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Resistência Francesa
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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A resistência do interior diz respeito aos homens e mulheres que, Voluntário da resistência
em França, seja na zona ocupada (chamada zona Norte), seja em francesa
zona livre (zona Sul, não ocupada até novembro de 1942), se
organizaram para perpetrar ações contra as forças da Alemanha
nazi, portanto contrárias à legalidade do invasor ou do governo de Vichy.
Em sua origem (1940), a França livre criou diversas redes de informação na metrópole, e os
primeiros contactos com os movimentos de resistência interiores foram estabelecidos em finais de
1941. A unificação das duas resistências sob o comando do general de Gaulle foi principalmente
dirigida por Jean Moulin, em 1942-1943. Foi como simbolismo dessa resistência comum entre a
«França cativa» e a «França livre» que esta última foi renomeada em julho de 1942 para «França
combatente».[2]
Antes que os historiadores pudessem definir o que convinha englobar sob o termo «Resistência»,
foi necessário determinar administrativamente quem tinha o direito a reclamá-lo, isto é, de
requerer a pensão a que dava direito. Era um ponto particularmente importante para as viúvas,
viúvos e órfãos dos 60 000 deportados políticos que nunca regressaram dos campos e dos 30 000
fuzilados entre 1940 e 1944.
Desde o fim da guerra, 250 000 cartas de Combatentes Voluntários da Resistência são
distribuídas aos candidatos dos 45 movimentos homólogos da Resistência francesa e das 270 redes
da França combatente - que dependiam diretamente do Bureau central de renseignements et
d'action (BCRA) de Londres. Por esta definição administrativa, os membros das redes do Special
Operations Executive (SOE) não são contabilizados por dependerem de uma potência estrangeira:
o Reino Unido. Alguns movimentos foram mais relaxados que outros para darem a sua
concordância a candidatos duvidosos.[3]
uma reação nacional contra a ocupação estrangeira e de luta pela independência nacional,
que é a principal ou uma das principais motivações para a maioria dos resistentes;
uma luta política e moral contra o nazismo, contra a ditadura, contra o racismo e a deportação,
que também é necessário ter em conta se se pretende explicar a presença alemã na própria
resistência francesa e nas ações antifascistas alemãs entre 1942 e 1944, nas Cevenas.
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Estas duas reações combinam-se muitas vezes, particularmente nos militantes socialistas, radicais,
no seio da direita republicana e na maioria dos militantes comunistas.
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Sociologia
Muitos estrangeiros combateram ao lado dos resistentes franceses: antifascitas italianos, antinazis
alemães e republicanos espanhóis[4] refugiados em França, imigrantes polacos e arménios e judeus
apátridas. Franceses ou estrangeiros, os judeus foram sobre-representados na Resistência, a todos
os níveis de responsabilidade e em todas as formas de combate subterrâneo.
Nos Maquis, a população era consideravelmente mais jovem e sobretudo masculina. Na Bogonha
por exemplo, 90% dos maquis eram homens jovens e solteiros, tipicamente entre 22 e 25 anos de
idade.[6]
A população dos movimentos de resistência era sobretudo urbana. A origem social dos resistentes
seria específica de cada movimento: assim, a OCM (Organisation civile et militaire) era
essencialmente constituída por homens de idade madura, muitas vezes de quadros superiores; a
Defense de la France recrutava mais estudantes e funcionários; o Front national fora inicialmente
criada pelos comunistas e operários, mas acabaria por perder essa especificidade.[7] As redes de
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As mulheres na Resistência
Menos numerosas do que os homens, as mulheres representavam 15 a 20% dos resistentes, e cerca
de 15% dos deportados políticos. São-lhes dadas, na generalidade, tarefas subalternas. Lucie
Aubrac, resistente emblemática, nunca teve um papel definido na hierarquia do movimento
Libération-Sud. Hélène Viannay, com mais estudos que o seu marido Philippe Viannay, o
fundador de Défense de la France, nunca escreveria um único artigo para o jornal clandestino com
o mesmo nome. Por outro lado, Suzanne Buisson, co-fundadora do Comité d'action socialiste
(CAS) é a tesoureira do movimento até à sua detenção. Uma mulher, Marie-Madeleine Fourcade, é
chefe de rede (fazendo crer aos britânicos que o verdadeiro chefe era um homem). Nenhuma é
chefe de um movimento. E apenas uma minoria muito restrita entra na luta armada.
As mulheres organizam manifestações desde 1940, são ativas nos comícios populares do Partido
Comunista Francês (PCF) clandestino, são omnipresentes na ajuda material e moral aos grevistas e
aos refractários dos maquis.[9] Elas são indispensáveis como datilógrafas, e sobretudo como
agentes de ligação - em parte porque os alemães desconfiavam menos das mulheres, e que os
inúmeros controlos de identidade dirigidos contra os refractários do STO, não lhes dizia respeito.
Se em março de 1944 o Conselho nacional da Resistência (CNR) não menciona o voto das
mulheres nos seus programas de renovação, já o general de Gaulle assina em Alger, a 21 de abril de
1944, uma ordem declarando as mulheres eleitoras e elegíveis sob as mesmas condições que os
homens: o papel emancipador das resistentes é portanto reconhecido.
É também importante mencionar que inúmeros combatentes vivem durante toda a guerra como
casais, e que a sua resistência seria impossível sem a presença de sua companheira: Cécile e Henri
Rol-Tanguy, Raymond e Lucie Aubrac, Paulette e Maurice Kriegel-Valrimont, Hélène e Philippe
Viannay, Marie-Hélène e Pierre Lefaucheux, Cletta e Daniel Mayer, etc., formam casais
indissociáveis.
São numerosas as resistentes que se casam e que têm filhos em plena clandestinidade, sem
interromper a sua luta. Algumas salvam a vida aos seus maridos, tal como Lucie Aubrac ou Marie-
Hélène Lefaucheux o fizeram. Outras partilham o seu destino na tortura, deportação e na morte. O
célebre comboio de 24 de janeiro de 1943 leva para Auschwitz resistentes franceses (não-judeus e
comunistas nas sua maioria) entre os quais viúvas de fuzilados como Maï Politzer, esposa de
Georges Politzer, e ainda Hélène Solomon, filha do grande sábio Paul Langevin e mulher do
escritor Jacques Solomon.
O exército e a administração
Os acordos de armistício limitaram os efetivos do exército do governo de Vichy para cem mil
(100 000), exclusivamente colocados na zona não ocupada. Por entre esses militares, quer façam
parte desse exército de armistício quer tenham sido desmobilizados, são numerosos os que
desejam a vingança contra os alemães, sem no entanto desejarem juntar-se ao general de Gaulle
em Londres. Como a maioria dos franceses, eles são fiéis ao novo chefe de Estado, o marechal
Pétain.
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O capitão Henri Frenay empenha-se desde o final de 1940 na constituição em zona livre do
movimento Combat, organizado segundo as regras da clandestinidade e que se tornaria num dos
movimentos mais importantes da Resistência.
Na zona norte, o coronel Alfred Touny e Jacques Arthuys criam a Organisation civile et militaire
(OCM).
O capitão Paul Paillole, chefe dos serviços de contra-espionagem antes da derrota francesa,
continua a exercer as suas funções no exército do armistício, mas trabalha em colaboração com os
britânicos e continua a perseguir os agentes da Abwehr e do RSHA.
Uma segunda vaga de militares alistar-se-ia na Resistência após a invasão da zona livre em
novembro de 1942:
sob a autoridade do general Frère, que fizera parte do tribunal que condenara de Gaulle à
morte, numerosos oficiais e sub-oficiais reagrupam-se a partir do final de 1942 na
Organisation de résistance de l'armée (ORA); esta proclama-se "apolítica";
na Organisation civile et militaire (OCM).
As redes do BCRA
A Confrérie Notre-Dame, uma das mais famosas dessas redes, é criada pelo coronel Rémy em
novembro de 1940, quando os serviços secretos da França livre ainda não se chamavam BCRA.
Honoré d'Estienne d'Orves, oficial da marinha que constituíra na zona ocupada uma rede com 26
pessoas, é preso em maio de 1941 e é fuzilado a 29 de agosto de 1941. Durante a sua viagem a
Londres em abril de 1942, Christian Pineau vê-se com a missão de criar uma nova rede de
informações: Phalanx. Em 1943, o BCRA obtém a fusão das redes de informação dos Mouvements
unis de la Résistance. É assim criada a rede Gallia, ligada ao BCRA, e especializada em
informações militares.
Três serviços secretos britânicos operam em território francês: o Special Operations Executive
(SOE), criado em julho de 1940 e encarregado da execução das operações; o MI6, encarregado da
informação; o MI9, encarregado das evasões. Segundo o historiado Michael R. D. Foot, o SOE
enviou para a França durante o conflito 1 800 agentes, dos quais 1 750 homens e 50 mulheres. Um
em quatro foi preso, uma proporção elevada mas inferior à de outros países: um em dois nos Países
Baixos, um em três na Bélgica. Os agentes do SOE armaram 250 000 resistentes franceses, e
executaram operações de sabotagem importantes.
Ver também
Abbé Pierre
Agnes Humbert
Antifascismo
Batalha de França
Charles de Gaulle
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França Livre
Liberação de Paris
Movimento de resistência
Partisans Iugoslavos
Resistência alemã
Resistência italiana
A Verdade
Referências
1. Pharand (2001), p. 169
2. Journal officiel de la France combattante,nº 9, sexta-feira, 28 de agosto de 1942, p. 52
3. R.Faligot et R.Kauffer, Les Résistants, Fayard, 1989, p. 90-93
4. Denis Peschanski, artigo « Les Espagnols » no Dictionnaire historique de la Résistance, p.880,
Robert Laffont, 2006
5. François Marcot, artigo Combien étaient-ils,em Dictionnaire historique de la Résistance, p.339,
Robert Laffont, 2006.
6. Jacqueline Sainclivier, artigo Sociologie des maquis, em Dictionnaire historique de la
Résistance, p.911, Robert Laffont, 2006.
7. Jacqueline Sainclivier, artigo Sociologie des mouvements, em Dictionnaire historique de la
Résistance, p.912, Robert Laffont, 2006.
8. Jacqueline Sainclivier, artigo Sociologie des réseaux, em Dictionnaire historique de la
Résistance, p.913, Robert Laffont, 2006.
9. H.R. Kedward, À la recherche du maquis, 1999
Ligações externas
Mulheres na Resistência francesa (em inglês) (http://userwww.sfsu.edu/~epf/1994/resist.html)
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