é aberta para receber novos
conhecimentos vindos de qualquer funcionário. A chefia atuando como de forma democrática, permite
que os funcionários sintam-se motivados, reconhecidos e mais engajados a desempenharem sua função
e cargo. A reação do grupo é de interação, participação, colaboração e entusiasmo.
Liberal
É o perfil de gerente “bonzinho”, que não se preocupa em demasia com os problemas e deixa ficar
como está para ver o que acontece. Cada um exerce as atividades por sua livre e espontânea vontade
de acordo com suas iniciativas próprias em direção nunca coincidentes.
O gerente vive bem com todos, mas a organização ninguém sabe para onde vai. Os funcionários
mostram suas qualidades, mas não se consegue canalizá-las para os objetivos. É aquele que participa o
mínimo possível do processo administrativo. Dá total liberdade ao grupo para traçar diretrizes. Apresenta
apenas alternativas ao grupo.
A sensação geral de falta de progresso dá margem a que os membros se tornem desinteressados e
sem entusiasmo. Sendo assim, esse estilo de chefia pode fazer com que os funcionários se sintam
deslocados ou mesmo alheios aos objetivos organizacionais, e fiquem sem entender qual o sentido do
trabalho, a missão, visão e valores da organização.
Esse sentimento por parte dos funcionários é muito prejudicial à imagem e ao desempenho da
empresa, uma vez que as pessoas que fazem uma empresa são peças-chave para o seu sucesso. Os
funcionários precisam ter metas e objetivos a serem cumpridos, dentro de cada cargo e função, precisam
ser cobrados para que percebam a importância das atividades, e para que desenvolvam maior
responsabilidade. A reação do grupo geralmente é ficar perdido, não ficando coeso.
Paternalista
Neste estilo de chefia o subordinado é protegido pelo gerente, independente do seu grau de
competência profissional ou de seu desempenho no trabalho. É caracterizada pela existência de um grupo
de “protegidos”, que recebem os benefícios do chefe, as melhores tarefas são deles, os melhores salários
e assim por diante, gerando em contrapartida, a rebeldia do grupo oposto ao dos protegidos.
Este estilo pode assumir ainda o caráter de “ditadura camuflada”, em que a mensagem do gerente aos
subordinados é algo como “Faça o que eu mando e eu o protegerei”. Esse estilo de gestão tem como
principal característica demonstrar que os funcionários que possuem um melhor desempenho são
aqueles que terão mais prestígio pelo chefe.
Sendo assim, esse estilo de chefia pode provocar nos funcionários que não são englobados pela
proteção do chefe, certa insatisfação, ora pela comunicação que não flui bem entre o chefe e os demais
funcionários e, portanto, ocasiona um desentendimento entre ambas as partes. De um lado os
funcionários não sabem o que fazer para serem inseridos no grupo dos “favoritos” e por outro lado o chefe
ou gerente não sente interesse em dar atenção ou prioridade a esse grupo, pois não percebe os esforços
desse grupo.
O estilo de chefia Paternalista não é o mais eficiente dentro das organizações, pois ocasiona dispersão
de profissionais e formação de pensamento individualista. Uma organização deve trabalhar de forma
sistêmica, em equipe, de maneira que todos possam colaborar, pois o objetivo de crescimento é comum
a qualquer funcionário, do porteiro ao presidente.
Situacional
É aquele perfil de chefe que assume seu estilo de liderança dependendo mais da situação do que da
personalidade. A postura deste líder brota ante as diferentes situações que ele detecta no dia a dia. Possui
um estilo adequado para cada situação, em situações que exige uma postura mais incisiva e rigorosa
101
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
esse chefe toma a situação para si e sabe assumir tal postura, ou quando necessita ser mais cauteloso
e pragmático este chefe também saberá assumir tal postura. Então basicamente, depende do contexto
da situação, quais os pontos críticos, os pontos que podem ser relevados, e assim por diante.
Esse estilo de chefia pode ser muito apropriado se o chefe conseguir balancear suas atitudes, não for
tão extremista a ponto de seus funcionários terem receio de estabelecer uma comunicação por não
reconhecerem qual a postura que o chefe tomará, se será positiva ou negativa. O ideal é que o chefe
demonstre que possui flexibilidade para analisar as situações e para tomar a decisão que seja cabível.
Assim o funcionário entenderá perfeitamente que a postura do chefe dependerá do grau de
importância/responsabilidade do assunto, bem como seu prazo de cumprimento.
E deixar claro que ele analisa a situação colocada e não é influenciado por situações alheias, como
por exemplo problemas pessoais, problemas familiares, problemas da empresa, mas que não tenham a
ver com o que está sendo tratado em determinado momento. Em outras palavras, o chefe situacional não
é aquele que deixa as situações adversas interferir no seu humor e consequentemente reage de forma
distinta, mas sim aquele que pondera as situações a serem resolvidas e toma uma postura de acordo
com o grau de relevância.
Sendo assim os funcionários, podem sentir-se motivados e coordenados, pois sabem que o chefe é
flexível e por isso sua postura sempre será primeiramente analisar a situação, levando em conta os pontos
a favor e contra. Esse tipo de postura é positiva, no sentido de que desencadeia nos funcionários uma
visão sistêmica das situações, consequentemente ensinando-os a tomar a mesma postura do chefe,
analisando situação por situação. A reação do grupo é de segurança e motivação, desde que o chefe
saiba ponderar suas posturas.
Emergente
Diz respeito àquele chefe que surge e assume o comando por reunir mais qualidades e habilidades
para conduzir o grupo aos objetivos diretamente relacionados a uma situação específica. Por exemplo,
num caso extraordinário, onde determinadas ações devem ser traçadas de imediato. O grupo reage bem,
participa, colabora, sabendo que se houver emergência, o líder saberá o que fazer.
Neste estilo de chefia as equipes de profissionais podem sentir-se motivadas, pois geralmente quando
um chefe emergente toma a frente de determinadas atividades, é porque há a extrema necessidade do
perfil deste profissional dentro da área ou departamento.
Seja para alavancar a produtividade, seja para aumentar a motivação das equipes, seja para maior
rigidez no cumprimento de prazos e entregas, seja para aprimorar processos, seja para trabalhar uma
comunicação eficiente. Esse tipo de chefia é interessante pois habilita os profissionais a saírem do
comodismo e se locomoverem rumo ao crescimento. Quando um chefe emergente chega para liderar um
setor ou departamento, muitas modificações e melhorias são feitas, isso traz desafios aos funcionários e
faz com que enxerguem suas rotinas de trabalho de maneira diferenciada.
Líder Autocrático
Determina diretrizes sem a participação do grupo, além de determinar as técnicas para a execução
das tarefas. É ele também que indica qual a tarefa de cada um dos colaboradores e quem será o
companheiro de trabalho de cada um. É inflexível e dominador, causando mal-estar organizacional.
Tem postura essencialmente diretiva, dando instruções sólidas, e não deixa espaço para criatividade
dos liderados. Este líder, nos elogios ou nas críticas que faz, dirige-se diretamente aos colaboradores,
nominando publicamente os eventuais autores de faltas cometidas e/ou de atos dignos de elogios.
As consequências desta liderança estão relacionadas com a ausência de espontaneidade e de
iniciativa, e pela inexistência de qualquer amizade no grupo. O trabalho só se desenvolve na presença do
líder, visto que, quando este se ausenta, o grupo produz pouco e tende a indisciplinar-se. É o estilo que
produz maior quantidade de trabalho.
71
IANNINI, Pedro Paulo. Chefia e liderança: capacitação gerencial. Viçosa: Aprenda Fácil, 2000.
102
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
Líder Liberal
Também denominado Laissez-Faire: o líder não se impõe e não é respeitado. Os liderados têm total
liberdade para tomar decisões, quase sem consulta ao líder. Não há grande investimento na função,
havendo participações mínimas e limitadas por parte do líder. O grupo é que decide sobre a divisão das
tarefas e sobre quem trabalha com quem. Os elementos do grupo tendem a pensar que podem agir
livremente, tendo também desejo de abandonar o grupo. O líder não regula e nem avalia o grupo, e faz
alguns comentários irregulares sobre as atividades apenas quando questionado. A produção não é
satisfatória, visto que se perde muito tempo com discussões e questões pessoais. Este é frequentemente
considerado o pior estilo de liderança.
Líder Democrático
O Líder assiste e instiga o debate entre todos os colaboradores. É o grupo que esboça as providências
e técnicas para atingir os objetivos e todos participam nas decisões. Cada membro do grupo decide com
quem trabalhará e o próprio grupo que decide sobre a divisão das tarefas. O líder procura ser um membro
igual aos outros elementos do grupo, não se encarregando muito de tarefas.
É objetivo, e quando critica limita-se aos fatos. Este tipo de liderança promove o bom relacionamento
e a amizade entre o grupo, tendo como consequência um ritmo de trabalho suave, seguro e de qualidade,
mesmo na ausência do líder. O comportamento deste líder é de orientação e de apoio. É o estilo que
produz maior qualidade de trabalho.
Percebe-se que a liderança autocrática evidencia o líder, enquanto a liderança liberal evidencia os
subordinados e a liderança democrática evidencia tanto no líder como nos subordinados. Líderes
influenciam liderados e liderados também influenciam seus líderes, portanto deve-se lembrar de que o
relacionamento entre os membros da equipe pode também interferir no estilo que o líder adotará.
Sendo assim, cabe a cada líder escolher qual o estilo mais se adapta às suas características e
situações para que os objetivos sejam alcançados rapidamente, visto que quando existe uma equipe, a
meta é alcançada com o esforço de todos, tanto líderes quanto liderados72.
A liderança não deve ser confundida com gerência ou chefia. Para ser um líder, não precisa ser
necessariamente um chefe; basta ter conhecimento e habilidades que façam com que o grupo busque a
realização dos objetivos.
A Liderança e o Administrador
Poder e Autoridade73
Para Weber74, a relação entre a ordem e o comando (autoridade) que se estabelecem entre os
indivíduos é dividida em três itens: a tradição, o carisma e a burocracia.
Autoridade Tradicional: quando uma pessoa ou grupo social obedece a um outro porque tal
obediência é proveniente do hábito herdado das gerações anteriores. A tradição é extrínseca ao líder. A
autoridade tradicional não anula a presença de outras, tais como as habilidades pessoais.
72
FACHADA, Maria Odete. Psicologia das Relações Interpessoais. 6. Ed. Lisboa: Rumo. 2003.
73
FARIA, J. H; MENEGHETTI, F.K. Liderança e Organizações – Leadership and Organizations. Volume II – número 2, 2011.
74
WEBER, Max. Economia y sociedad. México-DF: Fondo de Cultura Económica,1992.
103
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
Autoridade Carismática: é proveniente das características pessoais dos indivíduos. Sua base de
legitimação é a devoção dos seguidores à imagem dos grandes líderes religiosos, sociais ou políticos.
Portanto, a ideia de carisma está associada às qualidades pessoais e à posição organizacional ou às
tradições. O carisma é, em muitos casos, a base explicativa de autoridades informais nas organizações.
Autoridade Burocrática: também conhecida como Racional-Legal, é a principal base da autoridade
no mundo contemporâneo. Apesar das modernas organizações formais (Estado, organizações públicas
e privadas, etc.) procurarem tratar a liderança como um atributo de cargos específicos, que deve ser
legitimamente aceita pelos indivíduos, a hierarquia em uma organização tem como um dos objetivos
emprestar aos ocupantes dos cargos o direito de tomar decisões e de se fazer obedecido, dentro de uma
divisão pré-estabelecida e aceita de antemão. A autoridade burocrática, desta forma, é extrínseca à figura
do líder, ela é de caráter temporário e pertence ao cargo da pessoa que ocupa. A autoridade formal tem
como característica o uso da “força” e a necessidade de manter a ordem e estabilidade depende da
delegação da autoridade burocrática.
Outras duas formas de autoridade são identificadas nos estudos organizacionais: a autoridade pelas
relações pessoais e pela competência técnica.
A autoridade pela relação pessoal: é aquela atribuída às relações que se estabelecem entre os
indivíduos. Estas relações são de caráter pessoal e estão relacionadas com os vínculos sociais –
amizade, relacionamento com pessoas importantes, etc.
A autoridade por competência técnica: está relacionada com a influência no comportamento alheio
através da superioridade do líder no plano do conhecimento. Os seguidores se deixam influenciar por
acreditarem que seus líderes possuem competências e conhecimentos superiores aos seus. Uma forma
não exclui as outras.
Para Kernberg75, que concorda com as formas acima identificadas, a liderança refere-se ao
reconhecimento que os liderados creditam ao líder na execução das suas tarefas. A liderança, aliada à
autoridade geral, é um importante fator para o cumprimento dos objetivos estabelecidos. No entanto,
ambas necessitam de outras fontes de autoridade, tais como o conhecimento técnico do líder, suas
habilidades humanas e sua personalidade.
As delegações de autoridade inadequadas ou excessivas são problemas frequentes e isto se deve,
em parte, ao processo de racionalização que ocorre nas organizações. A estrutura organizacional, cada
vez mais dominada pela burocratização e pela supremacia do uso da técnica, faz com que nem sempre
as delegações de autoridade sejam respaldadas por aqueles que recebem o novo líder.
A perda da autoridade, no sentido restrito da palavra, reduz a clareza das tarefas a serem executadas.
Isto implica não só na perda do controle do líder em relação aos seus liderados, como também na redução
da credibilidade frente aos seus superiores. Esta condição provoca uma desconfiança geral na sua
capacidade de manutenção e coesão dos grupos (subordinados e superiores) quanto a sua capacidade
de atingir os objetivos.
A autoridade, portanto, não passa, nesse sentido, de uma habilidade específica, de forma que ser um
líder torna-se um objetivo como outro qualquer. Seu caráter instrumental é reforçado pelas propostas dos
gerencialistas, que enxergam a liderança como mais uma técnica para ser aprendida.
A tentativa de utilizar a Teoria Weberiana da autoridade, neste tipo de abordagem, acaba por simplificar
o problema da liderança, caindo na insensatez de supor que as três formas da autoridade (tradicional,
carismática e burocrática) possam condicionar todas as explicações possíveis para as abordagens
conceituais da liderança.
A teoria da autoridade de Weber jamais teve esta finalidade de ser uma teoria da liderança e só
consegue ser utilizada como tal por preencher as três dimensões básicas das relações sociais:
- A dimensão pessoal (representada pela autoridade carismática);
- A relação social (representada pela autoridade tradicional); e
- A relação estrutural (representada pela relação racional-legal ou burocrática).
Estas dimensões enquadram praticamente todas as possibilidades que podem ocorrer nas relações
sociais. Portanto, elas não devem ser confundidas com as reais “forças” que guiam as ações da liderança,
mas como bases das relações de poder (Faria76).
75
KERNBERG, Otto F. Factors in the psychoanalytic treatment of narcissistic personalities. 1970.
76
FARIA, José Henrique de. Poder e relações de poder. Curitiba: UFPR/CEPPAD, 2001.
104
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
Poder e Liderança77
Liderança, assim como o poder, só pode ser percebida nas suas manifestações. Entretanto, o conceito
de liderança não deve ser confundido com o conceito de poder. Ambos se relacionam por partirem da
mesma fonte, a legitimidade no âmbito coletivo, mas não possuem conotações semelhantes. Sendo a
autoridade uma das bases do poder, reduzir o conceito de liderança a uma manifestação da autoridade
é tentar compreender as expressões maiores que envolvem as relações sociais para além do visível.
Segundo Schermerhorn78, liderança eficaz se apoia na maneira como um gerente usa o “poder” para
influenciar o comportamento de outras pessoas.
Vejamos alguns conceitos:
Poder: é a habilidade para conseguir que outra pessoa faça alguma coisa que você quer que seja
feita, ou seja, fazer com que as coisas aconteçam da maneira com que você quer.
Liderança: é a maneira como se usa o poder e poder é o exercício da autoridade.
O conceito de liderança deve partir de uma definição conceitual mais específica e menos reducionista.
Para tal, é necessário antes reforçar o conceito de poder, levando-se em conta as formas inapropriadas
da utilização do seu termo. O conceito a ser utilizado deve-se ao fato de que sua sustentação encontra-
se em uma reflexão que procura distinguir o uso do termo poder com suas formas de manifestação.
Assim, segundo Faria79, o poder pode ser definido como: (...) a capacidade que tem uma classe social
(ou uma fração ou segmento), uma categoria social ou um grupo (social ou politicamente organizado) de
definir e realizar seus interesses objetivos específicos, mesmo contra a resistência ao exercício desta
capacidade e independentemente do nível estrutural em que tal capacidade esteja principalmente
fundamentada. O exercício do poder adquire continuidade e efetividade política quando do acesso do
grupo ou da classe social ao comando das principais organizações, das estruturas institucionais ou
políticas da sociedade, inclusive aquelas criadas como resultado de um processo de transformação, de
maneira a colocar em prática ou a viabilizar tal exercício.
O primeiro ponto importante a salientar é que o poder se manifesta em classes sociais, categorias
sociais e grupos socialmente e politicamente organizados. Isto quer dizer que o poder não se manifesta
somente em ambientes legalmente formalizados.
O segundo ponto é que as classes sociais, as categorias sociais ou os grupos política e socialmente
organizados buscam as realizações de objetivos específicos.
É importante observar que apesar dos indivíduos procurarem atingir os objetivos específicos comuns,
não se deve esquecer que cada membro se vincula a um grupo para realizar seus objetivos individuais.
Isto acontece devido às diferenças pessoais de cada integrante. Aqueles que conseguem colaborar de
forma diferenciada para que a classe social, categoria social ou grupo social atinjam os objetivos coletivos
serão destacados pelos demais integrantes: é exatamente aqui que aparece a liderança.
Por fim, o poder é uma capacidade coletiva e, como tal, deve ser adquirida, desenvolvida e mantida.
Os indivíduos inserem-se em suas relações a partir de funções que desempenham no âmbito coletivo, de
forma orgânica ou não, podendo influir, coordenar, liderar, representar, organizar e conferir legitimidade.
O poder e suas manifestações estão interligados dentro de um processo histórico e dialético, sobre a
influência constante das mudanças sociais.
Liderança pode ser entendida como uma manifestação de natureza tanto psicológica quanto social e
política que ocorre:
- No interior de uma classe social (numa fração ou segmento), categoria social ou grupos formais ou
informais (social e politicamente organizados);
- Entre classes (frações ou segmentos) categorias ou grupos sociais;
- No interior de organizações; e
- Entre organizações.
77
FARIA, J. H; MENEGHETTI, F.K. Liderança e Organizações – Leadership and Organizations. Volume II – número 2, 2011.
78
SCHERMERHORN Jr., JOHN R. Administração. 5. ed. Rio de Janeiro: LTc Editora, 1999.
79
FARIA, José Henrique de. Poder e relações de poder. Curitiba: UFPR/CEPPAD, 2001.
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1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
do líder requer não só capacidades próprias como também coletivas. De acordo com Faria80, uma
liderança não ocorre sem a legitimação dos integrantes que compõem a coletividade que a confere. Deste
modo, a liderança pode ser transitória e requer, do líder, um constante investimento em sua manutenção.
Liderança e Grupos
Do ponto de vista das relações pessoais, não há liderança sem um grupo que a legitime. A figura do
líder deve ser compartilhada e aceita pelos integrantes de um grupo. Sua aceitação é fundamental para
o sucesso das atividades que desempenha ou nas decisões que venha a tomar para realizar os objetivos
desejados.
Entretanto, é importante observar que sempre existem os que questionam a legitimidade do líder e as
decisões tomadas por ele, seja por que desejam ocupar seu lugar (apresentando-se como alternativa
mais apropriada), seja porque não suportam vê-lo ocupando o lugar (são frequentes as tentativas de
desestabilizar o líder, de desqualificá-lo), seja porque percebem, antes dos demais membros, as
consequências inadequadas da sua ação.
Assim, o líder necessita estar atento para que estas situações não venham a dificultar as realizações
dos objetivos propostos ou a provocar a instabilidade dentro do grupo.
O líder precisa estar consciente de que o seu papel está vinculado ao de um administrador de conflitos.
Ele precisa constantemente reavaliar o seu papel no contexto em que se encontra, redimensionando e
aprimorando sua capacidade de relacionamento com os integrantes do grupo, vislumbrando os aspectos
relacionais, simbólicos e psicossociais.
Entretanto, de acordo com Pagés81, é importante verificar que o grupo é uma manifestação psicossocial
espontânea; portanto, não é passível de ter sua dinâmica completamente controlável.
Para administrar os conflitos, o líder não pode esquecer que os seus interesses, seus problemas
pessoais, seus sentimentos ambivalentes, suas virtudes e defeitos influenciam nas suas tomadas de
decisão. Portanto, o líder deve possuir um senso de autocrítica aguçado, bem como sensibilidade para
aceitar e reavaliar as críticas que se dirigem a ele.
Os líderes, sendo pessoas, são passíveis de cometer erros. É natural, desta forma, que algumas de
suas decisões e atitudes possam frustrar os integrantes do grupo; estes algumas vezes têm em seu
imaginário a figura idealizada do líder, uma pessoa dotada de capacidade quase divina de sempre tomar
decisões corretas. Os líderes que se deixam levar por essa idolatria, que corresponde a uma projeção do
ego ideal, podem causar complexos problemas para o grupo e para si mesmos.
Segundo Davel, Machado e Grave82 a “força de convicções e suas ressonâncias no imaginário grupal
e na identificação social dos indivíduos é o que constitui a força do líder e funda o exercício legítimo de
sua influência”.
A figura do líder é antes imaginada no seu estado ideal na cabeça de cada membro do grupo. A
capacidade do líder em atender às expectativas imaginárias dos liderados é determinante para a sua
aceitação dentro da coletividade. Grande parte da manifestação de apoio e, consequentemente, de
legitimidade, ocorre devido a isso.
Estas expectativas podem ser:
- Os interesses e objetivos particulares que os indivíduos pretendam alcançar através do grupo;
- O reconhecimento pessoal, através da valorização das suas capacidades, por parte do grupo ou da
organização em que estão inseridos;
- As recompensas sociais e materiais como forma de reconhecimento pelos esforços despendidos em
nome do grupo; e
- O reconhecimento como integrantes legítimos do grupo e a valorização e atendimento de seus
desejos através dos objetivos coletivos.
Quando, porém, um líder não consegue atender as expectativas dos seus liderados, sua liderança
passa a ser questionada. O líder, portanto, precisa estar política e psicologicamente preparado para
desempenhar o seu papel, pois os integrantes do grupo depositam em sua figura as esperanças de
realização dos seus desejos individuais através das ações coletivas. O líder, não sendo capaz de
satisfazer às expectativas, anteriormente imaginadas pelos seus liderados, acaba experimentando um
descrédito e passa a ser depreciado pelos integrantes do grupo. Logo de imediato o grupo passa
80
O conceito apresentado aqui pode ser encontrado de forma mais desenvolvido em Faria, José Henrique de. Economia Política do Poder. 6ª. Reimpressão. Curitiba:
Juruá, 2010. 3 Volumes. Volume 1.
81
PAGÉS, Max.A vida afetiva dos grupos. Petrópolis: Vozes, 1976.
82
DAVEL, Eduardo; MACHADO, Hilka Vier; DAVEL, Paulo. Identificação e liderança nas organizações contemporâneas: por uma abordagem complementar.
Florianópolis: XXIV ENANPAD, 2000.
106
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consciente ou inconscientemente a procurar um novo “candidato ao posto”, que possa ser capaz de
satisfazer os objetivos individuais e coletivos.83
Esta busca por um novo líder é um processo doloroso não só para o líder como também para os
integrantes do grupo. Todas as esperanças que cada um depositou no atual líder acabam de ser
frustradas. O grupo depara-se com a angústia de ter de aceitar um novo líder, que nem sempre é
imediatamente reconhecido como legítimo.
A maneira como este novo líder estabelecerá as relações vinculares com cada indivíduo do grupo é
ainda, muitas vezes, uma incógnita para cada integrante, que deverá procurar uma melhor maneira de se
relacionar com ele, buscando estabelecer ações de cooperação para evitar conflitos indesejáveis. As
relações de empatia e afinidades são determinantes para o início de um relacionamento do líder com
cada indivíduo do grupo e com a coletividade.
A maneira como se manifestarão os sentimentos ambivalentes e, principalmente, a maneira como o
novo líder lidará com estes, procurando manter a coesão e a harmonia dentro do grupo, serão
determinantes para a sua aceitação e para a legitimação da sua função. Entretanto, passado o período
de euforia inicial, pelos mesmos motivos que o líder anterior deixou de ser reconhecido, o novo líder
começará a lidar com as formas nem sempre explícitas de rearticulação do grupo em torno de sua
inviabilização: aqui será decisiva sua capacidade de tratar com os conflitos e com os sentimentos (da
empatia à inveja) para que permaneça em sua posição.
Assim sendo, a escolha de um novo líder é um processo que envolve incertezas quanto ao futuro dos
relacionamentos e da realização dos objetivos individuais e coletivos. As relações vinculares se
estabelecem aos poucos e ocorrem de forma diferenciada para cada integrante. Enquanto para alguns
integrantes o novo líder representa seus anseios, para outros esses processos ocorrem de forma
insatisfatória, seja porque possuíam grande afinidade com o líder anterior e, agora, possuem resistências
ao novo líder, seja porque desejariam estar no lugar do novo líder, seja porque o líder que escolheriam
não seria o que assumiu esse papel.
Esta situação coloca uma questão essencial no relacionamento entre líderes e liderados: as relações
de poder na dinâmica dos grupos.
Stoner e Freeman84, assim afirmam: “A liderança envolve uma distribuição desigual de poder entre os
líderes e os membros do grupo. Os membros dos grupos não são desprovidos de poder; podem moldar
e moldam de vários modos as atividades grupais”
Entretanto, a escolha do líder significa igualmente a predominância de uma parcela do grupo sobre
outras, ou seja, uma distribuição assimétrica de poder entre os membros do grupo.
O líder, por sua vez, sabe que, embora represente uma parcela do grupo, passa a ser líder de todo o
grupo e, assim, precisa dar conta dessas diferenças e administrá-las, exercício esse que exige dele
extrema habilidade e competência e que constituir-se-á no diferencial entre sua legitimidade (aceitação)
e seu fracasso (substituição).
O líder deve estar atento a como as relações de poder são exercidas no grupo, seja formalmente,
através da autoridade delegada, por exemplo, seja informalmente, através dos mecanismos de influência
que legitimam, por meio da empatia ou confiança, certas frações do grupo. O surgimento de outras e
novas lideranças é um processo natural dos grupos e deve ser encarado pelo líder como uma
manifestação necessária para a manutenção da coesão do grupo.
Para o líder poder conviver com estes acontecimentos dentro dos grupos, é necessário, segundo
Zimerman85 observar os “atributos desejáveis para um coordenador de grupos”.
Estes atributos têm como função favorecer uma melhor compreensão, por parte dos líderes, da
dinâmica dos grupos, no que se refere a uma melhora contínua dos relacionamentos estabelecidos e nas
realizações dos objetivos individuais e coletivos, sendo estes:
Gostar e acreditar em grupos: estar preparado para o trabalho em grupo, acreditar na potencialidade
do grupo para atingir os objetivos almejados. Um líder de personalidade autoritária, neste caso, terá sérias
dificuldades em desenvolver um bom trabalho, mesmo que goste de trabalhos em grupo.
Coerência: os líderes devem sempre estar atentos para os “excessos” que podem ocorrer dentro dos
grupos ou com ele próprio. Estes excessos podem ser de natureza narcísica, ou decorrentes de
imprudência ou negligência. É evidente que a incoerência é uma prerrogativa dos indivíduos; no entanto,
a atenção deve estar voltada para as incoerências sistemáticas que possam estar ocorrendo.
Amor às verdades: além de ser um dever ético, tal afirmação é necessária para que virtudes como
sinceridade, solidariedade, cooperação, criatividade etc., sejam as práticas corriqueiras dentro do grupo.
Sendo assim, a adoção da verdade funciona como um catalisador para a boa convivência.
83
KERNBERG, Otto F. Ideologia, conflito e liderança em grupos e organizações. Porto Alegre: Artmed, 2000.
.84 STONER, James A. F. e FREEMAN, R. Edward. Administração. Rio de Janeiro: Prentice-Hall do Brasil, 2000.
85
ZIMERMAN, D. E e Osório, Luiz Carlos. Como trabalhamos com grupos. Artes Médicas: Porto Alegre, 1997.
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Senso de ética: ética aqui se refere ao respeito do líder em relação à liberdade dos membros do
grupo. Os espaços democráticos devem se constituir em práticas constantes, defendidas pelos
integrantes dos grupos.
Respeito: respeitar as divergências de opiniões e procurar a busca do consenso possível para melhor
realizar os objetivos traçados. O respeito está relacionado, ainda, com a tolerância em relação aos limites
pessoais de cada indivíduo.
Paciência: paciência deve ser entendida como uma atividade ativa, como um tempo de espera
necessário para que uma determinada pessoa do grupo reduza a sua possível ansiedade inicial, adquira
uma confiança basal nos outros, permita-se dar uns passos rumo a um terreno desconhecido, e assim
por diante.
Função de pensar: o líder deve estar atento para perceber se os liderados sabem “pensar” as ideias,
os sentimentos e as posições que são verbalizados. Para desempenhar esta função, o líder deve estar
preparado para pensar as questões que envolvem o cotidiano do grupo.
Comunicação: dar a devida importância, seja na forma ou no conteúdo, para o processo de
comunicação no grupo. A linguagem do líder determina o sentido e as significações das palavras, gerando
as estruturas na mente dos liderados. O líder deve estar atento para a questão da interpretação e
compreensão das suas mensagens. É importante ressaltar o estilo da comunicação e seus impactos
frente aos indivíduos do grupo.
Modelo de identificação: é a capacidade que o líder tem de perceber a forma como seus liderados o
concebem. Nesta perspectiva, o líder pode ser visto de diversas formas, tanto em relação às suas
capacidades técnicas, como às suas características pessoais. A correta interpretação da forma como
seus liderados as percebem, ajuda no processo de melhoria das relações estabelecidas.
Kernberg86 chama a atenção para outro assunto importante: os perigos que a personalidade narcisista
do líder pode trazer. A necessidade excessiva de ser admirado e, consequentemente, idolatrado pelos
seus seguidores, pode levá-lo a tomar atitudes de natureza egoístas, voltados apenas para as realizações
dos seus desejos e objetivos. Evidentemente que o narcisismo ao qual o autor se refere aqui é o de
natureza patológica.
Assim, o líder deve ser um indivíduo capaz de trabalhar em grupo. Sua aceitação, no entanto, vem
através da maneira como ele se integra com os indivíduos e a postura que adota frente a posturas
coletivas. Trabalhar em grupo requer estar preparado para a prática democrática, em defesa da ética
coletiva.
Questões
01. (UNICAMP - Profissional para Assuntos Administrativos - VUNESP/2019) Uma liderança que
é exercida com base na discussão das diretrizes e metas com a equipe de trabalho, porém conduz e
orienta a equipe para a obtenção de resultados é chamada de liderança
(A) centralizadora.
(B) autocrática.
(C) democrática.
(D) descentralizadora.
(E) liberal.
Estilos de Liderança:
1. Liderança Autocrática
2. Liderança Democrática
3. Liderança Liberal
Conceitos
(___) O líder acredita que os subordinados não precisam tanto dele, pois possuem um nível elevado
de maturidade;
(___) O líder possui responsabilidades como: motivação, delegação de tarefas, organização, mas
entende que pode deixar o grupo livre sem acompanhamento constante, o que pode causar à equipe uma
baixa produtividade e falta de direcionamento;
86
KERNBERG, Otto F. Factors in the psychoanalytic treatment of narcissistic personalities, 1970.
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(___) O líder mantém uma postura centralizadora, e todas as decisões estratégicas são tomadas por
ele. Os colaboradores estão sujeitos a regras muito bem definidas, e quase não têm abertura para
questionamentos ou sugestões;
(___) O líder está sempre preocupado com o bem-estar, satisfação e motivação dos colaboradores,
prezando pelo desenvolvimento dos profissionais, comunicação aberta e bom relacionamento.
03. (IF/MS - Tecnólogo em Gestão Pública - IF/MS/2019) A liderança é um fenômeno social que
ocorre exclusivamente em grupos sociais. Ela é definida como uma influência interpessoal exercida em
uma dada situação e dirigida pelo processo de comunicação humana para a consecução de um ou mais
objetivos específicos. Muitos autores têm se preocupado em definir estilos de liderança, sem se preocupar
com os traços de personalidade do líder. Estilo de liderança é o padrão recorrente de comportamento
exibido pelo líder. (CHIAVENATTO, 2005, p. 129 e 131). Com relação a esses estilos de liderança,
assinale a alternativa que traz a definição CORRETA:
(A) No estilo de liderança liberal, a tomada de decisões é realizada apenas pelo líder, que decide e
fixa as diretrizes, sem qualquer participação do grupo.
(B) No estilo de liderança democrático, tanto a divisão de tarefas quanto as escolhas dos colegas para
realização das tarefas ficam por conta do grupo, não havendo participação do líder.
(C) No estilo de liderança autocrático, o líder é pessoal e dominador nos elogios e nas críticas ao
trabalho de cada um.
(D) No estilo liberal, o próprio grupo esboça providências e técnicas para atingir o alvo com o
aconselhamento técnico do líder. As tarefas ganham novos contornos com os debates.
(E) No estilo de liderança autocrática, a participação do líder no debate é limitada. Ele apresenta
alternativas ao grupo e fornece informações, desde que solicitadas.
04. (UFGD - Assistente em Administração - UFGD/2019) Assinale a alternativa que apresenta uma
das características de um líder.
(A) Focaliza-se em sistemas e estruturas.
(B) Tem um olhar somente na linha funcional.
(C) Possui visão limitada.
(D) Focaliza-se nas pessoas.
(E) Conta com a função controle.
06. (UNIFESP - Assistente Administração - UNIFESP/2018) Nem todos os chefes são líderes.
Liderança e chefia são dois termos próximos, mas que costumam ser confundidos. A liderança é melhor
definida da seguinte forma:
(A) Hierarquia, consistência e direção por meio de planejamento.
(B) Capacidade de influenciar pessoas para atingir metas.
(C) Referência técnica ou autoridade no assunto.
(D) Cargo de comando em uma organização.
(E) Capacidade de agradar os funcionários e manter um bom clima organizacional.
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07. (Prefeitura de Cuiabá/MT - Administrador - SELECON/2018) A capacidade de influenciar
pessoas, exercida por meio do processo de comunicação e que visa atingir um ou mais objetivos, refere-
se ao conceito de:
(A) motivação
(B) poder
(C) liderança
(D) autoridade
Liderança pode ser definida como a capacidade de __________ um conjunto de ___________ para
alcançar metas e objetivos. Apesar da organização conferir aos seus gestores a __________ formal,
isso não lhes garante uma capacidade de liderança eficaz.
09. (FUB - Técnico em Assuntos Educacionais - CESPE/2018) Julgue o seguinte item, relativo a
liderança e relações humanas no trabalho.
( ) Certo ( )Errado
10. (AL/SP - Agente Técnico Legislativo Especializado - FCC) No contexto de uma gestão de
pessoas por competências, exercer a liderança é
(A) tomar decisões individualmente, focado nas tarefas que devem ser executadas com a maior
competência possível.
(B) compartilhar as decisões, envolvendo os colaboradores por meio da consulta ou da delegação de
tarefas a partir das competências de cada um.
(C) deixar que cada colaborador decida o que deve fazer com base nas suas competências individuais.
(D) persuadir os colaboradores de que suas decisões são as melhores e devem ser executadas sem
questionamentos.
(E) seguir com rigor as diretrizes do planejamento, definindo com clareza as atribuições de cada
colaborador.
12. (BDMG - Analista de Desenvolvimento - FUMARC) Com relação à Gestão de Pessoas, pode-se
afirmar como corretas as afirmativas abaixo, EXCETO:
(A) A delegação permite ao líder planejar e estabelecer metas e prazos.
(B) A avaliação do desempenho deve ser um processo dinâmico, bidirecional, interativo e, sobretudo,
criativo.
(C) Uma das características comum dos líderes de mudanças é a motivação sobre os outros e não a
sua própria motivação.
(D) No gerenciamento de pessoas, deve-se estruturar as tarefas e atribuições de cada um dos
membros da equipe, através do desenho dos cargos.
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13. (MPU - Analista do Ministério Público da União - CESPE) - Considerando a relação entre o
ambiente profissional e os indivíduos que o compõe, julgue o item seguinte: A satisfação pessoal no
trabalho está relacionada ao modo como o desempenho individual afeta a autoestima do profissional.
( ) Certo ( ) Errado
14. (ANTT - Analista Administrativo - CESPE) Observe o fragmento do texto: “É difícil separar o
comportamento das pessoas do das organizações. As organizações funcionam por meio das pessoas,
que dela fazem parte e que decidem e agem em seu nome. Diversos termos são utilizados para definir
as pessoas que trabalham nas organizações, sendo esses termos empregados para definir como as
organizações encaram as pessoas, dado que essa denominação reflete o grau de importância que as
pessoas têm para a organização”.
Idalberto Chiavenato. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações.
3.ª Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008, p. 5 (com adaptações).
Tendo o fragmento de texto acima como referência inicial, julgue o item subsequente, relativo à gestão
de pessoas: Os funcionários constituem um dos principais ativos das organizações e a gestão de pessoas,
ao ser bem executada, é a função que permite a colaboração eficaz das pessoas e o alcance dos objetivos
organizacionais e individuais.
( ) Certo ( ) Errado
15. (TRT 17ª Região - Analista Judiciário - CESPE) Percepções sobre o clima de uma organização
são de aprendizagem do indivíduo.
( ) Certo ( ) Errado
16. (TCE/RS - Auditor Público Externo - FMP/RS) A avaliação de desempenho é um sistema formal
de gerenciamento que provê a avaliação da qualidade do desempenho individual e/ou institucional em
uma organização. Assim, ela pode visar apenas ao indivíduo ou também às equipes, às áreas e à
organização.
17. (TRT 17ª Região - Analista Judiciário - CESPE) A conceituação de clima organizacional é
constituída por duas dimensões, que são a insatisfação e a satisfação do indivíduo com a organização.
( ) Certo ( ) Errado
18. (FBN - Assistente Técnico - FGV) Quando um líder eficaz conecta os liderados, ele tem como
meta:
(A) dividir a equipe.
(B) aumentar sua popularidade.
(C) substituir os superiores.
(D) atingir os resultados.
20. (COMPESA - Analista de Gestão - FGV) A liderança pode ser definida como o processo social de
dirigir e influenciar o comportamento dos membros da organização, levando-os à realização de
determinados objetivos. Assinale a opção que indica os três elementos que podem ser destacados nessa
definição de liderança.
(A) Objetivos, pessoas e poder.
(B) Tarefas, objetivos e pessoas.
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(C) Pessoas, poder e influência.
(D) Objetivos, poder e influência.
(E) Pessoas, tarefas e poder.
21. (Pref. de Rio de Janeiro/RJ - Assistente Administrativo) O estilo de liderança orientado para as
pessoas e para as relações humanas, no qual as decisões do líder são influenciadas pelas opiniões do
grupo, é o:
(A) situacional
(B) autocrático
(C) carismático
(D) democrático
Gabarito
01.C / 02.C / 03.C / 04.D / 05.D / 06.B / 07.C / 08.E / 09.Certo / 10.B / 11.B. / 12.C / 13.Errado /
14.Certo / 15.Certo / 16.C / 17.Errado / 18.D / 19.C/ 20.C / 21.D
Comentários
01.Resposta: C
A Liderança Democrática instiga o debate entre todos os colaboradores, para assim permitir que o todo
o grupo participe das tomadas de decisões da organização. Todos os participantes do grupo sugerem
técnicas, opinião, e ideias para contribuir com as decisões.
02.Resposta: C
(3) O líder acredita que os subordinados não precisam tanto dele, pois possuem um nível elevado de
maturidade (Essa afirmação diz respeito ao líder liberal, pois esse líder nesse estilo de liderança, não
participam do processo de decisão, são os demais participantes de grupo que fazem essa função por
ele).
(3) O líder possui responsabilidades como: motivação, delegação de tarefas, organização, mas
entende que pode deixar o grupo livre sem acompanhamento constante, o que pode causar à equipe uma
baixa produtividade e falta de direcionamento; (Assim como a afirmação acima, essa afirmação também
diz respeito ao estilo liberal de liderança).
(1) O líder mantém uma postura centralizadora, e todas as decisões estratégicas são tomadas por ele.
Os colaboradores estão sujeitos a regras muito bem definidas, e quase não têm abertura para
questionamentos ou sugestões; (Podemos identificar de uma forma bem clara que essa afirmação diz
respeito ao primeiro estilo de liderança que é o autocrático, onde o líder determina diretrizes sem a
participação de seus subordinados).
(2) O líder está sempre preocupado com o bem-estar, satisfação e motivação dos colaboradores,
prezando pelo desenvolvimento dos profissionais, comunicação aberta e bom relacionamento. (Liderança
democrática, esse líder instiga o debate entre todos os componentes do grupo, ou seja, o líder fica
preocupado com o bem-estar de todos, pois assim dessa maneira o alcance dos objetivos acaba sendo
mais fácil)
03.Resposta: C
A afirmação que traz informações corretas referente aos estilos de liderança é a C, que afirma que a
estilo de liderança autocrático, o líder é pessoal e dominador nos elogios e nas críticas ao trabalho de
cada um. Nesse estilo o líder determina tudo que ocorre na organização sem a participação de seus
subordinados.
04.Resposta: D
Focaliza-se nas pessoas, pois os lideres entendem que para que os processos organizacionais
funcionem e os objetivos das empresas sejam alcançados, as pessoas precisam estar treinadas e em
sintonia. Pois quando as pessoas não estão bem, consequentemente os processos não funcionarão da
maneira esperada.
05.Resposta: D
“Escolher pessoas com características parecidas, pois a diversidade de pessoas e personalidades não
faz bem à equipe” – Essa afirmação é totalmente incorreta, pois atualmente os líderes treina e desenvolve
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certo comportamentos na pessoas, procurar pessoas que tenham o perfil que ele deseja é muito mais
complexos do que treinar as pessoas da maneira que ele deseja, e ao contrário do que a afirmação nos
traz, de que as diversidade não é importante, a diversidade atualmente é um fator muito valorizado
atualmente dentro das organizações.
06.Resposta: B
Capacidade de influenciar pessoas para atingir metas, uma das características principais de um líder,
pois ele, com seus comportamentos e exemplos acabam influenciando as pessoas.
07.Resposta: C
A capacidade de influenciar pessoas, exercida por meio do processo de comunicação e que visa atingir
um ou mais objetivos, refere-se ao conceito de liderança, pois o papel do líder é exatamente esse,
influenciar as pessoas com seus exemplos.
08.Resposta: E
Liderança pode ser definida como a capacidade de INFLUENCIAR um conjunto de PESSOAS para
alcançar metas e objetivos. Apesar da organização conferir aos seus gestores a AUTORIDADE formal,
isso não lhes garante uma capacidade de liderança eficaz.
09.Resposta: Certo
Na atualidade, o papel do líder está ligado à capacidade de estimular o autogerenciamento, a
autonomia e o empreendedorismo de equipes. A afirmação está correta, pois a influência que o líder tem
em relação a sua equipe nada mais é do que estimular eles a serem mais autônomos e empreendedor
pra tomar as decisões.
10. Resposta: B
A liderança está mais ligada à capacidade de influenciar o comportamento dos outros para que eles
realizem (com vontade!) ações que vão além dos próprios interesses individuais. Pode-se dizer que liderar
é fazer com que as pessoas tenham vontade de realizar aquilo que o líder acredita que deve ser feito.
11. Resposta: B.
Decisão por imposição pessoal (autoridade). Quem está dirigindo decide sozinho, usando do poder do
cargo ou do poder de liderança autocrática. Fazendo-se a distinção entre decisão eficiente e decisão
eficaz, pode-se afirmar que a decisão por autoridade pode ser uma decisão eficiente – a melhor decisão
é tomada sem perda de tempo – desde que quem decide seja uma pessoa capaz e bem informada. Na
maioria das vezes, a decisão por autoridade não é a mais eficaz, isto é, não obtém os melhores resultados,
porque não provoca a motivação dos membros do grupo que devem executar algo que não decidiram.
Em algumas oportunidades, porém, a decisão isolada de quem dirige torna-se necessária, como, por
exemplo, nos casos em que a decisão deve ser tomada com urgência.
12. Resposta: C
As demais alternativas contém relação com a gestão de pessoas, apenas a alternativa “C” está
incorreta, pois o líder deve motivar os outros, demonstrando primeiramente sua própria motivação.
87
ROBBINS, S. P. Comportamento Organizacional. 11ª Edição. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.
88
ZANELLI, J. E. Borges-Andrade; A. V. B. Bastos (Orgs.), Psicologia, organizações e trabalho no Brasil (p. 300-328). Artmed: Porto Alegre, 2004.
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14. Resposta: Certo
O item está CERTO. As pessoas passam boa parte de suas vidas trabalhando dentro de organizações.
Na verdade, cada uma das partes depende da outra. Uma relação de mútua dependência na qual há
benefícios e esforços recíprocos, ou seja, direitos e obrigações das partes envolvidas. A Gestão de
Pessoas é uma relação de duradoura simbiose entre pessoas e organizações (CHIAVENATO). A GP
refere-se às políticas e práticas (ações) necessárias para administrar o trabalho das pessoas. As pessoas
são parceiras da organização. Todo processo produtivo somente se realiza com a participação conjunta
de diversos parceiros, cada qual contribuindo com algum recurso para a organização. Quando falamos
em pessoas como parceiras, isso não se limita apenas aos seus clientes internos, seus colaboradores,
mas incluem fornecedores; acionistas e investidores; além de clientes e consumidores.
16. Resposta: C
Observem que todos os itens estão corretos com relação à avaliação de desempenho dentro do âmbito
das organizações. Mas a questão pede no nível individual, portanto, obter subsídios para a progressão
na carreira, com base em competências e desempenho, entre outros benefícios é o que está focado para
o agente, o funcionário, empregado ou servidor.
18. Resposta: D
O líder busca alternativas para atingir da melhor maneira possível os seus resultados, sendo que os
demais itens não são objetivos de um líder.
19. Resposta: C
O conceito de liderança é relacionado com a utilização do poder para influenciar o comportamento de
outras pessoas. O bom líder deve buscar se comunicar com seus subordinados e guiá-los em direção
aos objetivos da organização.
Dessa forma, um dos aspectos mais importantes para um gestor é a capacidade de liderar seus
colaboradores, pois a liderança envolve a habilidade de influenciar pessoas para que sejam alcançados
os objetivos desejados.
Liderar é, basicamente, mostrar o caminho a ser seguido. É incentivar a equipe em direção às metas
que devem ser atingidas. Mas liderar pessoas não é fácil. Cada indivíduo tem uma maneira de pensar
diferente, experiências diversas, traumas etc. Dessa maneira, a capacidade de liderança demanda
diversas habilidades diferentes, como saber se comunicar, ter paciência, manter o equilíbrio emocional
etc.
Portanto, a liderança é dinâmica. É um aspecto que envolve o relacionamento humano e aborda o uso
do poder para que as metas sejam atingidas. Para Daft89, a liderança pode ser definida como: “Liderança
é a habilidade de influenciar pessoas em direção ao alcance das metas organizacionais.”
Já Chiavenato, define liderança como: “um fenômeno tipicamente social que ocorre exclusivamente
em grupos sociais e nas organizações. A liderança é exercida como uma influência interpessoal em uma
dada situação e dirigida através do processo de comunicação humana para a consecução de um ou mais
objetivos específicos”.
89
Daft, Richard L. Management. Mason: Thomson, 2005.
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20. Resposta: C
O enunciado apresenta a seguinte definição de liderança: A liderança pode ser definida como o
processo social de dirigir e influenciar o comportamento dos membros da organização, levando-os à
realização de determinados objetivos.
Os membros da organização são as pessoas. E o processo social de dirigir e influenciar o
comportamento trata-se do poder e da influência. Segundo Schermerhorn90, a liderança eficaz se apoia
na maneira como um gerente usa o “poder” para influenciar o comportamento de outras pessoas. Poder
é a habilidade para conseguir que outra pessoa faça alguma coisa que você quer que seja feita. A
liderança também se refere à habilidade de influenciar pessoas a agirem entusiasticamente para atingir
objetivos comuns.
21. Resposta: D
Segundo Chiavenato, na tomada de decisões democrática, as diretrizes são debatidas e decididas
pelo grupo que é estimulado e assistido pelo líder.
Processo Decisório
Nos dias atuais, o cenário econômico e as organizações que estão inseridas neste contexto,
modificam-se constantemente. Esse fato aumenta o impacto da influência que ambos exercem um sobre
o outro, assim como suas consequências. Diante dessa conjuntura, é necessário que o administrador
permaneça em alerta quanto aos ambientes interno e externo da organização, para que ele possa obter
a escolha mais eficaz e simétrica em relação à realidade organizacional da qual faz parte.91
Um processo organizacional é de extrema importância para o gerenciamento das atividades e dos
fluxos administrativos. Assim, temos a importância da tomada de decisão em tal processo. Todo problema
exige decisão para ser resolvido. Decisões nem sempre nascem dos problemas, mas também de
oportunidades, objetivos e interesses.
Mas o que é a decisão? Decidir é escolher entre duas ou mais alternativas. Se não há dissenso não
há decisão. Só quando há conflito ou discordância em relação ao curso da ação, isto é, mais de uma
alternativa possível, haverá necessidade de decisão. Não fazer nada, isto é, deixar as ações seguirem
seu curso normal também é considerado uma decisão. Vale lembrar que toda decisão tem seu custo e
raramente é perfeita. Toda ação executiva importante deve alcançar um equilíbrio entre valores, objetivos
e critérios conflitantes envolvidos e, muitas vezes, em um cenário de pressão. Dada a grande gama de
opções, qualquer ação ou decisão será sempre subótima se analisada de um ponto de vista isolado,
podendo trazer consequências negativas para alguma parte. As pessoas devem estar cientes de que, na
maioria das vezes, terão de sacrificar os interesses de uma unidade.
O processo decisório é o poder de escolher, em determinada circunstância, o caminho mais adequado
para a empresa. Para que um negócio ganhe a vantagem competitiva é necessário que ele alcance um
desempenho superior, e para tanto, a organização deve estabelecer uma estratégia adequada, tomando
as decisões certas. Para se chegar a uma decisão adequada precisamos fazer uma análise do sistema
considerando corretamente todas as variáveis de todos os seus elementos e inter-relações entre eles,
bem como as relações do sistema com o meio ambiente.
Tenha em mente que o processo decisório é complexo e depende das características pessoais do
tomador de decisões, da situação em que está envolvido e da maneira como percebe a situação.
O estudo do processo decisório tem evoluído desde os anos de 1940. Isso se deve, principalmente,
ao crescente conhecimento dos problemas aplicados, ao desenvolvimento de novas técnicas
administrativas e à absorção de novos procedimentos quantitativos oriundos da matemática e da pesquisa
operacional. A Teoria das Decisões nasceu de Herbert Simon, que a utilizou para explicar o
comportamento humano nas organizações.
Simon (1916-2001) estudou a administração sob a perspectiva do processo de tomar decisões. De
acordo com ele, administrar é sinônimo de tomar decisões, especialmente quando se tratava das ações
90
Schermerhorn Jr., JOHN R. (1999). Administração. 5. ed. Rio de Janeiro: LTc Editora.
91
LACOMBE, F.; HEILBORN, G. Administração: Princípios e Tendências. Cap: A Tomada de Decisões. São Paulo: Saraiva, 2003.
Planejamento e gestão. Prof. Dr. Fabio Gregori. Aula T5 – 24/08/2012.
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gerenciais. A partir desse ponto de vista, ele isolou o aspecto de trabalho gerencial, ampliando seu campo
de estudo. Segundo o próprio autor, o processo de tomar decisões possui três fases no total: prospecção
(análise de um problema ou situação que requer solução), concepção (criação de alternativas de solução
para o problema ou situação), decisão (julgamento e escolha de uma das alternativas propostas).
Um ponto a destacar é que o administrador deve estar ciente de suas limitações. O ser humano tem a
sua racionalidade limitada, na visão de Simon. O comportamento real não alcança a racionalidade objetiva
pois a racionalidade objetiva requer um conhecimento completo e antecipado das consequências de cada
opção, sendo que estas consequências só aconteceriam no futuro. O conhecimento dessas
consequências é sempre fragmentado e apenas uma fração das possíveis alternativas é considerada.
Além disso, a racionalidade total também pressupõe absoluta clareza do problema, tempo ilimitado para
resolvê-lo e inexistência de ambiguidades.
Segundo o autor, a racionalidade humana é limitada e ineficiente, e por isso ele propôs um modelo
distinto – o do homem administrativo. Nesse modelo, as decisões tendem ser satisfatórias ao invés de
maximizadas. As decisões satisfatórias são aquelas que tendem aos requisitos mínimos desejados,
fazendo com que os administradores sejam guiados pela regra de que qualquer decisão serve desde que
possa resolver um problema.
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Fatores que Afetam o Processo Decisório
Tomada de decisão é influenciada por: fatores inerentes do próprio problema e fatores decorrentes do
tomador de decisão.
Vamos ver quais são, então, os fatores que afetem o processo decisório:
1. Reconhecimento do Problema como tal
- É necessário que, ao menos, uma pessoa da equipe entenda a situação como problema
- Definição de prioridades e disponibilidade de recursos influenciam o processo
- Mesmo tendo sido reconhecido como problema, as interpretações pessoais, motivadas pela
percepção individual, influenciam o processo
2. Disposição
- Problema deve ser reconhecido, exige disposição para ser enfrentado e, mais que isso, capacidade
de transformar disposição em ação efetiva.
3. Competência Técnica
- Exige que o(s) incumbido(s) da resolução do problema esteja(m) familiarizado(s) com a situação, com
as fórmulas para resolvê‐lo ou, ao menos, o conhecimento de onde localizar as soluções
- Tomador de decisão deve escolher quais os problemas que devem ou não ser delegados (envolve
sua capacidade de reconhecer suas próprias limitações)
4. Tempo
- Nem sempre há tempo para decisões racionais
- Algumas vezes, decisões rápidas e intuitivas devem ser tomadas
- Quando há tempo suficiente para tomada de decisão, tomador de decisão estabelece necessidades
de tempo
5. Perspectiva de Solução
- Problema deveria oferecer uma (ou mais) possibilidade(s) de ação
- Problemas sem solução podem ser abandonados, aceitando‐se sua ocorrência como normal ou
administrando‐os a um nível aceitável de tolerância
A função de decisão está essencialmente ligada às posições gerenciais, ou seja, aos berços da
liderança. Para diversos autores, a liderança é importante para a eficácia das organizações tendo sempre
em vista as frequentes turbulências e mudanças do cenário econômico em geral. Havemos de concordar
que a autoridade pode ser suficiente em épocas de estabilidade, porém, em um ambiente em constante
transformação é preciso haver liderança, pois é a força direcionadora que torna possível a permanência
das organizações nesse contexto.
Para auxiliar o processo decisório existem diversas técnicas e ferramentas que contribuem para uma
melhor tomada de decisão. Como ferramentas, podemos citar os sistemas de informação, que a partir
dos anos 70 e início da década de 80, passou a ser aceita como capacitor de controle gerencial, auxiliando
na tomada de decisão de gerente e executivos em vários tipos de problemas.
Para que toda e qualquer decisão seja estrategicamente bem tomada é necessário que as pessoas
que compõem uma equipe estejam inteiradas sobre as rotinas de trabalho, sobre os objetivos e metas a
serem alcançados, sobre os problemas a serem resolvidos, possíveis concorrentes, etc. É necessário
que as pessoas saibam fazer uma análise do ambiente interno e externo, entendendo o que envolve a
empresa. Esse envolvimento com os ambientes da organização torna o processo decisório mais seguro
e eficaz, reduzindo assim as incertezas, perdas ou desperdícios que fazem parte de qualquer decisão.
É importante ressaltar que cada vez mais as organizações têm buscado maior aprimoramento no
processo decisório, de modo a investir em técnicas atualizadas que possam servir como suporte ao gestor
e aos seus auxiliares.
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Um exemplo de técnica moderna utilizada em diversas empresas, independente do seu porte ou área
de atuação é o modelo de negócios chamado CANVAS. Esse modelo que também é chamado de
Business Model CANVAS. Foi criado primeiramente por Alexander Osterwalder, porém posteriormente
ele foi realizado em conjunto com profissionais de diversas áreas para aperfeiçoar o modelo. Tal modelo
é uma ferramenta de gerenciamento estratégico e serve tanto novos empreendedores no mercado como
para empreendimentos que possuem certa experiência. Esse modelo funciona como uma gestão à vista,
onde os envolvidos no processo decisório conseguem enxergar as principais estratégias traçadas pela
empresa, em suas principais frentes ou áreas departamentais.
O CANVAS é um diagrama ou mapa que é dividido por 9 (nove) eixos composto por:
1. Atividades-chave; 2. Recursos-chave; 3. Rede de parceiros; 4. Proposição de valor; 5. Segmento de
clientes; 6. Canais; 7. Relacionamento com os clientes; 8. Estrutura de custos; 9. Fluxos de receitas.
Com os eixos acima apresentados, os gestores de uma organização conseguem ter maior visibilidade
do andamento do negócio podendo assim tomar decisões mais rápidas e com mais segurança.
O modelo de negócios CANVAS não será abordado com profundidade neste tópico, pois não faz parte
do presente edital, apenas realizado um breve comentário para conhecimento de uma das técnicas mais
utilizadas nos presentes dias e que têm sido um forte aliado no gerenciamento de informações e que tem
contribuído para a competitividade das organizações.
Organizações que pesam suas opções e calculam níveis de risco ótimos estão usando o modelo
racional de tomada de decisão.
O modelo racional é o processo de quatro etapas que ajudam os administradores a pesar alternativas
e escolher a que tiver melhor chance de sucesso.
Árvores de Decisão
São representações gráficas dos problemas e do impacto das decisões tomadas. Se for provável que
chova, por exemplo, o leitor pode decidir munir-se de um guarda-chuva quando sair. A árvore de decisão
neste caso irá representar um nó com a pergunta: É provável que chova? Irá então representar dois
caminhos de decisões possíveis: um para a resposta sim e outro para um não como resposta. É claro
que o contexto de decisão nas empresas seja muito mais complexo do que este, pelo que na maioria das
situações terá de construir árvores de decisão com muitos ramos. Uma árvore de decisão utiliza uma
estratégia de dividir-para-conquistar: – Um problema complexo é decomposto em subproblemas mais
simples. Recursivamente a mesma estratégia é aplicada a cada subproblema. São fáceis de serem
implementadas e utilizadas.
Diagramas de Influência
Procuram retratar todos os fatores que possam influenciar as decisões e as suas inter-relações. Por
exemplo, o objetivo de vender a um preço superior normalmente influencia a sua decisão de investir numa
ação. Os movimentos nos câmbios influenciam as suas expectativas sobre o aumento ou queda de preços
no futuro. Os próprios movimentos de preços podem ser influenciados por "sentimentos" por parte dos
investidores ou pelo desempenho da empresa. Pela representação em diagrama de todos estes fatores
que influenciam as decisões das relações entre si, terá uma ideia clara do que deve considerar nas suas
decisões.
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A análise de decisões é um conjunto de procedimentos complexos, que visa:
-Identificar e avaliar a situação;
-Prescrever um curso de ação recomendado maximizando a probabilidade de alcançar os objetivos;
-Representar a decisão de forma estruturada, incluindo a escolha de diferentes cursos de acção para
diferentes cenários;
-Fornecer uma visão clara do processo de decisão (não só para o tomador de decisão como para
outras pessoas envolvidas).
As decisões são estágios para diversos problemas, e sua complexidade é demasiadamente ampliada
pela ambiguidade de um processo decisório deficiente. O pressuposto básico dessa afirmação é que o
processo decisório envolve diferentes tipos de decisão, e em resumo, o processo decisório é uma questão
de múltiplas variáveis. Alguns autores consideram a possibilidade das decisões também serem
influenciadas por outros fatores, como outras organizações, legislações e fornecedores, por exemplo, o
que agrava (complica) ainda mais o processo de tomada de decisão.
Considerando o ambiente das organizações, no qual diversas mudanças motivadas pelo atual cenário
econômico vêm ocorrendo, podemos analisar algumas tendências se destacando em relação à tomada
de decisão, tais como: o estudo da concorrência, análise se cenários, uso expansivo de tecnologias da
informação, assim como outras atividades que visam melhorar e facilitar a tomada de decisão dentro das
organizações.
Portanto, o processo decisório é substancial a qualquer organização, seja esta pública ou privada.
Toda organização necessita tomar um posicionamento frente às diversas questões, e é esse
posicionamento que irá indicar como a empresa irá competir no mercado.
Para tanto, é necessário entender que cada nível estratégico dentro da organização realiza seu tipo
de decisões correspondentes, afinal faz parte de um tipo de planejamento distinto, como a seguir:
A tomada de decisão não basta apenas o envolvimento da gerência ou da Alta Administração, mas
todos os stakeholders92 precisam estar inteirados com a situação-problema para que seja uma decisão
estrategicamente tomada.
Para melhor entender sobre a importância de uma gestão participativa no processo decisório, vamos
analisar a composição dos cargos e funções por nível hierárquico, e entender melhor quem faz parte de
cada nível, lembrando que a explicação da pirâmide hierárquica será da base para o topo, sendo assim
no nível operacional até o nível estratégico.
O nível operacional é composto pelos cargos que são considerados como base a uma organização,
são eles: operadores de máquina, líderes de produção, supervisores, que contribuem para a formulação
de objetivos e metas que fazem parte do planejamento operacional. Que estão mais relacionadas com a
linha de produção, ou seja, com o produto que chega até o consumidor final.
O nível tático é composto pelos cargos que são considerados como a interligação entre o operacional
e o estratégico, ou seja, não os níveis gerenciais, é o nível da gerência média ou intermediária. São
compostos por cargos como: gerentes, coordenadores administrativos, gerentes de seção, gerentes de
filiais, líderes de projetos e funções similares. Os cargos e funções que fazem parte desse nível são
responsáveis por assegurarem que as o planejamento estratégico, isto é, os objetivos e metas delineados
pela Alta Administração sejam colocados em prática pelo nível operacional. Além de colocar em ação os
processos, as pessoas e os recursos para assegurar que seu segmento de atuação estará alinhado às
decisões estratégicas e para assegurar também que estará colaborando para a obtenção dos resultados
gerais da Organização.
92
Stakeholders: todos os agentes envolvidos no negócio de uma empresa são eles: fornecedores, concorrentes, clientes, colaboradores, acionistas,
pesquisadores, investidores, parceiros em geral.
119
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
E por fim o nível estratégico que é onde são tomadas as ações estratégicas, neste nível é configurado
o Planejamento Estratégico formado pela Missão, Visão, valores e objetivos de todas as áreas, de todos
os produtos que a empresa oferta e os planos de ação para que sejam possíveis de serem alcançados.
Esse nível é composto por cargos e funções como: diretores, presidentes, conselho administrativo, sócios,
proprietários, acionistas, etc. A função típica deste nível é tomar decisões estratégicas.
Essa explicação foi necessária não somente para que você estudante entenda como é a composição
da pirâmide hierárquica, mas para que você consiga compreender de maneira mais aprofundada o
exemplo que será dado.
Suponha uma reunião que ocorra somente entre o nível estratégico, e o assunto seja sobre um
problema ocorrido em uma máquinas da produção, considerada a mais produtiva em questão de agilidade
e menor índices de retrabalho. Por um problema técnico a máquina parou de produzir e por isso acarretou
em um prejuízo para a produção de uma maneira geral e no cumprimento de prazos. Como já citado, na
reunião só participa os que compõem o nível estratégico, e por esse fato é muito provável que ocorra
alguma informação distorcida ou mesmo a falta de informações mais precisas sobre o que realmente
ocorreu com a máquina. Isso porque o problema surgiu em outro nível hierárquico, neste caso como o
problema foi na linha de produção o nível envolvido foi o operacional.
Sendo assim, para uma melhor tomada de decisão, o nível estratégico pensando de maneira mais
sensata e para maior segurança e credibilidade das informações deveria ter convidado um responsável
por operar a máquina que apresentou problema, ou mesmo o responsável pela linha de produção da
máquina, para que juntos pudessem discutir sobre o problema e possíveis sugestões de como resolvê-
lo. O nível estratégico é um nível muito preparado intelectualmente e, portanto detém muitas
competências e habilidades, porém alguns conhecimentos técnicos e informações ficam restritos somente
ao profissional que lida com a atividade no dia a dia, é o que chamamos de know-how (saber como fazer).
Ainda que um dos integrantes do nível estratégico tivesse total conhecimento a respeito de como
operar a máquina, os problemas que esta máquina já havia apresentado e tudo mais, precisamos levar
em consideração a comunicação. Quando um colaborador passa para o outro uma determinada
informação, ela pode vir distorcida, com perdas significativas de conteúdo, ou mesmo com o conteúdo
exacerbado. A melhor opção é sempre trabalhar com uma comunicação limpa, transparente, dessa forma
é essencial que a informação seja transmitida direto da fonte, ou em outras palavras, conversar direto
com o colaborador que estava manuseando a máquina e presenciou o problema.
Essa interação entre níveis diferentes, entre áreas e funções diferentes é extremamente essencial para
o processo decisório. Os níveis precisam ter visão sistêmica e para isso precisam unir habilidades e
experiências diferentes para conseguir ter o máximo de precisão no momento de decidir.
Questões
02. (QC – Administração – Marinha) Segundo Chiavenato (2014), o processo decisório é complexo
e desenvolve-se ao longo de etapas. Assinale a opção que apresenta a primeira dessas etapas.
(A) Identificar a situação.
(B) Obter informação sobre a situação.
(C) Gerar soluções ou cursos alternativos de ação.
(D) Transformar a solução ou curso de ação escolhido em ação efetiva.
(E) Avaliar os resultados obtidos.
03. (UFMT – Administração – UFMT) Pedro Paulo, como gestor de uma organização, necessita tomar
decisões e, ao escolher uma alternativa que se apresenta como a minimamente satisfatória, está tomando
uma decisão denominada racionalidade.
(A) limitada.
(B) econômica.
(C) da representatividade.
(D) da disponibilidade.
120
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
04. (UFC - Assistente em Administração - CCV-UFC) Herbert Simon ficou conhecido pela sua
análise à subjetividade das decisões individuais, sendo um de seus legados a discussão sobre:
(A) a racionalidade limitada.
(B) o equilíbrio organizacional.
(C) a aceitação da autoridade na decisão.
(D) a análise sociotécnica das organizações.
(E) a importância dos incentivos ou alicientes para decisão.
08. (DETRAN/MT - Administrador – UFMT) As decisões que são tomadas na organização pela
gerência intermediária como gerentes de divisão ou de departamento são:
(A) Estratégicas.
(B) Operacionais.
(C) Programadas.
(D) Táticas.
121
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
(A) Devem ser tomadas pelos consultores externos à organização quando solicitados.
(B) Não é necessária a realização de um diagnóstico, a criação de alternativas e a escolha de um curso
de ação considerado original.
(C) Dependem exclusivamente da reação dos liderados em relação ao superior, quando envolve o
estabelecimento de um procedimento padrão.
(D) São tomadas para solucionar problemas que as soluções padronizadas não são suficientes para
resolver.
(E) Devem ser tomadas por escalões de níveis mais baixos na organização.
11. (EBSERH - Assistente Administrativo – IBFC) As decisões nas organizações podem ser
programadas e não programadas. Sobre o processo decisório dentro das empresas, decisões
programadas e decisões não programadas, leia as sentenças abaixo e assinale a alternativa correta:
I. As decisões programadas resolvem problemas que já foram enfrentados anteriormente e que se
comportam sempre da mesma maneira.
II. As decisões programadas economizam tempo e energia evitando desgaste.
III. As decisões não programadas são definidas individualmente, baseiam-se em situações novas, não
padronizadas.
As decisões nas organizações podem ser programadas e não programadas, e um dos objetivos do
processo decisório é procurar o maior número possível de oportunidades para criar decisões
programadas.
( ) Certo ( ) Errado
13. (UFC - Assistente em Administração - CCV-UFC) Qual relação existe entre um problema na
organização, o tipo de decisão e os níveis gerenciais? Assinale a afirmativa mais adequada a essa
relação.
(A) Gerentes de nível intermediário lidam com mais frequência com problemas não estruturados e não
tomam decisões.
(B) Gerentes dos níveis mais baixos lidam com mais frequência com problemas familiares e repetitivos
e não tomam decisões.
(C) Gerentes dos níveis mais baixos lidam com mais frequência com problemas familiares e repetitivos
e tomam decisões programadas.
(D) Gerentes dos níveis mais altos lidam com mais frequência com problemas familiares e repetitivos
e tomam decisões programadas.
(E) Gerentes dos níveis mais altos lidam com mais frequência com problemas bem estruturados e
somente tomam decisões não-programadas.
14. (Receita Federal - Auditor Fiscal da Receita Federal – ESAF) Analise os itens a seguir e assinale
a opção correta.
I. A tomada de decisão pode ser descrita como o ato de identificar e selecionar um curso de ação para
lidar com um problema específico.
II. As decisões são normalmente classificadas como programadas e não programadas. Porém, há
aquelas que não se enquadram em nenhuma das duas definições e são chamadas de decisões
imprevisíveis ou baseadas em incerteza.
III. O planejamento consiste na tomada antecipada de decisões sobre o que fazer antes que a ação
seja necessária.
122
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
(C) Somente I e III estão corretas.
(D) Nenhuma das afirmativas está correta.
(E) Todas as afirmativas estão corretas.
15. ((UFSC - Auxiliar em Administração – UFSC) Analise as afirmativas abaixo, com relação à
tomada de decisão.
I. A tomada de decisão programada segue regras e diretrizes estabelecidas.
II. A tomada de decisão não programada ocorre em resposta a oportunidades e ameaças imprevisíveis.
III. A tomada de decisão programada e a não programada acontecem em situação de incerteza.
16. (EBSERH - Assistente Administrativo - INSTITUTO AOCP) Qual é a etapa do processo decisório
que necessita ser avaliada quanto aos prós e contras para que seja solucionado o problema com a
decisão a ser implementada?
(A) Identificação do problema.
(B) Diagnóstico da situação.
(C) Levantamento de informações.
(D) Identificação de alternativas.
(E) Tomada de decisão.
Gabarito
01.E / 02.A / 03.A / 04.A / 05.A / 06.C / 07.A / 08.D / 09.D / 10.D /
11.D / 12.Certo / 13.C / 14.C / 15.D / 16.D
Comentários
01. Resposta: E.
a) Estratégia. É o caminho a ser planejado para atingir algum objetivo.
b) Accountability. O controle interno em uma administração pública através de accountability deve
primar por uma transparência que possibilite ao cidadão uma perfeita compreensão dos atos do gestor e
também a forma como estão sendo utilizados os recursos financeiros e como estão sendo sanados os
problemas detectados como de interesse público e os de interesse da administração, de uma forma que
mostre equilíbrio nas decisões políticas adotadas pelo gestor e seu grupo de trabalho.
c) Dominação - alternativa sem lógica com o contexto.
d) Governança. “Governança é o conjunto de processos, políticas, costumes, leis, regulamentos e
instituições que regulam a maneira como a empresa é dirigida, administrada ou controlada.
E) Tomada de decisão – processo onde a empresa necessita balancear todos os pontos frentes à uma
determinada situação para que consiga decidir qual direção seguir.
A empresa necessita ter equilíbrio para que consiga enxergar os prós e contras, pensar e agir de
maneira sensível e racional, para não prejudicar o desempenho organizacional.
02. Resposta: A
O processo de tomar decisões possui três fases no total: prospecção, segundo Simon, (análise de um
problema ou situação que requer solução), concepção (criação de alternativas de solução para o
problema ou situação), decisão (julgamento e escolha de uma das alternativas propostas). Reflita que,
inicialmente, o mais adequado a se fazer sempre é identificar uma determinada situação (ou problema)
que requeira uma decisão.
03. Resposta: A
Herbert Simon e March, em 1957, desenvolveram o conceito de racionalidade limitada, que exprime a
incapacidade do tomador de decisões de dominar a complexidade do mundo, de compreender todas as
informações, de dominar o tempo, como também o lado cognitivo. Estas características estão presentes
123
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
no modelo comportamental, em que as informações são imperfeitas e incompletas, não se tem um
conjunto completo de alternativas conhecidas e o tomador de decisão deve escolher a primeira alternativa
minimamente aceitável.
04. Resposta: A
Como visto anteriormente no texto e na questão 04, trata-se da racionalidade limitada. O autor indicou
que temos limites à racionalidade e que não conseguimos ser totalmente racionais.
05. Resposta: A
Entre os tipos de decisão temos as Decisões Programadas e as não programadas. Também podemos
encontrar na terminologia de decisões estruturadas e não estruturadas.
06. Resposta: C
As decisões programadas são caracterizadas por serem repetitivas, rotineiras e estruturadas (tomadas
automaticamente). São as decisões automatizadas, sequenciais que não necessitam da intervenção do
decisor. Geralmente, são bastante previsíveis e possíveis de serem incorporados em um sistema de
informação, por exemplo. O habito, a rotina, os manuais de instruções e operações padronizadas são
formas de tomar decisões programadas.
07. Resposta: A
Decisões programadas são decisões rotineiras, ou seja, decisões sobre assuntos que já foram
analisados antes e que, dessa forma, já existe uma resposta "padrão" para eles. Uma das formas de
ganhar eficiência em uma empresa é relacionando essas "decisões padronizadas" a certos problemas
rotineiros.
Decisões não programadas são típicas de situações em que o problema é novo, ou pouco frequente,
e o gestor deve analisar os dados à sua disposição (muitas vezes incompletos) para que possa tomar
uma decisão. Assim, a letra A é o gabarito, pois ela aplica o conceito de decisões não programadas, e a
questão pede questões programadas.
08. Resposta: D
O nível estratégico toma decisões estratégicas e realiza um planejamento estratégico. O nível tático
toma decisões táticas e realiza um planejamento tático. O nível operacional toma decisões operacionais
e realiza um planejamento operacional.
09. Resposta: D
As decisões repetitivas são consideradas decisões programadas, enquanto que as decisões novas
são consideradas decisões não programadas
10. Resposta: D
Como o próprio nome sugere, as decisões não programadas são aquelas que não estavam nos planos
do gestor, logo, tal decisão geralmente é tomada quando algo novo e inesperado (nunca aconteceu algo
parecido) acontece e o gestor tem que tomar a decisão com base na suas experiências e troca de ideias
com a equipe, para a solução do problema. Decisão programada é rotineira; não programada é incomum.
Decisões programadas ganham tempo e levam à eficiência. As soluções programadas exigem menor
custo e conferem maior agilidade à organização. É somente quando não abarcam uma determinada
situação que os administradores recorrem às decisões não programadas.
11. Resposta: D
Observem como este ponto dos tipos de decisão é muito explorado pelas bancas. Todas as assertivas
estão corretas de acordo com as características que já discutimos amplamente nas questões anteriores.
13. Resposta: C
As decisões programadas são caracterizadas por serem repetitivas, rotineiras e estruturadas (tomadas
automaticamente). São as decisões automatizadas, sequenciais que não necessitam da intervenção do
decisor. Geralmente, são bastante previsíveis, apresentando soluções para problemas rotineiro, sendo
124
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
ainda possíveis de serem incorporados em um sistema de informação. Dentre os principais exemplos,
nós podemos citar o hábito, a rotina, os manuais de instruções e operações padronizadas como formas
de tomar decisões programadas. Por isso, tal tipo de decisão (programada) é melhor para gerentes dos
níveis mais baixos que lidam com mais frequência com problemas familiares e repetitivos.
14. Resposta: C
I. A tomada de decisão pode ser descrita como o ato de identificar e selecionar um curso de ação para
lidar com um problema específico.
É isso mesmo. A tomada de decisão é baseada em ferramentas que ajudam o administrador a entender
o problema e saber qual o curso de ação tomar a partir das informações coletadas. Afirmação correta.
II. As decisões são normalmente classificadas como programadas e não programadas. Porém, há
aquelas que não se enquadram em nenhuma das duas definições e são chamadas de decisões
imprevisíveis ou baseadas em incerteza.
Nada disso. As decisões imprevisíveis e as que há muita incerteza estão dentro das não programadas.
III. O planejamento consiste na tomada antecipada de decisões sobre o que fazer antes que a ação
seja necessária.
O planejamento é o guia da organização. Ele antecipa muitas ações dos administradores e serve como
base para que estes administradores tomem decisões em situações não programadas. Afirmação correta.
15. Resposta: D
Decisão programada é aquela rotineira na empresa, do dia-a-dia, respostas satisfatórias e usualmente
possui nível organizacional operacional, isto é, tomadas por gerentes e funcionários.
Decisão não programada é aquela que não tem solução pré definida ou pode possuir diversas
soluções, geralmente incrementalistas e usualmente possui nível organizacional estratégico, isto é,
executivo empresarial. As decisões não programadas são as que ocorrem em situações de elevada
incerteza (as programadas não).
16. Resposta: D
O Processo decisório possui as etapas de: 1) Identificação do problema; 2) Diagnóstico da situação;
3) Identificação das Alternativas; 4) Avaliação das Alternativas e 5) Escolha da melhor Alternativa. Dentre
as assertivas da questão, a fase 3) Identificação das Alternativas é a que se encaixa melhor dentro do
propósito da questão: Identificar quanto aos prós e contras uma alternativa para que seja solucionado o
problema com a decisão a ser implementada. Fica evidente que quem precisa ser avaliada é a etapa que
gera alternativas. Se tem alternativas e você vai escolher uma, óbvio que tem que avaliá-la quanto aos
prós e contras.
CULTURA ORGANIZACIONAL
Da mesma forma que cada pessoa tem suas próprias características, habilidades e atitudes, as
empresas, como expressão econômica da atividade social, são dotadas de individualidades que as
distinguem umas das outras, possuindo uma cultura organizacional distinta em cada organização. No
caso das empresas, as individualidades podem ser verificadas em aspectos como: níveis de eficiência e
eficácia, estrutura física, estrutura organizacional, níveis e linhas de poder, etc.
Os principais aspectos da diferenciação entre empresas são estabelecidos pelo modelo de gestão e,
em consequência, relacionam-se diretamente com a cultura organizacional e impactam o seu
desempenho (Santos93).
Neste sentido, é relevante o delineamento do modelo de gestão e sua interação com a cultura
organizacional, uma vez que, apesar das dificuldades de gerenciamento da cultura, todo gestor deve
possuir capacidade de identificar as particularidades de uma das variáveis mais relevantes no contexto
empresarial, a cultura da organização.
93
SANTOS, Neusa M. B. F. Impacto da cultura organizacional no desempenho das empresas, conforme mensurado por indicadores contábeis - um estudo
interdisciplinar. São Paulo, 1992. Tese (Doutorado), Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo.
125
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
A análise da cultura nas organizações94 surge como uma forma de adaptação externa, no que diz
respeito ao mercado, tecnologia e economia, e de adaptação interna, permitindo a integração,
articulação e, até o desenvolvimento do poder.
No começo dos anos 60, devido a diversas mudanças ocorridas na sociedade, alguns consultores de
empresas desenvolveram uma abordagem mais moderna, democrática e variada para a gestão das
organizações, denominada Desenvolvimento Organizacional.
De acordo com Chiavenato95, o Desenvolvimento Organizacional é a aplicação do conhecimento das
ciências comportamentais em um esforço conjugado para melhorar a capacidade de uma organização,
por meio de processos de solução de problemas e de renovação, administração participativa,
desenvolvimento e fortalecimento de equipes, pesquisa para o diagnóstico e a ação de mudança. Como
o foco principal do Desenvolvimento Organizacional está na mudança das pessoas e em suas relações
de trabalho, evidencia-se a importância do estudo sobre a cultura organizacional.
Ressaltamos que a cultura organizacional representa as normas informais e não escritas que
orientam o comportamento dos membros da organização no dia-a-dia e que direcionam suas ações
para a realização dos objetivos organizacionais.
A Organização Informal não possui normas e regulamentos formais. Nasce dos relacionamentos das
pessoas que possuem interesses em comum ou que compartilham valores semelhantes. As convivências
dos funcionários distribuídos nos diversos níveis hierárquicos revelam amizades e diferenças entre as
pessoas. A organização informal serve para atender às necessidades sociais e de relacionamento das
pessoas. Por exemplo: a turma do cafezinho, o pessoal do futebol de sábado, etc.
A cultura organizacional deve ser compreendida no contexto onde ela se insere, portanto, além de se
considerar os aspectos da cultura nacional, há que se analisar os seus componentes, os seus tipos e as
formas pelas quais é aprendida.
Toda organização desenvolve uma cultura, a composição de cada cultura depende do processo
de aprendizagem ao resolver problemas de adaptação ao ambiente organizacional e de
convivência.
94
LEITE, A. C. O. Cultura organizacional e desenvolvimento do poder. UFSCAR. S.D.
95
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 6. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000.
96
CHIAVENATO, I. Gestão de Pessoas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
126
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
e do tipo de pessoas empregadas. A cultura do departamento de engenharia pode ser diferente do
departamento de marketing, pois as pessoas dali podem desenvolver sua própria cultura ocupacional.
Os componentes da cultura organizacional são apresentados por meio de três níveis diferentes:
artefatos, valores compartilhados e pressuposições básicas.
Os artefatos pertencem ao primeiro nível e são mais perceptíveis, incluem os produtos, serviços e
padrões de comportamento dos membros de uma organização, tais como, os símbolos, as histórias, os
heróis, as cerimônias anuais e os lemas.
Os valores compartilhados constituem o segundo nível e são formados a partir dos valores
relevantes para as pessoas numa organização, definindo as razões pelas quais elas fazem as suas
atividades.
O terceiro nível são as pressuposições básicas, ou seja, as crenças inconscientes, sentimentos e
percepções, nas quais as pessoas acreditam. Caracteriza-se por ser mais profundo.
A figura a seguir apresenta como os componentes da cultura distribuem-se em níveis: os que se situam
nos níveis externos são visíveis ao observador, já os que se situam nos níveis interiores (dentro do círculo)
não se revelam ao observador, são invisíveis.
Fonte: Maximiano98
Os componentes que estão fora dos círculos, artefatos, linguagem e comportamentos habituais podem
ser observados diretamente. Esses componentes são observáveis logo que se entra na organização. O
padrão de construção, as máquinas, a disposição dos móveis, a maneira como as pessoas se vestem e
se tratam, a linguagem e os símbolos que utilizam.
Os componentes que se situam dentro dos círculos não se revelam diretamente à observação e são
mais difíceis de analisar. As pessoas que compõem um grupo social nem sempre têm consciência de
seus próprios valores. Por exemplo, se você trabalha na contabilidade pode achar estranha a forma como
o pessoal do departamento de propaganda e marketing se veste e fala, mas tenha certeza de que eles
também o acham estranho.
Segundo Chiavenato99, a cultura organizacional pode ser comparada a um iceberg porque nela
existem várias camadas e quanto mais aprofundamos estes níveis tanto maior é a dificuldade de alterá-
los. Apenas um nono (1/9) do iceberg encontra-se na superfície, visível fora d’água – tudo aquilo que é
aparente, o que eu enxergo de outras empresas e o que os outros enxergam da minha organização. Todo
o restante permanece submerso, invisível fora d’água. E é aí onde as coisas de fato acontecem; nas
manifestações, nos fenômenos culturais do ambiente interno das empresas. É esta grande parte
submersa que sustenta tudo o que é visível. Desvendar o que está oculto, submerso embaixo d’água é
97
CHIAVENATO, I. Gestão de Pessoas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
98
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria Geral da administração – São Paulo. Atlas, 2011.
99
CHIAVENATO, I. Gestão de Pessoas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
127
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
fundamental para se entender qual o próximo passo que se deve empreender no gerenciamento da
cultura organizacional.
A parte de cima do iceberg constitui a parte visível, ou seja, representa os aspectos formais da
organização. Já a parte oculta nas aguas representa os aspectos informais, aqueles que estão fora da
visão das pessoas.
A cultura organizacional estabelece uma identidade para a organização, uma marca reconhecível
pelas pessoas internas à organização e pelas pessoas de fora, a identidade é exteriorizada revelando um
modo próprio de fazer as coisas, de categorizar, de interagir, que emerge por meio de uma estrutura
interna de poder, da configuração criada internamente, com o objetivo de obter uma vantagem competitiva
sobre as outras organizações, levando em consideração as solicitações e peculiaridades apreendidas,
reconhecidas no meio externo, pelas pessoas das posições dirigentes.
Participação, criatividade, grupos informais, medo tensão, apatia, agressividade, comodismo. Essa
mesma cultura pode aparecer nas organizações de duas formas distintas.
Como um subsistema que se liga à estrutura, à estratégia e aos sistemas políticos e técnicos, ou ainda
como uma superestrutura que determina todos os demais componentes.
Alguns dos componentes da cultura são de origem histórica, do ambiente e território em que ela se
situa, de crenças e pressupostos (mitos, ideologias, etc.), de regras, nomes e regulamentos, do processo
de comunicação (linguagem), de ritos, rituais e cerimônias, de heróis e tabus, ou ainda de produtos e
serviços que está envolvida.
A cultura organizacional, assim como a gestão das organizações, modifica-se com o tempo, já que
também sofre influência do ambiente externo e de mudanças na sociedade. Entretanto, a cultura de uma
instituição também pode influenciar essa mesma sociedade.
Em sua formação existem os princípios básicos da administração, sua filosofia e valores que
indicam a direção para guiar procedimentos, para ditar como as coisas devem acontecer.
Outra forte influência na formação da cultura de uma empresa é seu capital humano, seu pessoal.
Cada indivíduo tem uma forma de pensar, princípios e crenças diferentes. A junção dessas pessoas
dentro de uma mesma organização leva a uma condensação de todos esses pensamentos diferentes,
formando uma só cultura para todos se guiarem.
100
FERREIRA, J.M. Carvalho; et al. Psicossociologia das Organizações. Alfragide, Editora McGraw-Hill. 1996.; HINDLE, Tim; Guia de Ideias e técnicas de
Gestão. Editora Caminho. S.D.; CHIAVENATO, Idalberto; Gestão de Pessoas: o Novo Papel da Gestão de Pessoas. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1999.; FLEURY,
M. T. L. (Org.). As pessoas na organização. São Paulo: Gente, 2002.
128
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
Na formação da cultura há também uma forte influência dos fundadores da instituição, que
estabeleceram diretrizes culturais, e que são vistos com muito respeito, ou até adorados, por grande parte
dos colaboradores.
Há sete características básicas que, em conjunto, capturam a essência da cultura de uma organização:
101
ROBBINS, STEPHEN P. Comportamento Organizacional. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.
129
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
heterogênea e há poucas pessoas que aceitam a cultura ou não há pessoas que pensem de modo comum
quanto aos valores organizacionais. É mais dissipada.
Portanto, uma cultura forte e com liderança estável tem mais chance de sobreviver. Uma boa Cultura
Organizacional pode gerar nos empregados um senso de pertencimento e responsabilidade quanto ao
cumprimento da missão da organização e reforçar as boas práticas de trabalho, influenciando diretamente
na motivação deles; por outro lado, uma cultura ruim pode piorar o desempenho e a produtividade
organizacional.
CLIMA ORGANIZACIONAL
Se por um lado a gestão da cultura103 trata os valores e crenças que orientam o comportamento
humano na organização, a gestão do clima atua na percepção global das pessoas a respeito de seu
ambiente de trabalho, sendo capaz de influenciar o comportamento profissional e afetar o desempenho
da organização. Todas as relações entre as pessoas e a organização devem ser consideradas.
Na área de estudos sociais, o clima “refere-se à percepção da pessoa sobre quão bem ela será
recebida em dado ambiente (por exemplo o clima da sala de aula ou no local de trabalho)”, conforme
glossário do site The Diversity Conection, da Ohio State University.
102
http://www.jrmcoaching.com.br/blog/vantagens-e-desvantagens-da-cultura-organizacional/
103
http://www.fecra.edu.br/admin/arquivos/CULTURA_E_CLIMA_ORGANIZACIONAL_APOSTILA.pdf
130
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
“Clima Organizacional constitui o meio interno de uma organização, a atmosfera psicológica e
característica que existe em cada organização. O clima organizacional é o ambiente humano dentro do
qual as pessoas de uma organização fazem os seus trabalhos. Constitui a qualidade ou propriedade do
ambiente organizacional que é percebida ou experimentada pelos participantes da empresa e que
influencia o seu comportamento.”- Idalberto Chiavenato104.
Em diversos conceitos analisados, existem 3 elementos que se repetem em quase toda definição:
1) Satisfação dos funcionários: que se remete ao grau de satisfação dos trabalhadores em relação
ao clima de uma empresa.
2) Percepção dos funcionários: trata-se da percepção dos colaboradores sobre aspectos que podem
influenciá-lo positiva ou negativamente.
3) Cultura organizacional: cultura e clima, a cultura influenciando o clima de uma empresa, faces
complementares de uma mesma moeda.
Esse clima decorre dos sentimentos reinantes no grupo, que por sua vez dependem das relações e
comunicações. Há ingredientes que produzem clima positivo e ingredientes que “derrubam” o clima,
conforme exemplifica o quadro abaixo.
Ingredientes positivos, que criam clima Ingredientes negativos, que criam clima
agradável e produtivo desagradável e improdutivo
- Valores comuns - Conflitos de valores profundos e não
- Identidade positiva, autoestima grupal trabalhados
- Envolvimento de todos com tarefa - Presença de pessoas que não se identificam
- Vitórias partilhadas pelo grupo com o grupo, não têm orgulho de pertencer a ele
- Inclusão de todos, com apoio - Posturas críticas negativas
- Presença de excluídos
Diferentemente da gestão da cultura, que trata de valores muitas vezes inconscientes, a gestão do
clima trata de aspectos que são evidenciados e percebidos pelas pessoas em todas as relações
existentes na organização. Um clima positivo afeta todos os processos existentes na organização e
favorece implantar estratégias, executar mudanças e desenvolver pessoas.
O indicador só alerta quanto a alguns fatores importantes, daí deve-se confirmar com a estratégia de
realização de pesquisa de clima.
Pesquisa de Clima
104
CHIAVENATO, I. Gestão de Pessoas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
105
LUZ, Ricardo. Gestão do Clima Organizacional. Rio de Janeiro. Qualitymark, 2003.
131
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
Objetivos da Pesquisa de Clima
- Avaliar o grau de satisfação dos funcionários em relação à empresa (mais usual);
- Determinar o grau de prontidão de uma empresa para a implementação de uma mudança.
- Avaliar o grau de satisfação dos funcionários, decorrente do impacto de algumas mudanças.
- Avaliar o grau de disseminação de determinados valores culturais entre os funcionários.
Perguntas do tipo podem surgir: do que adianta pesquisar o clima da organização se sabemos que
o grande problema da organização é o salário baixo?
Sabemos que o salário não é o grande causador de problemas de motivação (não ele sozinho). A
motivação se relaciona com:
- Desafio
- Perspectiva de desenvolvimento
- Reconhecimento
- Sentido de Utilidade
- Segurança
- Autonomia
- Remuneração justa
É importante que a área de RH gerencie o clima organizacional para que sejam identificados pontos
de insatisfação e desmotivação, focos de resistência a mudanças, problemas gerenciais e de
comunicação, desconhecimento e falta de compromisso com a estratégia, dentre outros.
Entre clima e cultura há uma relação de causalidade. A cultura sendo a causa e o clima a
consequência.
Clima é um fenômeno temporal, refere-se aquele dado momento. Já a cultura é decorrente de práticas
recorrentes ao longo do tempo.
Clima e cultura são fenômenos intangíveis, apesar de se manifestarem de forma concreta. Vemos a
cultura se manifestar através de arquiteturas, vestuários, comportamentos de colaboradores.
Questões
02. (Sergipe Gás - Assistente Técnico Administrativo - FCC) [...] conjunto de premissas que um
grupo aprendeu a aceitar, como resultado da solução de problemas de adaptação ao ambiente e de
integração interna. [...] funcionam suficientemente bem para serem consideradas válidas e podem ser
ensinadas a novos integrantes como sendo a forma correta de perceber, pensar e sentir-se em relação a
esses problemas de adaptação externa e integração interna.
132
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
Trata-se de
(A) Estrutura organizacional.
(B) Cultura organizacional.
(C) Clima organizacional.
(D) Planejamento organizacional.
(E) Mudança organizacional.
03. (TJ/AM - Analista Judiciário - FGV) O conjunto de hábitos, crenças, valores e tradições,
interações e relacionamentos sociais típicos de cada organização, é denominado
(A) Cultura Organizacional.
(B) Clima Organizacional.
(C) Diagnóstico organizacional.
(D) Mudança Organizacional.
(E) Aprendizagem organizacional.
05. (MAPA - Agente Administrativo - FDC) Considere o conceito: “significa um modo de vida, um
sistema de crenças e valores, uma forma aceita de interação e de relacionamento típica de determinada
organização”. Segundo Beckhard, é o conceito de:
(A) sistema organizacional;
(B) desenvolvimento organizacional;
(C) cultura organizacional;
(D) clima organizacional;
(E) prática organizacional.
06. (DPU - Técnico em Assuntos Educacionais - CESPE) O sistema de valores que diferencia uma
organização das demais denomina-se
(A) socialização organizacional.
(B) missão organizacional.
(C) visão organizacional.
(D) cultura organizacional.
(E) estatuto organizacional.
07. (Banco do Brasil - Nível Superior - CESGRANRIO) Uma empresa do setor bancário atua de
maneira bastante agressiva no mercado, sempre buscando informações dos concorrentes para poder
antecipar-se ao lançamento de novos produtos. Com esse objetivo, seus empregados são treinados
constantemente para serem participativos na criação de novos produtos e na identificação das
necessidades do mercado e de seus clientes.
As características apresentadas por essa empresa são relativas à
(A) cultura organizacional
(B) estrutura organizacional
(C) missão organizacional
(D) lucratividade organizacional
(E) hierarquia organizacional
133
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
(C) Regular as relações entre os membros da organização; como devem interagir, que tratamento
devem dar-se, como resolver conflitos.
(D) Definir a posição relativa do grupo em relação a outros grupos.
10. (TRT 8ª Região - Analista Judiciário - CESPE) No que concerne à gestão de cultura
organizacional, assinale a opção correta.
(A) A socialização visa adaptar os novos funcionários à cultura dominante de uma organização, de
modo que os valores, as convicções e os costumes organizacionais não sejam despropositadamente
desorganizados.
(B) Entre os traços de cultura comuns às organizações públicas, incluem-se a alta suscetibilidade do
ambiente a turbulências, a insegurança em relação aos termos de manutenção do vínculo profissional e
a desvalorização dos padrões formais de trabalho.
(C) As práticas de seleção adotadas em concursos, geralmente compostas de testes de conhecimento,
constituem iniciativas orientadas exclusivamente para a manutenção dos traços culturais das
organizações públicas.
(D) A cultura de uma organização não pode ser notada em registros documentais; apenas pelo convívio
com os trabalhadores é que se identificam os traços distintivos de uma organização.
(E) Nas organizações públicas, as ações da alta liderança tendem a exercer menos impacto na cultura
organizacional dado o caráter temporário das funções e dos cargos ocupados por esses líderes.
11. (IF/ES - Auxiliar em Administração - IF/ES) Sobre cultura organizacional, assinale a afirmativa
INCORRETA:
(A) A cultura organizacional é algo palpável. Ela é percebida ou observada em si mesma nas ações
das pessoas, como, por exemplo, nas relações afetivas que são estabelecidas, nas normas grupais, nos
padrões de influência e de poder, entre outros.
(B) A cultura organizacional representa as normas informais e não escritas que orientam o
comportamento dos membros de uma organização no dia-a-dia, e que direcionam suas ações para a
realização dos objetivos organizacionais.
(C) A cultura organizacional não é algo que se possa tocar. Ela se assemelha a um iceberg, onde na
parte superior, acima do nível da água, estão os aspectos visíveis que são observados nas organizações
e que são decorrências da sua cultura, como as políticas de gestão de pessoas, e, na parte inferior, estão
os aspectos invisíveis e profundos, cuja observação ou percepção é mais difícil, como os aspectos
psicológicos e sociológicos da cultura.
(D) A cultura organizacional é o conjunto de hábitos e crenças estabelecidos através de normas,
valores, atitudes e expectativas compartilhados por todos os membros da organização.
(E) Os componentes visíveis e observáveis das organizações, como os artefatos que caracterizam
fisicamente a organização, são mais fáceis de serem mudados culturalmente. Os aspectos informais e
ocultos são mais difíceis de serem mudados, pois abrangem as pressuposições básicas da cultura da
organização.
12. (TRE/SP - Analista Judiciário - FCC) Um dos aspectos comumente apontados como
diferenciação entre os conceitos de clima e cultura organizacional consiste em que
(A) cultura é mais profunda, representando os pressupostos básicos do clima organizacional.
(B) clima possui natureza descritiva, representando o ser, e cultura prescritiva, representando o dever-
ser.
(C) clima comporta mensuração, por meio de pesquisas, e cultura alteração, com base em ritos de
degradação.
(D) clima possui natureza avaliativa, podendo ser classificado como favorável ou não, enquanto a
cultura é descritiva, objeto de constatação.
(E) cultura possui apenas elementos intrínsecos, e clima aspectos extrínsecos, denominados artefatos
observáveis.
134
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
13. (TRF 3ª Região - Analista Judiciário - FCC) Cultura e clima organizacional são conceitos
fortemente imbricados entre si, o que não impede, contudo, a identificação de elementos e aspectos
próprios de cada um deles. Nesse sentido, a literatura enfatiza que
(A) uma das funções do clima organizacional é gerar senso de identidade aos membros da
organização.
(B) a cultura organizacional retrata o grau de identificação e satisfação do indivíduo com os valores
perseguidos pela organização.
(C) o clima organizacional é verificado no âmbito psicológico de cada colaborador, enquanto a cultura
organizacional corresponde à percepção coletiva de aspectos materiais e emocionais.
(D) a cultura organizacional diz respeito, exclusivamente, a aspectos tangíveis da instituição e,
portanto, claramente identificados e praticados.
(E) o clima organizacional está relacionado diretamente com o grau de satisfação dos membros da
organização e influencia a produtividade.
14. (FUNPRESP - JUD - Assistente - Administrativa - CESPE) A cultura organizacional define como
os indivíduos se apresentam e como apresentam sua organização a outros indivíduos no contexto de
trabalho.
( ) Certo ( ) Errado
Gabarito
01.E / 02.B / 03.A / 04.B / 05.C / 06.D / 07.A / 08.C / 09.A / 10.A / 11.A / 12.D / 13.E /
14.Certo / 15.A
Comentários
01. Resposta: E
(A) conceito de CLIMA ORGANIZACIONAL;
(B) não é temporário tampouco secundário;
(C) “importante p/ promover mudanças necessárias” = CERTO // crenças e valores são facilmente
identificados = ERRADO (não são facilmente identificados);
(D) gera impactos positivos e negativos;
(E) CERTO = (as ações devem se adaptar à cultura).
02. Resposta: B
Segundo Maximiano "Cultura é a experiência que o grupo adquire a medida que resolve seus
problemas de adaptação externa e integração interna, e que funciona suficientemente bem para ser
considerada válida. Portanto essa experiência pode ser ensinada aos novos integrantes como forma
correta de perceber, pensar e sentir-se em relação a esses problemas".
03. Resposta: A
A cultura organizacional é uma expressão muito comum no contexto empresarial que significa o
conjunto de valores, crenças, rituais e normas adotadas por uma determinada organização.
04. Resposta: B
A Organização informal, diferente da organização formal, que é criada para atingir os objetivos da
empresa, a organização informal não possui normas e regulamentos formais. A organização informal
nasce dos relacionamentos das pessoas que possuem interesses em comum ou que compartilham
valores semelhantes. Ressaltamos que a cultura organizacional representa as normas informais e não
135
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
escritas que orientam o comportamento dos membros da organização no dia a dia e que direcionam suas
ações para a realização dos objetivos organizacionais.
05. Resposta: C
O conceito de cultura organizacional diferente do próprio termo "cultura" em si, possui um sentido mais
antropológico, explorando o lado humano de uma organização, a qual possui práticas, símbolos, valores,
comportamentos, hábitos, políticas, crenças e princípios interagindo como um todo. A cultura
organizacional tem como principal finalidade orientar os membros de uma organização, como se fosse
um tipo especial de diretriz ou preceito que irá direcionar o comportamento das pessoas e suas atividades.
06. Resposta: D
Na cultura organizacional, os valores compreendem as crenças, os preconceitos, a ideologia e todos
os tipos de atitudes e julgamentos compartilhados pelos integrantes da organização, a respeito de
qualquer elemento, interno ou externo.
07. Resposta: A
A questão cita diretamente duas das sete características que capturam a essência de uma Cultura
Organizacional: Grau de Inovação ("seus empregados são treinados constantemente para serem
participativos na criação de novos produtos"); e Agressividade ("Uma empresa do setor bancário atua
de maneira bastante agressiva no mercado"). As outras características são: Estabilidade; Atenção aos
Detalhes; Orientação para resultados; Foco na Pessoa; Foco na Equipe.
08. Resposta: C
A cultura organizacional objetiva moldar comportamentos, resolver conflitos e, assim, regular as
relações entre os membros da organização, conforme a assertiva C afirma.
09. Resposta A
Um resultado específico da cultura forte é um índice mais baixo de rotatividade da força de trabalho.
Uma cultura forte demonstra um elevado grau de concordância entre seus membros sobre os pontos de
vista da organização. Essa unanimidade de propósitos gera coesão, lealdade e comprometimento
organizacional. Tais qualidades, por sua vez, reduzem a propensão dos funcionários a deixar a
organização (Robbins106).
10. Resposta: A
Segundo Chiavenato, os novos funcionários ainda não estão totalmente doutrinados na cultura
organizacional quando começam a trabalhar e isso pode criar problemas em relação às convicções e
costumes vigentes na empresa. Por isso, a organização precisa ajudá-los a se adaptar à nova cultura. A
esse processo dá-se o nome de "socialização". Portanto, alternativa A é a correta.
11. Resposta: A
Para Chiavenato, a cultura organizacional pode ser comparada a um iceberg porque nela existem
várias camadas e quanto mais aprofundamos estes níveis tanto maior é a dificuldade de alterá-los.
Apenas um nono (1/9) do iceberg encontra-se na superfície, visível fora d’água – tudo aquilo que é
aparente, o que eu enxergo de outras empresas e o que os outros enxergam da minha organização. Todo
o restante permanece submerso, invisível fora d’água. E é aí onde as coisas de fato acontecem; nas
manifestações, nos fenômenos culturais do ambiente interno das empresas. Isto é, não é palpável.
12. Resposta: D
A) Começa certa, mas depois erra na segunda parte, pois é o clima quem reflete a cultura, não o
contrário. Os pressupostos básicos são uma parte da cultura, não do clima.
B) Errada. Robbins afirma que: “A expressão cultura organizacional é descritiva na medida em que
não é valorativa, a fim de diferenciá-la da satisfação no emprego. Cultura refere-se a “como” as coisas
funcionam e não a “o que” os empregados sentem em relação a ela (satisfação no emprego) e à empresa.”
Logo, a Cultura seria descritiva, ao ponto que o clima organizacional seria valorativo (o que as pessoas
sentem em relação a cultura).
C) Errada, pois tanto a cultura, quanto o clima podem ser alterados.
106
ROBBINS, STEPHEN P. Comportamento Organizacional. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.
136
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
D) Correta. A cultura é mais difícil de ser mudada. Já o clima é a percepção do momento que os
funcionários têm de como a organização funciona. Assim, pode ser alterada mais facilmente.
E) Errada. Os aspectos observáveis fazem parte da cultura e não do clima organizacional.
13. Resposta: E
Clima organizacional: conjunto de percepções, opiniões e sentimentos que se expressam no
comportamento de um grupo ou uma organização, em um determinado momento ou situação. Assim
sendo, o clima organizacional é importante, pois influencia o desempenho dos indivíduos e das
organizações. Por exemplo, se o clima é agradável as pessoas tendem a ficar satisfeitas e há melhora na
produtividade.
15. Resposta: A
O clima organizacional corresponde à percepção dos colaboradores de uma organização no que diz
respeito ao seu ambiente de trabalho. Em alguns casos, o clima pode corresponder também à percepção
de clientes, fornecedores e outros públicos que tiverem contato com a organização. Tudo dependerá de
como este clima será avaliado.
Motivação
Segundo Chiavenato110, quando há baixa motivação entre os membros da equipe, seja por frustração
ou por barreiras à satisfação das necessidades individuais, também é perceptível uma baixa no clima
organizacional. Algumas causas para um clima organizacional baixo são:
- Apatia (contrário a empatia);
- Insatisfação;
- Depressão;
- Inconformidade;
- Agressividade.
107
CHIAVENATO, Idalberto. Remuneração, benefícios e relações de trabalho. São Paulo: Atlas, 1992.
108
CHIAVENATO, Idalberto. O novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1999.
109
Multifacetado é a característica de algo ou alguém que possui muitas facetas, ou seja, diferentes faces, ângulos e lados.
110
CHIAVENATO, Idalberto. Recursos humanos. 7. Ed. São Paulo: Atlas, 2002.
137
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
Existem pelo menos três fatores que as pessoas desejam na organização que contribuem para um
clima altamente positivo, sendo estes:
1. Equidade: significa o uso da imparcialidade para reconhecer o direito de cada um. A equidade
adapta a regra para um determinado caso específico, a fim de deixá-la mais justa. No sentido de perceber
que os superiores de qualquer nível são justos na sua relação com a estrutura social, seja com relação à
remuneração, seja com relação às avaliações realizadas ou a eventuais conflitos interpessoais. O clima
organizacional será tão melhor quão melhor for à resposta de superiores a estas questões.
2. Realização: estar bem na organização, ser considerado, respeitado no trabalho que executa e estar
numa organização com responsabilidade social que respeite as leis. Há estudos que colocam a realização
como fator altamente relevante para as pessoas que ocupam posições superiores, quando têm algum
poder decisório. Isso pode ser verdade se a realização significa crescer na carreira, na empresa, ter
salários com reajustes acima de percentuais inflacionários, etc.
3. Companheirismo: independentemente dos conflitos naturais existentes na organização, as
pessoas, no geral, buscam uma relação amistosa, porque assim têm maiores possibilidades de
manutenção da sua posição interna na estrutura organizacional.
No entanto o comportamento de cada indivíduo também compõem um fator determinante para toda a
organização, conforme veremos a seguir.
Motivação e Comportamento
Motivação e Desempenho
Sendo o comportamento humano fundamentalmente orientado por objetivos, sejam eles conscientes
ou inconscientes, fica evidente a importância de se associar atitudes motivacionais a esses objetivos.
111
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1999.
112
CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos: edição compacta. 5. ed. São Paulo: Atlas. 1998.
138
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
Esses fatores motivacionais vão influir diretamente no comportamento do indivíduo e,
consequentemente, no seu desempenho dentro da organização.
Na verdade, tratam-se de três itens, motivação, comportamento e desempenho, que se apresentam
estreitamente ligados.
O desempenho é uma manifestação do comportamento humano nas organizações, podendo assim
também ser motivado pelo próprio indivíduo (motivos internos) ou pela situação ou ambiente em que ele
se encontra (motivos externos).113
- Os Motivos Externos: são os estímulos ou incentivos que o ambiente oferece ou objetivos que a
pessoa persegue porque satisfazem a uma necessidade, despertam um sentimento de interesse porque
representam a recompensa a ser alcançada. Os motivos externos podem ser divididos em duas
categorias principais (o trabalho e as condições de trabalho) segundo uma classificação feita numa teoria
proposta por Frederick Herzberg, que exerceu grande influência nos estudos sobre a motivação.
113
MAXIMIANO, Antonio César Amaru. 4. ed. Introdução à Administração. São Paulo: Atlas, 1995.
114
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1999.
115
MAXIMIANO, Antonio César Amaru. 4. ed. Introdução à Administração. São Paulo: Atlas, 1995.
139
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
3. Necessidade de Auto Confiança: está intimamente ligado ao conceito que o indivíduo tem de si
mesmo, sendo decorrente da auto avaliação de cada indivíduo.
4. Necessidade de Afeição: relacionada à condição da vida em grupo e da necessidade de
socialização, é a necessidade de dar e receber carinho.
Para o autor:
- A satisfação no cargo depende dos fatores motivacionais.
- A insatisfação no cargo depende dos fatores higiênicos.
Deste modo Chiavenato118 afirma que para Herzberg e seus colaboradores as pessoas são motivadas
apenas pelos fatores intrínsecos, ou seja, apenas o trabalho em si e os fatores que lhe são diretamente
relacionados podem motivar as pessoas.
116
Idem.
117
CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos: edição compacta. 5. ed. São Paulo: Atlas. 1998.
118
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1999.
140
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
Hierarquia das Necessidades - Maslow
Partem do princípio de que os motivos do comportamento humano residem no próprio indivíduo: sua
motivação para agir e se comportar derivam de forças que existem dentro dele. Deste modo Chiavenato
afirma que a teoria de Maslow tem uma importância relevante no estudo da motivação humana.119
Em síntese, segundo Maslow, as necessidades humanas estão arranjadas em uma pirâmide de
importância e de influenciação do comportamento humano.
Na base da pirâmide estão as necessidades mais baixas e recorrentes, chamadas necessidades
primárias (necessidades fisiológicas e de segurança); enquanto no topo estão as mais sofisticadas e
intelectualizadas, necessidades secundárias (sociais, de estima e de auto realização).
119
Idem.
141
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
Teoria da Expectação - Lawler
Chiavenato120 afirma que nas pesquisas sobre motivação, Lawler encontrou fortes evidências de que
o dinheiro pode motivar o desempenho e outros tipos de comportamento, como o companheirismo e
dedicação à organização. Mas também verificou-se que o dinheiro tem apresentado pouca potência
motivacional em virtude da sua incorreta aplicação pela maior parte das organizações.
Em síntese, ele concluiu que o dinheiro pode ser poderoso motivador se as pessoas acreditarem haver
ligação direta ou indireta entre desempenho e consequente aumento de remuneração. Segundo Lawler,
se essa percepção for alcançada e confirmada, as pessoas certamente terão melhor desempenho tendo
em vista o resultado financeiro desejado.
Teoria de McGregor
Para este autor os fatores motivacionais se agrupam em:
Fatores Extrínsecos: salário, benefícios e promoção.
Fatores Intrínsecos: auto respeito, capacidade de solucionar problemas, autonomia, aquisição de
novos conhecimentos.
Motivação Intrínseca ao Indivíduo: os elementos motivadores, que apenas potencializam as suas
ações, funcionam se, e somente se, o indivíduo já estiver motivado por algum fator pessoal (intrínseco).
120
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1999.
142
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
Teoria de McClelland
Segundo McClelland, as pessoas são divididas em: uma minoria desafiada pelas oportunidades e uma
maioria que não são capazes, nem dispostas a enfrentar desafios para alcançar objetivos. Esse teórico
identificou três necessidades caracterizadas como pontos-chave para se obter motivação.
Essas necessidades são adquiridas no decorrer da vida, conhecidas como secundárias, e trazem
sensações que o ser humano gosta de experimentar, como prestígio e status. Porém, para o autor, as
pessoas não são motivadas pelas mesmas necessidades igualmente, tendo em vista que isso varia de
pessoa para pessoa.
Pontos Positivos
Queiroz121, em seu estudo sobre motivação humana, aponta os seguintes pontos positivos do
desenvolvimento e aplicação desse segmento na área de relações humanas:
- Com o desenvolvimento das Teorias da Administração, não se pode desconsiderar a viabilidade da
ênfase nas relações humanas que as teorias mais recentes propõem. Não se adequar a essa nova
tendência – pode-se até dizer exigência – seria colocar em risco aspectos importantes da organização.
121
QUEIROZ, Simone Hering de. Motivação dos quadros operacionais para a qualidade sob o enfoque da liderança situacional. Dissertação (Mestrado)-
Departamento de Engenharia da Produção, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 1996.
143
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
- Promover uma motivação ao indivíduo que o oriente a ter um comportamento que atinja seus objetivos
pessoais, representa um forte indício de que ele também atenderá aos objetivos organizacionais.
- Pesquisas comprovam que indivíduos que possuem suas necessidades atendidas – pelos menos
níveis considerados relevantes, porque fazê-lo plenamente é raro – trabalham mais contentes e
satisfeitos, apresentando mais produtividade e, consequentemente, retorno financeiro à empresa.
- O emprego de incentivos representa um ponto positivo uma vez que representa o reconhecimento da
administração e dos colegas pelo desempenho do trabalhador. Além de reconhecimento, os programas
de incentivo procuram atender as necessidades de autoestima e auto realização.
- A vantagem quanto ao uso de programas de reconhecimento é a possibilidade deles poderem ser
combinados com outras modalidades de incentivos, como incentivos monetários.
- A premiação em dinheiro é positiva por ser a mais fácil que uma empresa pode utilizar, sendo ainda
mais fácil de manejar e de agradar, porque o dinheiro é algo de que todos precisam e tem a vantagem de
que o ganhador pode fazer o que quiser com ele.
Pontos Negativos
Com relação aos pontos negativos, ou seja, às falhas que podem ocorrer na gestão de recursos
humanos, referentes ao uso e aplicação da teoria da motivação, Queiroz salienta alguns aspectos:
- Insatisfação de determinadas necessidades, o que resulta na frustração. Comportamentos
resultantes da frustração que podem afetar a organização: fuga ou compensação (procura de outro
emprego, filiação a uma associação profissional para defender seus interesses etc.); a resignação,
quando um indivíduo se deixa abater pela sensação de fracasso e se entrega ao desânimo, não
produzindo mais; e a agressão, representada por uma forma de ataque físico ou verbal, associado a um
sentimento de ira e hostilidade.
- A falta de capacitação necessária aos responsáveis pelo emprego e avaliação das estratégias (em
geral, os administradores), pode acarretar em tomadas de decisões erradas. Por exemplo: falta de
sensibilidade para perceber as reais necessidades e expectativas dos funcionários, o não reconhecimento
quando uma estratégia não está apresentando os resultados necessários e necessita de mudanças,
descontrole financeiro ao se propor planos de incentivos, etc.
- A não existência de uma teoria ou proposta única que garanta eficácia na motivação humana. Cada
aspecto deve ser analisado dentro do contexto da empresa para verificar sua viabilidade ou não.
- O risco de a empresa investir e não obter o comportamento esperado do funcionário, visto a
diversidade de necessidades, experiências e expectativas que existem dentro do grupo.
Questões
02. (Pref. de Osasco/SP - Oficial Administrativo - FGV) O ser humano é avesso ao trabalho e o
evitará sempre que puder e, por conseguinte, a administração precisa incrementar a produtividade, os
esquemas de incentivo e denunciar a restrição voluntária. Essa afirmativa considera a Teoria:
(A) X;
(B) de Maslow;
(C) de Simon;
(D) de Weber;
(E) de Fayol.
144
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna do texto.
(A) Maslow
(B) McGregor
(C) Vromm e Rotter
(D) Herzberg
(E) Skinner
04. (TSE - Analista Judiciário - CONSULPLAN) Segundo a Teoria da Pirâmide de Maslow, é correto
afirmar que
(A) as necessidades de segurança dizem respeito ao amor e ao afeto.
(B) a necessidade de autoestima diz respeito à pertinência e inclusão nos grupos.
(C) as necessidades de autor realização surgem quando as demais necessidades tiverem sido
atendidas.
(D) as necessidades afetivo-sociais levam o indivíduo a desenvolver as qualidades de liderança,
prestígio e “status”.
07. (BACEN - Analista Administrativo - FCC) Para Herzberg, os fatores que determinam a motivação
são a realização, o reconhecimento, o trabalho em si, a responsabilidade, o avanço e o crescimento. Em
outra dimensão estão os fatores que determinam a desmotivação, quando não são atendidos de acordo
com as expectativas dos empregados, ou fatores de higiene. É pertinente, então, afirmar que:
I. O conteúdo de uma tarefa é mais importante para a motivação dos trabalhadores do que a ambiência
em que ela se desenvolve.
II. A concessão, em níveis adequados, de fatores higiênicos, como segurança, salário e status, é
importante para evitar que os empregados se sintam desmotivados, gerando, tal concessão, motivação.
III. Para que os trabalhadores se sintam motivados a desempenhar as suas tarefas é preciso que se
dê constante atenção a fatores como reconhecimento, responsabilidade e desenvolvimento individual,
além da definição adequada da tarefa em si.
08. (TRF 2ª REGIÃO - Analista Judiciário - FCC) Dentre as teorias da motivação, aquela que, numa
primeira visão, sugere que os gerentes devem coagir, controlar e ameaçar os funcionários a fim de motivá-
los e, numa segunda visão, acredita que as pessoas são capazes de ser responsáveis, não precisam ser
coagidas ou controladas para ter um bom desempenho, é a teoria
(A) da motivação e higiene.
(B) da hierarquia das necessidades.
(C) X e Y.
145
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
(D) dos motivos humanos.
(E) do reforço positivo e de aversão.
09. (MPE/PI - Técnico Ministerial - CESPE) De acordo com a teoria dos dois fatores — motivação e
higiene —, o oposto de satisfação não é a insatisfação. Ainda segundo essa teoria, a eliminação dos
aspectos de insatisfação de um trabalho não o torna necessariamente satisfatório.
( ) Certo ( ) Errado
10. (IBGE - Supervisor de Pesquisas - CESGRANRIO) O gestor de uma empresa entende que nem
tudo que gera insatisfação ao funcionário justifica a sua falta de motivação. Assim, ao tratar das questões
que geram a insatisfação dos funcionários, a empresa poderia ter um ambiente de trabalho mais pacífico,
sem significar, contudo, aumento da motivação.
A perspectiva desse gestor a respeito da motivação dos funcionários é compatível com a proposta da
(A) teoria X e teoria Y
(B) teoria dos dois fatores
(C) fixação de objetivos
(D) hierarquia das necessidades
(E) abordagem dos sistemas abertos
Gabarito
01.C / 02.A / 03.B / 04.C / 05.B / 06.C / 07.C / 08.C / 09.Certo / 10.B / 11.E / 12.C
Comentários
01. Respostas: C
De acordo com Daft, a motivação é relativa às forças internas ou externas que fazem uma pessoa se
entusiasmar e persistir na busca de um objetivo! Como a motivação afeta a produtividade, a organização
deve canalizar a motivação para os objetivos organizacionais. Dessa forma, Robbins diz que, no ambiente
organizacional, a motivação é a vontade de exercer altos níveis de esforço para alcançar os objetivos
organizacionais. Entretanto, a dificuldade existe no fato de que as pessoas são muito diferentes umas
das outras. O que pode motivar uma pessoa pode não motivar outras. Existe uma diversidade de teorias
motivacionais, mas em geral os autores abordam dois tipos de fatores, os extrínsecos (de fora da pessoa)
e os intrínsecos (de dentro da pessoa). De acordo com Bergamini, No primeiro caso, pressupõe-se que
146
1562256 E-book gerado especialmente para ADRIANO SIMPLICIO DA CRUZ
a força que conduz o comportamento motivado está fora da pessoa, quer dizer, nasce de fatores
extrínsecos que são, de certa forma, soberanos e alheios à sua vontade. No segundo caso, subjaz a
crença de que as ações humanas são espontâneas e gratuitas, uma vez que têm suas origens nas
impulsões interiores; assim sendo, o próprio ser humano traz em si seu potencial e a fonte de origem do
seu comportamento motivacional.
02. Resposta: A
McGregor é autor da Teoria X e Y.
A questão aborda o conteúdo da Teoria X, afirmando que as pessoas, segundo o autor, não gostam
de trabalhar e precisam ser ameaçadas e forçadas a atingir os resultados; preferem não assumir
responsabilidades, ou seja, as pessoas são vistas de forma NEGATIVA.
03. Resposta: B
A teoria de McGregor é, na verdade, um conjunto de dois extremos opostos de suposições. Estes
conjuntos foram denominados X e Y. Para McGregor, se aceitarmos a teoria X, e nos comportarmos de
acordo com ela, as pessoas se mostrarão preguiçosas e desmotivadas. Já, se aceitarmos a teoria Y, as
pessoas com quem interagimos se mostrarão motivadas.
Teoria X – Concepção negativa da natureza humana.
- O homem médio não gosta do trabalho e o evita.
- Ele precisa ser forçado, controlado e dirigido.
- O homem prefere ser dirigido e tem pouca ambição.
- Ele busca apenas a segurança.
Teoria Y – Concepção positiva da natureza humana.
- O dispêndio de esforço no trabalho é algo natural.
- O controle externo e a ameaça não são meios adequados de se obter trabalho.
- O homem exercerá autocontrole e auto direção, se as necessidades próprias forem satisfeitas.
- A pessoa média busca a responsabilidade.
- O empregado exercerá e usará sua engenhosidade, quando lhe permitirem auto direção e
autocontrole.
04. Resposta: C
A questão trata da famosa hierarquia de necessidades de Maslow, que, devido a sua forma, também
é sinônima de pirâmide de necessidades. O indivíduo só terá necessidades de segurança após suprir
suas necessidades fisiológicas. Ele só terá necessidades sociais se suprir as necessidades de segurança.
Ele só terá necessidades de autoestima se suprir as necessidades sociais e só terá necessidades de auto
realização se suprir as necessidades de autoestima. Ou seja, existe uma hierarquia entre estas
necessidades, e o indivíduo só sente as necessidades mais altas na hierarquia após satisfazer aquelas
que ocupam uma posição mais baixa na hierarquia.
05. Resposta: B
Maslow elenca hierarquicamente as necessidades que motivam o ser humano e sobre as
necessidades de estima (ou do ego) temos que dizem respeito à capacidade psicológica do próprio
indivíduo em relação a si mesmo, tais quais: autoconfiança, respeito e aprovação social;
06. Resposta: C
Nem todas as pessoas conseguem chegar ao topo da pirâmide de necessidades. Algumas chegam a
se preocupar com as necessidades de auto realização; outras estacionam nas necessidades de estima;
outras ainda, nas necessidades sociais, enquanto muitas outras ficam preocupadas exclusivamente com
necessidades de segurança e fisiológicas, sem que consigam satisfazê-las adequadamente.
07. Resposta: C
I. Certo - Conteúdo de uma tarefa é um fator motivacional e "a ambiência em que ela se desenvolve"
é um fator higiênico, quando é péssimo ou precário, provoca a insatisfação das pessoas. Devido a essa
influência mais voltada para a insatisfação, Herzberg lhes dá o nome de "fatores insatisfacientes". São
higiênicos porque são essencialmente profiláticos e preventivos: apenas evitam a insatisfação, mas não
provoca a satisfação.
II. Errado - A concessão, em níveis adequados, de fatores higiênicos evitam a insatisfação, mas não
provocam a satisfação. Observe que Status é fator motivacional (interno), ao passo que salário é fator
higiênico (externo). Preste atenção que SALÁRIO NÃO É FATOR MOTIVACIONAL.
147
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III. Certo - Reconhecimento, responsabilidade e desenvolvimento individual, além da definição
adequada da tarefa em si são fatores motivacionais.
08. Resposta: C
Utilize a explicação da questão 3, pois trata-se do mesmo fundamento.
10. Resposta: B
Utilize a explicação da questão 9, anterior a essa para a compreensão desta alternativa.
11. Resposta: E
O vendedor se viu motivado por executar novas tarefas, aceitando e assumindo o novo desafio,
logrando assim êxito e se diferenciando dos demais vendedores. O comando da questão abordou o
crescimento horizontal, onde há o incremento de novas atribuições com mesmo nível de complexidade.
12. Resposta: C
As principais características básicas da motivação são que ela é um fenômeno individual (alternativa
B), ou seja, somos únicos e devemos ser tratados com tal; que a motivação é intencional (alternativa A),
uma vez que está sob o controle do trabalhador; a motivação é multifacetada (resposta), depende tanto
do estímulo como da escolha do comportamento empregado.
Gestão de Conflitos
Os conflitos existem desde o início da humanidade, fazem parte do processo de evolução dos seres
humanos, pois são necessários para o desenvolvimento e crescimento de qualquer sistema, seja ele
familiar, social, político ou organizacional, conforme Nascimento e El Sayed122.
Cada ser humano é único em seu modo de pensar e agir, fato que se constitui por meio das diferentes
experiências de vida de cada um, em razão, disso tais fatos podem gerar conflitos quando relacionados
a convivência entre duas pessoas ou mais.
Nesse contexto, surge a administração de conflitos, que consiste exatamente na escolha e
implementação de estratégias para lidar com estas situações.
Para a correta administração de conflitos, é importante que sejam conhecidas as possíveis causas que
levaram ao seu surgimento. Dentre elas, é possível citar:
Experiência de frustração de uma ou ambas as partes: incapacidade de atingir uma ou mais metas
e/ou de realizar e satisfazer os seus desejos, por algum tipo de interferência ou limitação pessoal, técnica
ou comportamental;
122
NASCIMENTO, M. N.; EL SAYED, K. M. Administração de Conflitos. Coleção Gestão Empresarial, 2002.
148
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Diferenças de Personalidade: são invocadas como explicação para as desavenças tanto no ambiente
familiar como no ambiente de trabalho, e reveladas no relacionamento diário através de algumas
características indesejáveis na outra parte envolvida;
Atividades Interdependentes: essa condição estabelece que os indivíduos e grupos em uma mesma
organização podem ser dependentes uns dos outros para desempenhar as suas atividades, ou seja, um
grupo não pode realizar o seu trabalho a menos que outro realize o seu. Um exemplo seria o departamento
de produção que não pode começar a produzir até que receba os pedidos da administração de vendas.
Para Chiavenato123, basicamente, existem quatro condições que antecedem os conflitos, que no caso
são as causas:
- Ambiguidade de papel;
- Objetivos concorrentes;
- Recursos compartilhados; e
- Interdependência de atividades.
Tipos de Conflitos
Existem vários tipos de conflitos e sua identificação pode auxiliar na escolha da estratégia mais
adequada para administrá-lo e resolve-lo:
Conflito Latente: não é declarado e não há, mesmo por parte dos elementos envolvidos, uma clara
consciência de sua existência. Eventualmente não precisam ser trabalhados;
Conflito Sentido: é aquele que já atinge ambas as partes e no qual há emoção e forma consciente;
Conflito Manifesto: trata-se do conflito que já atingiu ambas as partes, já é percebido por terceiros e
pode interferir na dinâmica da organização.
Conflito Construtivo ou Funcional: confronto entre duas ou mais partes, que gera benefício ou
resulta na melhora do desempenho da organização. Os conflitos são construtivos quando melhoram a
qualidade das decisões, estimulam a criatividade e inovação e encorajam interesses e a curiosidade entre
os membros da equipe, fornecendo meios pelos quais os problemas apresentados fomentam um
123
CHIAVENATO, I.; Gestão de pessoas: e o novo papel dos recursos humanos na organização. 2. ed. RJ; Elsevier, 2004.
149
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ambiente de auto avaliação e mudança. Portanto, este tipo de conflito deve ser estimulado, pois atende
aos interesses da organização. Isso porque gera uma competitividade saudável, na medida que estimula
os colaboradores a terem novas ideias, procurando saídas criativas para a resolução de problemas ou
para melhorar aspectos internos da organização, ajudando-a a alcançar as metas planeadas e de modo
a torná-la mais atrativa para clientes e mais competitiva, frente a concorrência.
Conflito Disfuncional: é o mais presente dentro das organizações, caracteriza-se por prejudicar o
desempenho do grupo e consequentemente da organização como um todo. Assim, trata-se do confronto
ou interação entre as partes que prejudica o cumprimento das metas da organização. Este tipo deve ser
eliminado, na medida que vai contra os interesses da organização de acordo com Bacal124.
Conflitos Interpessoais
Os Conflitos interpessoais nas organizações se dão entre duas ou mais pessoas e podem ocorrer por
vários motivos: diferenças de idade, sexo, valores, crenças, por falta de recursos materiais, financeiros,
por diferenças de papéis, diferenças de percepção em vários contextos, podendo ser divididos em dois
tipos:
Hierárquicos: colocam em jogo as relações com a autoridade existente. Ocorre quando a pessoa é
responsável por algum grupo, não encontrando apoio junto ao seus subordinados, e vice-versa. Neste
caso, as dificuldades encontradas no dia a dia deixam a maior parte das pessoas envolvidas
desamparada quanto à decisão a ser tomada.
Pessoais: dizem respeito ao indivíduo, à sua maneira de ser, agir, falar e tomar decisões. As rixas
pessoais fazem com que as pessoas não se entendam e, portanto, não se falem. Em geral, esses conflitos
surgem a partir de pequenas coisas ou situações nunca abordadas entre os interessados. O resultado é
um confronto tácito que reduz, em muito, a eficiência das relações.
Esses aspectos podem ser observados em todas as organizações e são considerados negativos (salvo
diante de alguns objetivos menos confessáveis).
150
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- Propiciam a formação de alianças com o objetivo de ganhar num conflito específico, mas também de
garantir mais poder.
Sejam eles positivos ou negativos, os conflitos podem ser considerados úteis pelo papel que
desempenham na vida das pessoas.
O chamado comportamento político na organização, também inevitável, tem uma forte vinculação com
o conflito, pois sua relação é direta, ou seja, quanto mais conflito mais comportamento político.
Assim, quando há dúvidas sobre a sobrevivência da organização, sobre sua resposta às necessidades
organizacionais, sobre aspectos sucessórios, mais voltada para a formação de alianças e para
negociações será a atuação de seus membros.
Lidar com o conflito implica trabalhar com grupos e tentar romper alguns dos estereótipos vigentes na
organização, sabendo que essas mesmas estratégias deverão ser repetidas periodicamente.
Criar tarefas a serem executadas em conjunto por grupos diferentes é uma forma de garantir que seu
cumprimento seja reconhecido pela potencialização do trabalho dos grupos.
Quaisquer estratégias de confronto podem ser utilizadas caso o conflito já seja franco, desde que exista
entre as partes alguém que desempenhe um papel moderador.
Uma vez que conhecidos e identificados os conflitos precisam ser administrados ou geridos, para que
se resolvam da forma mais eficiente e eficaz.
Quando se estiver administrando um conflito, de acordo com Neto127, é de suma importância que antes
de tomar qualquer decisão investiguem-se os fatos ocorridos, assim como as pessoas envolvidas, suas
condutas, desempenho, entre outros. Tudo para que injustiças não sejam cometidas e o conflito tenha
um final satisfatório para todos.
A respeito da administração de conflitos, Chiavenato128, afirma que: “uma qualidade importante no
administrador é sua qualidade de administrar conflitos”. Para isso, o gestor tem à sua disposição três
abordagens para administrar conflitos, sendo elas:
c) Abordagem mista: envolve tanto os aspectos estruturais como os de processo, e pode ser feita
através da adoção de regras para resolução de conflitos, ou criação de papéis integradores. A adoção de
regras se utiliza de meios estruturais para influenciar no processo de conflito, criando regras e
regulamentos que delimitem a ação das pessoas. Já a criação de papéis integradores consiste em criar
terceiras partes dentro da organização, de forma que elas estejam sempre disponíveis para auxiliar na
busca de soluções favoráveis dos conflitos que possam surgir. Conflito percebido, experenciado.
126
Idem.
127
NETO, Álvaro Francisco Fernandes. Gestão de conflitos. Thesis, São Paulo, v. 4, 2005.
128
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: e o novo papel dos recursos humanos na organização. 2. ed. RJ; Elsevier, 2004.
151
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Etapas da Solução de Conflitos
Para uma eficaz resolução dos conflitos, é preciso compatibilizar alguns passos ou etapas a serem
seguidas, conhecer e aplicar alguns saberes e, também, definir o estilo a ser adotado.
Critérios de Ação
No decorrer do processo do gerenciamento de um conflito, o GERENTE OU RESPONSÁVEL DO
CONFLITO tomará decisões das mais diversas espécies e pertinentes aos mais variados assuntos. Para
balizar e facilitar o processo decisório no curso de um conflito, deve-se estabelecer o que se chamam
critérios de ação, que se traduzem em referenciais para nortear a tomada de decisões.
Existem três critérios gerais de ação, a saber: a necessidade, a validade do conflito e a aceitabilidade.
1. O critério da necessidade indica que toda e qualquer ação somente deve ser implementada quando
for indispensável.
2. O critério da validade do risco, nos mostra que toda e qualquer ação têm que levar em conta se os
riscos dela advindos são compensados pelos resultados.
3. A aceitabilidade, implica em que toda ação deve ter respaldo legal, moral e ético.
a) Aceitabilidade Legal: toda decisão deve ser tomada com base nos princípios ditados pelas leis.
b) Aceitabilidade Moral: toda decisão para ser tomada deve levar em consideração aspectos de
moralidade e bons costumes.
c) Aceitabilidade Ética: o responsável pelo gerenciamento da crise, ao tomar uma decisão, deve fazê-
lo lembrando que, o resultado da mesma não pode exigir de seus comandados a prática de ações que
causem constrangimentos diversos gerando mais conflitos.
Resumindo, o Gerente de Conflito, no momento das suas tomadas de decisões, deve estar a todo o
momento se questionando sobre as suas determinações ou decisões: É necessário correr este risco ou
existe uma outra forma de se resolver? Vale a pena correr este risco? A minha decisão possui um respaldo
legal, está dentro dos princípios morais e éticos da sociedade?
Negociação
Saber se comunicar
- Sem diálogo não há comunicação nem solução possível para os problemas;
- A maioria dos erros, omissões, irritações, atrasos e conflitos é causada por uma comunicação
inadequada.
Saber ouvir
- Ouvir ativamente, pois metas e intenções não compreendidas levam sempre a uma resolução sem
sucesso;
- Demonstrar interesse genuíno pela pessoa que fala e pelo assunto;
- Evitar criticar ou tentar dirigir a conversa;
- Adotar uma posição afirmativa, mostrando respeito pela outra pessoa.
129
JESUÍNO, J. C.. A Negociação – estratégias e táticas. Lisboa: Texto Editora, 1992.
152
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Saber perguntar
Saber perguntar é outra faceta do ouvir ativamente, pois quem pergunta conduz a conversa. Quanto
ao estilo a ser adotado, é recomendável a adoção de um que leve à solução do conflito da forma mais
pacífica possível. O que vai definir seu atual estilo de administrar conflitos está diretamente ligado a duas
importantes características de comportamento: assertividade e cooperação.
Obs.: Existe o conciliador que interfere diretamente na solução de um conflito, já o mediador não. O
trabalho do mediador é fazer com que as partes do conflito acabem chegando a uma solução.
Táticas de Negociação
A seguir, relacionam-se alguns estilos e algumas de suas características, conhecida como Método de
Kenneth Thomas e Ralph Kilmann:
Competição
- Busca satisfação dos interesses, independentemente do impacto que isto possa causar na outra parte
envolvida;
- Tenta convencer a outra parte de que sua conclusão está correta e a dela está equivocada;
- Leva a outra parte a aceitar a culpa por um problema qualquer.
Colaboração
- Contempla os interesses das partes envolvidas no conflito;
- Busca um resultado benéfico para todas as partes envolvidas.
Evitação
- Trata-se de estilo considerado não assertivo e não cooperativo;
- Evita todo e qualquer envolvimento com o conflito, chegando a negar sua existência e o contato com
as pessoas que podem causá-lo.
Acomodação130
- Trata-se de estilo considerado não assertivo e cooperativo;
- A parte que utiliza este estilo tende a apaziguar a situação, chegando a colocar as necessidades e
interesses da outra parte acima dos seus.
130
NASCIMENTO, M. N.; EL SAYED, K. M. Administração de Conflitos. Coleção Gestão Empresarial, 2002.
153
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Compromisso
- Este estilo se encontra no padrão médio de assertividade e cooperação, em que uma das partes
envolvidas no conflito desiste de alguns pontos ou itens, levando a distribuir os resultados entre ambas
as partes.
Lembrete: nem todo conflito é igual e nem todo conflito deve ser abordado da mesma forma, conforme
Burbridge e Burbridge131, por esta razão o gestor precisa saber como e quando usar cada ferramenta a
sua disposição. Portanto o desafio está em saber o que aplicar em cada ocasião, procurando escolher e
aplicar as técnicas de forma inteligente. Embora os estudos sobre conflitos convirjam para ideia de que
estes são diferentes e devem ser analisados caso a caso, é importante que seja do conhecimento do
gestor as diferentes formas de abordagem dos desentendimentos, para que ao identificar sua tipicidade,
possa aplicar a ferramenta mais adequada para conclusão da situação conflitante.
Questões
02. (TRF 1ª REGIÃO Analista Judiciário - FCC) Uma causa frequente de conflitos nas organizações
é:
(A) a ambiguidade de papéis.
(B) a existência de objetivos compartilhados.
(C) a limitação de recursos.
(D) a hierarquia de responsabilidades.
(E) o excesso de liberdade.
03. (SEDS/TO - Técnico Socioeducador - FUNCAB) Se por um lado os conflitos são inerentes à vida
social dos indivíduos, deve-se compreender a mediação de conflitos como:
(A) a atividade que estimula tais conflitos, considerando que o mediador, figura parcialmente envolvida,
deve compreender a impossibilidade de se construir consenso quando as pessoas envolvidas pensam
diferentemente.
(B) o processo que compõe uma interlocução entre as opiniões diferenciadas em que o mediador, que
deve ser neutro, assume o papel principal de incentivá-las para que possa vencer o melhor argumento.
(C) a situação em que são apresentados casos antagônicos e que o mediador, em uma postura
imparcial, deve conduzir o debate e se posicionar a favor da melhor ideia.
(D) o procedimento no qual os participantes com a assistência de uma pessoa imparcial – o mediador
– colocam as questões em disputa com o objetivo de desenvolver opções, considerar alternativas e
chegar a um acordo que seja mutuamente aceitável.
04. (MPS - Agente Administrativo - CESPE) Uma organização do trabalho embasada em atividades
individualizadas e especializadas elimina a possibilidade de conflitos no trabalho.
( ) Certo ( ) Errado
05. (ISSBLU/SC - Agente Administrativo - FURB) O conflito faz parte da natureza humana. Sempre
que houver alguma divergência de opiniões e uma das partes resolver intervir na situação de forma que
a sua opinião prevaleça sobre a do outro, teremos um conflito. O que diferencia as pessoas é a forma
que cada uma escolhe para resolver os conflitos que surgem. Mas os conflitos nem sempre são negativos.
Quando bem gerenciados, podem apresentar resultados positivos, principalmente quando estimulam os
participantes a criar novas técnicas e estratégias para resolução dos problemas.
Analise as afirmações relacionadas ao tema conflitos elencadas abaixo e assinale a que estiver
correta:
(A) A má comunicação pouco influencia a geração de conflitos.
(B) A situação ideal em uma organização é quando não há tipo algum de conflito.
(C) Os valores e a percepção dos indivíduos podem ser um gerador de conflitos.
131
BURBRIDGE, R. Marc; BURBRIDGE, Anna. Gestão de conflitos: desafios do mundo corporativo. SP. Saraiva, 2012.
154
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(D) Quando usa a coação para resolver os conflitos, o mediador busca contar com a benevolência das
partes antagônicas.
(E) A heterogeneidade do quadro de pessoal não se constitui num fator de geração de conflitos.
10. (MPE/RS - Assessor - MPE/RS) Assinale a alternativa que apresenta corretamente as três
condições antecedentes que são inerentes à vida organizacional e que tendem a gerar conflitos.
(A) atividades não diferenciadas – recursos não programados – atividades dependentes
(B) diferenciação de atividades – recursos compartilhados – atividades interdependentes
(C) distribuição de atividades – recursos mal distribuídos – atividades recorrentes
155
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(D) compartilhamento de atividades – recursos limitados – atividades concorrentes
(E) estruturação das atividades – recursos com exclusividade – atividades independentes
11. (Pref. de Teresina/PI - Administrador - FCC) Para gestão de conflitos no âmbito da organização,
o gestor pode se valer de diferentes abordagens, entre as quais a estrutural, que tem entre seus objetivos
(A) minimizar as diferenças entre grupos, identificando objetivos que possam ser compartilhados entre
eles.
(B) reduzir os conflitos por meio da modificação do processo e intervenção no episódio crítico.
(C) a desativação ou descalorização do conflito, por meio de técnicas de mediação ativa.
(D) identificar soluções do tipo “ganha-ganha”, utilizando técnicas de colaboração entre as partes
envolvidas.
(E) atuar apenas após a instauração do conflito, tendo como um dos instrumentos de intervenção a
confrontação entre as partes.
14. (UFRPE - Assistente em Administração - UFRPE) Os conflitos estão presentes em qualquer tipo
de situação, especialmente no ambiente de trabalho, onde as diferenças sobrepõem as semelhanças
entre as pessoas. Então, para que o trabalho transcorra sem dificuldades, o líder deve:
(A) evitar que o conflito se instale.
(B) reprimir o conflito assim que for identificado.
(C) negar o conflito para que ele não se potencialize.
(D) tratar o conflito como uma oportunidade de mudança.
(E) neutralizar o conflito para harmonizar o ambiente de trabalho.
Gabarito
01.Certo / 02.A / 03.D / 04.Errado / 05.C / 06.B / 07.E / 08.A / 09.E / 10.B / 11.A / 12.B / 13.D / 14.D
Comentários
02. Resposta: A
Para Chiavenato, "Basicamente, existem quatro condições antecedentes dos conflitos:
- Ambiguidade de papel;
- Objetivos concorrentes;
- Recursos compartilhados;
- Interdependência de atividades.
156
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03. Resposta: D
Segundo Buitoni (2006), a mediação é uma forma de autocomposição dos conflitos, com o auxílio de
um terceiro imparcial, que nada decide, mas apenas auxilia as partes na busca de uma solução, enquanto,
para Nazareth (1998), a mediação configura-se como um método de condução de conflitos, aplicado por
um terceiro neutro e especialmente treinado, cujo objetivo é reestabelecer a comunicação produtiva e
colaborativa entre as pessoas que se encontram em um impasse, ajudando-as a chegar a um acordo.
Por outro lado, segundo Nazareth (2006), embora a conciliação apresente conceito bem similar ao da
mediação, neste o conciliador atua opinando soluções quando as partes não conseguirem um
entendimento. A diferença básica é, portanto, a intervenção do conciliador na proposição da solução, o
que não é visível na mediação, em que as partes são responsáveis pela determinação das soluções.
05. Resposta: C
Os Conflitos interpessoais nas organizações se dão entre duas ou mais pessoas e podem ocorrer por
vários motivos: diferenças de idade, sexo, valores, crenças, por falta de recursos materiais, financeiros,
por diferenças de papéis, diferenças de percepção em vários contextos.
06. Resposta: B
Considerando que tanto os funcionários como as organizações/instituições possuem objetivos
diferentes com necessidades e expectativas distintas, é possível notar que conflitos são inerentes a partir
da convivência, principalmente ao observar a diversidade humana tão ampla.
07. Resposta: E
A- Errada: Quando dependemos do trabalho de outras pessoas para fazer nosso trabalho existe um
conflito em potencial! Em toda organização existe uma interdependência entre setores e pessoas, de
forma que uma pessoa deve cumprir seu papel de forma eficiente para que a outra possa fazer o mesmo.
B- Errada :A estabilidade não é um fator determinante para não haver conflitos. A existência de conflitos
é inevitável nas organizações humanas.
C- Errada: conflitos não devem ser evitados, e sim resolvidos. Uma alternativa para resolução de
conflitos é a mediação. Além disso, existem potenciais efeitos benéficos dos conflitos como equilíbrio de
poder, oportunidade para socialização...
D- Errada: como dito na alternativa acima uma das formas de resolução de conflitos é através da troca
de ideias e soluções. Isso é possível e necessário para o desenvolvimento das organizações.
E- Correta.
08. Resposta: A
O objetivo não deve ser o de suprimir, eliminar, todos os conflitos da organização, pois uma vez que o
conflito é bem gerenciado ele pode se tornar um aspecto positivo para a instituição. O objetivo do gestor
deve ser o de administrar os conflitos de forma que promovam a criatividade, a inovação e um alto
desempenho.' Observe que o que é inaceitável impedir toda forma de expressão das discordâncias, pois
estas respondem, majoritariamente, pelas sérias ameaças à estabilidade da organização. Quando as
pessoas percebem o conflito e adotam uma estratégia para resolvê-lo de forma objetiva, há um
crescimento, um avanço, um desenvolvimento, que podem resultar em ganhos, lucros, etc.
09. Resposta: E
A mediação é a arte de harmonizar e gerenciar conflitos. Ela parte de uma lógica que se opõe à disputa
e procura encontrar soluções compartilhadas. Mediar é promover a construção de novas possibilidades,
auxilia as partes a refletirem acerca do contexto problemático em que vivem (técnicas cooperativas) e, ao
mesmo tempo, a encontrarem soluções adequadas à sua realidade social.
OBS: Existe o conciliador que interfere diretamente na solução de um conflito, já o mediador não. O
trabalho do mediador é fazer com que as partes do conflito acabem chegando a uma solução.
10. Resposta: B
A alternativa B é condizente apresentando algumas das principais causas ou antecedentes dos
conflitos organizacionais.
157
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11. Resposta: A
Como visto, o conflito se forma das percepções criadas pelas condições de diferenciação, recursos
limitados e escassos e de interdependência. Se o gestor agir sobre algum desses elementos geradores,
a situação conflitante poderá ser controlada mais facilmente. Exemplo: Imagine duas pessoas que
trabalhem na mesma empresa: Paulo (um vendedor) e João (analista de crédito). Paulo é remunerado
por volume de vendas e João tem como meta reduzir a inadimplência na empresa. A cada venda que
Paulo perde, porque João não liberou o crédito, poderá haver a um desentendimento entre os dois! A
abordagem estrutural busca então mudar uma condição que predispõe ao conflito minimizando as
diferenças entre grupos, identificando objetivos que possam ser compartilhados entre eles.
12. Resposta: B
A abordagem por processo pode ser conduzida de três formas: a desativação do conflito, onde uma
das partes opta pela cooperação promovendo o acordo; reunião de confrontação entre as partes, em que
são abertos os motivos do conflito de maneira mais direta entre os envolvidos; ou colaboração, que ocorre
após passadas as etapas anteriores, com as duas partes buscando uma resolução vantajosa para todos.
13. Resposta: D
Metas diferentes: é muito comum estabelecermos e/ou recebermos metas/objetivos a serem atingidos
e que podem ser diferentes dos de outras pessoas e de outros departamentos, o que nos leva à geração
de tensões em busca de seu alcance. A administração de conflitos consiste, exatamente, na escolha e
implementação das estratégias mais adequadas para se lidar com cada tipo de situação;
Recursos Compartilhados e que sejam escassos: também devido à departamentalização, os
recursos para os grupos são, geralmente, limitados, e quaisquer mudanças excepcionais podem gerar
mudanças na alocação de recursos. O que tende a gerar uma situação de que, para um grupo
(departamento) pleitear aumento de recursos, o outro precisará abrir mão de uma parte dos recursos de
que dispõe.
Ambiguidade de papel (ou jurisdicional – como o termo da questão trouxe e pode ter esse
mesmo sentido) - Quando não há clareza na expectativa, competências, atuação no trabalho. As
pessoas sentem que estão trabalhando para propósitos incompatíveis.
14. Resposta: D
Os verdadeiros líderes não evitam, reprimem ou negam o conflito antes de enxergá-los como uma
oportunidade. O líder que vê no conflito uma oportunidade é otimista e pode provocar mudanças
verdadeiramente significativas, pois os conflitos podem ajudar na criatividade para resolução de inúmeros
casos, inclusive trazendo inovação na empresa, podendo trazer mudanças significativas no modo de
tratar determinado assunto. Isto porque, há necessidade de se ter algum conflito e nem todo conflito é
negativo. O objetivo do gestor/líder é saber administrar os conflitos devidamente.
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