Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ª série
de 7 de maio
Sumário: Procede à regulamentação da Lei n.º 54/2015, de 22 de junho, no que respeita aos
depósitos minerais.
A Lei n.º 54/2015, de 22 de junho, estabeleceu o novo enquadramento jurídico das atividades
de revelação e de aproveitamento dos recursos geológicos existentes em território nacional.
Nesse novo enquadramento legislativo ressalta, com evidência, uma perspetiva agregadora e
conciliadora dos vários interesses, todos eles públicos, que subjazem ao tratamento dos recursos
geológicos.
A relevância destes recursos para o País, mais especificamente os constituídos por depósitos
minerais, justifica que a sua gestão se sustente numa estratégia nacional que assegure que o setor
extrativo se desenvolve de modo competitivo, com o maior retorno económico possível para o País,
em linha com o planeamento das necessidades de abastecimento de matérias-primas efetuado
e, simultaneamente, de forma articulada com outras políticas públicas, designadamente as que
promovem a transição energética, e com os instrumentos nacionais estratégicos particularmente
relevantes para o desenvolvimento sustentável, como o Plano Nacional de Energia e Clima e o
Roteiro para a Neutralidade Carbónica.
É, pois, neste enquadramento macro que a atividade de revelação e aproveitamento de de-
pósitos minerais tem de se inserir e, mais concretamente, constituir um eixo ativo e relevante para
a concretização dos objetivos nacionais assumidos nesse âmbito.
O presente decreto-lei vem regulamentar a Lei n.º 54/2015, de 22 de junho, no que respeita
aos depósitos minerais, os quais, nos termos ali definidos, integram o domínio público do Estado,
razão pela qual a sua revelação e exploração deve obedecer a uma estrita lógica de prossecução
do interesse público.
O interesse público em causa é, no entanto, de natureza complexa, visto que, se por um lado,
impõe uma racionalidade económica partilhada entre os cidadãos e o Estado, no contexto de uma
exploração responsável, por outro lado, não dispensa uma rigorosa e adequada ponderação e
proteção dos valores e bens ambientais em presença, e obriga à valorização dos territórios onde
se desenvolve esta atividade acompanhada de uma melhoria das condições de vida das respetivas
populações.
A decisão dos entes públicos de conceder, ou não, direitos de uso privativo do domínio pú-
blico assenta, assim, num ponderado e harmonioso equilíbrio destas dimensões, parcialmente
conflituantes, do interesse público.
No que toca à potenciação de sinergias com outras políticas públicas, a possibilidade de impor
a transformação do minério em território nacional, assegura um incremento substancial ao valor
do produto acabado e oferece um contributo significativo para o desenvolvimento de novas tecno-
logias e/ou de um cluster de investigação e exploração industrial, com um potencial de estímulo à
formação profissional ou avançada das populações locais, de atração de trabalhadores qualificados
e de empresas de alto valor acrescentado para estes territórios, assim potenciando a eficácia das
políticas públicas da valorização do interior, do emprego e da investigação.
Esta atividade representa, também, nesse mesmo contexto, um vetor muito relevante para a
concretização dos objetivos de política pública da transição energética, não só na vertente de abas-
tecimento de uma matéria-prima essencial, como o lítio, como também na área de concretização de
projetos de autoconsumo, individual ou coletivo, de energia de fonte renovável e de comunidades
de energia, tendo, ainda, a possibilidade de contribuir para o cluster dos gases de origem renovável,
em que Portugal pretende ocupar um papel de destaque.
É, pois, neste contexto desafiante e pleno de oportunidades que são adotados três eixos es-
truturantes na regulamentação jurídica da atividade de revelação e aproveitamento de depósitos
minerais, eixos esses que formam, entre si, um sistema de vasos comunicantes, em que cada um
Diário da República, 1.ª série
deles potencia o cumprimento dos demais, criando sinergias mútuas que não deixarão de otimi-
zar, como acima referido, a concretização das múltiplas políticas públicas que nesta atividade se
entrecruzam.
Um primeiro, de cumprimento dos mais exigentes padrões de sustentabilidade ambiental na
atividade de extração dos recursos do domínio público do Estado, garantindo, simultaneamente, a
sua máxima valorização económica em benefício do País.
Um segundo eixo que se prende com o reforço de disponibilização de informação e da parti-
cipação pública e, bem assim, com o reforço da intervenção dos municípios, assegurando-se uma
maior transparência dos procedimentos administrativos.
Por fim, o terceiro eixo, que consiste na repartição justa dos benefícios económicos da explo-
ração entre o Estado, os municípios onde ela se insere e as suas populações.
No âmbito do primeiro eixo, o presente decreto-lei vem assegurar que a atividade de revelação
e aproveitamento de depósitos minerais que regula apenas possa ser desenvolvida obedecendo
aos princípios do «green mining», ou seja, obedecendo a rigorosos princípios de sustentabilidade
ambiental.
Nesse sentido, exige-se a certificação do plano de lavra pelas entidades competentes, asse-
gurando que só podem ser explorados depósitos minerais metálicos quando adotadas as melho-
res práticas e equipamentos, potenciando a eficiência dos materiais através do aproveitamento
do recurso em todas as suas vertentes economicamente viáveis. Desse modo, pretende-se que
a exploração produza menos resíduos, com máxima eficiência hídrica, usando todas as técnicas
viáveis e disponíveis para o uso racional da água, que evidenciem ser eficientes do ponto de vista
energético, designadamente através do autoconsumo, individual ou coletivo, que promovam a
descarbonização da atividade, incluindo com recurso aos gases de origem renovável e, por fim,
que promovam a valorização possível dos resíduos na perspetiva da economia circular.
A sustentabilidade ambiental é, ainda, prosseguida através da consagração da intervenção
das entidades competentes, designadamente na área do ambiente, conservação da natureza, or-
denamento do território e património cultural, em todas as fases dos procedimentos de atribuição
de direitos privativos e, posteriormente, atribuindo-lhes competência para o acompanhamento dos
trabalhos de prospeção e pesquisa, através do respetivo programa de trabalhos, ou de exploração,
através do plano de lavra.
Nesse âmbito, determina-se ainda a obrigatoriedade da fase de pós-avaliação de impacte
ambiental nos casos em que tenha havido lugar a procedimento de avaliação de impacte ambiental
e impõe-se a consulta obrigatória à autoridade de avaliação de impacte ambiental para determina-
ção da necessidade de realização deste procedimento, mesmo quando, nos termos dos limiares
estabelecidos naquele regime jurídico, o projeto estaria isento dessa avaliação.
A compatibilização dos interesses públicos em presença justifica, ainda, que, sempre que pos-
sível, a exploração mineira fique excluída nas áreas protegidas, nas áreas classificadas ao abrigo
de instrumento de direito internacional e nas áreas incluídas na Rede Natura 2000.
Prevê-se e incentiva-se a atividade de «remining», na medida em que, permitindo extrair
benefícios económicos de explorações pré-existentes e desativadas, contribui, simultaneamente,
para a eliminação de passivos ambientais que aí possam subsistir.
A previsão de um plano ambiental e de recuperação paisagística com natureza dinâmica, acom-
panhado das adequadas garantias financeiras, assegura, por um lado, uma recuperação ambiental
efetuada com o desenvolvimento da atividade e não a final e, por outro lado, a intervenção das
entidades competentes para assegurar o seu ajustamento ao longo do tempo de desenvolvimento
da atividade.
Ainda no primeiro eixo, o enfoque no esforço para fixação de toda a cadeia de transformação
no País, podendo constituir, designadamente, um fator de valorização dos procedimentos concur-
sais, vai assegurar um incremento substancial ao valor do produto acabado e não deixará de ser
um fator extremamente relevante para o desenvolvimento nacional das competências e atividades
que lhe estejam associadas.
Neste contexto dos proveitos económicos do recurso, importa referir que se estabelece um
plano de encerramento que, para além das medidas técnicas do fecho da exploração, contém me-
didas de minimização dos impactos sociais e económicos resultantes do fim desta atividade.
Diário da República, 1.ª série
No que toca ao segundo eixo, determina-se, no presente decreto-lei, que todos os procedi-
mentos prévios à atribuição de direitos de uso privativo são precedidos de participação pública,
que deve ser informada, pelo que se prevê a disponibilização de todos os elementos relevantes
do processo através de sessões públicas de esclarecimento, promovidas pelos requerentes, obri-
gatórias no caso de concessão de exploração e facultativas no caso da atribuição de direitos de
prospeção e pesquisa.
A exploração do recurso pode, ainda, ser objeto de acompanhamento por uma comissão que,
integrando representantes dos interesses relevantes, terá acesso à informação necessária e poderá
interagir, também, com as entidades competentes.
Ainda neste eixo, e sempre tendo presente o estatuto de dominialidade do recurso, estabelece-
-se, de forma clara, o âmbito de intervenção da administração local nos procedimentos estabele-
cidos atendendo a que, embora os depósitos minerais constituam um recurso do domínio público
do Estado, a sua revelação e o seu aproveitamento efetua-se no território e, por isso, a sua gestão
reclama e exige uma participação dos municípios e respetivas populações.
Nesse sentido, assegura-se a consulta prévia obrigatória dos municípios relativamente à
atribuição de direitos de uso privativo, atribuindo-se natureza vinculativa a essa pronúncia, exceto
quando a atribuição desses direitos seja diretamente impulsionada pelo Estado através da abertura
de procedimento concursal, e relativamente às condições contratuais relevantes para o exercício
das respetivas competências.
Por fim, e no que diz respeito ao terceiro eixo, consagra-se, no presente decreto-lei, a obriga-
ção de instalação da sede social do concessionário num dos municípios abrangidos, assegurando
a repartição dos tributos devidos pelos rendimentos gerados, e a obrigação da existência de um
plano de responsabilidade social do concessionário.
No que respeita aos encargos de exploração, Royalties, até aqui exclusivamente reservados
ao Estado, procede-se, agora, à sua repartição equitativa com os municípios, para benefício das
suas populações.
Inovadoramente, vem também prever-se a possibilidade de reversão de bens da exploração
para os municípios, bem como o usufruto de bens e infraestruturas ao longo da própria exploração,
por exemplo ao nível do fornecimento de energia em comunidades de energias renováveis.
O presente decreto-lei foi submetido a consulta pública entre 16 de julho de 2020 e 31 de
julho de 2020.
Foram ouvidos os órgãos de governo próprio das Regiões Autónomas e a Associação Nacional
de Municípios Portugueses.
Assim:
No desenvolvimento do regime jurídico estabelecido pela Lei n.º 54/2015, de 22 de junho, e nos
termos das alíneas a) e c) do n.º 1 do artigo 198.º da Constituição, o Governo decreta o seguinte:
CAPÍTULO I
Disposições gerais
Artigo 1.º
Objeto
Artigo 2.º
Âmbito de aplicação
1 — O presente decreto-lei aplica-se aos depósitos minerais e aos bens que, como tal, venham
a ser qualificados.
Diário da República, 1.ª série
2 — São, ainda, abrangidos pelo presente decreto-lei os bens que apresentem relevância
geológica, mineira ou educativa que, tendo em vista a sua proteção ou aproveitamento, sejam
qualificados como recurso geológico.
3 — Sem prejuízo da demais legislação aplicável, são abrangidas pelo presente decreto-lei
as atividades industriais de beneficiação dos materiais extraídos, de indústrias transformadoras
de produtos minerais, de indústrias metalúrgicas de base e de instalações de resíduos da indús-
tria extrativa que ocorram em anexos de exploração, bem como a comercialização e trânsito de
minérios.
Artigo 3.º
Âmbito territorial
Artigo 4.º
Depósitos minerais
Artigo 5.º
Qualificação e desqualificação de depósitos minerais
Artigo 6.º
Participação pública
Artigo 7.º
Plataforma eletrónica
1 — A tramitação dos procedimentos para atribuição de direitos de uso privativo sobre depó-
sitos minerais por iniciativa dos interessados é realizada informaticamente através de plataforma
eletrónica, nos termos a regulamentar em portaria dos membros do Governo responsáveis pelas
áreas da modernização administrativa e da geologia.
2 — A tramitação dos procedimentos na plataforma eletrónica referida no número anterior
permite, nos termos a fixar na portaria aí mencionada, nomeadamente:
CAPÍTULO II
SECÇÃO I
Disposições gerais
Artigo 8.º
Direitos de revelação e aproveitamento
Artigo 9.º
Atribuição de direitos de revelação
1 — Os recursos geológicos abrangidos pelo presente decreto-lei podem ser objeto dos se-
guintes direitos de revelação:
a) Avaliação prévia;
b) Prospeção e pesquisa;
c) Exploração experimental.
SECÇÃO II
Da avaliação prévia
Artigo 10.º
Objeto e procedimento
a) O aperfeiçoamento do pedido, sempre que faltar documento instrutório exigível para o co-
nhecimento da pretensão e cuja falta não possa ser oficiosamente suprida;
b) A rejeição liminar, quando, da análise dos elementos instrutórios, resultar que:
4 — No caso previsto na alínea a) do número anterior, o requerente é notificado, por uma única
vez, para, no prazo que lhe for fixado e que não pode ser superior a 20 dias, corrigir ou completar
o pedido.
5 — A falta de apresentação dos elementos solicitados ou a sua apresentação deficiente
implica o indeferimento do pedido, a proferir pela DGEG no prazo de 10 dias contados do final do
prazo para apresentação dos elementos adicionais.
6 — Previamente à rejeição liminar da pretensão a DGEG promove a audição do requerente,
nos termos previstos no Código do Procedimento Administrativo, aprovado em anexo ao Decreto-
-Lei n.º 4/2015, de 7 de janeiro.
7 — Não ocorrendo rejeição liminar nem indeferimento, nos termos previstos no número an-
terior, presume-se que o requerimento se encontra corretamente instruído.
8 — Sem prejuízo do disposto na lei quanto às servidões militares, quando o pedido incida so-
bre áreas abrangidas por servidões ou restrições de utilidade pública, a DGEG promove a consulta
das entidades competentes, que dispõem do prazo de 20 dias para se pronunciarem.
9 — Sempre que os pareceres das entidades a que se refere o número anterior sejam desfa-
voráveis, com fundamento na desconformidade com normas legais ou regulamentares, a DGEG
altera, oficiosamente, a área objeto do pedido.
10 — Nos casos previstos no número anterior, a DGEG comunica ao requerente, no prazo de
10 dias, a alteração à área apresentada, podendo este, no prazo de 20 dias, aceitar a alteração
proposta ou desistir do pedido.
11 — Concluídos os procedimentos referidos nos números anteriores, a DGEG publicita no
seu sítio na Internet a abertura do período de discussão pública e o respetivo prazo de duração, a
promover na plataforma Participa.pt, na qual são disponibilizados os elementos fundamentais do
pedido, designadamente a área abrangida, os recursos a investigar e a entidade proponente.
12 — Terminado o prazo da participação pública, a área abrangida pelo pedido deixa de
constituir área disponível para novos pedidos de atribuição de direitos de revelação ou de apro-
veitamento.
Diário da República, 1.ª série
13 — Sempre que, para áreas disponíveis, sejam apresentados na DGEG pedidos para atri-
buição de direitos de avaliação prévia com coincidência total ou parcial de áreas e com o mesmo
objeto, que sejam incompatíveis entre si, a DGEG, no âmbito do procedimento em curso, promove
a abertura de procedimento concursal nos termos estabelecidos no artigo 18.º
Artigo 11.º
Contrato administrativo
SECÇÃO III
Da prospeção e pesquisa
Artigo 12.º
Objeto
1 — Os elementos instrutórios do pedido bem como os trabalhos que podem ser desenvolvidos
no exercício das atividades de prospeção e pesquisa são os constantes do anexo II ao presente
decreto-lei e do qual faz parte integrante.
2 — Sem prejuízo do cumprimento das normas legais e regulamentares aplicáveis, desig-
nadamente as referentes a servidões e restrições de utilidade pública, é proibida a realização de
trabalhos de prospeção e pesquisa no leito e margens das águas superficiais, nos perímetros de
interdição identificados pelas entidades consultadas ao abrigo do disposto no n.º 6 do artigo 14.º e
que venham a ser aceites pela DGEG e, num perímetro mínimo de 1 km ou outro fixado nos termos
do número seguinte em redor dos aglomerados urbanos e rurais, os trabalhos estão dependentes
de aprovação expressa no âmbito do programa de trabalhos, a prestar anualmente.
3 — Sem prejuízo das zonas de proteção estabelecidas nos termos de legislação específica,
a DGEG pode fixar perímetros de exclusão, nos quais não podem realizar-se trabalhos de pros-
peção e pesquisa, que são graficamente georreferenciados sobre a área a atribuir delimitada em
cartografia oficial ou homologada, designadamente ortofotomapas.
Artigo 13.º
Áreas disponíveis e áreas reservadas
1 — Os direitos de prospeção e pesquisa só podem ser atribuídos para áreas disponíveis so-
bre as quais não incidam direitos exclusivos relativos a recursos geológicos integrados no domínio
público do Estado.
Diário da República, 1.ª série
Artigo 14.º
Artigo 15.º
Condições de atribuição de direitos de prospeção e pesquisa
2 — Do contrato podem ainda constar condições especiais relativas a outros direitos e obri-
gações, nomeadamente:
3 — O contrato pode ainda incluir as condições essenciais relativas a eventuais futuras con-
cessões, nomeadamente:
Artigo 16.º
Atribuição de direitos privativos de prospeção e pesquisa
por procedimento concursal da iniciativa do Governo
Artigo 17.º
Instrução do procedimento concursal
7 — O disposto nos n.os 2 e 6 não é aplicável nos casos em que tenha sido realizada avaliação
ambiental nos termos do Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de junho, na sua redação atual, sendo
aproveitadas as pronúncias e participações públicas emitidas naquela sede.
8 — No prazo de 20 dias após o fim do prazo da participação pública, ou da elaboração do
relatório ambiental se houver lugar ao procedimento de avaliação ambiental nos termos do número
anterior, a DGEG pondera os respetivos resultados e submete a abertura de procedimento con-
cursal e respetivas peças do procedimento a decisão do membro do Governo responsável pela
área da geologia.
Artigo 18.º
1 — Quando, sobre a mesma área disponível, incida mais do que um pedido de atribuição
de direitos de prospeção e pesquisa incompatíveis, a DGEG promove a abertura de procedimento
concursal.
2 — Considera-se que há sobreposição de pedidos sempre que, para áreas disponíveis, sejam
apresentados na DGEG, até ao final do período de participação pública, pedidos com coincidência
total ou parcial de áreas e com o mesmo objeto.
3 — A instrução do procedimento concursal efetua-se nos termos previstos para a instrução
dos pedidos de prospeção e pesquisa, exceto quanto ao prazo de duração da participação pública,
que pode ser inferior.
4 — São aproveitados para o procedimento concursal os atos já praticados na instrução do
pedido de atribuição de direitos privativos de prospeção e pesquisa que se mantenham válidos,
designadamente a pronúncia das entidades consultadas, efetuada nos termos previstos no ar-
tigo 14.º
5 — A DGEG dá preferência, em igualdade de circunstâncias, ao requerente que primeiro tenha
apresentado o pedido de atribuição de direitos de prospeção e pesquisa, nos termos do n.º 2 do
artigo 19.º da Lei n.º 54/2015, de 22 de junho.
6 — Quando, relativamente ao titular de direitos de prospeção e pesquisa, se verifiquem as
situações previstas quer no n.º 2, quer no n.º 4 do artigo 14.º da Lei n.º 54/2015, de 22 de junho, é
aberto concurso, sendo fixadas desde logo as respetivas condições essenciais.
7 — O procedimento concursal referido no número anterior não carece de consulta a entidades
externas, nem de período de participação pública.
8 — As peças do procedimento e as adjudicações são publicitadas no sítio na Internet da
DGEG e publicadas no Diário da República.
Artigo 19.º
necessárias e pagamento das indemnizações devidas nos termos do Código das Expropriações,
aprovado em anexo à Lei n.º 168/99, de 18 de setembro, na sua redação atual;
c) Obter a concessão da exploração dos recursos revelados, desde que preenchidas as con-
dições legais e contratuais aplicáveis, sem prejuízo da possibilidade de recusa de atribuição da
concessão de exploração por razões de interesse público e mediante indemnização do requerente
no montante dos custos diretos incorridos.
a) Utilizar, para fins de interesse público, todo o acervo documental e de conhecimento de-
corrente dos trabalhos de prospeção e pesquisa se não vier a ser atribuída concessão de explo-
ração;
b) Receber o valor dos encargos de prospeção e pesquisa;
c) Aprovar os trabalhos de prospeção e pesquisa e os relatórios de progresso, assegurando
o cumprimento de todas as normas legais e regulamentares aplicáveis.
Artigo 20.º
Trabalhos de prospeção e pesquisa
Artigo 21.º
Execução do contrato
Artigo 22.º
Medidas cautelares
Artigo 23.º
Transmissão da posição contratual
a) Identificação do transmissário;
b) Os motivos determinantes da sua pretensão;
c) As condições de transmissão;
d) Declaração do transmissário de que aceita as condições estabelecidas no contrato;
e) Demonstração da idoneidade e da capacidade, técnica e financeira, do transmissário.
2 — A DGEG pode solicitar esclarecimentos adicionais, por uma única vez e fixando prazo para
o efeito, e submete o seu parecer devidamente fundamentado a decisão do membro do Governo
responsável pela área da geologia.
3 — Se o requerimento for deferido, o requerente e o transmissário são notificados para a
celebração do contrato de cessão da posição contratual.
4 — O disposto nos números anteriores é aplicável à oneração de participações sociais repre-
sentativas do capital social do titular do direito que conduzam ou possam conduzir à alteração do
controlo, direto ou indireto, sobre o titular do direito, com exceção da oneração das participações
sociais a favor de entidades financiadoras.
5 — Para efeitos do número anterior, entende-se por controlo:
6 — O disposto nos n.os 1 a 3 é aplicável a quaisquer atos materiais ou jurídicos cujo efeito seja
materialmente equivalente aos que se visam evitar com o disposto nos números anteriores.
7 — O disposto nos n.os 1 a 3 é ainda aplicável a quaisquer vicissitudes societárias da pessoa
coletiva titular do direito de prospeção e pesquisa, nomeadamente cisões, fusões ou alterações do
contrato de sociedade que tenham por efeito a transferência da titularidade dos direitos de prospeção
e pesquisa, a alteração do controlo ou da capacidade técnica e ou financeira do titular.
8 — A alteração da denominação social a qualquer título deve ser comunicada à DGEG até
15 dias após a sua concretização.
Artigo 24.º
Cessação do contrato de prospeção e pesquisa
SECÇÃO IV
Da exploração experimental
Artigo 25.º
Atribuição de exploração experimental
Artigo 26.º
Condições de atribuição de direitos de exploração experimental
o) As penalidades contratuais;
p) As condições de revisão contratual;
q) As condições especiais relativas a outros direitos e obrigações.
2 — Quando for caso disso, do contrato podem ainda constar condições especiais relativas a
outros direitos e obrigações, nomeadamente:
CAPÍTULO III
SECÇÃO I
Da concessão de exploração
Artigo 27.º
Artigo 28.º
Instrução
1 — A DGEG promove os procedimentos estabelecidos nos n.os 3 a 7 do artigo 10.º, com as ne-
cessárias adaptações, podendo a rejeição liminar ocorrer, ainda, com os seguintes fundamentos:
Artigo 29.º
Contrato de concessão de exploração
a) A identificação do concessionário;
b) A estrutura jurídica a adotar pelo concessionário;
c) A obrigação de localização da sede do concessionário no município da área a explorar, salvo
se o concessionário já tiver sede noutro município onde detenha concessão em vigor;
d) A delimitação da área concedida, através da respetiva demarcação georreferenciada;
e) A indicação do depósito mineral ou depósitos minerais cuja exploração é concedida;
f) O prazo da concessão e as condições exigidas para eventuais prorrogações;
g) O valor da garantia financeira a prestar e mecanismos do respetivo ajustamento durante a
vigência do contrato;
h) As contrapartidas devidas pelo concessionário ao Estado, nomeadamente os encargos de
exploração;
i) As obrigações relativas à produção, transformação ou comercialização de minérios, ou outras
que possam representar benefícios para o desenvolvimento técnico e económico do País;
Diário da República, 1.ª série
Artigo 30.º
Atribuição direta de concessão a requerimento de interessado
1 — Sem prejuízo do disposto no artigo 27.º, qualquer pessoa coletiva pode requerer a conces-
são de exploração de um depósito mineral existente em área disponível ou abrangida por direitos
de prospeção e pesquisa em vigor, desde que estes últimos não respeitem ao mesmo recurso
geológico.
2 — O pedido, a apresentar à DGEG, é instruído nos termos previstos no anexo IV ao presente
decreto-lei e é acompanhado da justificação fundamentada da existência do recurso e, se aplicável,
Diário da República, 1.ª série
dos acordos que assegurem a compatibilização da atividade de exploração dos recursos com os
direitos de prospeção e pesquisa preexistentes e com os eventuais direitos de exploração a conceder.
3 — A DGEG promove os procedimentos estabelecidos nos n.os 3 a 7 do artigo 10.º, podendo
a rejeição liminar ocorrer, ainda, com os seguintes fundamentos:
a) Por se verificar que, conjuntamente com a substância para cuja exploração a concessão
é requerida, ocorrem, na mesma área, outras substâncias abrangidas por direitos já atribuídos de
prospeção e pesquisa ou de exploração;
b) Se for decidida abertura de procedimento concursal, por iniciativa do membro do Governo
responsável para área da geologia.
Artigo 31.º
Atribuição de concessão na sequência de concurso
Artigo 32.º
Direitos e obrigações do titular de contrato de concessão de exploração
Artigo 33.º
Comissão de acompanhamento
1 — Nas explorações em que tal se justifique, a DGEG pode determinar a constituição de uma
comissão de acompanhamento.
2 — A composição da comissão de acompanhamento é definida pela DGEG e integra, obri-
gatoriamente:
Artigo 34.º
Demarcação da área da concessão
Artigo 35.º
Alteração da área da concessão
Artigo 36.º
Integração voluntária de concessões vizinhas
Artigo 37.º
Integração coerciva de concessões
1 — A integração de concessões contíguas ou vizinhas numa única concessão pode ser de-
terminada por resolução do Conselho de Ministros.
2 — Para efeitos do número anterior, a DGEG promove a instrução do procedimento, com in-
tervenção dos respetivos concessionários, propõe as condições a que fica sujeita a nova concessão
e identifica a entidade a quem a mesma deve ser atribuída, recolhendo elementos que permitam
a demonstração da sua capacidade técnica e financeira e ainda uma declaração em como aceita
a atribuição nas condições em que se propõe que aquela opere.
3 — Na falta de acordo entre alguns dos concessionários envolvidos, podem os respetivos
contratos ser extintos, por resgate das correspondentes concessões.
4 — O encargo resultante das indemnizações devidas pelo resgate é transferido para o novo
concessionário, sem prejuízo da responsabilidade assumida pelo Estado por força do mesmo
resgate.
Artigo 38.º
Agrupamento de concessões de exploração
1 — Os titulares de diferentes concessões podem, nos termos previstos no n.º 1 do artigo 38.º
da Lei n.º 54/2015, de 22 de junho, solicitar a constituição de um agrupamento, apresentando, para
o efeito, à DGEG requerimento que contenha a fundamentação da pretensão e a identificação da
estrutura do agrupamento.
2 — No prazo de 20 dias após a receção do pedido, a DGEG pode solicitar os esclarecimentos
necessários por uma única vez, fixando prazo para a sua apresentação, findo o qual dispõe de
45 dias para, com o seu parecer, submeter o pedido a decisão do membro do Governo responsável
pela área da geologia.
Artigo 39.º
Plano de lavra
i) À eficiência hídrica;
ii) À valorização dos resíduos da exploração, na perspetiva da economia circular e da gestão
dos resíduos provenientes da extração e tratamento de recursos minerais que não resultem dire-
tamente dessas operações;
Artigo 40.º
Programa de trabalhos
2 — O programa de trabalhos inicial não pode ter um prazo superior a quatro anos e os restan-
tes programas de trabalhos, reportados a anos civis, não podem ter um prazo superior a três anos.
3 — Nos casos em que a DGEG não fixe outras datas, os programas de trabalho, caso sejam
anuais, devem ser apresentados até ao dia 1 de novembro do ano civil anterior àquele a que se
reportam e, para os restantes casos, até 1 de outubro do ano anterior ao período a que se reportam.
4 — O exercício de quaisquer atividades de exploração previstas no presente decreto-lei de-
pende da aprovação do programa de trabalhos.
5 — O programa de trabalhos contém as especificações determinadas pela DGEG, podendo
esta entidade determinar a introdução de modificações com vista à melhor gestão das reservas
do depósito mineral.
6 — O programa de trabalhos é submetido a consulta das entidades com competências nas
áreas relevantes, aplicando-se, com as necessárias adaptações, o disposto para o programa de
trabalhos de prospeção e pesquisa.
7 — A DGEG emite orientações e guias metodológicos e, sempre que possível, formulários,
que disponibiliza no seu sítio na Internet.
8 — À aprovação do programa de trabalhos é aplicável o disposto no n.º 13 do artigo anterior,
sendo determinado um prazo de 45 dias para o efeito.
9 — O programa de trabalhos pode ser objeto de revisão a aprovar pela DGEG, seguindo-se
os procedimentos previstos nos números anteriores.
Artigo 41.º
Dados estatísticos e relatórios de exploração
a) Até ao fim do mês de abril de cada ano, os mapas estatísticos respeitantes ao ano anterior;
b) Até ao fim do mesmo mês, um relatório de exploração contendo todos os elementos que
permitam avaliar a atividade desenvolvida no ano anterior, designadamente os relativos à produção,
indicando as quantidades expedidas e as mantidas em poder do concessionário, as características
do minério extraído, os meios técnicos utilizados, os resíduos produzidos e os recursos humanos
utilizados na atividade mineira.
Artigo 42.º
Direção técnica
8 — A DGEG disponibiliza no seu sítio na Internet listagem contendo a identificação dos dire-
tores técnicos e da exploração, concessionada ou experimental, e de prospeção e pesquisa que
dirigem.
9 — A DGEG pode determinar a substituição do diretor técnico sempre que haja incumprimento
ou cumprimento deficiente das suas obrigações.
Artigo 43.º
Suspensão autorizada de exploração
3 — A DGEG, após a obtenção de todos os elementos de informação que tenha por necessá-
rios, decide, no prazo de 60 dias, sobre a suspensão e impõe as medidas adequadas.
4 — O pedido de renovação da autorização é requerido até ao dia 1 de novembro, e conjugado
com o programa de trabalhos caso ocorra, entretanto, retoma da exploração.
5 — O período total da suspensão previsto nos números anteriores não pode ser superior a
cinco anos, exceto nos casos em que a mesma seja imposta por razões de força maior reconhe-
cidas pela DGEG.
Diário da República, 1.ª série
Artigo 44.º
Suspensão não autorizada da exploração
Artigo 45.º
Transmissão da concessão de exploração
Artigo 46.º
Caducidade da concessão de exploração
Artigo 47.º
Extinção por acordo ou por resolução
a) Não adote, no prazo fixado, as providências urgentes que tiverem sido determinadas pela
DGEG por razões de segurança, de saúde ou de proteção ambiental;
b) Não reponha a garantia no seu valor inicial, ou não preste a garantia devida nos prazos
fixados no presente decreto-lei;
c) Não inicie os trabalhos para exploração no prazo fixado por lei ou no contrato de concessão;
d) Suspenda ilicitamente a exploração;
e) Não apresente os programas de trabalhos, ou não execute os trabalhos de acordo com os
programas de trabalho aprovados pela DGEG;
f) Execute trabalhos não previstos no plano de lavra;
g) Não proceda à regularização dos encargos e compensações contratualmente estabelecidas;
h) Não disponha de diretor técnico aceite pela DGEG por um período superior a três meses,
quer haja ou não exercício da atividade.
Artigo 48.º
Resgate
Artigo 49.º
Anexos mineiros
Artigo 50.º
Licenciamento e fiscalização
1 — Cabe à DGEG o licenciamento dos anexos mineiros, bem como a respetiva fiscalização,
sem prejuízo das competências de outras entidades estabelecidas na legislação específica da
atividade em causa.
2 — O tratamento de minério de exploração alheia em instalações mineralúrgicas e metalúrgicas
que constituam anexos mineiros está sujeita à obtenção de prévio parecer favorável da DGEG.
3 — O pedido de licenciamento de anexos mineiros é apresentado à DGEG, instruído com o
respetivo projeto e demais elementos que justificam a pretensão.
4 — A DGEG pode solicitar, por uma única vez, a apresentação de elementos adicionais,
fixando o respetivo prazo de apresentação.
5 — A DGEG pode recusar a emissão da licença, ou estabelecer condições que são nela
integradas.
6 — Após a emissão da licença, a DGEG pode realizar vistorias destinadas a atestar a con-
formidade das instalações com o projeto aprovado.
7 — A aprovação do plano de lavra substitui o licenciamento dos anexos de exploração da
competência da DGEG que se situem dentro da área demarcada da concessão, considerando-se
Diário da República, 1.ª série
aprovados os respetivos projetos com a aprovação daquele plano, sendo subsidiariamente aplicável
a legislação relativa ao licenciamento industrial.
8 — O licenciamento dos anexos mineiros por parte da DGEG, nos termos previstos nos
números anteriores, não exclui a necessidade de obtenção dos demais licenciamentos, pareceres
ou autorizações exigíveis nos termos legais ou regulamentares aplicáveis, que são comunicados
à DGEG pelo concessionário.
Artigo 51.º
Desafetação
CAPÍTULO IV
Artigo 52.º
Da venda e exportação de minérios
Artigo 53.º
Trânsito de minérios produzidos no País
Todos os minérios que se encontrem fora das áreas das respetivas explorações são conside-
rados em trânsito e são acompanhados por uma guia de transporte.
Diário da República, 1.ª série
Artigo 54.º
Garantia de extração responsável
CAPÍTULO V
Artigo 55.º
Ocupação de terrenos pelos titulares de direitos de prospeção
e pesquisa ou de direitos de exploração experimental
1 — Nos termos do n.º 1 do artigo 53.º da Lei n.º 54/2015, de 22 de junho, sempre que seja
necessária a utilização de terrenos pelos titulares de direitos de prospeção e pesquisa ou de direitos
de exploração experimental para a concretização dos trabalhos, é determinada a constituição de
servidão administrativa, nos termos previstos no artigo 8.º do Código das Expropriações.
2 — Nos termos do n.º 3 do artigo 53.º da Lei n.º 54/2015, de 22 de junho, o concessionário
pode solicitar a constituição de servidão, nos termos do número anterior, para áreas vizinhas à área
demarcada que se mostrem imprescindíveis para a revelação dos recursos.
3 — Nos termos do n.º 4 do artigo 53.º da Lei n.º 54/2015, de 22 de junho, as servidões referidas
nos números anteriores não podem exceder o prazo de sete anos, sem prejuízo da continuação
de utilização mediante consentimento do proprietário.
4 — Nos termos dos n.os 4 e 5 do artigo 54.º da Lei n.º 54/2015, de 22 de junho, as servidões
referidas no número anterior caducam no prazo de 30 dias a contar da extinção do contrato que
as legitimou, exceto se houver pedido de atribuição de contrato de concessão, caso em que se
mantêm pelo prazo de um ano a contar da extinção da atribuição de direitos de revelação.
5 — Nos termos do n.º 1 do artigo 12.º e do n.º 1 do artigo 53.º da Lei n.º 54/2015, de 22 de
junho, o Estado pode determinar a constituição de servidões administrativas sobre bens imóveis a
seu favor para assegurar por si a revelação de depósitos minerais.
6 — A utilização de bens do domínio privado de pessoas coletivas de direito público depende de
autorização para o efeito, a solicitar pelo interessado mediante requerimento instruído com parecer
favorável da DGEG, que identifica o imóvel, o prazo de utilização e o pagamento proposto.
7 — A entidade requerida, em caso de decisão favorável, fixa o prazo, as condições de utili-
zação e o valor devido.
8 — Ao abrigo do disposto no artigo 35.º da Lei n.º 54/2015, de 22 de junho, a utilização de bens
do domínio público do Estado está sujeita a autorização dos membros do Governo responsáveis pelas
áreas das finanças e da geologia, devendo o pedido ser instruído nos termos estabelecidos no n.º 6.
9 — A autorização, caso seja concedida, fixa o prazo e condições de utilização e o valor devido.
Artigo 56.º
Autorização tácita e efeitos da autorização administrativa
1 — Se nos casos previstos nos n.os 7 e 9 do artigo anterior não for emitida decisão no prazo
de 30 dias a contar da apresentação do requerimento, considera-se a mesma autorização conce-
dida nas condições requeridas.
Diário da República, 1.ª série
Artigo 57.º
Direito à expropriação
1 — Nos termos do artigo 55.º da Lei n.º 54/2015, de 22 de junho, o concessionário que ne-
cessite de utilizar bens imóveis abrangidos pela área demarcada, diligencia a sua aquisição, ao
abrigo do direito privado, junto dos respetivos titulares.
2 — Na falta de acordo para a aquisição referida no número anterior, e desde que a ocupação
dos imóveis em causa seja reconhecida pela DGEG como necessária à exploração, o concessio-
nário pode requerer a sua expropriação.
3 — Nos termos do n.º 4 do artigo 55.º da Lei n.º 54/2015, de 22 de junho, o Estado pode de-
terminar a expropriação de bens imóveis a seu favor para assegurar o aproveitamento de depósitos
minerais, celebrando com o concessionário contrato de direito privado que assegure a utilização
dos bens imóveis necessários à exploração do recurso.
Artigo 58.º
Danos emergentes de empreendimentos de interesse público
CAPÍTULO VI
Artigo 59.º
Garantia no âmbito do procedimento concursal
Artigo 60.º
Garantia dos contratos de atribuição de direitos privativos
2 — A garantia é prestada por um dos meios estabelecidos no n.º 2 do artigo 11.º da Lei
n.º 54/2015, de 22 de junho.
3 — A garantia compreende um montante fixo e um montante variável em função da execu-
ção da recuperação ambiental da área intervencionada e responde pelo integral cumprimento das
obrigações assumidas nos termos da lei ou do respetivo contrato por parte do titular dos direitos de
avaliação prévia, de prospeção e pesquisa, de exploração experimental ou de exploração.
4 — A garantia a prestar deve ser idónea, autónoma, irrevogável e pagável à primeira solicitação
e pelo valor a fixar pela DGEG, que corresponde, quando o contrato previr o valor do investimento
a realizar, a 2 % desse montante, não podendo ultrapassar 10 milhões de euros.
5 — A garantia deve ser reposta pelo valor inicial, no prazo de 30 dias, sempre que, por sua
conta, for efetuado algum pagamento.
6 — A DGEG pode determinar, fixando prazo para o efeito, o reforço da garantia sempre que a
evolução da execução dos contratos evidencie a insuficiência da garantia anteriormente prestada.
7 — O incumprimento da obrigação de reforço determina a resolução do contrato e habilita
ao acionamento da garantia existente para cumprimento das obrigações do titular dos direitos
privativos.
8 — O contrato pode estabelecer o faseamento da liberação parcial da garantia em função da
execução das obrigações pelo titular dos direitos privativos, sem prejuízo de a liberação total só
poder ocorrer após verificação, a efetuar pela DGEG, de que se encontram integralmente cumpridas
todas as obrigações assumidas pelo garantido.
9 — A garantia prestada tem prazo a fixar pela DGEG, devendo ser substituída por nova ga-
rantia com antecedência de três meses face ao fim daquele prazo.
10 — A falta de apresentação de nova garantia no prazo referido no número anterior determina
a aplicação do disposto no n.º 7.
Artigo 61.º
Encargos da revelação dos recursos geológicos
Artigo 62.º
Encargos de exploração de depósitos minerais
Artigo 63.º
Afetação dos encargos de exploração
CAPÍTULO VII
Artigo 64.º
Obrigações referentes ao desenvolvimento das atividades de revelação e aproveitamento
Artigo 65.º
Plano ambiental e de recuperação paisagística
Artigo 66.º
Plano de encerramento da exploração
a) Plano de formação profissional que permita a adaptação dos trabalhadores ao tipo de em-
pregabilidade existente na região;
b) Apoio financeiro e técnico ao desenvolvimento, investigação e desenvolvimento que possa
maximizar as potencialidades decorrentes da preexistência da exploração de depósitos minerais;
c) Apoio técnico ou financeiro ao desenvolvimento de novas atividades económicas;
d) Maximização, dentro das técnicas disponíveis, da reutilização ou reciclagem dos materiais
da exploração;
e) Reversão de equipamentos ou instalações, designadamente os de produção de energia e
de abastecimento de água e tratamento de efluentes, a favor da respetiva autarquia;
f) Plano de fecho nas explorações tecnicamente mais complexas, designadamente explora-
ções subterrâneas ou de minerais metálicos, contemplando o conjunto de operações necessárias
ao encerramento da exploração, desativação de equipamentos e instalações e operações de
desmontagem e transporte.
CAPÍTULO VIII
Artigo 67.º
Formações, estruturas geológicas e cavidades com relevância geológica, mineira ou educativa
CAPÍTULO IX
Artigo 68.º
Acompanhamento e fiscalização
Artigo 69.º
Contraordenações
4 — A negligência é punível, sendo, nesse caso, os limites mínimos e máximos das coimas
reduzidos para metade.
5 — A tentativa é punível com coima aplicável à contraordenação consumada, especialmente
atenuada.
6 — A condenação pela prática das contraordenações previstas nos números anteriores pode
ser objeto de publicidade, a expensas do infrator.
7 — A entidade competente para a aplicação da coima relativamente às contraordenações
previstas nos n.os 1 a 3 pode ainda aplicar as sanções acessórias que se mostrem adequadas,
nos termos do disposto no artigo 21.º do Decreto-Lei n.º 433/82, de 27 de outubro, na sua re-
dação atual.
Artigo 70.º
Contraordenações ambientais
2 — Constitui contraordenação ambiental grave, punível nos termos da Lei-Quadro das con-
traordenações ambientais:
3 — A condenação pela prática das infrações ambientais previstas nos números anteriores
pode ser objeto de publicidade quando a medida concreta da coima ultrapasse metade do mon-
tante máximo da coima abstrata aplicável, nos termos do disposto no artigo 38.º da Lei-Quadro
das contraordenações ambientais.
4 — A entidade competente para a aplicação da coima relativamente às infrações ambientais
previstas nos n.os 1 e 2 pode ainda aplicar as sanções acessórias que se mostrem adequadas, nos
termos do disposto nos artigos 29.º e seguintes da Lei-Quadro das contraordenações ambientais.
Diário da República, 1.ª série
Artigo 71.º
Instrução e decisão
Artigo 72.º
Produto das coimas
1 — O produto das coimas aplicadas pela prática das contraordenações previstas no artigo 69.º
é distribuído da seguinte forma:
2 — O produto das coimas aplicadas pela prática das contraordenações ambientais previstas
no artigo 70.º é distribuído nos termos do artigo 73.º da Lei-Quadro das contraordenações am-
bientais.
CAPÍTULO X
Artigo 73.º
Estratégia Nacional dos Recursos Geológicos
Artigo 74.º
Sistema nacional de áreas classificadas
Artigo 75.º
Publicações
Artigo 76.º
Taxas
Artigo 77.º
Licença de exploração de massas minerais
Artigo 78.º
Contratos de atribuição de direitos privativos vigentes
decorrido, caducam, salvo se for retomada a exploração, no prazo de 18 meses após a entrada
em vigor do presente decreto-lei, com base em plano de lavra aprovado nos termos estabelecidos
no presente decreto-lei.
Artigo 79.º
Processos pendentes
Artigo 80.º
Norma revogatória
Artigo 81.º
Entrada em vigor
Publique-se.
ANEXO I
ANEXO II
a) Reinterpretação de dados;
b) Reconhecimento por deteção remota de origem diversa (fotografia aérea, satélites, aero-
transportados ou veículos aéreos não tripulados);
c) Levantamentos de geofísica aeroportados, autoportados ou apeados, em superfície e sub-
superfície;
d) Cartografia geológico-mineira de detalhe a escalas adequadas, suportada em cartografia
geológica oficial pelo Laboratório Nacional de Energia e Geologia, I. P.;
e) Amostragem de alta densidade de solos, rocha, sedimentos e água para análise química;
f) Sondagens mecânicas com e sem recuperação de testemunhos;
g) Realização de geofísica de profundidade (diagrafias);
h) Abertura de trincheiras e poços.
ANEXO III
ANEXO IV
ANEXO V
ANEXO VI
www.dre.pt