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ARUANDÊ: MULHERES NA CAPOEIRA DO TEMPO PRESENTE AO

PASSADO

FREITAS,Kelly Amaral1
MOREIRA, Priscila Soares de Paiva2

Resumo: Coletivo Aruandê mulheres na Capoeira - surgiu em 2022 na cidade de Sete Lagoas,
Minas Gerais. É composto por mulheres de diferentes grupos de capoeira, que se reúnem para
realizar encontros femininos e eventos abertos ao público. O objetivo do Coletivo é promover
a cultura da capoeira, criar mais tempo e espaços para a prática, valorizar a diversidade,
produzir conhecimento e difundir as expressões da cultura popular. Além disso, o Coletivo ao
acolher outras mulheres e inspirá-las, promove a criação de laços de amizade e solidariedade,
tornando-se um espaço de apoio e empoderamento mútuo. Essa troca de experiências e a
construção de redes de apoio são fundamentais para fortalecer a presença e o papel das
mulheres na capoeira. Nesse sentido, o trabalho desse coletivo é valioso para a luta contra
preconceitos de gênero e para a promoção da igualdade de oportunidades dentro da capoeira.
É uma forma de mostrar que as mulheres têm um lugar importante nessa prática e que suas
vozes e habilidades merecem ser reconhecidas e valorizadas. A existência desse Coletivo,
bem como outros revelam, que apesar, da capoeira já ter seu reconhecimento enquanto
patrimônio cultural da humanidade, a prática foi construída sob a tradição patriarcal, sendo no
tempo presente, mesmo com um número maior de mulheres chegando a mestras e
contramestras, ainda há desafios marcados pelas relações de poder. Nesse sentido, o trabalho
aqui apresentando, tem objetivo de refletir, a partir do Coletivo Aruandê, sobre o lugar das
mulheres na capoeira considerando as lutas feministas e a busca por igualdade de gênero em
diversos campos da sociedade e, como esses refletem no contexto da capoeira. Por fim, os
feminismos - no plural, baliza essa reflexão, por compreender que há diferentes teorias,

1 Kelly Amaral de Freitas. Mestre em Educação. PPGE/UEMG. Doutoranda. PPGCI Escola Ciência da
Informação da Universidade Federal de Minas Gerais. kellyfreitas@ufmg.br.
2 Priscila Soares de Paiva Campos Moreira. Especialista em Gestão Cultural. Faculdade de Políticas Públicas
Tancredo Neves /da Universidade do Estado de Minas Gerais.Técnico Legislativo II.Câmara Municipal de Belo
Horizonte profissional. priscilapaiva.rp@gmail.com.s.
estratégias e objetivos, dependendo do contexto social, cultural e histórico para reconhecer a
pluralidade do feminismo como movimento de luta por igualdade de gênero. Também baliza
essa reflexão o conceito de interseccionalidade, uma vez que, diferentes sistemas de opressão,
como gênero, raça, classe social, sexualidade, habilidades físicas, entre outros, se entrelaçam
e influenciam as diferentes experiencias das mulheres na prática da capoeira. Por fim, a
análise busca uma reflexão a partir do tempo presente até a década de 1990 sobre a
recorrência de publicações de revistas com imagens de mulheres capoeiristas nas capas, de
forma a incutir no imaginário da memória coletiva um tipo ideal de mulher capoeirista. Nesse
sentido, no tempo presente, há uma crescente conscientização e movimentações organizadas
por mulheres capoeiristas para desconstruir estereótipos de gênero e promover uma
representação mais inclusiva e diversa na capoeira.

Palavras-chave: Capoeira; Mulheres; Diversidade cultural.

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