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Fortaleza - Ceará
2021
SIDNEY JOSÉ MEIRELES DE ANDRADE
Fortaleza – Ceará
2021
Ficha catalográfica
SIDNEY JOSÉ MEIRELES DE ANDRADE
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________
Professor Dr. Plácido Rogério Pinheiro
Universidade de Fortaleza – Unifor
____________________________________________
Professor Dr. João Batista Furlan Duarte
Universidade de Fortaleza – Unifor
____________________________________________
Professor Dr. Paulo Alberto Melo Barbosa
Instituto Federal de Educação do Ceará
Agradeço a Deus pela sua eterna misericórdia, por ter me dado saúde e bênçãos em
toda minha trajetória de vida profissional e acadêmica de ter permitido chegar neste
momento tão importante da minha jornada acadêmica, aos meus pais Osvaldo Andrade
(Em memória) e Aimê Andrade por toda educação que recebi.
Agradeço a minha esposa e companheira Maybi Sales de Andrade, por sua
compreensão em momentos que estive ausente, dedicado a esse objetivo e tantas vezes
ficou acordada para me dar incentivo e acreditar que todo esforço em educação e
crescimento profissional tem o seu retorno.
Agradeço muito ao meu filho Vinícius Sales de Andrade pela sua contribuição nesta
dissertação com as análises do Macbeth e Luiza Andrade minha caçula, por terem me dado
muita atenção e ajuda em revisões de texto e apoio e incentivo, formatação de planilhas.
Agradeço aos Professores Milton Sousa e André Teixeira que foram grandes
referências durante as aulas e a jornada do Mestrado Profissional em Administração
(MPA).
Agradeço a toda turma 5 do MPA pelos excelentes profissionais e seres humanos que
tive a honra e oportunidade de conhecer. Companhias agradáveis, boas conversas nos
almoços aos sábados, pelas trocas de experiências e conhecimentos em sala de aula.
Ressaltando em especial a parceria de sucesso, trabalhos em equipe, dos churrascos e das
risadas com os amigos: Milson Nunes, Rafael Bandeira, Thiago Viana, Uiraquitan Tadeu,
Victor Dias.
Agradecimento muito especial ao meu orientador Professor Plácido Pinheiro, pelos
valiosos esclarecimentos sobre os pontos relevantes a serem abordados em um modelo
multicritério com seu vasto conhecimento, mas sobretudo pelo incentivo em momentos
delicados que passei com as perdas de entes queridos neste momento de pandemia mundial
em que estamos vivendo.
Agradeço aos gestores da UTE Pecém, representados por Lourival Teixeira e James
Cambuhy. Liderar é dirigir as pessoas, inspirá-las e influenciar a ter comportamentos na
direção sempre de bons resultados.
À equipe de Operação da UTE Pecém I, representada pelos colegas Cayo Moraes,
Marcos Elias, Ivo Rolim e José Luis.
Aos colegas da EDP e do MPA05, em especial a Cayo Moraes pelo apoio e
incentivo e contribuições e ao Daywison Santos, pela honra da convivência e aprendizados
juntos dentro da usina e na jornada acadêmica.
Agradeço aos Professores membros da banca examinadora da qualificação, Profs.
João Batista Furlan Duarte (Universidade de Fortaleza) e Prof. Paulo Alberto Melo
Barbosa (Instituto Federal de Educação do Ceará) por suas importantes participações na
banca de qualificação com dicas e instruções relevantes que contribuíram para melhoria da
pesquisa e na qualidade geral da dissertação.
Por fim, extremamente importante, meus agradecimentos a todos os especialistas e
colegas da área de O&M ( Operação e Manutenção ) da UTE Porto do Pecém Geração de
Energia e de outras usinas térmicas no Brasil e colegas da EDP Produção em Portugal em
especial ao Carlos Lopes , pois foram fundamentais para realização desta pesquisa e para
construção do modelo multicritério de avaliação, meu especial agradecimento aos colegas
dos departamentos do Planejamento de Manutenção e Engenharia ; Guilherme Oliveira,
Glauber Narciso, João Bandeira , Eduardo Riedel e José Tarcísio.
Uma homenagem de agradecimento à EDP.
RESUMO
ABSTRACT
This research seeks to demonstrate how the method "Measuring Attractiveness by a Category
Based Evaluation Technique (MACBETH)" can be applied to the development of a criteria
model to support decision making in ordering the criticality of the service orders of a
thermoelectric power plant, to propose new methodologies for the execution of routines, it
increases the productivity and efficiency of the maintenance team's service in the service
orders requested by the operation. According to the results of the judgment matrix, an
ordering proposal will allow a new strategy for the execution of the maintenance planning,
redefining the criticality of the work orders according to the judgment based on the criteria
and sub criteria, thus applying the resources separated and considering what is most critical
for the plant.
LISTA DE FIGURAS
Figura 04 Turbogerador
Figura 05 Turbogerador
Figura 13 Curva P-
13
LISTA DE QUADROS
LISTA DE ABREVIATURAS
NS Notas de Serviço
OS Ordens de Serviço
LISTA DE GRÁFICOS
LISTA TABELAS
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................................
1.1 Contextualização...............................................................................................................................
1.2 Problematização................................................................................................................................
1.3 Objetivo Geral...................................................................................................................................
1.4 Objetivos Específicos.......................................................................................................................
1.5 Justificativas....................................................................................................................................
1.6 Estrutura Da Dissertação...................................................................................................
2 REFERENCIAL TEÓRICO...............................................................................................................
2.1 A Evolução da Manutenção..............................................................................................................
2.1.1 A primeira geração..........................................................................................................................................................
2.1.2 A segunda geração..........................................................................................................................................................
2.1.3 A terceira geração...........................................................................................................................................................
2.1.4 A quarta geração.............................................................................................................................................................
2.1.5 A quinta geração.............................................................................................................................................................
2.2 Tipos de Manutenção........................................................................................................................
2.2.1 Manutenção Corretiva não Planejada.............................................................................................................................
2.2.2 Manutenção Preventiva...................................................................................................................................................
2.2.3 Manutenção Preditiva.....................................................................................................................................................
2.2.4 Manutenção Detectiva....................................................................................................................................................
2.2.5 Manutenção Corretiva Planejada....................................................................................................................................
2.2.6 Engenharia De Manutenção............................................................................................................................................
2.3 Usinas Termelétricas.........................................................................................................................
2.3.1 Funcionamento de uma Usina Termoelétrica a Carvão..................................................................................................
2.4 Apoio Multicritério a Tomada de Decisão.......................................................................................
2.4.1 Conceitos de Apoio Multicritério à Decisão...................................................................................................................
2.4.2 Fases Do Processo De Apoio À Decisão........................................................................................................................
2.4.3 Abordagem Macbeth.......................................................................................................................................................
2.4.4 Software M-Macbeth......................................................................................................................................................
2.4.5 Análise de Sensibilidade e Robustez..............................................................................................................................
3 METODOLOGIA DA PESQUISA.....................................................................................................
3.1 Caracterização Da Pesquisa..............................................................................................................
3.2 Fase Informativa................................................................................................................................................................
3.3 FASE DE ESTRUTURAÇÃO.........................................................................................................
3.4 Fase de Aplicação.............................................................................................................................
4 ESTRUTURAÇÃO DO MODELO DE AVALIAÇÃO.....................................................................
4.1 Identificação do Contexto Decisório................................................................................................
4.2 Construção do Modelo......................................................................................................................
4.2.1 Definição do Rótulo........................................................................................................................................................
4.2.2 Identificação dos Atores.................................................................................................................................................
4.2.3 Identificação dos Elementos de Avaliação: Critérios de Avaliação...............................................................................
4.2.4 Construção da Árvore de Valor......................................................................................................................................
4.2.5 Descritores......................................................................................................................................................................
4.2.6 Funções de Valor (FV)..................................................................................................................................................
5 APLICAÇÃO DO MODELO MULTICRITÉRIO.............................................................................
5.1 ANÁLISE DOS RESULTADOS.....................................................................................................
5.2 Análise de Sensibilidade e Robustez................................................................................................
6 CONCLUSÃO......................................................................................................................................
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REFERÊNCIAS.....................................................................................................................................
APÊNDICE A.......................................................................................................................................
APÊNDICE B.......................................................................................................................................
APÊNDICE C.......................................................................................................................................
APÊNDICE D.......................................................................................................................................
1. INTRODUÇÃO
1.1 Contextualização
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A manutenção é uma das atividades que mais cresceu e vem crescendo no meio
industrial, visto que a sua aplicação deixou de se limitar apenas a pequenos reparos
rotineiros e passou a se tornar um setor chave para o planejamento estratégico da empresa.
A norma ABNT NBR 5462 - Confiabilidade e mantenabilidade (1994) considera que
a manutenção seja uma combinação de ações técnicas e administrativas cujo objetivo seja
manter ou recolocar um item no estado em que possa desempenhar a função requerida, o que
eventualmente exige modificações de engenharia.
A manutenção tem deixado de ser um departamento que faz somente o trabalho de
reparo, tendo uma função muito importante se tornando parte da estratégia das empresas
para alcançar metas e resultados. Devido a isso, é cada vez mais importante a função da
manutenção, principalmente em empresas de classe mundial, nas quais a elevação dos
investimentos indica a maturidade e visão de gestão do ativo desta organização.
No caso das usinas termelétricas a manutenção tem um papel crucial, visto que elas
não operam continuamente, mas somente quando são solicitadas pelo Operador Nacional do
Sistema Elétrica (ONS) de modo a complementar a geração proveniente das fontes
renováveis como as hidroelétricas, eólicas e solar. Diante disso, diariamente são realizadas
inspeções pela equipe de operação com o objetivo de avaliar a condição dos equipamentos e
os riscos ao processo de geração de modo a mitigar a ocorrência de falhas que tragam
indisponibilidade de geração. No caso de identificação de alguma anomalia, a mesma será
tratada pela equipe de manutenção por meio da abertura de notas de serviço (N. S´s).
Para garantir alta confiabilidade e disponibilidade dos equipamentos, faz-se
necessária a correta priorização de execução das ordens de serviços da manutenção, sendo
esta priorização realizada pelo departamento de Planejamento e Controle de Manutenção
(PCM). Essa priorização busca atender a criticidade dos equipamentos, que precisam ser
determinados com base em critérios de engenharia e também avaliados os riscos aos
processos operacionais.
A indisponibilidade de um equipamento pode levar a uma redução da produção na
operação de uma indústria em geral, e no caso de usinas térmicas a falha que impacta na
indisponibilidade de um ativo ou equipamento pode causar a redução da carga gerada, além
do risco da ocorrência de acidentes. Essa situação, inerente aos processos industriais, destaca
a manutenção como setor fundamental para reduzir essa probabilidade de ocorrência de
falhas. Além disso, em caso de os equipamentos possuírem maior criticidade no processo
pode vir a causar paradas indesejadas e indisponibilidade parcial ou total. Assim, a
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criticidade das atividades a serem realizadas e a sua correta priorização, deve ser tratada
dentro do processo de gestão da manutenção como ponto de partida para o planejamento.
Hijes e Cartagena (2005) destacam que qualquer ação de manutenção tem como
objetivo inicial garantir o funcionamento do sistema e a disponibilidade do mesmo, através
da garantia da confiabilidade e da observação de que quanto mais crítico equipamento ou
sistema, maior deve ser a preocupação do planejamento de manutenção para atender as
falhas ou anomalias apresentadas durante a sua operação.
A IEC 60518 (2006) define a criticidade de um sistema como o impacto ou a
importância de um modo de falha, que exige controle e redução, e objetiva quantificar a
amplitude relativa ao efeito de cada falha, a fim de auxiliar na tomada de decisão.
O foco da análise de criticidade consiste na identificação do impacto na
indisponibilidade que os equipamentos ou sistemas causam durante determinado período de
tempo, observando as interações entre processos, modelos de confiabilidade, variações dos
parâmetros e características operacionais de cada processo (CAROT & SANZ, 2000;
TOMAIDIS & PISTIKOPOULOS, 2004).
A literatura apresenta diversos métodos já criados e estudados para análise de
criticidade, tais como: Árvore de Falhas, Avaliação de Risco, Análise Crítica dos Modos de
Falha e Efeitos (FMEA) (TOMAIDIS & PISTIKOPOULOS, 2004). Em abordagens
quantitativas, alguns indicadores são utilizados, tais como: taxa de falha, taxa de efeitos das
falhas e índices de manutenção (MIL-1629, 1980; IEC 60812, 14.2006). Em abordagens
qualitativas existem critérios operacionais específicos, baseados na experiência dos
avaliadores e especialistas (MOUBRAY, 1997; SIQUEIRA, 2009).
No entanto, os métodos quantitativos apresentam uma deficiência em comum: não
consideram as características inerentes de cada processo e sistema, assim como as suas
interações, além dos critérios operacionais específicos, tais como os critérios econômicos,
segurança e meio ambiente (TENG & HO, 2000; TOMAIDIS & PISTIKOPOULOS, 2004;
GILCHRIST, 1996). Siqueira (2009) destaca que grande parte das instalações em operação
não possuem dados matemáticos ou históricos de falhas de seus sistemas, restando a esses
uma abordagem qualitativa tradicional, a qual pode ser influenciada pela visão específica do
analista, o que pode não refletir a real necessidade de manutenção desses sistemas.
Conforme observam Zammori e Gabbrielli (2011) em circunstâncias normais de
operação, a criticidade de um sistema não resulta apenas de um fator, mas sim de vários
fatores inter-relacionados, avaliados e analisados mediante a sua importância dentro do
processo.
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1.2 Problematização
NÃO
Planejamento
É emergência?
SIM
Planejamento
SIM
Criação da O.S e NÃO Enquadra-se no
Planejamento
alteração do status perrfil de aglutinação
Insere atividade em ordem existente
para “PEND AGFA” sistêmica?
Planejamento
Prepara O.S e altera o status para
"PROG"
Planejamento Planejamento
Disponibiliza a Programação para Altera o status da O.S para
Execução "ENTE"
1.5 Justificativas
Durante a construção desta UTE, o empreendimento gerou no total cerca de cinco mil
empregos diretos e 11 mil postos de trabalhos indiretos, gerando um impacto relevante para o
desenvolvimento do estado do Ceará e de negócios com impacto direto no PIB, contribuindo
para elevar os investimentos no estado, conforme figura 02, e a figura 03 demonstra o
investimento absoluto Acumulado dos estados brasileiros entre os de 2008 a 2018.
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Figura 04 – Turbogerador
Fonte: O Autor
Figura 05 – Turbogerador
Fonte: https://pecem.brasil.edp.com/pt-br/power-plant
Figura 08: Tela de nota de serviço (NS) do Sistema de gestão de manutenção SAP
As notas de serviços (NS) abertas pela operação são classificadas no momento da sua
criação quanto a prioridade do seu atendimento e possuem o SLA de atendimento definidos.
As Ordens de Serviços (OS) classificadas como emergentes são aquelas que devem
ser atendidas e tratada, executadas pela equipe da manutenção num prazo (SLA) de 24 horas,
a NS Emergencial leva em consideração os riscos e impactos a disponibilidade, emissões,
segurança ocupacional e meio ambiente. Seguem alguns de Notas de Serviço que a operação
considera emergenciais:
● Vazamentos de hidrogênio e óleo diesel que não podem ser isolados, vazamento de carvão
a quebra parcial ou total dos mesmos e que não é possível minimizar o risco em operação,
como equipamentos que não desligam em local ou remoto, travamentos de sopradores de
vapor inseridos.
que está impedindo ou poderá impedir se não for normalizado o mais rápido o possível a
disponibilidade total ou parcial da planta).
enxofre (qualquer equipamento que está impedindo ou poderá impedir se não for
normalizado o mais rápido o possível o controle das emissões ambientais dentro dos
limites normativos).
As Notas de Serviços que são classificadas pela operação como prioritárias são
aquelas que devem ser tratadas e executadas pela manutenção entre 1 e 7 dias, segue
exemplos de falhas e anomalias que:
● Falhas que causam perda de eficiência (Desvios que não afetam na disponibilidade da
● Falhas que podem evoluir para um desvio emergente (por exemplo: um gotejamento de
óleo num skid hidráulico que pode ser resolvido com um reaperto de conexão, mas que irá
aumentar, e quando aumentar será necessário desligamento do equipamento para correção,
gerando perda de disponibilidade).
As Notas de Serviço que são classificadas como programáveis são aquelas que
entram numa programação sequencial do planejamento da manutenção, como:
1.º Ordens de G4, que são aquelas que envolvem risco à segurança dos colaboradores.
Dentro de cada uma dessas divisões, ainda se tem uma priorização quanto a criticidade
solicitada pela operação, que é determinada no ato de abertura da NS, podendo ser;
1.º Emergente.
2.º Prioritário.
3.º Programável.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
A evolução da atividade de manutenção foi tão significativa que pode ser classificada
em cinco gerações. Para Siqueira (2016), cada fase tem sua peculiaridade, dependendo
diretamente do desenvolvimento e necessidade da produção e das políticas de gestão de cada
época.
A visão da época em relação às falhas era que todos os equipamentos, com o passar
dos anos, estavam fadados ao desgaste, não ocorrendo nenhum tipo de intervenção para
prevenir isso. Com isso, a quantidade de quebra de equipamentos durante a produção era
muito alta e a principal técnica empregada era a manutenção corretiva não planejada.
A segunda geração se passa entre os anos de 1950 e 1970, após a Segunda Guerra
Mundial. Após o período de guerra, a demanda pelos mais diversos tipos de produtos
industriais cresceu significativamente, ao mesmo tempo que a quantidade de mão de obra
disponível havia reduzido drasticamente. Consequentemente, passou-se por um forte período
de mecanização, complexidade das instalações industriais, além da necessidade de uma maior
disponibilidade dos processos em busca de maior produtividade, para atender a esta demanda
(PINTO; XAVIER, 2012).
A partir disso, passou-se a ter um maior controle das atividades de manutenção, visto
que o modelo da primeira geração, que era improdutivo e com altos custos de para o processo,
não atendia mais. Com isso, surgiu o Planejamento e Controle da Manutenção (PCM),
presente até os dias de hoje, e a manutenção preventiva baseada no tempo de operação
(SOUZA, 2009). Além disso, foi desenvolvido o conceito de manutenção preventiva, como
medida para reduzir a quebra de equipamento durante o processo produtivo (DESHPANDE;
MODAK, 2002).
A terceira geração se inicia na década de 70, a qual teve o sistema produtivo marcado
por um grande processo de mudanças. Neste período houve o crescimento do sistema just-in-
time (JIT), originário do Japão, em 1950, nas fábricas da Toyota, e se difundiu por todo o
mundo.
O JIT representou mudanças bruscas nos sistemas de produção da época, sendo as
principais delas a produção enxuta, ou seja, diferente dos sistemas de produção em massa,
passou-se a produzir apenas o que era demandado pelo cliente. Com isso, eliminou-se a alta
quantidade de estoque de produtos acabados e matéria prima presentes nas fábricas. Além
disso, a busca pela melhoria contínua, o controle de qualidade, a estabilização de processos e
a eliminação de desperdícios se tornaram algo crucial na rotina das empresas (DENNIS,
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Por fim, uma das maiores mudanças nessa geração foi o aprimoramento da
terceirização em atividades de manutenção, passando-se a adotar contrato de longo prazo,
impondo metas de resultados e realizando a medição de performance através de indicadores
(NETO; SCARPIM, 2014).
A manutenção reativa é aquela que atua após a falha do equipamento e tem como
objetivo recolocar o mesmo em funcionamento o mais rápido possível, chamado de
atendimento emergencial. Já as manutenções proativas são aquelas que agem antes que a falha
ocorra e podem trabalhar em conjunto de modo analisar a condição do equipamento a fim de
indicar qual o melhor momento para uma possível intervenção. Por fim, tem-se as atividades
de melhoria, as quais têm como objetivo otimizar as demais técnicas, por meio da análise
indicadores, desenvolvimento de projetos, terceirizações, aquisições de materiais, retrofits,
entre outros (PINTO; XAVIER, 2013).
parcial do processo produtivo, podendo ainda apresentar riscos de acidentes aos trabalhadores
envolvidos ou danos ao meio ambiente.
Mobley (2004) afirma que essa técnica apresenta altos custos para as empresas devido
aos seguintes pontos:
● Alta quantidade de materiais sobressalentes;
● Alta realização de horas extraordinárias;
● Baixa disponibilidade da produção.
O grande volume do estoque ocorre, visto que não se tem ideia de quando a falha irá
ocorrer e muitas vezes alguns materiais possuem um alto lead time de aquisição. Sendo assim,
é necessário sempre estar de posse dos mesmos para que no momento que a emergência
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ocorra a equipe de manutenção possa atuar de maneira imediata. A alta quantidade de horas
extras ocorre porque, em geral, as atividades emergenciais costumam demandar maior tempo
de reparo, desde a identificação da falha até reparo do equipamento. Por fim, a parada do
sistema de maneira não prevista acaba tendo impacto direto no processo produtivo, reduzindo
a quantidade de itens fabricados e, com isso, a quantidade de vendas.
A fim de aumentar a quantidade de produtos fabricados, as empresas optam por
realizar horas extras de produção e terceirizar mão de obra, o que eleva bastante o custo de
fabricação.
Figura 13 – Curva P-
Fonte: Teles (2019).
De acordo com Moubray (1997), essa curva tem início no ponto em que é possível
identificar a queda de desempenho do componente, provavelmente causado pela deterioração
do mesmo, chamado de falha potencial (Ponto P). A partir daí o desempenho cai de maneira
acelerada até chegar ao final da curva, chamado de falha funcional (Ponto F).
O intervalo P-F, ponto de identificação da falha potencial até a falha funcional, pode
variar, dependendo do tipo de equipamento e das condições as quais ele está sujeito.
Geralmente, determina-se o tempo desse período pelo histórico de análises
realizadas e pela experiência da equipe de preditiva (PINTO; XAVIER, 2013).
de paradas de equipamento;
Esta técnica se trata de uma atividade programada que visa corrigir uma anomalia no
equipamento de maneira prematura antes que o mesmo venha a falhar, causando redução ou
parada total da produção. (PINTO; XAVIER, 2012). Bandeira (2019 p.23), complementa esta
atividade com a seguinte afirmação:
A aplicação dessa metodologia permite ao PCM programar a parada do equipamento
no momento mais apropriado, de modo a comprometer minimamente a produção.
Além disso, reduz-se os riscos de acidentes ao meio ambiente e à segurança dos
colaboradores. (BANDEIRA,2019 p.23
O segredo do sucesso da manutenção corretiva planejada está diretamente relacionado
às técnicas de inspeção, uma vez que somente de posse da condição das máquinas é possível
realizar a intervenção programada (PINTO; XAVIER, 2013).
estudar e solucionar problemas mais complexos que demandem maior conhecimento por parte
do corpo técnico, permitindo que sejam implantadas e consolidadas ferramentas que garantam
maior produtividade e facilitem o dia-a-dia dos envolvidos nos processos produtivos
(BANDEIRA, 2019).
De acordo com Pinto e Xavier (2012), as principais atribuições pertinentes à
engenharia de manutenção são:
equipamentos e sistemas;
periodicamente;
As usinas termelétricas são aquelas que fazem uso da energia liberada por algum
produto e, dessa maneira, conseguem gerar energia elétrica, operando segundo o ciclo
Rankine ou Brayton (ÇENGEL; BOLES, 2013).
A energia necessária para a operação dessas plantas se dá pelas mais diversas fontes,
como combustíveis fósseis, geotérmica, nuclear, solar, biomassa, incineração de resíduos,
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entre outros (BORGES NETO; CARVALHO, 2012). Dentre os diversos meios utilizados,
faz-se grande uso dos combustíveis fósseis, sendo o carvão um dos mais tradicionais.
Conforme Moran e Shapiro (2013), os principais sistemas que constituem uma planta
termelétrica a combustível fóssil, presentes na Figura 14, são:
caldeira;
Figura 18: Processo de geração de energia elétrica a partir da combustão do carvão mineral.
Fonte: Drbal, Boston e Westra (1996).
Figura 19: Processo de geração de energia elétrica a partir da combustão do carvão mineral.
Fonte: Adaptado de Ensslin (2010)
Conforme Ensslin, Montibeller Neto e Noronha (2001, p. 195) “o MACBETH faz uso
de um procedimento que consiste em questionar os decisores para que expressem verbalmente
a diferença de atratividade entre duas ações potenciais a e b (com a mais atrativa que b)”. O
MACBETH faz uso de uma escala semântica de diferenças de atratividade, composta por sete
categorias:
1) C0 – nenhuma diferença de atratividade (indiferença);
2) C1 – diferença de atratividade muito fraca;
58
3 METODOLOGIA DA PESQUISA
Para Linstone e Turoff (2002) o método Delphi é definido como “um método para
estruturar um processo de comunicação coletiva de modo que este seja efetivo, ao permitir a
um grupo de indivíduos, como um todo, lidar com um problema complexo”. Assim, a partir
desse desenvolvimento metodológico, o Delphi é considerado uma técnica sistemática para
coletar as opiniões, válidas cientificamente, de especialistas sobre determinado assunto
(DALKEY, 1969).
Marques e Freitas (2018) enfatizam outra potencialidade do Delphi: a identificação de
saberes, competências ou habilidades de um determinado profissional. Observam-se na Figura
5 as etapas genéricas para desenvolvimento de um estudo Delphi.
De acordo com Vieira, Oliveira e Bana e Costa (2019), vários estudos encontrados na
literatura têm utilizado o método Delphi em apoio ao Modelo de Estruturação da Análise
Multicritério de Decisão (MCDA), para selecionar e definir os critérios de avaliação.
Após a etapa qualitativa, será utilizada a metodologia multicritério MACBETH para
apoio na determinação de pesos para os critérios e a ordenação dos pontos monitorados,
trazendo um caráter quantitativo para o estudo.
O plano de trabalho detalhando todas as etapas a serem utilizadas faz parte da primeira
fase desta pesquisa científica, que também inclui a seleção de temas, formulação de
problemas, especificação de objetivos, estabelecimento de hipóteses e aplicação de métodos.
Gerhardt e Silveira (2009) enfatizam que o desenvolvimento da pesquisa científica, o
esclarecimento de fenômenos ou fatos depende da coleta de dados realizada pelos
pesquisadores. Segundo o autor, as técnicas de coleta de dados ou ferramentas de coleta de
dados são: pesquisa bibliográfica, pesquisa de literatura, pesquisa eletrônica, questionários,
formulários, entrevistas, observações e diários de campo/notas de campo.
63
Descrição Escala
Nenhuma diferença de atratividade (indiferença) Nula
Diferença de atratividade muito fraca Muito
fraca
Diferença de atratividade fraca Fraca
Diferença de atratividade moderada Moderad
a
Diferença de atratividade forte Forte
Diferença de atratividade muito forte Muito
forte
Diferença de atratividade extrema Extrema
Quadro 01 – Escala ordinal semântica utilizado pelo MACBETH.
Fonte: MACBETH
Figura 26 – Fluxo desde a sua detecção pela Operação e resolução de falhas pela manutenção.
Fonte: Autoria própria (2021).
Desta forma, diante da complexa definição de quais Ordens de Serviços (O. S´s)
devem ser prioritariamente atendidas pela manutenção, o fator de risco para avaliar o grau de
impacto e relevância para o atendimento destas ordens, é que se introduz a metodologia
multicritério para apoiar a decisão. Ressaltando que o Fator de Risco (FR) considera os
impactos sob alguns aspectos, sendo considerados os diversos critérios que podem ser
considerados.
Como pode ser visto, o processo começa com a identificação do contexto de decisão e
a compreensão de seus objetivos. Esses objetivos devem ser (FRANCO; MONTIBELLER,
2011):
a) Essencial, considerando as motivações e preocupações do problema de decisão;
b) Compreensível, com significado claro e inequívoco;
c) Operacional, permitindo a quantificação e avaliação de desempenhos;
d) Sucinto, não há redundância de objetivos;
e) Conciso, considerando o mínimo de objetivos possível;
f) De preferência independente, o que significa que a avaliação de desempenho em um
objetivo não depende das avaliações no outro.
Esta primeira etapa moldará o problema de decisão e determinará as opções a serem
avaliadas para que possa desempenhar um papel importante (HAMMOND et al., 1999). Para
a construção do modelo de avaliação, Ensslin, Montibeller Neto e Noronha (2001)
enfatizaram as seguintes etapas:
a) Definição do rótulo do problema;
72
Como o objetivo desta pesquisa é propor uma priorização eficiente das Ordens de
Serviço utilizando um modelo multicritério de apoio à decisão para avaliação dos aspectos
críticos para garantia da disponibilidade de uma termelétrica à carvão mineral, deste modo foi
definido o seguinte rótulo:
A base para o processo avaliativo, está amparada por um conjunto de passos para
identificação dos elementos de avaliação (ENSSLIN; MONTIBELLER NETO; NORONHA,
2001), quais sejam:
a) Identificação dos Elementos Primários de Avaliação (EPAs);
b) Construção de Mapas Cognitivos;
c) Identificação dos Pontos de Vistas Fundamentais (PVF).
Segundo Ensslin, Montibeller Neto e Noronha (2001), a identificação do elemento
principal de avaliação (EPA) é necessária para a posterior construção do mapa cognitivo, de
forma que o ponto de vista básico (PVF) possa ser identificado.
As etapas de identificação dos EPAs e elaboração do mapa cognitivo se deram por
meio da aplicação do web-Delphi com os especialistas que atuam na O&M de usina
termelétrica à carvão, conforme detalhado na subseção 3.2.1 - Fase de estruturação.
Por intermédio da análise das respostas das rodadas do web-dephi, chegou-se a 3 (três)
critérios e 9 (nove) subcritérios mais relevantes na opinião dos especialistas para avaliação
dos sistemas e pontos monitorados de uma termelétrica à carvão mineral, quanto a sua
criticidade, conforme detalhado na tabela 3:
4.2.5 Descritores
Após a definição dos PVFs (três) e PVEs (sete), para mensuração das ações potenciais
se faz necessário a construção de um critério (Ensslin et al. 2001), sendo este constituído por
duas ferramentas: um descritor e uma função de valor.
Segundo Ensslin et al. (2001), os descritores promovem o entendimento do que será
medido, e a função valor mostra informações relacionadas à diferença de atratividade entre os
NI dos descritores.
Um descritor corresponde a um conjunto de NI, relatando o desempenho das
operações potenciais para cada PVF (BANA E COSTA, 1992). Neste estudo, foram utilizados
quatro NI, um para cada descritor.
O nível de impacto é classificado por preferência, em ordem decrescente: as mais
atraentes correspondem às ações de melhor desempenho e as menos atraentes correspondem
às ações de pior desempenho (ENSSLIN et al., 2001).
No presente estudo, cada estado possível do descritor foi associado a um nível de
impacto Nj, onde j corresponde à ordem decrescente de preferência do decisor, ou seja:
a) N4 – Nível de impacto com maior atratividade (limite superior);
b) N3 – Nível de impacto com atratividade imediatamente inferior;
c) N2 – Nível de impacto com atratividade intermediária;
d) N1 – Nível de impacto com menor nível de atratividade (limite inferior).
De acordo com Enslin et al. (2001), Bana e Costa e Vansnick (1997) e Bana e Costa et
al. (1999) definiram dois níveis de referência para a criticidade do monitoramento: alto nível
(A) e baixo nível (B), o que facilita o entendimento dos descritores e permite a identificação
durante o processo de tomada de decisão, facilitando sua operação: com nível alto de
criticidade/monitoramento crítico (localizadas acima do nível alto);
a) com nível médio de criticidade/monitoramento moderado (localizadas entre os
níveis alto e baixo);
b) com nível baixo de criticidade/monitoramento normal (situadas abaixo ou no
nível baixo), de acordo com a percepção dos decisores.
78
De acordo com Bana e Costa et al. (2013), a comparação entre as opções é sempre
realizada aos pares, avaliando qualitativamente a diferença de atratividade entre elas,
escolhendo uma das categorias MACBETH ou várias categorias de hesitação ou divergência.
Quando o avaliador emite julgamentos e entradas qualitativas, o software verifica
automaticamente sua consistência e fornece sugestões para eliminá-los ao encontrar
inconsistências.
80
Para que uma matriz de julgamentos seja consistente, deve ser possível deduzir, a
partir deles, pontuações tais que: 1) opções igualmente atraentes obtêm a mesma pontuação;
2) uma opção mais atrativa obtém uma pontuação mais alta; e 3) Se a diferença de
atratividade entre duas opções (por exemplo, forte) é maior do que a diferença de atratividade
entre as outras duas opções (por exemplo, médio), então a opção deve ser pontuada de forma
que a diferença entre as pontuações das duas opções seja as duas primeiras. entre pontuações
superiores às outras duas (condições de consistência ordinal) (BANA E COSTA et al., 2012).
Segundo Quirino (2002), função valor deve ser determinada e os atributos devem ser
consistentes, caso contrário, se houver incompatibilidade no sistema de equações lineares, o
próprio software indicará que precisa ser ajustada.
Na Tabela 6, apresenta-se as FV do PVE 1.1 - Impacto na geração de Energia,
construída com a utilização do MACBETH.
De acordo com Quirino (2002), se faz necessário a transformação das escalas das
funções de valores dos descritores, de forma que o nível bom fique ancorado na escala 100
(cem) e o nível neutro, na escala 0 (zero). Esta transformação numérica é denominada função
transformada ou funções de ancoragem.
81
global permaneça inalterado, conforme Bouyssou (1986), Keeney (1992), Keeney e Raifa
(1993) e Roy (1996). As taxas de substituições são também conhecidas por “pesos” (weights).
Ao final, o decisor deve verificar e validar os pesos obtidos, para garantir que refletem
sua opinião e chega-se a uma lista de critérios e subcritérios, ordenados e ponderados quanto
o grau de impacto, obtidos por meio do julgamento multicritério resultado das opiniões dos
profissionais especialistas quanto os critérios inseridos no MACBETH e convertidas em
valores necessários para avaliação da criticidade de sistemas, subsistemas e pontos
monitorados em rotas de inspeção operacional. Apresenta-se na Tabela 8 e Figura 18, as taxas
de substituições dos critérios e subcritérios.
..
85
Tabela 11 – KKS e Anomalias nos principais sistemas críticos da UTE utilizados nesta pesquisa
Fonte: Autoria própria (2021).
86
A pesquisa foi estruturada em três eixos, atribuídos como os PVF. A fim de se obter
maior precisão na mensuração, realizou o desmembramento de cada eixo em três PVE,
totalizando sete, de acordo com o modelo multicritério de avaliação desenvolvido no estudo.
Um modelo de valor aditivo simples foi usado para avaliar cada opção. Este modelo
fornece uma medida para a atratividade benefício global de cada opção de sistema e/ou
subsistema monitorado possível, para posterior seleção. A equação (5.1) define o modelo de
valor aditivo simples.
Onde,
V(a) – é a pontuação global da opção uma;
λi – é o peso do critério i;
vi(a) – é a pontuação parcial da opção uma no critério i.
A abordagem MACBETH foi usada para construir a função de valor e para determinar
os pesos, que correspondem ao cálculo das variáveis vi(a) e λi, respectivamente.
87
Figura 38 - Análise dos pesos atribuídos a cada aspecto pelos especialistas da UTE e especialista em Térmicas no Brasil e em Portugal!
Fonte: Andrade et al (2021).
Figura 39 – Janela do M-MACBETH visão com termômetro do modelo multicritério para priorização de ordens de serviço para manutenção;
Fonte: Autoria própria (2021).
Figura 40 – Visualização dos nós com critérios em destaque na cor vermelha do modelo multicritério para priorização de ordens de serviço
para manutenção.
Fonte: Autoria própria (2021).
91
Gráfico 1 – Janela do M-MACBETH com resultados da avaliação da ordem de priorização para atendimento das ordens de serviço.
Fonte: Andrade et al (2021).
De acordo com Bana e Costa et al. (2002), a forma mais popular de análise de
sensibilidade de pesos inclui a análise das possíveis mudanças no ranking global de propostas
quando os pesos relativos de determinados critérios (ou subcritérios) são modificados e os
pesos proporcionais entre outros são mantidos. O autor também destacou que além da análise
de sensibilidade clássica, a robustez dos resultados da análise também é muito interessante, o
92
que fará com que vários pesos mudem ao mesmo tempo, mas a ordem dos pesos definida na
proposta inicial deve ser respeitada.
A análise de sensibilidade do modelo proposto permitirá aos tomadores de decisão
verificar as possíveis mudanças nas decisões tomadas, ou seja, como se comportará a
ordenação dos problemas diante de mudanças em um ou mais critérios. Segundo Menezes
(2013), a análise de sensibilidade é utilizada para comprovar a robustez das opções em relação
aos seus concorrentes. O parâmetro com maior peso será considerado o parâmetro de maior
impacto em cada critério.
As linhas presentes nos gráficos possibilitam a visualização da variação global com a
variação do peso do critério. A linha vermelha representa o peso atual do critério em análise e,
o ponto de intersecção entre duas retas representa uma eventual mudança de decisão. Quando
não ocorre a intersecção entre duas retas, significa que este critério não altera a decisão final
(OLIVEIRA NETO, 2008). Segue gráficos 10, 11, 12 e 13.
Abordando a análise de sensibilidade isoladamente de quatro ordens de serviços e seus
respectivos KKS´s com maior atratividade global de acordo com a opinião dos especialistas
(11HNC11AN001,20PAC13AP001,21HNC12BB001,11ETD04AF001), nos critérios
Impacto segurança ocupacional, Impacto na geração de energia, Impacto no meio
ambiente e SLA de atendimento, que possuem maiores pesos. Observa-se a análise dos
efeitos da variação do peso do critério selecionado sobre as pontuações globais das opções. As
linhas do gráfico possibilitam a visualização da variação global com a variação do peso do
critério de 0% a 100%. A linha vermelha representa o peso atual do critério em análise.
93
Figura 41 – Análise de robustez apenas sem influência da diferença de atratividade entre os KKS´s e Ordens de Serviços (OS´s)
Fonte: Autoria própria (2021).
O símbolo ( ) representa uma situação de dominância, ou seja, significa que uma opção domina outra
opção se for pelo menos tão atrativa quanto a outra em todos os critérios e se for mais atrativa do que outra em
pelo menos um dos critérios. O símbolo ( ) representa uma situação de dominância aditiva, ou seja, significa
que uma opção domina aditivamente outra opção se, para um determinado conjunto de restrições na informação,
resulta sempre globalmente mais atrativa do que a outra opção da aplicação do modelo aditivo.
A ferramenta M-MACBETH permite analisar a informação de três formas (ordinal, MACBETH e
cardinal) e em duas seções (Informação local e Informação global). A informação ordinal refere-se somente à
ordenação, excluindo qualquer informação de diferença de atratividade (intensidade de preferência). A
informação MACBETH inclui os julgamentos semânticos introduzidos no modelo, mas ignora qualquer escala
de pontuação ou ponderação compatível com esses julgamentos. A informação cardinal denota uma escala
específica e validada pelo avaliador. A informação local diz respeito a informação específica num determinado
critério, ao passo que a informação global diz respeito à informação de ponderação dos critérios.
98
6 CONCLUSÃO
Figura 42 - Análise dos pesos atribuídos a cada aspecto pelos especialistas da UTE e especialista em Térmicas no Brasil e em Portugal!
Fonte: Andrade et al (2021).
mais críticos identificados no estudo, bem como para integrar conceitos de inteligência
artificial e aprendizado de máquina para coletar requisitos e julgamento dinâmico de critérios,
integrando o modelo ao planejamento de manutenção na priorização de rotas de manutenção
preventiva.
101
REFERÊNCIAS
ÇENGEL, Yunus A.; BOLES, Michael A. Termodinâmica. 7. ed. Porto Alegre: AMGH,
2013.
DENNIS, Pascal. Produção lean simplificada: Um guia para entender o sistema de produção
mais poderoso do mundo. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2008.
BANA E COSTA, C. A.; VANSNICK, J. C. Thoughts a theoretical framework for ... In:
CLÍMACO, J. (ed.). Multicriteria analysis. Berlin: Springer-Verlag, 1997.
BOUYSSOU, D.; MARCHANT, T.; PIRLOT, M.; PERNY, P.; TSOUKIÁS, A.; VINCKE,
P. Evaluation and decision models: a critical perspective. Boston: Kluwer Academic, 2000
CLEMEN, R.; REILLY, T. Making hard decisions with decision tools. 2. ed. Pacific Grove,
CA: Duxbury, 2001.
ENSSLIN, L.; QUEIROZ, S.; GRZEBIELUCKAS, C.; ENSSLIN, S. R.; NICKEL, E.;
BUSON, M. A.; JUNIOR, A. B. Identification of costumers needs in the products
development process: An innovative proposal illustrated for the automotive industry.
Produção, v. 21, n. 4, p. 555-569, 2011.
LINSTONE, H. A.; TUROFF, M. The Delphi method: techniques and applications. Addison
Wesley Newark, NJ: New Jersey Institute of Technology, 2002. Disponível em:
https://www.researchgate.net/publication/237035943_The_Delphi_Method_Techniques_and_
Applications. Acesso em: 20 nov. 2020.
MORAES, C.C.D.F.; PINHEIRO, P.R.; ROLIM, I.G.; COSTA, J.L.D.S.; JUNIOR, M.D.S.E.;
ANDRADE, S.J.M.D. Using the Multi-Criteria Model for Optimization of Operational
Routes of Thermal Power Plants. Energies, Basel. 2021, 14, 3682.
https://doi.org/10.3390/en14123682
MOUBRAY, J. Reliability centered maintenance. 2. ed. New York: Industrial Press, 2000.
445p.
NERC. Study guide for NERC system operator certification exam. About NERC, 2014.
Disponível em: http://www.nerc.com/files/2012 Exam Study Guide1.pdf. Acesso em: 20 jan.
2021. NERC.
ROY, B. Paradigms and challenges. In: FIGUEIRA, J.; GRECO, S.; EHRGOTT, M. (ed.).
Multiple criteria decision analysis: state of the art surveys series. Springer Link, 2005. p.
3-24. (International Series in Operations Research & Management Science, v. 78, n. XXXVI).
109
APÊNDICE A
Categorização dos critérios aplicados para avaliação aspectos que foram considerados e
validados pelos especialistas da UTE Pecém e na pesquisa com 16 espcialistas np Brasil e
Portugal.
Com base na aplicação do brainstorming com os especialistas de O&M da usina, foi possível desenvolver
critérios e subcritérios, considerados pelo grupo com os mais importantes para avaliação de criticidade de uma
ordem de serviço, conforme Quadro 1.
Quadro 1 – Critérios e subcritérios
Atendimento.
Emergencia - 24h
Prioritário - 1 a 7 dias
Programável - 28 dias
Fonte: Autoria própria (2021).
113
APÊNDICE B
Gráficos de análise de sensibilidade e robustez dos critérios Impacto de segurança, Impacto na
geração de energia, Impacto ambiental e Impacto nos Custos”
Os Gráficos de análise de sensibilidade dos critérios Impacto segurança ocupacional, Impacto na geração
de energia, Impacto ambiental e Impacto patrimonial e robustez para o sistema “Turbina” encontram-se a seguir:
Figura 1 – Análise de robustez apenas sem influência da diferença de atratividade para o sistema Caldeira
APÊNDICE C
FATOR DE RISCO
FERRAMENTA PARA AVALIAÇÃO E PRIORIZAÇÃO DAS ORDENS DE SERVIÇO DA MANUTENÇÃO DA UTE PECÉM I
ASPECTOS OPERACIONAIS ASPECTOS DE SSMA ASPECTOS DE MANUTENÇÃO
IMPACTO À GERAÇÃO REDUNDÂNCIA DE SEGURANÇA MEIO-AMBIENTE CUSTO DE REPARO DURAÇÃO DA ATIVIDADE SLA DE ATENDIMENTO À ORDEM TEMPO DE CRIAÇÃO DA ORDEM DE SERVIÇO
EQUIPAMENTOS DE SERVIÇO
atendimento da manutenção.
atendimento da manutenção.
atendimento da manutenção.
atendimento da manutenção.
atendimento da manutenção.
1 - <= 20% do SLA medio de
redundância e a mesma está
2- O equipamento possui
1 - Programável - 28 dias
2 - Prioritário - 1 a 7 dias
parcialmente reversível.
3 - Emergencia - 24h
4- > R$ 500.000,00
pessoas e materiais
1- < R$ 10.000,00
(>60 e <120MW)
redundancia.
irreversível.
disponível.
disponível.
(<60MW)
reversível
unidade )
PESO 4 3 5 5 3 3 3 1
20PAC13AP001 - VIBRAÇÃO EXCESSIVA 72 3 3 1 1 4 5 3 5
4
Ciclo Térmico
Quadro 3 – Resultados questionário de avaliação 20 (vinte) ordens de serviçso (OS) dos pincipais sistemas da
UTE.
Fonte: Autoria própria (2021).
117
APÊNDICE D