Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
O O U T O N O DA ID A D E M E D IA
ESTUDO SOBRE AS FORMAS DE VIDA E DE PENSAMENTO
DOS SÉCULOS XIV E XV NA FRANÇA E NOS PAÍSES BAIXOS
JOHAN H U I Z IN G A
ENSAIOS
Peter Burke eAnton van der Lem
EN TREVISTA
Jacques Le Goff
ICO N O GRA FIA
Anton van der Lem
TRADUÇÃO
Francis Petra Janssen
REVISÃO T É C N IC A
Tereza Aline Pereira de Queiroz
Hamburgo
O R E IN O DA BO R G O N H A EM 1476 FRÍSIA D<
«oLESTE, )NDAD(
Id e ✓ Brem en
/OLDENBUi
Haarlei Minden
renter O snabrück
Lei(
M ünsfer
INGLA Pad erbom
Londres
ríoTâmisa
ífD u s s e ld o rf
C anterbury
CONDADO .Gent
■ DE
Mainz
’W orm s
Rouen
Soissons Reims
C O N D A D O DlE
CHAMPAGNE
E I N O
C ham e*
Toyes
CONDA
BOVÍEN-
íUCmDO DE
I ngres
CADO
\ D ijom
Tours
ONDAT
DE DA Besançon
Bourges ANTÕErSUÍ
NEVER B ern a
O R G ON
BORGON
j UCADQ DE
'BOURBON
• G enebra Gvallis
M ontpensier CADO
DUCADO DA S A V O IA
- J in o g e )
(ÔÍJJTERRAI
, Gene
# fMEDITERRÂh
Prefácios 6
1 A veemência da vida n
2 O anseio por uma vida mais bela 47
3 A concepção hierárquica da sociedade 85
4 O ideal de cavalaria 97
5 O sonho de amor e heroísmo 115
6 As ordens cavaleirescas e ojuramento dos cavaleiros 129
7 O significado do ideal cavaleiresco na guerra e na política 151
8 Aestilizaçãodoamor 177
9 As normas de conduta do amor 197
IO A imagem idílica da vida 207
li A imagem da morte 221
12 A representação do sagrado 247
13 Os tipos de vida religiosa 287
14 Comoção religiosa e fantasia religiosa 311
15 O simbolismo fenecido 333
16 O realismo e o sucumbir da imaginação no misticismo 353
17 As formas de pensamento na vida prática 375
18 A arte na vida 413
19 A sensação de beleza 465
20 A imagem e a palavra 479
21 A palavra e a imagem 521
22 O advento da nova forma 553
Bibliografia 568
A casa de Borgonha 584
SOBRE O O U T O N O DA IDA DE M É D IA
Entrevista de Jacques Le Goff a Claude Mettra 588
Huizinga, profeta de"sangue e rosas" 598
Como surgiu O outono da idade Média 606
Bibliografia seleta de Johan Huizinga 622
Sobre as ilustrações 628
Fontes das ilustrações S32
6
em seu relacionamento com toda a vida da época. O modo de vida
dos borguinhões era a unidade que eu queria apreender: parecia
possível vê-la como um círculo de civilização que acabava de ser
fechado, como o Quattrocento italiano; o título do livro foi inicial
mente imaginado como 0 século ãa Borgonha. No entanto, à medida
que as considerações foram se tornando mais gerais, foi necessário
abrir mão dessa delimitação; somente num sentido muito restrito
era possível postular uma unidade de cultura borguinhã; a França
não borguinhã exigia, no mínimo, o mesmo tanto de atenção. E foi
assim que, no lugar do reino borguinhão, surgiram os dois núcleos:
a França e os Países Baixos, e isso em proporções bastante distintas.
Pois numa análise da cultura medieval que estava em vias de desa
parecimento, em geral o elemento holandês ficou muito diminuído
em relação ao francês; com exceção dos campos em que apresen
ta um significado próprio: o da vida religiosa e das artes, citados
mais detalhadamente. Não precisa ser justificado o fato de, no 16?
capítulo, as fronteiras geográficas terem sido ligeiramente trans
postas, pois evoquei como testemunhas em favor disso Ruysbroeck
e Dionísio Cartuxo, Eckhart, Suso e Tauler.
Quão pouco me parece tudo o que li sobre os séculos x iv e x v em
relação ao que ainda gostaria de ter lido. Como gostaria, além da rela
ção dos personagens principais das várias orientações espirituais nas
quais muitas vezes se baseia a representação, de ter incluído mais
outros tantos. O mesmo desejo em relação aos historiadores, além de
Froissard e Chastellain, os mais citados; entre os poetas, além de Eus-
tache Deschamps; entre os teólogos, além de Jean Gerson e Dionísio
Cartuxo; entre os pintores, além de Jan van Eyck - não somente pela
delimitação de meu material, mas sobretudo pelo fato de que tais
homens, devido à sua riqueza e à particularidade marcante de suas
declarações, espelham, mais que tudo, o espírito daquela época.
As formas de vida e de pensamento foram as evidências usadas aqui.
Captar o conteúdo essencial que repousa na forma: não será sempre
essa a tarefa da pesquisa histórica?
7
Prefácio à segunda edição
8
desalinhado e as frases não fluem bem. Com a máxima insistência,
quero ainda esclarecer que essas traduções são de caráter meramente
instrumental e em momento algum pretendem satisfazer exigências
literárias, por menores que elas sejam.