Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CONTROLE DIGITAL 1
1 Introdução ao Controle Digital...............................................................................................................3
1.1 Introdução...........................................................................................................................................4
1.2 Amostragem e Quantização...............................................................................................................6
1.3 Modelagem dos Elementos de Amostragem e Retenção..................................................................7
1.4 Efeitos da Amostragem......................................................................................................................9
1.5 Algoritmo de Controle......................................................................................................................13
1.6 Função de Transferência Discreta....................................................................................................15
1.7 Problemas Propostos........................................................................................................................17
1.8 Bibliografia........................................................................................................................................18
2 Análise de Sistemas Discretos..............................................................................................................19
2.1 Introdução.........................................................................................................................................20
2.2 Transformada Z................................................................................................................................20
2.3 Região de Convergência...................................................................................................................21
2.4 Sinais.................................................................................................................................................24
2.5 Propriedades da Transformada Z.....................................................................................................26
2.6 Convolução.......................................................................................................................................27
2.7 Transformada Z Inversa...................................................................................................................28
2.8 Problemas Propostos........................................................................................................................29
2.9 Bibliografia........................................................................................................................................30
3 Sistemas Discretos Equivalentes...........................................................................................................31
3.1 Introdução.........................................................................................................................................32
3.2 Equivalência Por Integração Numérica...........................................................................................32
3.3 Estabilidade de Sistemas Discretos..................................................................................................38
3.4 Equivalência por Mapeamento de Zeros e Pólos............................................................................39
3.5 Equivalência por Retenção de Ordem Zero....................................................................................41
CONTROLE DIGITAL 3.6
3.7
Problemas..........................................................................................................................................43
Bibliografia........................................................................................................................................46
4 Projeto de Controladores Discretos......................................................................................................47
4.1 Introdução.........................................................................................................................................48
4.2 Projeto do Compensador Discreto...................................................................................................48
4.3 Bibliografia........................................................................................................................................53
5 Análise de Sistemas Discretos em Malha-Fechada..............................................................................54
5.1 Introdução.........................................................................................................................................55
5.2 Redução de Diagramas de Blocos....................................................................................................55
5.3 Estabilidade de Sistemas Discretos..................................................................................................57
5.4 Erro em regime permanente.............................................................................................................60
5.5 Exercícios..........................................................................................................................................62
5.6 Bibliografia........................................................................................................................................63
6 Lugar Geométrico das Raízes com Controle Digital...........................................................................64
6.1 Introdução.........................................................................................................................................65
6.2 O LGR...............................................................................................................................................65
6.3 Correspondência com Sinais Contínuos..........................................................................................69
6.4 Implementação do Compensador Digital........................................................................................72
6.5 Exercícios..........................................................................................................................................72
6.6 Bibliografia........................................................................................................................................72
v1.2
1 2
Capítulo 1 - Introdução ao Controle Digital 4
SISTEMAS DE CONTROLE - DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA PUCRS
1.1 Introdução
Pode-se dizer que utilização de “Sistemas de Controle” está inserida na base de
qualquer dispositivo ou equipamento automatizado. Diariamente nos deparamos com uma série
de equipamentos que possuem algum elemento de controle, desde eletrodomésticos como
geladeira, ferro elétrico e máquinas de lavar até sistemas robotizados empregados, por
exemplo, na indústria automobilística. Observa-se o emprego de ferramentas de modelagem,
análise e o posterior projeto de sistemas de controladores em várias áreas Engenharia. Pode-se
citar por exemplo, o controle de PH em processos químicos relacionado diretamente a
Engenharia Química ou a análise de modos de vibração estrutural relacionado às Engenharias
Mecânica e/ou Civil. Encontra-se também exemplos de sistemas de controle nas áreas da
Biologia. Um exemplo que pode ser citado é o sistema de controle de equilíbrio do corpo
humano, que utiliza informações oriundas do ouvido interno e dos olhos para realização de tal
tarefa. De forma geral, todos os exemplos citados anteriormente tem em comum uma estrutura
peculiar, bastante conhecida no cenário dos sistemas de controle, que pode ser sintetizada
através da representação apresentada na Figura 1.1,
digital, sendo o diagrama de blocos da Figura 1.1 adaptado para a inclusão deste novo
componente, conforme apresentado na Figura 1.2. 1.2 Amostragem e Quantização
As operações externas realizadas pelo computador, tanto de leitura do conversor A/D
quanto de escrita no conversor D/A, serão realizadas em instantes de tempo múltiplos inteiros
de uma variável denominada de período de amostragem – T. 1 Portanto, o sinal b(KT)
representa o sinal b(t) amostrado no instante de tempo t=KT e, diferentemente das variáveis de
tempo contínuo, tais variáveis serão consideradas variáveis ou sinais de tempo discreto.
O sinal discreto no tempo, produzido pela operação de amostragem do sinal será
reproduzido internamente no computador por um número finito mais próximo dentre todos os
Figura 1.2: Diagrama de blocos de um sistema de controle realimentado por computador. números de amplitude discreta representáveis pelo computador. Conforme definido em [2],
esta operação é chamada de quantização.
Comparando-se os dois diagramas, pode se observar que os sinais de entrada e de saída
do computador são os sinais em tempo contínuo b(t) e u(t), agora representados internamente Exemplo: Considere um sinal de tempo contínuo y(t) t 2 Volts, aplicado a entrada de
no computador pelos seus equivalentes em tempo discreto, respectivamente b(KT) e u(KT). um conversor A/D de 4 bits, cujo valor máximo admissível na entrada é de 16 Volts. Considere
Observa-se que na Figura 1.2, os blocos que constituem o computador, sob o ponto de vista de também que a variável t 0,4 segundos e que o período de amostragem T=0.5 segundos. A
execução das tarefas de controle, são o bloco A/D (conversor Analógico/Digital), D/A representação gráfica das variáveis f(t) e f(KT) em função do tempo é apresentada na Figura 1.4.
(conversor Analógico/Digital), Algoritmo de Controle e Clock, descritos a seguir:
• Conversor A/D – É o dispositivo de hardware utilizado para aquisição de um sinal
analógico externo ao computador, convertendo-o em um sinal digital equivalente ao sinal
externamente lido. No exemplo da Figura 1.2, o sinal analógico externo é o sinal de saída do
sensor b(t) que após a conversão A/D será representado pela variável b(KT);
• Conversor D/A – É o dispositivo de hardware utilizado para conversão de um sinal
internamente representado no computador, para um sinal analógico externo ao computador. No
exemplo da Figura 1.2, o sinal internamente representado no computador é o sinal u(KT) que
após a conversão D/A será representado pela variável u(t) utilizada para tarefa de controle do
processo;
• Algoritmo de Controle – Este bloco contém os códigos responsáveis pelo
processamento do sinal b(KT) de forma a gerar o sinal u(KT), empregado no controle do
processo. Na Figura 1.1 observa-se que o sinal de entrada do bloco “Controlador” é dado pela
diferença entre os sinais r(t) e b(t), anteriormente definido como sinal de erro e(t). Na Figura
1.2, o Algoritmo de Controle utiliza apenas a informação do sinal b(KT), pois as variáveis de Figura 1.4: Exemplo de amostragem e quantização de um sinal y(t) t 2 Volts.
referência r(KT) e o sinal de erro e(KT) são internamente gerados neste bloco;
O conversor de sinal analógico retém, a cada T segundos o valor analógico, ,
• Clock – Este é o bloco responsável pela manutenção do sincronismo entre os demais denominada sinal amostrado. Esta então é quantizada, ou seja, convertido numa amplituda
blocos que constituem o bloco “Computador” representado na Figura 1.2. representável pelo computador. No caso anterior:
Considere como exemplo o sistema de controle de temperatura de um processo de Em y(1,5)=2,25 Volts.
mistura apresentado na Figura 1.3 e compeare-o com o da Figura 1.2. Nota-se na
representação, a diferenciação entre o subsistema computacional e a representação dos Assim, como o conversor A/D é de 4 bits (ou 16 níveis) e sua amplitude máxima é de
subsistemas processo e sensor e a interligação entre os subsistemas dois sistemas realizada 16 Volts, para cada nível tem-se uma amplitude entre níveis de 1 Volt. Admita que os valores
pelos sinais u(t) e b(t). assumidos na quantização do sinal são sempre iguais ao valor mais próximo da variável y(t) no
instante em que ela é amostrada. Através desta hipótese, o erro associado à operação de
quantização deste sinal no instante t= 1,5 é de 0,25 Volts.
Podemos considerar de modo geral, o erro de quantização máximo (E) como:
Amplitudemáxima
E
2N 1
Onde N é o número de bits do conversor A/D.
1.3 Modelagem dos Elementos de Amostragem e onde o índice h significa o sinal após a operação de retenção – hold. O diagrama de
Retenção blocos completo do conjunto amostrador-retentor, cujo comportamento dos componentes
individuais já foi descrito, é apresentado na Figura 1.7.
Enquanto o conversor A/D é o responsável pela leitura dos sinais em tempo contínuo
externos ao computador em instantes de tempo discretos KT, o conversor D/A é o responsável
pela operação de escrita de dados digitais existentes internamente no computador na forma
digital, em um sinal analógico equivalente, atualizando-o nos instantes de tempo discreto KT.
A operação conjunta destes dois elementos é denominada de amostragem (leitura do A/D) e
retenção (escrita no D/A).
A característica ideal de um dispositivo amostrador é que ele consiga realizar cada uma
das amostras de um sinal em tempo contínuo de forma instantânea, tal que os valores
amostrados apresentem um valor único em cada instante de amostragem. Os dispositivos de
amostragem são representados de acordo com a Figura 1.5. Nesta figura o sinal de tempo
contínuo f (t) é aplicado a entrada de uma amostrador ideal que realiza as amostras em
intervalos regulares de T segundos, resultando no sinal amostrado f * (t) .
Figura 1.7: Diagrama esquemático com os sinais envolvidos na operação de amostragem e retenção.
0
Como u( ) 0 para 0 u( ).e
s ( T
A Figura 1.9 apresenta os sinais de entrada e saída de um dispositivo ZOH, bem como o
: .d
)
sinal contínuo correspondente à interpolação nos instantes de tempos médios de amostragem.
T
T 0
Assim,
es 1
. u( ).e .d u( ).e .d e . esT
s( T ) s sT sT
.e (1.5)
s 0 s
0 0
Gh (s)
u(t T ).est .dt
u(t).est .dt
0
Gh (s) 1 1
esT .
s s
(1 esT
Gh (s) )
s Figura 1.9: Sinais de entrada f (t) e sinal de saída fh (t) do conjunto amostrador-retentor, e sinal
contínuo
aproximado
1.4 Efeitos da Amostragem faprox (t) .
Demonstração:
A análise visual da Figura 1.11 leva a conclusão que o efeito de períodos de amostragem
sT sT
maiores em um sistema de controle em malha-fechada conforme o apresentado na Figura 1.10,
Faprox (s) F (s).e 2
Faprox (s) F (s).e implica em maiores oscilações do sinal de saída do sistema. Tal fenômeno se explica, porque a
2 inclusão do elemento de amostragem e retenção com período de amostragem igual a T segundos,
jT
jT T
Faprox (s) F (s).e Faprox (s) F (s) e 2
traz consigo somente o acréscimo de radianos na fase da função de transferência do
2 T 2
Faprox Faprox (s) F (s) sistema de malha-aberta na freqüência de rad/s, mantendo inalterada sua magnitude, isto é:
(s) F (s).1 2
O efeito de um elemento constituído por um atraso de transporte em uma malha de
controle é, por vezes, prejudicial no desempenho global do sistema. Percebe-se que há um T
decréscimo de fase proporcional a freqüência do sinal de entrada - , e também proporcional G(s) ZOH G(s)
2
ao período de amostragem T. Pode-se concluir então que quanto maior forem a frequências
G(s) ZOH G(s) (1.7)
dos
sinais apresentados a entrada do ZOH, menor deverá ser o período de amostragem - T utilizado, A implicação nas equações de magnitude e de fase da função de transferência do
de forma a minimizar os efeitos da amostragem no sistema. processo em malha-aberta operando com a inclusão do ZOH - G(s) ZOH , está relacionada
Exemplo 1.1: Com objetivo de ilustrar o efeito da amostragem em um sistema de diretamente a alteração da margem de fase do sistema, conforme pode ser visto nos diagramas
controle, considere o diagrama de blocos apresentado na Figura 1.10. de Bode apresentados na Figura 1.12. Nesta figura, a curva de fase superior representa a fase
do processo operando em malha-aberta sem a inclusão do elemento amostrador-retentor, a
curva de fase intermediária representa a fase do processo operando com o ZOH com período de
amostragem igual a 0.05 segundos e a curva de fase mais abaixo representa a fase do processo
operando com o ZOH com período de amostragem igual a 0.1 segundos.
Será apresentada a resposta ao degrau deste sistema, admitindo dois valores distintos de
amostragem, T = 0.05 seg. e T = 0.1 seg. As respostas do sistema considerando estas duas
situações são comparadas a resposta do sistema funcionando em malha-fechada sem a
utilização do elemento amostrador-retentor, conforme pode-se observar na Figura 1.11.
Figura 1.12: Variação das margens de fase do sistema para diferentes períodos de amostragem.
A obtenção dos diagramas de Bode de sistemas que incluem atraso de transporte não é
diretamente obtida através das funções disponíveis no Matlab, sendo necessário adaptar os
comandos existentes de forma a obter os diagramas de Bode apresentados na Figura 1.12.
Apresenta-se na Tabela 1.1 as linhas de comando utilizadas para obtenção dos diagramas de
Bode da Figura 1.12.
Tabela 1.1. Inserção do Atraso de Transporte no Diagrama de Bode O objetivo é a obtenção do sinal de controle u(KT ) , gerado pelo computador, que deve
ser equivalente ao sinal de controle u(t) gerado pelo compensador de avanço de fase
representado em (1.8). Uma das formas de obtenção de u(KT ) é através da aproximação da
% clear all
equação diferencial (1.9) pela equação de diferenças equivalente. Serão consideradas as
% close all
aproximações discretas da operação de derivação temporal descrita no domínio contínuo, ou
num=[100]; % definicao do numerador e denominador do sistema seja
den=[1 10 0]; % sistema com G(s)=100/s(s+10)
df (t) f (KT ) f (KT T )
(1.10)
dt T
w=logspace(-1,1,100);
denominada de backward approximation, ou
[mag,fase,w]=bode(num,den,w);
df (t) f (KT T ) f (KT )
T1=0.05; % atraso de transporte - T=0.05 segundos (1.11)
T2=0.1; % atraso de transporte - T=0.1 segundos dt T
fase_T1=(-w*T1/2)*180/pi; % fase inserida pelo atraso T1 em graus denominada de forward approximation. Considerando a aproximação do tipo backward,
fase_T2=(-w*T2/2)*180/pi; % fase inserida pelo atraso T2 em graus serão substituídos em (1.9) os termos que aparecem as derivadas temporais, i.e.
fase_final_T1=fase + fase_T1; % fase final para sistema com atraso T1 u(KT ) u(KT T ) e(KT ) e(KT T )
fase_final_T2=fase + fase_T2; % fase final para sistema com atraso T2 .u(KT ) K K ..e(KT ) (1.12)
magdB=20*log10(mag); % magnitude em dB c c
T T
Pode-se então, a partir de (1.12), obter o sinal de controle u(KT ) , conforme
hold on; apresentado em (1.13).
subplot(2,1,1); % grafico de magnitude
1
semilogx(w,magdB); .Kc .1 T .e(KT ) Kc .e(KT T ) u(KT
u(KT ) (1.13)
grid on; 1
T T )
Na equação (1.13) observa-se que o sinal de controle que será aplicado ao processo no
subplot(2,1,2); % grafico de fase
semilogx(w,fase);
instante de tempo t KT segundos, representado por u(KT ) , depende do sinal de erro no
semilogx(w,fase_final_T1,'r'); mesmo instante de tempo e(KT ) , e dos sinais de erro e de controle ocorridos no instante de
semilogx(w,fase_final_T2,'g');
grid on;
tempo t KT T segundos, e( KT T ) e u( KT T ) , ou seja, dos sinais de erro e de controle
avaliados na última operação de leitura e escrita do dos conversores A/D e D/A computador. A
% Para o entendimento de cada uma das funcoes utilize o comando help do implementação da equação (1.13) em um sistema de controle baseado em computador deve ser
% Matlab
realizada mediante a utilização do algoritmo apresentado na Tabela 1.2.
Tabela 1.2. Algoritmo Para Implementação do Controlador Discret
1 T c c
zero dB deverá ser de aproximadamente 16.0 rad/s. Sendo assim, o período de % Projeto do Compensador de Avanco de Fase
amostragem escolhido para o Mp=0.1; % Mp desejado de 10%
controlador discreto será de T 2 * /30 *0dB , que é de aproximadamente 0.013 segundos. tp=0.17; % tp desejado - duas vezes mais rapido que o atual
O compensador de avanço de fase obtido é apresentado na função de transferência discreta
qsi=sqrt((log(Mp))^2/(1+pi^2));
(1.16). A resposta ao degrau do processo operando sem compensação e com o compensador de
avanço de fase é apresenta na Figura 1.12. A Figura 1.13 apresenta o diagrama de simulação % Dados do Processo
utilizado para obtenção das curvas de resposta do sistema. Na Tabela 1.3 é apresentado o num=[100];
código do arquivo utilizado para o projeto do compensador de avanço de fase. den=[1 10 0];
[Gm,Pm,Wcg,Wcp]=margin(num,den);
U( grid on;
E( zz )) z 0.89
4.45 (1.16)
z 0.72 % Dados do Projeto Controlador Continuo
Wpmax=2*Wcp; % Frequencia de maxima fase do compensador
Pmd=90-(180/pi)*atan(sqrt(-2*qsi^2+sqrt(4*qsi^4+1))/(2*qsi)); % Margem de fase desejada
3
Equivalência válida considerando nulas as condições iniciais das variáveis envolvidas e de suas derivadas
temporais de ordens sucessivas. Kc=3.0*(1/sqrt(Rzp)); % ganho do compensador de avanco
Capítulo 1 - Introdução ao Controle Digital 17 Capítulo 1 - Introdução ao Controle Digital 18
% Para o entendimento de cada uma das funcoes utilize o comando help do Matlab
e sT 1
(1.17)
1 sT
Verifique o grau de aproximação obtido para o exemplo apresentando anteriormente,
considerando os mesmos períodos de amostragem utilizados. Obtenha a resposta temporal ao
degrau e os diagramas de Bode para os dois casos. Repita o procedimento considerando as
aproximações de Padé de segunda e de terceira ordem, apresentadas respectivamente nas
equações (1.17) e (1.18).
e sT 1
1 (1.17)
1 sT sT 2
2!
e sT 1
1 1 (1.18)
1 sT sT 2 sT
3
2! 3!
Capítulo 2 - Análise de Sistemas Discretos 20
SISTEMAS DE CONTROLE - DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA PUCRS
2.1 Introdução
Sistemas dinâmicos se caracterizam por ter seu comportamento descrito por um
conjunto de equações diferenciais, estabelecendo por meio destas equações as conexões entre
as variáveis físicas que compõe os modelos destes sistemas. Se o conjunto de equações
diferenciais que descrevem a dinâmica de um dado sistema for de natureza linear e seus
coeficientes não apresentarem variação temporal, é comum a utilização da transformada de
Laplace, e o emprego da transformação de domínios (tempo – freqüência), para análise e
auxílio na solução de problemas relacionados a tais sistemas. Na representação de sistemas
dinâmicos em tempo discreto, também é conveniente o emprego de uma ferramenta análoga a
transformada de Laplace, denominada de transformada Z.
2.2 Transformada Z
Uma vez que a transformada Z é uma ferramenta que apresenta o mesma
funcionalidade para sistemas dinâmicos representados em tempo discreto que a transformada
de Laplace apresenta para sistemas dinâmicos representados em tempo contínuo, será
considerado inicialmente a representação de um sinal de tempo contínuo f(t), amostrado em
intervalos regulares de T segundos, conforme mostrado na Figura 2.1 e apresentado na equação
(2.1).
Figura 2.1: (a) Representação de um amostrador ideal, (b) função de entrada do amostrador, (c) função amostrada.
f * (t) f (KT ) (t KT )
K 0
(2.1)
Tal equação representa a seqüência de valores que a função f(t) apresenta em cada um
dos instantes de tempo em que ela é amostrada. Uma vez que a cada um dos instantes em que
f(t) é amostrada o valor da função é único, pode-se obter por inspeção a transformada de
Laplace da função amostrada, conforme o apresentado na equação (2.2).
Texto Original: Luis Fernando Alves Pereira
Alteração e adaptação por: Pablo Alberto Spiller F * (s) f (KT )e
K 0
KTs (2.2)
Capítulo 2 - Análise de Sistemas Discretos 21 Capítulo 2 - Análise de Sistemas Discretos 22
Na equação (2.2), a função que representa o intervalo de T segundos existente entre cada
a K
uma das amostras, empregada para representar a seqüência de impulsos descrita em (2.1), é a F( z ) a KT z K T
z 1 1 aT z 1 a2T (2.5)
z 2
…
função e KTs . A partir desta função é definido o operador z eTs . Empregando este operador na K 0 K 0
equação (2.1), define-se a transformada Z da seqüência descrita por (2.3), i.e., Para que a F( z ) seja convergente, é necessário que a relação aT z 1 1 seja satisfeita,
estabelecendo-se aí a região de convergência de F( z ) , ou seja a região do plano Z em que
F (z) f (KT )z
K 0
K (2.3) z aT , representada pela área sombreada da Figura 2.3.
k x converge se 1 x 1 . Em geral, sempre haverá um intervalo (-R, R) no qual a série
k
0
A transformada Z, por ser uma série de potência f (KT )z , também possui uma
K
a T z F (z) a T z F (z)
F( z ) aT z 1 aT z F( z )
z (2.7)
z aT
região de convergência. A região de convergência neste caso, é o intervalo de valores os quais A seqüência apresentada em (2.5) é denominada de seqüência unilateral direita, que se
a variável z pode assumir que resulte na convergência da transformada Z (da série). caracteriza por possuir uma região de convergência externa a um circulo de raio R , maior que
Nem sempre a região de convergência será interna ao raio de convergência R. Veja o o módulo de todos os pólos de F( z ) . No caso do exemplo apresentado, F( z ) apresenta apenas
exemplo a seguir. um
pólo em z aT e a região de convergência de F( z ) é a região exterior ao circulo de raio aT no
2.3.1 Seqüência Unilateral Direita plano Z.
Para exemplificar a forma com que é determinada a região de convergência da
transformada Z, será considerado o exemplo da seqüência f ( KT ) a KT , a . Uma vez que 2.3.2 Seqüência Unilateral Esquerda
se deseja a obtenção da transformada Z de uma seqüência, deve-se levar em conta que pode Outro tipo de seqüência possível é denominada de seqüência unilateral esquerda, cuja
haver termos desta seqüência que já existam antes do instante inicial em que a seqüência esta transformada Z será aqui exemplificada considerando a seqüência f ( KT ) a KT u( KT T ), a
sendo . Conforme (2.4), a transformada Z desta seqüência é dada por
calculada, isto é K=0. Desta forma, a definição de transformada Z apresentada em (2.3) deve 1
ser
ampliada de forma a considerar também a existência de termos para K 0 , conforme
(2.4).
F( z ) f ( KT )z K
a KT
z (2.8)
K
K K
K Escrevendo os termos da seqüência descrita em (2.8), obtém-se
F( z ) f ( KT (2.4)
F( z ) … a 3T z3 a 2T z
aT z , que é igual a expressão apresentada na equação (2.9). Pela
2
)z
K
Entretanto, se for levada em conta a existência de valores da seqüência somente para análise de (2.8) é direta a conclusão de que a região de convergência de F( z ) é determinada
termos com K 0 , a seqüência deverá ser representada na forma f ( KT ) a KT u( KT ), a , considerando que aT z 1 , ou seja z aT , caracterizando a região interior a um circulo de
e
(2.4) poderá ser rescrita conforme (2.3), ou seja
raio aT no plano Z, conforme a região sombreada apresentada na Figura 2.4.
Capítulo 2 - Análise de Sistemas Discretos 23 Capítulo 2 - Análise de Sistemas Discretos 24
1
z 1
u(KT ) 1
KT z 3 (2.12)
Z
3 z
3
1 z 1
u(KT T ) 1 z 2 (2.13)
KT
Z
2 z
2
De (2.12) e (2.13), é fácil de observar que existe uma intersecção entre as regiões de
convergência das transformadas Z das duas seqüências, apresentada na região sombreada da
Figura 2.5, concluindo-se então que a transformada Z da seqüência bilateral f ( KT ) existe, e
Figura 2.4: Região de convergência de F( z ) - seqüência unilateral esquerda. neste caso é dada pela equação (2.14).
F( z ) aT z 1 1 1 F( z )
1
z
z aT (2.10) 1 z
F( z ) (2.14)
6 1 1
1a z T 1
z aT z
z 2
3
Observe que as transformadas Z obtidas em (2.7) e (2.10) são iguais, não sendo possível
definir a qual das seqüências cada uma delas está relacionada.
Somente através da informação da região de convergência de cada uma delas é que se torna possível a 2.4 Sinais
determinação da seqüência discreta associada a F( z ) .
A fim de ilustrar a forma de obtenção de funções representadas no domínio Z pelas suas
2.3.3 Sequencia Bilateral transformadas equivalentes, serão consideradas algumas funções conhecidas e normalmente
empregadas que são as funções degrau unitário, rampa unitária, a função exponencial f (t) e at
Para finalizar a apresentação dos conceitos associados a região de convergência das
transformadas Z, será considerado um exemplo da determinação da transformada Z de uma e a função senoidal.
seqüência bilateral, dada pela expressão
1 KT 1 KT . Com base nos 2.4.1 Função Degrau:
f ( KT ) u( KT ) u( KT T )
3 2 Empregando a definição de transformada Z apresentada em (2.4), de forma a reproduzir
exemplos das duas sequências apresentadas anteriormente conclui-se que a seqüência numérica que reproduz um sinal do tipo degrau unitário obtém-se
1 KT
1 KT F (z) 1 z 1 z 2 z 3 (2.15)
L
f ( KT ) u( KT ) u( KT T ) (2.11)
1– 3 –2––3 1–
2 –– Ao realizar a operação zF (z) F (z) , a função F(z) também pode ser representada pela
seqüência unilateral direita
2–––3 seguinte função racional
seqüência unilateral esquerda
D etermina-
se então, de forma independente, as transformadas Z de cada um dos termos de (2.11) com z
F (z ) (2.16)
suas respectivas regiões de convergência, conforme apresentado nas equações (2.12) e (2.13). z 1
Considere T=1.
Capítulo 2 - Análise de Sistemas Discretos 25 Capítulo 2 - Análise de Sistemas Discretos 26
2.4.2 Função Rampa A Tabela 2.1, apresentada a seguir, estabelece a relação entre as funções de tempo
Da mesma forma, empregando o procedimento utilizado para a obtenção da contínuo e discreto e as respectivas transformadas de Laplace e transformadas Z de cada uma
transformada Z da função degrau unitário, será representada a seqüência que descreve a rampa delas.
unitária f (KT ) KT , que é
Tabela 2.1: Representação de algumas funções em tempo contínuo e discreto e suas respectivas transformadas.
F (z) Tz 1 2Tz 2 3Tz 3
L (2.17)
f(t) F(s) f(KT) F(z)
Ao realizar a operação zF (z) F (z) , a função (2.17) pode ser representada na forma da função 1. (t) 1 ( KT ) 1
racional
2. ( t KT ) ( t KT )
1 2 3
z
(2.18)
e sKT
1
z K
z
zF (z) F (z) T 1 z z z L F (z) T 3. u( t ) u( KT )
z s z 1
1
2
4. 1 z
t KT T
s2
z 12
2.4.3 Função Exponencial 5. 1 z
e at sa e aKT z e aT
Na função exponencial f (KT ) eaKT , conforme realizado para os dois casos anteriores,
z sen( T )
utiliza-se a definição de transformada Z apresentada em (2.4), ou seja 6. sen( t ) sen( KT )
s2 z 2 2z cos( T ) 1
2
aT 1 a2T 2 a3T 3
F (z) 1 e z e z e z (2.19)
s zz cos( T )
L 7. cos( t ) cos( KT )
s2 z 2 2z cos( T ) e 2aT
Neste caso, realiza-se um procedimento semelhante aos realizados anteriormente, i.e. 2
z
F (z)
z
1 e aT
z
1
e
a2T
z
2
e
a3T
z
3
8.
ze aT sen( T )
e at
sen( t ) e aKT sen( KT )
e aT L (2.20) ( s a )2 2 z 2ze aT cos( T ) e 2aT
2
e
aT
9.
sa z 2 ze aT cos( T )
e at cos(t ) e aKT cos(KT )
Subtraindo (2.20) de F (z) obtém-se a expressão ( s a )2 2 z 2 2ze aT cos( T ) e 2aT
z z z
F (z) F (z) F (z) (2.21)
aT aT
e e z e aT
x
; cos( T) e 1 (2.23)
jT jT e 1 x 1
2j
2
k
k 0 2.5.1 Linearidade:
Substituindo as relações apresentadas em (2.23) em (2.22) e aplicando a transformada Z
tem-se: Uma função f ( x ) é dita linear se f (x1 x2 ) f ( x1 ) f ( ) . Este resultado aplicado
a definição de transformada Z resulta em: x2
1 1
e jKT e jKT z K jKT jKT (2.24)
F (z) e e
K
1 2
2 K
k 0 F (z) F (z) (2.27)
1 z
z
1 j T
z e e j T
F (z)
2 j e jT z e jT 2 j z e jT e jT 1
2
(2.25) 2.5.2 Estacionariedade
z z
z sen(T ) Um sistema será dito estacionário, ou invariante no tempo, se quando aplicado ao
F (z) z2 2z cos(T ) 1 sistema um sinal de entrada deslocado no tempo implicar em um sinal de saída, com as
(2.26)
mesmas características do sinal de saída para uma entrada não deslocada no tempo, deslocado
no tempo. Para exemplificar este conceito considera-se um sistema em repouso, sujeito a
um sinal de
Capítulo 2 - Análise de Sistemas Discretos 27 Capítulo 2 - Análise de Sistemas Discretos 28
entrada
u( T ) que responde com um sinal de saída y( T ) . Admitindo o mesmo sistema em
repouso, se for aplicado a este sistema o mesmo sinal de entrada deslocado no tempo u( T KT ) , 2.7 Transformada Z Inversa
o sinal de saída resultante deverá ser idêntico ao sinal y( T ) , porém com o mesmo deslocamento A obtenção de funções em tempo discreto a partir das mesmas funções representadas no
no tempo considerado para o sinal de entrada, isto é y( T KT ) . domínio Z pode ser realizada empregando dois métodos distintos, apresentados a seguir.
Empregar em (2.29) a definição apresentada em (2.3) é o passo inicial para a obtenção A( z 0.7 ) B( z 0.5 ) 0.5 A 2.5 e B (2.36)
da transformada Z da operação de convolução no tempo, ou seja 2.5
Desta forma, F(z) poderá ser rescrita convenientemente como
Y( z )
JT )
y( KT )z
K
z u( JT )g( KT
K
F( z ) 2.5
z
2.5
z
f K( KT ) 2.5( 0.5 )K 2.5( 0.7 (2.37)
(2.30)
)
z 0.5 z 0.7
K 0 K 0 J 0
que é a função em tempo discreto que representa a transformada Z inversa de F(z).
A equação (2.30) pode ser convenientemente rescrita, alterando a ordem da somatória
Ainda, se for de interesse representar a função amostrada f * ( t ) pode-se, a partir de (2.37),
em K em J e adicionalmente considerando L K J , resultando em (2.31)
determinar esta função:
u( JT ) g( LT ) z
Y( z )
LJ )
(
(2.31) *
K K
J 0 L0 f ( t ) f ( KT ) ( t KT ) 2.5( 2.5( 0.7 ( t KT (2.38)
) )
0.5 )
que ainda pode ser representada na forma K 0 K 0
Y( z ) u( JT ) z
em
As quatro primeiras amostras deste sinal serão obtidas fazendo K=0,1,2, e 3, resultando
J
g( LT ) z
U( z )G( z (2.32)
L
)
s)
0
2.7.2 Método da Divisão Longa 3. A resposta de um sistema pode ser expressa por:
O segundo método empregado, denominado de método da divisão longa,
diferentemente do método das frações parciais, não resulta em uma forma fechada para o sinal z 1 10.T
Y (z) e .
de tempo discreto conforme a apresentada em (2.37). No entanto, empregando o método da
z 1 z e10.T
divisão longa chega-se diretamente a função amostrada f * ( t ) .
Utilizando o método da divisão longa:
a) Obtenha a resposta y(t) amostrada com T=0.1;
0.5z 0.5z z 2 1.2z 0.35 b) Obtenha a resposta y(t) amostrada com T=0.05;
F( z ) 1 1
Da forma com que foi apresentada a função F(z) em (2.40), pode-se representá-la
y* (t) 0 (t) 0.63 (t T ) 0.86 (t 2T ) 0.94 (t 3T ) 0.967 (t 4T ) 0.979 (t 5T ) ...
novamente relacionando-a com a parte inteira e com o resto da divisão, i.e.
Y (z)
z
, para K=0 a 4. Obtenha utilizando uma forma fechada de
z 2 3z
2
representação de y(KT) em função de K.
Resposta: y(0)=0; y(1)=1; y(2)=3; y(3)=7; y(4)=15;
2. Um sistema apresenta uma resposta y(KT)=KT para K 0 . Obter Y(z) para esta
resposta.
T.z
Resposta: Y (z)
z 2
1
Capítulo 3 - Sistemas Discretos Equivalentes 32
SISTEMAS DE CONTROLE - DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA PUCRS
3.1 Introdução
A inserção de sistemas baseados em computador, sejam eles baseados em computadores
de grande porte, computadores pessoais, controladores lógicos programáveis ou hardwares
customizados que empregam microprocessadores ou microcontroladores para execução de
tarefas específicas, vem ganhando grande espaço em aplicações de engenharia. São diversos os
motivos para a utilização de dispositivos eletrônicos digitais em aplicações que outrora eram
realizadas por dispositivos eletrônicos analógicos. Um destes motivos é a flexibilidade dos
dispositivos eletrônicos digitais, o alto desempenho dos microprocessadores e de famílias de
processadores dedicados para tratamento de sinais, que veio associado principalmente aos
baixos custos apresentados na atualidade por estes dispositivos. Frente a esta realidade
tecnológica, a adequação de projetos baseados em circuitos analógicos aos seus equivalentes
digitais é, além de plenamente justificável, necessária. Desta forma, será apresentado neste
capítulo, formas para realizar a equivalência entre os equacionamentos de sistemas dinâmicos
nos domínios contínuo e discreto.
Com base na Figura 3.1, pode-se dizer que uma aproximação possível para a obtenção da
área definida abaixo da curva da função f ( t ) , até o instante de tempo t KT , é a seguinte:
y( KT ) y( KT T ) Tf ( KT )
(3.1)
Aplicando a transformada Z em ambos os lados de (3.1), chega-se a seguinte
relação
K K
y(KT ) y(KT T ) T
1 0
K
0
f (KT )
y(KT )
T T
y(KT T ) f (KT T ) f (KT )
K 0 K 1
2 K 0 2 K 0
T T
Y (z) z 1.Y (z) .z 1.F (z) .F (z)
2 2
T
z.Y (z) Y (z) 1 z.F (z)
2
T
(z 1).Y (z) 1 z.F
(z) 2
T z 1
Y( z ) F( z ) (3.12)
2 z 1
que expressa a relação entre as transformadas Z das funções F(z) e de sua integral Y(z),
obtida através da aproximação do tipo trapezoidal. A título de informação vale dizer que este
tipo de aproximação também é referenciado como transformação Bilinear ou também como
Figura 3.4: Aproximações com três diferentes períodos de amostragem – algoritmo do tipo forward.
método de Tustin. Conforme realizado para as duas aproximações anteriormente apresentadas,
tal função também pode ser expressa no domínio de tempo contínuo com sua respectiva
transformação para o domínio freqüência (empregando a transformada de Laplace), conforme
3.2.3 Trapezoidal Approximation (Método de Tustin) (3.3). Comparando-se as expressões (3.12) e (3.3), estabelece-se a relação entre as variáveis
“z” e “s”, considerando a aproximação do tipo trapezoidal, apresentada em (3.13).
A terceira aproximação apresentada é denominada de trapezoidal approximation, pois a
composição da área definida abaixo da função f ( t ) será realizada através da soma de sucessivos 2 z 1
s T z 1 (3.13)
trapézios, conforme ilustrado na figura 3.5.
Para verificar a validade da aproximação descrita em (3.13), será utilizado como
exemplo o mesmo sistema dinâmico empregado para validação das aproximações
anteriormente apresentadas. O mesmo procedimento de substituição da variável “s” por sua
aproximação equivalente descrita em função de“z”, neste caso a apresentada em (3.13), deve
ser realizado, resultando em (3.14).
G( z )
100T 2 z 2 2z 1
z 2
4 20T 100T 2
z200T 2
8 4 20T 100T
(3.14)
2
Na Figura 3.6 é apresentado o comportamento das curvas de resposta ao degrau das
variáveis y( t ) y( KT ) obtida através da aproximação do tipo trapezoidal considerando três
e
diferentes períodos de amostragem, T1 2 1000 , T 2 2 200 e T 3 2 100 .
Figura 3.5: Integração com aproximação do tipo trapezoidal
De acordo com a Figura 3.5, pode-se dizer que uma aproximação possível para a
obtenção da área definida abaixo da curva da função f ( t ) , até o instante de tempo t KT , é a
seguinte:
T
y(KT ) y(KT T ) f (KT T ) f
(3.11)
(KT )
12 ––––
2––––3
Área do Trapézio
Figura 3.7: Mapeamento do semiplano esquerdo do plano “s” no plano “z” – forward.
O mesmo tipo de análise pode ser feito para avaliar o mapeamento entre os planos “s”
e “z” decorrente da aproximação do tipo backward. Neste caso, utilizando a relação
apresentada em (3.4), obtem-se
z 1
s z 1
Tz (3.16)
1 Figura 4.9: Mapeamento do semiplano esquerdo do plano “s” no plano “z” – trapezoidal.
Ts
De forma a facilitar a visualização da superfície correspondente ao semiplano esquerdo
do plano “s” no plano “z”, utilizando a aproximação do tipo backward, de acordo com [3] a
relação apresentada em (3.16) será convenientemente rescrita na forma 3.3 Estabilidade de Sistemas Discretos
1 1 1 1 1 1 Ts
z (3.17) Sabemos da teoria de controle que um sistema com realimentação e contínuo é estável
2 1 Ts 2 2 2 1 Ts se todos os pólos da função de transferência da malha fechada estiverem no semiplano ‘s’ da
1 esquerda. Uma vez que z esT e( j)T , pode-se escrever esta relação como:
Os pontos do plano “s” com parte real nula mapeiam um circulo de raio com centro
2 z e T
1
em no plano “z”. Pontos pertencentes ao plano com parte real negativa serão mapeados
2 e
internamente a este círculo, conforme apresentado na Figura 3.8.
z T
Capítulo 3 - Sistemas Discretos Equivalentes 39 Capítulo 3 - Sistemas Discretos Equivalentes 40
Para localizar pontos no semiplano esquerdo, 0 , fazendo com que z varie entre 0 e Portanto, a função de transferência resultante através da equivalência pelo mapeamento
1, com ângulo variável. O eixo imaginário do plano ‘s’, 0 , compreende um círculo de raio de zeros e pólos, incluindo o ajuste de ganho apresentado em (3.22), é apresentada em (3.23).
unitário no plano ‘z’, enquanto que todo o semiplano esquerdo, compreende seu interior. A Figura 3.11 apresenta a resposta a uma entrada do tipo degrau para a função real e para a
função aproximada considerando o intervalo de amostragem T 10 .
1 1 e 2T z e 1T
G( z ) (3.23)
2 1 e 1T z e 2T
seguindo a forma de mapeamento descrita anteriormente, pela seguinte função de transferência Portanto, o denominador da função de transferência equivalente no plano “z”,
no domínio “z”. considerando o mapeamento efetuado por (3.24), é dado por
z e 1T
G( z ) 2T (3.20)
z e cos8.66T jsen8.66T z e cos8.66T jsen8.66T
5T 5T
(3.25)
ze ou ainda
Da forma com que (3.20) está representada, existe a equivalência realizada pelo
mapeamento de zeros e pólos, porém a situação de ganho da função de transferência (3.19) que z 2e cos8.66T z e
2 5T
cos8.66T sen8.66T
10T 2 2
(3.26)
ocorre quando s 0 deverá também ser satisfeita para (3.20) quando z 1 , valor assumido pela Considerando que existem dois zeros localizados no infinito do plano “s”, mapeados em
variável “z” quando s 0 . Portanto z 1 no plano “z”, resulta na seguinte função de transferência discreta equivalente:
K z 1
2
s 1 G(z) z1T e G( z )
cos8.66T
(3.27)
G(s) (3.21) z 2 2e 5T cos8.66T z e 10T
2
sen8.66T
1 s s 0 2
2
z
2 ze 2T 1
Com base na Figura 3.14, e sabendo que o bloco ZOH ( s ) é representado pela função de
transferência
sT
ZOH ( s ) 1 e (3.29)
Figura 3.12 – Resposta ao degrau do sistema (3.5) e de seu equivalente discreto por mapeamento de pólos e zeros s
(3.27). YZOH ( s )
obtém-se a relação E( s )
, apresentada em (3.30).
Exemplo 3.1:
Neste exemplo será obtido o equivalente discreto da função de transferência
Ka
G( s ) (3.32)
s( s a
)
empregando retenção de ordem zero, admitindo como período de amostragem T . De
acordo com (3.31) tem-se:
Ka
G
( z ) 1 z 1 Z
(3.33)
ZOH 2
Figura 3.13 – Saída do sistema contínuo e discreto com
retenção de ordem zero – ZOH.
s s a
Capítulo 3 - Sistemas Discretos Equivalentes 43 Capítulo 3 - Sistemas Discretos Equivalentes 44
K
Tz
1 1 e
aT
z
z 1
2
a z 1 z e aT
>> Gzoh=c2d(G,1,'zoh');
>> rltool(Gzoh)
b)
No Matlab:
y* (t) 0.3678. (t T ) 0.7675. (t 2T ) 0.9145. (t 3T ) 0.9685. (t 4T ) 0.9884 (t 5T )
>> G=tf(10,[1 10 0]); ...
>> Gdt=c2d(G,1,'tustin');
No Matlab:
>> rltool(Gdt) >> G=tf(1,[1 1 0]);
>> Gzoh=c2d(G,1,'zoh')
3. Considere o sistema de controle abaixo. A função G(z) foi obtida com amostragem T-
=1. Determine a resposta y(KT) quando aplicado na entrada um degrau unitário: R(z) z
z 1.
No Matlab:
3.7 Bibliografia
[1] K. J. Aströn and B. Wittenmark, Computer Controlled System – Theory and Design, Prentice Hall, New
Jersey, 1984.
[2] S. Haykin and B. V. Veen, Sinais e Sistemas, Artmed Editora Ltda, 1999.
[3] G. F. Franklin, J. D. Powell and M. Workman, Digital Control of Dynamic Systems, Addison Wesley,
Third Edition, 1997.
[4] G. F. Franklin, J. D. Powell and A. E. Naeini, Feedback Control of Dynamic Systems, Addison Wesley,
1991.
[5] N. S. Nise, Engenharia de Sistemas de Controle, LTC – Livros Técnicos e Científicos, Terceira Edição.
[6] B. C. Kuo, Automatic Control Systems, Prentice Hall, Seventh Edition.
Capítulo 4 - Projeto de Controladores Discretos 48
SISTEMAS DE CONTROLE - DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA PUCRS
4.1 Introdução
Projetos de controladores baseados em dispositivos microprocessados são cada vez
mais comuns. A opção pela utilização destes dispositivos se dá, principalmente, pela sua
funcionalidade que possibilita a realização de diferentes tarefas. Em aplicações simples com
um microcontrolador pode-se, por exemplo, receber dados externos de sensores, apresentar
estes dados em um display, monitorar valores máximos e mínimos de variáveis, acionar
alarmes para o usuário e ainda controlar um ou mais processos. Em aplicações mais complexas
pode-se utilizar Controladores Lógicos Programáveis – CLP’s ou, até mesmo, os Sistemas de
Digitais de Controle Distribuídos – SDCD’s. Independente do caso, a quantidade de tarefas a
serem realizadas em um processo cujo controle é baseado em dispositivos microprocessados
pode ser aumentada se houver tempo para que todas as tarefas sejam executadas
satisfatoriamente. No caso específico das malhas de controle, este tempo influencia na
determinação dos períodos de amostragem empregados para o projeto dos controladores de
cada uma das malhas. Neste capítulo será apresentado uma metodologia de projeto de
compensadores. Como exemplo, é apresentado um compensador de atraso de fase baseado em
métodos de resposta em freqüência, juntamente com os procedimentos para obtenção do
controlador discreto equivalente.
4.2 Projeto do Compensador Discreto
Figura 4.1: Exemplo de um servo posicionador utilizado para o projeto de compensadores discretos.
Tabela 4.1: Linhas de código em Matlab para obtenção do equivalente discreto de Gp(s).
Para o caso do exemplo apresentado na figura 4.1, foi admitido o ganho K do estágio
pré-amplificador como unitário, resultando na função de transferência equivalente discreta
apresentada em (4.2). Figura 4.2: Diagrama de Bode do processo e de seu equivalente com ZOH.
Será que um simples ajuste de ganho não resolveria? Podemos analisar a característica da resposta
temporal diretamente pelas características da resposta em frequencia do processo.
Para isso, as curvas de resposta em frequência da função de transferência contínua,
equivalente a (4.2), devem ser obtidas. Para esta tarefa será empregado método de Tustin, que
emprega a relação de equivalência entre as variáveis “z” e “s” dada em (4.3).
1 Ts
z s (4.3)
1 Ts
2
A função de transferência contínua equivalente é apresentada em (4.4). A Figura 4.2
apresenta as curvas de resposta em freqüência do sistema contínuo e do sistema contínuo
equivalente considerando o efeito do elemento de amostragem e retenção.
G (s)
G 0.000015 (s - 1220) (s - 40) (s
42.95)
G (s) (4.4)
eq ZOH P
s (s 28.65) (s 39.46)
De forma análoga a realizada para a obtenção da função de transferência discreta
apresentada em (4.2), a função de transferência contínua que leva em conta o efeito dinâmico
do ZOH é obtida pela linha comando do software Matlab apresentada na Tabela 4.2. Figura 4.3: Diagrama de Bode do processo equivalente com ajuste de ganho
Tabela 4.2: Linha de código em Matlab para obtenção do equivalente contínuo. Desta forma, pode-se atender somente o requisito de sobressinal. Assim, sugere-se um
compensador para atender a constante de erro Kv. A seguir, é apresentado o projeto de um
>> Geq = d2c( Gd , ‘tustin’ ) % função de transferência contínua equivalente compensador de atraso de fase,
sz
C(s) K . , onde p z
C
s p
cuja principal característica é de atender os requisitos de erro em regime permanente
baseado em métodos de resposta em frequência.
Capítulo 4 - Projeto de Controladores Discretos 51 Capítulo 4 - Projeto de Controladores Discretos 52
5.13o
(4.5) Uma vez que a proposta é a obtenção do controlador de atraso de fase discreto, pode-se
Utilizando a ajuda do Matlab, obtém-se a freqüência em que (4.5) é satisfeita: empregar novamente o método de Tustin para obtenção da função de transferência equivalente
aproximadamente 7.18 rad/s. A Figura 4.4 mostra o Diagrama de Bode do processo com um discreta de (4.10), ou seja, considerando
ganho K ajustado para 263. 2 z 1
s T z 1 (4.11)
obtém-se
z 0.9646
G ( z ) 267.5 (4.12)
c 123
1z –K02.9–9834
Atraso
Figura 4.4: Diagrama de Bode do processo equivalente com ajuste de ganho K=263.
Figura 4.5: Diagrama de blocos do sistema de controle simulado.
Este valor de frequência pode ser extraído diretamente do diagrama de Bode da Figura
4.2, ou numericamente através da equação de fase de (4.4). Nesta frequência, a magnitude do
sistema equivalente, também observada no diagrama de Bode ou calculada analiticamente pela
equação de magnitude de (4.4) é de aproximadamente -48.4 dB. Desta forma, o ganho a ser
inserido para tornar 0dB 7.18 rad / s deverá ser de
48.4
K 10 20 263 (4.6)
Também pelo diagrama de Bode pode-se extrair o valor do Kv do sistema após a
inclusão do ganho K , calculado em (4.6), que é aproximadamente
Kv 7.0 (4.7)
De posse destas informações já se pode definir o valor de todos os elementos do
compensador de atraso de fase. O zero do compensador será localizado uma década abaixo da
frequência de zero dB, ou seja:
0dB
z 0.718 rad /
(4.8)
s
10
O pólo do compensador, será localizado de tal forma que em baixas freqüências o ganho
do sistema seja aumentado, satisfazendo o Kv desejado, ou seja
Figura 4.6: Diagrama de Bode do sistema incluindo a dinâmica do ZOH em conjunto com o compensador de atraso de
Kv atual 7.0 fase.
p K z 0.718 rad / s 0.0314 rad / (4.9)
v desejado
s Na Figura 4.7 é apresentada a resposta ao degrau do sistema de controle em malha-
160 fechada considerando o compensador (4.12), projetado incluindo a dinâmica do ZOH na malha
de controle.
Capítulo 4 - Projeto de Controladores Discretos 53
SISTEMAS DE CONTROLE - DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA PUCRS
Fig. 4.7: Respostas ao degrau do sistema com compensador, considerando a dinâmica do ZOH.
4.3 Bibliografia
[1] N. S. Nise, Engenharia de Sistemas de Controle, LTC – Livros Técnicos e Científicos, Terceira Edição.
[2] B. C. Kuo, Automatic Control Systems, Prentice Hall, Seventh Edition.
[3] R. C. Dorf, Sistemas de Controle Modernos, LTC – Livros Técnicos e Científicos, Oitava Edição.
5 Análise de Sistemas Discretos em Malha-Fechada
Na representação (b), não existe o elemento amostrador entre os blocos G1 (s) e G2 (s) .
5.1 Introdução Pode-se então simplificá-la como um único bloco G G (s) .
2 1
Até este capítulo, pode-se ter uma dimensão de sistemas de controle discreto desde a Na representação (c), havendo o elemento amostrador entre os blocos G1 (s) e G
2 (s) , não
transformada ‘z’ até o projeto de um sistema de controle. Basicamente, fez-se aqui uma
apresentação da metodologia de projeto de um sistema de controle quando implementado num se pode simplificá-la como um único bloco. As transformadas de cada bloco deve ser realizadas,
sistema digital, tal como um microcontrolador, computador, controlador programável, etc. A produzindo G2 (z).G1 (z) .
partir deste capítulo, serão apresentados os conceitos relacionados com a parte conceitual,
matemática e ferramental da prática de projetos de controladores discretos, sempre fazendo um Na representação (d), o sinal contínuo que entra no amostrador é RG1 (s) .
paralelo entre os conceitos já conhecidos de sistemas contínuos, como LGR, análise de
estabilidade, erro em regime permanente, realimentação de estados, etc. 5.2.1 Exemplo 1
Determine a transformada z do sistema de controle abaixo.
s z
(a)
(c)
(d)
Capítulo 5 - Análise de Sistemas Discretos em Malha-Fechada 57 Capítulo 5 - Análise de Sistemas Discretos em Malha-Fechada 58
Note que cada linha é repetida em ordem inversa e os elementos são definidos da
5.3 Estabilidade de Sistemas Discretos seguinte forma:
Como já abordado anteriormente, sabemos da teoria de controle que um sistema com a0
b ank b bn1k c cn2k
realimentação e contínuo é estável se todos os pólos da função de transferência da malha , c 0 , d 0 , ...
fechada estiverem no semiplano ‘s’ da esquerda. Uma vez que z esT
k k
cn2 ck
e( j , pode-se
n k n1 k
k
a a b b
)T
escrever esta relação como: A condição necessária para que o polinômio Q(z) possua raízes no interior do círculo
z e T e z T unitário é:
Q(1) 0
Para localizar pontos no semiplano esquerdo, 0 , fazendo com que z varie entre 0 e (1) n Q(1) 0
1, com ângulo variável. O eixo imaginário do plano ‘s’, 0 , compreende um círculo de raio
unitário no plano ‘z’, enquanto que todo o semiplano esquerdo, compreende seu interior. a0 an
b0 bn1
c0 cn2
d0 dn3
⁝
m0 m2
5.3.2 Exemplo 2
Figura 5.1: Mapeamento da região de estabilidade do plano “s” no plano “z”.
Suponha que a equação característica do sistema em malha fechada de um sistema
Portanto, um sistema amostrado é estável se todos os pólos da função de transferência de malha fechada amostrado é:
estiverem localizados no interior do círculo unitário do plano ‘z’.
Q(z) z 3 1.8z 2 1.05z 0.2
Existem métodos tabulares que permitem determinar a estabilidade de sistemas
discretos, tal como o Método de Routh-Hurwitz utilizado para sistemas contínuos. Um deles é 0 Verifique a estabilidade do
o método de Jury. sistema. Solução:
Primeiras condições do teste:
5.3.1 Método de Estabilidade de Jury
Q(1) 0 Q(1) 1 1.8 1.05 0.2 0.05 0
Um critério de estabilidade semelhante ao teste de Routh-Hurwitz de sistemas
contínuos é o método de Jury[1]. Ele também é baseado na equação característica do sistema (1) n Q(1) (1) n Q(1) [1 1.8 1.05 0.2] 4.05 0
de controle. Dada a equação característica Q(z) abaixo: 0, a0 0.2 an 1
a0 an
Q(z) a z n a z n ... a z n a z n an 0 (5.1)
0, n n n n A tabela é então montada:
A análise é dada segundo a tabela a seguir: z0 z1 z2 z3
...
z 0
z 1
z 2 ...
z z n1
z n -0.2 1.05 -1.8 1
... 1 -1.8 1.05 -0.2
a0 a1 a2 ... nk an1 an
an k
an an1 an2 ... b0 b1 b2
... a1 a0
ak
b0 b1 1
b2 ...
bnk ... bn1 b0 0.2 0.96 , b1 0.2 1.59 , b2 0.2 1.05 0.69
1.8
bn1 bn2 ... bk 1
...
b0 1 0.2 1 1.05 1 1.8
bn3
c0 c1 ... cnk ...
Uma vez que a condição:
c2
cn2 cn3 cn4 ...
ck 2 ...
b0 0.96 0.69 também é satisfeita, o sistema é estável.
b2
⁝ ⁝ ⁝ ⁝ ⁝
l0 l1 l2 l3
l3 l2 l1 l0
m0 m1 m2
Capítulo 5 - Análise de Sistemas Discretos em Malha-Fechada 59 Capítulo 5 - Análise de Sistemas Discretos em Malha-Fechada 60
5.3.3 Exemplo 3
Suponha que o sistema de controle tenha o seguinte diagrama de 5.4 Erro em regime permanente
blocos.
Outro requisito comum em sistemas de controle está relacionado com a diferença
resultante entre as variáveis de referência e de saída do sistema após a etapa transitória,
conhecida como erro de regime permanente do sistema.
Em sistemas contínuos, para avaliação do sinal de erro em regime permanente de um
sistema de controle operando em malha-fechada, considera-se inicialmente o caso em que a
realimentação é unitária apresentado na Figura 5.2.
Q(z) 1 G(z) z 10T 11 9e
2 T
z 10 9e T
10TeT controlador.
R(s) C(s) E(s)
Primeiras condições do teste:
Q(1) 1 10T 11 9eT 10 9eT 10TeT E(s).G(s) C(s)
R(s) E(s).G(s) E(s)
0
Q(1) 0
18 10T e T 22 10T T 1.42
0 E(s) R(s) (5.2)
1 G(s)
(1) n Q(1)
(1) Q(1) 1 10T 11 9e
n
T
10 9e T
10Te T
Uma vez que se pretende analisar o comportamento em regime permanente da variável
0, 0 10T 1 e T 0 T 0 de erro, toda esta análise é realizada empregando-se o teorema do valor final. Aplicando-se o
teorema do valor final a variável de erro do sistema, conclui-se que
a 10 9eT 10TeT a e() lim e(t) lim (5.3)
1 s.E(s)
a0 an 0 n
t s0
10 eT (9 10T ) T 0.21 Para sistemas discretos, utiliza-se a mesma análise. Considere um sistema discreto com
um controlador e um processo, como mostrado abaixo.
0 A tabela não é necessária por ser de segunda
ordem. Assim: T<0.21 para ser estável.
Figura 5.3: Sistema de controle amostrado.
Capítulo 5 - Análise de Sistemas Discretos em Malha-Fechada 61 Capítulo 5 - Análise de Sistemas Discretos em Malha-Fechada 62
Uma vez que z esT , o teorema do valor final para sistemas discretos é definido como:
5.5 Exercícios
Se E(z) converge para
z 1 e todos os pólos de (z 1)F (z) estão dentro do círculo
unitário do plano z, então;
5.5.1 Simplificação de blocos:
e() lim(z 1)E(z) 1. Simplifique os diagramas de controle amostrados e encontre a função que relaciona a
z1 entrada com a saída.
e() lim(z 1) R(z) (5.4)
z1 1 D(z).G(z)
e()
1
(5.5)
1 C(s) G (z).G (z)
D(1).G(1)
Note que se DG tem um pólo em z=1, então o erro tende a zero. Resposta: 1 2
R(s) 1 G2 H (z) G1 (z).G2 (z)
5.4.2 Erro a rampa
z z 1
Para entrada rampa: R(z) T , logo e() lim(z 1)T
(z 1)2 z1 (z 1) 2 1
D(z).G(z)
e() lim T.z (5.6)
z1 (z 1).(1 D(z).G(z))
Note que se DG não tiver pólo em Z=1, o erro tenderá ao infinito. Com um pólo em Z=1, o erro tenderá a
um valor constante.
T
G(z) 10
z1 z1
1
s e T
1 1
Para uma entrada degrau: e() 0
Resposta: 0 K 11.1
1 G(1) 1
Para uma entrada em rampa: e() lim T.z
z1 (z 1).(1 D(z).G(z))
e( ) lim
z1
T.z
(z T z1 0.1
1).1 10 1
z1 s e
T
Capítulo 5 - Análise de Sistemas Discretos em Malha-Fechada 63
SISTEMAS DE CONTROLE - DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA PUCRS
Sistema 3.1
Sistema 3.3
Sistema 3.4
Resposta:
Sistema 3.1 Sistema 3.2 Sistema 3.3 Sistema 3.4
(a) 0.66 0 0.33 0
(b) 0.1 0.1
(c)
5.6 Bibliografia
[1] E.I.Jury, Theory and Application of the z-Transform Method, Huntington, NY: R.E. Krieger Publishing
Co. , 1973.
[2] N. S. Nise, Engenharia de Sistemas de Controle, LTC – Livros Técnicos e Científicos, Terceira Edição.
[3] B. C. Kuo, Automatic Control Systems, Prentice Hall, Seventh Edition.
[4] R. C. Dorf, Sistemas de Controle Modernos, LTC – Livros Técnicos e Científicos, Oitava Edição.
Texto Original: Pablo Alberto Spiller
Capítulo 6 - Lugar Geométrico das Raízes com Controle Digital 65 Capítulo 6 - Lugar Geométrico das Raízes com Controle Digital 66
6.2.1 Exemplo 1:
6.1 Introdução 1
Considere o sistema da Figura 6.1 com D(z)=1 e G(s)
O método do Lugar Geométrico das Raízes (LGR) para sistemas digitais é idêntico s2
LGR de sistemas contínuos. Aqui faremos algumas observações de forma resumida,
apresentando exemplos de sistemas discretos e suas particularidades. Obtém-se então o equivalente discreto pelo zoh.
T 2 K (z 1)
K .G(z)
6.2 O LGR 2 (z 1)2
C(z) K.G(z).D(z)
R(z) 1- Defina os pólos e os zeros da malha aberta.
1
2- Trace a localização possível dos pólos no eixo real. (regra 2)
K.G(z).D(z)
A equação característica é 1 K.G(z).D(z) 0 ,
3- Calcule os pontos de entrada e/ou saída: (regra 4)
Que é análoga à equação característica para análise de KD(s)G(s), no plano s. Em d (z 1)2 (z 1).(2z 2)
consequência se pode traçar o lugar das raízes da equação característica do sistema amostrado 0
em função da variação de K. G(z) den2
dz
z 2 2z 3 0 , assim z 1 z2 3 . Como os pontos pertencem a região de
1
e
localização de pólos, são pontos de entrada e/ou saída. No caso, z1 saída e
z2 3 entrada. 1
4- Nesse caso, não é necessário calcular o ângulo da única assintótica pois será sobre
o eixo real tendendo a .
1 O lugar das raízes inicia nos pólos e prossegue em direção aos zeros. Um
pólo
para cada zero finito ou no infinito.
2 O lugar das raízes existe nos trechos do eixo real à esquerda de um número
ímpar de pólos ou zeros. (singularidades)
3 O lugar das raízes é simétrico em relação ao eixo real.
4 O lugar das raízes pode deixar o eixo real e reentrar no eixo real. Os pontos
de entrada e/ou de saída são determinados a partir da equação:
d D(z).G(z)
dz 0
5 O número de retas assintóticas é equivalente a diferença entre o número de
pólos ( np ) e número de zeros ( nz ) de D(z).G(z) .
6.2.2 Exemplo 2:
6.2.3 Exemplo 3:
Considere o sistema da Figura 6.1 com D(z)=1 e G(s) 1 s1 1
e T=1. Considere o sistema da Figura 6.1 com D(s) e G(s) e T=1.
s
2
s
2s 1
s
Obtém-se então o equivalente discreto pelo zoh.
Obtém-se então o equivalente discreto pelo zoh.
0.28(z 0.52) 1.5z 0.5 0.63
K .G(z) K (z 1)(z 0.13) K.D(z) K , G(z)
(z 1) (z 0.36)
O LGR ficará como apresentado na Figura 6.3.
O LGR ficará como apresentado na Figura 6.4.
6.2.4 Exemplo 4: Fazendo um paralelo entre os sistemas de controle digitais com os de sinais contínuos,
1
Considere o sistema da Figura 6.1 com D(s) 1e G(s) e T=1. podemos identificar o comportamento da resposta temporal de sistemas digitais diretamente no
s3 s 2 100s plano ‘z’.
Obtém-se então o equivalente discreto pelo zoh. Sabe-se que o posicionamento dos pólos influencia diretamente na dinâmica do sistema.
A Figura 6.6 faz um paralelo entre a posição do pólo (real ou complexo conjugado) com a
0.01z 0.0096z 0.004
2
resposta impulsiva (resposta natural devido a posição do pólo no plano ‘s’).
G(z)
z 3 0.026z 2 0.658z 0.368
O LGR ficará como apresentado na Figura 6.5.
Figura 6.6: Resposta impulsiva para diversas localizações de pólos no plano ‘s’ (a raiz conjugada não está representada).
A parte real do pólo está relacionada com o tempo de estabilização da resposta temporal
e , onde
.t
refere-se ao valor da parte real do pólo. Assim, quanto mais próximo do eixo
imaginário, mais lento será o sistema. Claro que respeitando a estabilidade do sistema, ou seja,
pólos devem estar localizados na esquerda do plano, fazendo com que sua resposta natural
tenda a zero.
A parte imaginária do pólo influencia numa oscilação na resposta natural. Quanto maior
este valor maior sua frequencia natural amortecida ( d ), geralmente maior seu sobressinal,
associado ao coeficiente de amortecimento ( ).
Para extrair conclusões a respeito do plano ‘z’, é necessário mapear estas características
através de z es.T .
6.4 Implementação do Compensador Digital
A parte real do plano ‘s’ caracterizado por Já observamos diversos tipos de controladores ao longo do curso e nos capítulos
s definida como influencia anteriores foi mostrado a forma de obtenção do controlador em ‘z’, por exemplo, na Figura 6.1,
j d
diretamente no módulo de z, pois z pode ser reescrito suponha a seguinte função:
como:
(6.1) U (z) a z3 a z 2 a z a
.T jd .T jd .T
ze e r.e
A equação 6.1 designa círculos concêntricos com raio r. Quanto maior o r, mais D(z) 3 2 1 0 (6.4)
próximo de zero estará , e assim, mais lento estará o sistema. Respeitando o interior do E(z) b 2z 2 b1 z b0
círculo unitário, r < 1, para ser estável. Multiplicando em cruz,
O valor de no plano ‘z’ pode ser obtido pela relação: (b z 2 b z b ).U (z) (a z3 a z 2 a z a ).E(z)
2 1 0 3 2 1 0
b z 2.U (z) (a z3 a z 2 a z a ).E(z) (b z b ).U (z)
d 1
2 2 3 2 1 0 1 0
a a a 1 a 2 b b
U (z) ( 3
z 2
1
z 0
z ).E(z) ( 1 z 1 0 z 1).U (z) (6.5)
Portanto, b2 b2 b2 b2 b2
b2
Assim, podem ser traçadas curvas de constante no plano ‘z’. passadas do erro e do sinal de controle. Obviamente, se desejarmos implementar fisicamente
(em microprocessador) o compensador, a saída não poderá ser calculada. Para ser realizável,
a3 deveria ser zero. Conclui-se assim que o compensador não pode ter um número de zeros
maior que o número de pólos.
6.5 Exercícios
1. Implemente no rltool do Matlab os exercícios 2, 3 e 4 e verifique a resposta ao
degrau do sistema variando o ganho K do sistema.