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Matemática: Álgebra

TÓPICO 5: Equações e Polinômios

s equações e polinômios são a base da álge- Curiosidade construtiva


bra matemática. Contudo, seu uso não se
A restringe somente a esse campo: diversos
fenômenos térmicos e mecânicos são representa-
Em física, na parte de cinemática, existe uma
equação chamada Função Horária da Posição:
dos por equações. Por outro lado, polinômios po-
S = vt + S0 .
dem ser usados para representar curvas e, na área
econômica, fazer análise de custos. • S = posição;
• v = velocidade;
• t = tempo;
1 Equação do Primeiro grau • S0 = posição inicial.

Essa equação é uma equação de primeiro grau


A equação do primeiro grau apresenta o seguinte
com forma at + b = 0. Colocando todas as
formato:
variáveis de um mesmo lado temos:
ax + b = 0 , (1)
vt + S0 − S = 0.
|{z}
em que a e b são números reais e a 6= 0.
| {z }
at b
Exemplo:
3x + 5 = −1. (2)
FIQUE LIGADO
Para deixar essa equação com um formato seme-
Devido à sua simplicidade, os vestibulares ten-
lhante à equação de primeiro grau, equação 1, é ne-
dem a construir exercícios em que equações
cessário somar 1 em ambos os lados da equação 2:
de primeiro grau aparecem de forma implícita.
Normalmente eles fornecem um enunciado e
3x + 5 + 1 = −1 + 1, com ele o aluno deve montar a equação e depois
resolvê-la:
resultando em:
Interpretar o enunciado → Montar a equação
3x + |{z}
6 = 0. → Resolver a equação
|{z}
ax b

Geralmente a resolução de uma equação de primeiro


grau consiste em isolar b e “passar o a dividindo”: Exercício 1

b (Cesgranrio) Se (2 + 3)2 − x = 12, então x vale:


x=− .
a
(a) −2
Nesse caso, então: (b) −1
(c) 1
6 (d) 9
3x = −6 → x = − → x = −2.
3 (e) 13
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RESOLUÇÃO: Para obter a solução deste exer- Com isso, temos:


cício é necessário isolar o x e resolver o resto 2(6x − 5)
da equação: = 14.
7
(2 + 3)2 = 12 + x. Passando o 7 multiplicando 14 e o resultado
dividindo por 2, temos:
x passou para o lado direito da equação em
relação ao que foi apresentado no enunciado. 7.(14)
6x − 5 = .
Agora devemos isolá-lo passando o 12 para o 2
lado esquerdo: Realizando a operação de divisão do lado di-
2
(2 + 3) − 12 = x. reito:
7.(14)
= 7.7 = 49.
Mas 2
Logo:
(2 + 3)2 = 52 = 5.5 = 25.
54
Então: 6x − 5 = 49 → 6x = 54 → x = → x = 9.
6
25 − 12 = x → x = 13. Resposta correta letra c.

Resposta correta letra (e).

Exercício 2

(PUC-SP) No esquema abaixo, o número 14 é


o resultado que se pretende obter para a ex-
pressão final encontrada ao efetuar-se, passo
a passo, a seqüência de operações indicadas, a Problema 1
partir de um dado número x.
(UDESCa ) A solução da equação exponencial
5x − 26.5x + 25 = 0 é:

(a) 0
(b) 1
(c) −1
(d) 2
(e) −2

RESOLUÇÃO: Por se tratar de uma equação ex-


ponencial, a equação do enunciado nos parece,
em um primeiro momento, de difícil solução.
O número x que satisfaz as condições do No entanto, esse problema pode ser contornado
problema é: com uma substituição de variável.
(a) divisível por 6. Vamos trabalhar com uma equação fictícia para
(b) múltiplo de 4. compreender como funciona essa substituição:
(c) um quadrado perfeito.
(d) racional não inteiro. 2x + 3 = 47. (3)
(e) primo. Resolvendo a equação normalmente temos:
RESOLUÇÃO: 2x + 3 − 3 = 47 − 3 → 2x = 44 → x = 22.
Para resolver este exercício é necessário realizar Contudo, para simplificar, podemos dizer que
as etapas apresentadas no enunciado: 2x = y e assim resolver a equação 3:
→ 6x |{z}
x |{z} → 6x − 5 |{z}
→ 2(6x − 5) Se 2x = y então a equação 3 se torna
vezes 6 menos 5 vezes 2 y + 3 = 47 e y = 44.
2(6x − 5) Dessa forma teríamos:
→ .
|{z} 7
dividir por 7 2x = y → 2x = 44,

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o que resultaria em uma mesma solução. decorrer do problema. Vejamos!


Nesse exemplo tal substituição não é vantajosa.
Contudo, é possível utilizar tal ideia para resol- Temos:
ver o Problema 1. 1 1
Voltando ao Problema 1, temos a equação ex- + = 0.
x+1 x−1
ponencial:
Realizamos o mínimo multiplo comum para po-
5x − 26.5x + 25 = 0. (4) der somar as frações. Neste caso o m.m.c é a
própria multiplicação dos denominadores, ou
Fazendo 5x = y, a equação exponencial 4 se seja, (x + 1)(x − 1).
torna uma simples equação do Primeiro Grau: Após a obtenção do m.m.c devemos efetuar a
soma das frações. Para isso, dividimos o m.m.c.
5x = y → y − 26y + 25 = 0. pelo denominador de cada parcela e em seguida
multiplicamos o resultado pelo respectivo nu-
Passando 25 para o lado direito da igualdade:
merador. Assim temos:
y − 26y = −25 → −25y = −25. 1ª fração: Pegamos o m.m.c e dividimos pelo
denominador:
Por fim, isolamos y passando dividindo −25 do (x+ 1) (x − 1)

= x − 1.

outro lado da equação:
x+
  1
−25 Agora pegamos o resultado e multiplicamos
y= → y = 1.
−25 pelo numerador:
O exercício pede o valor de x, e temos y. Para 1.(x − 1) = x − 1.
obter x fazemos:
Com isso, a primeira fração se torna:
y = 5x = 1. x−1
.
(x + 1)(x − 1)
Para resultar em 1, 5 deve ser elevado a 0. Logo,
x = 0. 2ª fração: Realizamos um processo semelhante
Resposta correta letra (a). ao da primeira fração:
a Questão original foi levemente modificada para se en- m.m.c (x + 1)
(x−
1)

= =x+1
quadrar no assunto. denominador x−
 1

e depois:
FIQUE LIGADO resultado.numerador = (x + 1).1 = x + 1.

Deve-se ter muita atenção na resolução de pro- A segunda fração assume a forma:
blemas semelhantes ao Problema 1, pois o x+1
aluno ao obter o valor de y acaba escolhendo .
(x + 1)(x − 1)
uma alternativa, esquecendo de obter x, que é
Agora que as duas frações têm denominadores
o resultado desejado.
iguais podemos somá-las:
x−1 x+1
Problema 2 + ,
(x + 1)(x − 1) (x + 1)(x − 1)
(UFRN) Sendo resultando em:
  x−1+x+1 2x
1 1 = = 0.
S= x∈R + =0 : (x + 1)(x − 1) (x + 1)(x − 1)
(x + 1) (x − 1)
Nesse ponto é necessário analisar o denomina-
(a) S não possui elementos. dor, pois ele deve ser diferente de zero para
(b) S possui um único elemento. existir uma solução. Então:
(c) S possui dois elementos.
(d) S possui mais de dois elementos. (x + 1)(x − 1) 6= 0.
Para descobrir os valores que x não pode assu-
RESOLUÇÃO: mir basta ver em quais valores o denominador
A resolução da equação 1 para descobrir os resulta em 0. Como o denominador é uma mul-
elementos de S se assemelha à resolução tiplicação (x + 1)(x − 1), se um dos termos for
de uma equação de Primeiro Grau. Porém zero, a multiplicação também resulta em zero.
é necessária uma ánalise mais profunda no Assim:

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0.(x − 1) = 0 → x + 1 = 0 → x = −1, • b = tempo de volta do rápido;


• c = número de voltas do lento;
(x + 1).0 = 0 → x − 1 = 0 → x = 1. • d = tempo de volta do lento.

Se x = 1 ou x = −1 o denominador zera. Logo, Resolvendo a equação 6:


x 6= −1 e x 6= 1 deve ser satisfeito para que
exista uma solução. 72(n + 1) = 75n → 72n + 72 = 75n.
Analisando o numerador temos 2x = 0, resul- Passando 72n para o lado direito da igualdade
tando em x = 0. Essa é uma solução possível. e realizando a subtração, temos:
Caso no numerador x resultasse em −1 ou 1 a
equação não teria solução. 72
72 = 75n − 72n → 72 = 3n → n = .
Portanto S possui um único elemento, sendo 3
esse 0 (zero). Portanto, n = 24. Como o problema deseja
saber o número de voltas do piloto rápido, que
Resposta correta letra (b). é uma volta a mais que o piloto lento, obtemos
como resposta 25 voltas.
Problema 3 Rsposta 25 voltas do piloto mais rápido.

(Unicamp) Supondo que dois pilotos de


Fórmula 1 largam juntos num determinado
circuito e completam, respectivamente, cada 2 Equação do Segundo grau
volta em 72 e 75 segundos, pergunta-se: depois
de quantas voltas do mais rápido, contadas As equações do Segundo Grau podem ser escritas
a partir da largada, ele estará uma volta na de uma forma genérica como:
frente do outro?
ax2 + bx + c = 0 , (7)
RESOLUÇÃO:
A dificuldade desse problema esta na constru- em que a, b e c, os coeficientes da equação, são números
ção da equação, pois o critério para encontrar a reais e a 6= 0. Caso a = 0 a igualdade se torna uma
igualdade foi fornecido de forma implícita. As equação do primeiro grau:
únicas informações que temos conhecimento é
o tempo de cada volta, que o enunciado fornece, bx + c = 0.
e o número de voltas que ele deseja. Pensando
nisso, fica claro que a elaborção da equação Existem duas maneiras principais de encontrar a so-
girará em torno dessas duas variáveis. lução de uma equação do Segundo Grau: por Bhaskara
Após uma análise percebe-se que um critério e utilizando Soma e Produto.
de igualdade na equação seria o tempo total
dos dois pilotos dentro do circuito:
2.1 Bhaskara:
tTr = tTl ,
O método de Bhaskara se resume em encontrar ∆ e a
sendo tTr tempo total do piloto rápido e tTl partir dele, em conjunto com os coeficientes, descobrir
tempo total do piloto lento. O tempo total de as soluções da equação. Lembrando que ∆ é dado por
uma maneira geral pode ser escrito como:
∆ = b2 − 4.a.c. (8)
tT = n.tv , (5)
É interessante analisar os possíveis resultados que ∆
• n = número de voltas; pode assumir e a consequência desses resultados nas
• tv = tempo de cada volta. soluções da equação do Segundo Grau:
1ºCaso: ∆ > 0
Utilizando a equação 5, sabendo que o exercício
deseja o númuro de voltas necessário para o Nessa situação as duas soluções pertencem ao con-
piloto rápido estar uma volta à frente do piloto junto dos números reais e são soluções diferentes entre
lento, descobrimos que: si.
2ºCaso: ∆ = 0
(n + 1) . |{z}
72 = |{z}
n . |{z}
75 , (6) Nesse caso as duas soluções pertencem ao conjunto
| {z }
b c d
dos números reais e são soluções iguais entre si.
a
3ºCaso:∆ < 0
• a = número de voltas do rápido; Trabalhando com essa possibilidade as duas soluções
pertencem ao conjunto dos números complexos, tendo

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forma a + bi, onde i = −1, e sendo essas soluções Resolveremos esse exemplo tentando demonstrar como
diferentes entre si. funciona o método da Soma e Produto:
Utilizando a Equação 8 é possível encontrar as solu-
b (−3) 3
ções através da expressão: x1 + x2 = − = − =
a 2 2
√ 1
−b ± ∆ x1 .x2 =
x= . (9) 2
2a
1ª Tentativa: x = −1
2.2 Soma e Produto: 2x2 − 3x + 1 = 0 → 2.(−1)2 − 3.(−1) + 1 = 0,
O método de Soma e Produto é um método derivado
2.(−1).(−1) + 3 + 1 = 0 → 2 + 3 + 1 = 0 → 6 = 0.
das Relações de Girard (método que será visto na pró-
xima seção) e consiste em duas expressões principais Então x = −1 não é solução da equação.
para descobrir as raízes da equação:
2ª Tentativa: x = 1
b
x1 + x2 = − , (10) 2x2 − 3x + 1 = 0 → 2.(1)2 − 3.(1) + 1 = 0,
a
c
x1 .x2 = . (11) 2.(1).(1) − 3 + 1 = 0 → 2 − 3 + 1 = 0 → 0 = 0.
a
Normalmente o método da Soma e Produto consiste Então x = 1 é solução da equação.
em tentativa e erro com possíveis raízes, tentando prin- Para descobrir a outra solução basta usar uma das
cipalmente números como −2, −1, 1, 2. Se descoberta igualdades da Soma e Produto. Nesse exemplo será
uma das raízes utiliza-se as expressões 10 e 11 para usado a igualdade 9:
então descobrir a outra. 1 1 1
Exemplo 1: x1 .x2 = → x2 .1 = → x2 = .
2 2 2
x2 + 2x − 3 = 0. 1
Portanto x1 = 1 e x2 = , são as duas soluções que
2
Resolveremos esse exemplo utilizando os passos do procuramos.
Método de Bhaskara: FIQUE LIGADO
1º Passo - Descobrir o ∆ utilizando a equação 8
A Regra de Bhaskara, comparada ao Método
∆ = b2 − 4.a.c → ∆ = 22 − 4.1.(−3), da Soma e Produto, é uma regra mais lenta.
Contudo, ela possui uma sequência de passos
∆ = 2.2 − 4.1(−3) = 4 − 4.(−3) = 4 + 12 = 16. fixos a serem executados, diferente do método
da Soma e Produto, que depende de tentativa
Nesse caso ∆ > 0, então teremos duas soluções e erro.
reais e diferentes entre si. Após encontrar as raízes da equação, uma boa
maneira de verificar a veracidade das repostas
2º Passo - Utilizar a expressão 9 para descobrir as obtidas é substitui-las na equação e ver se real-
duas soluções: mente resulta em 0.
Primeira solução:
√ √
−b + ∆ −2 + 16
x1 = = Exercício 3
2a 2.1
−2 + 4 2 (Cesgranrio) A maior raiz da equação
x1 = = = 1.
2 2 −2x2 + 3x + 5 = 0 vale:
Segunda solução:
(a) −1.
√ √
−b − ∆ −2 − 16 (b) 1.
x2 = = (c) 2.
2a 2.1
(d) 2, 5.

−2 − 4 −6 (e) 3+4 19 .
x2 = = = −3.
2 2
RESOLUÇÃO:
Logo, x1 = 1 e x2 = −3. Essas são as duas soluções
para o exemplo apresentado. −2x2 + 3x + 5 = 0.
Exemplo 2:
Para resolver o problema por Bhaskara é ne-
2x2 − 3x + 1 = 0

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Problema 4
cessário utilizar a expressão 8 para descobrir
∆: (UNESP) Para todo número real ‘a’, o nú-
2 2
∆ = b − 4.a.c = (3) − 4.(−2).(5), mero ‘−a’ chama-se oposto de ‘a’ e para
todo número real ‘a’, a 6= 0, o número
∆ = 3.3 − 4.(−10) = 9 + 40 = 49. 1/a chama-se inverso de a. Assim sendo,
determine todos os números reais x, x 6= 1,
Com isso, utilizando a Equação 10: tais que o inverso do oposto de (1−x) seja x+3.
√ √
−b + ∆ −3 + 49 RESOLUÇÃO: A dificuldade deste problema
x1 = = ,
2a 2.(−2) está na grande quantidade de informações que
o enunciado contém. Isso acaba confundindo o
−3 + 7 4
x1 = = = −1. leitor no decorrer da resolução. Por isso, vamos
−4 −4 por partes:
√ √
−b − ∆ −3 − 49 1ª Parte: O enunciado fala que o oposto de um
x2 = = ,
2a 2.(−2) número a é −a. Então, pode-se entender que o
conceito de oposto é mutiplicar um número por
−3 − 7 −10
x2 = = = 2, 5. (−1). Exemplo: 4 tem o oposto 4.(−1) = −4.
−4 −4
Analisando as soluções, x2 > x1 . Logo, a res- 2ª Parte: Támbem é apresentado que o inverso
posta correta é (d). de um número a é 1/a, desde que a 6= 0. Então,
pode-se enteder que o conceito de inverso é
trocar o numerador pelo denominador, desde
Exercício 4 que o numerador seja diferente de 0. Exemplo:
7 tem o inverso 1/7; 2/5 tem o inverso 5/2.
(FAAP) Um reservatório de água está sendo es-
vaziado para limpeza. A quantidade de água CONCLUSÃO: Encontrar o inverso do oposto
no reservatório, em litros, t horas após o escoa- de um número a, sendo a 6= 0, é encontrar o
mento ter começado é dada por: oposto dele e então invertê-lo:
V = 50.(80 − t)2 → −a,
a |{z}
oposto
A quantidade de água que sai do reservatório
nas 5 primeiras horas de escoamento é: 1
−a |{z}
→ − .
a
(a) 281.250 litros. inverso
(b) 32.350 litros.
Assim, o inverso do oposto de a é −1/a. Tendo
(c) 42.500 litros.
isso em mente, o inverso do oposto de (1 − x)
(d) 38.750 litros.
é −1/(1 − x). Igualando com x + 3:
(e) 320.000 litros.
1
− = x + 3.
RESOLUÇÃO: Para resolver esse exercício basta 1−x
calcular a quantidade inicial de água no reser- Passamos (1 − x) multiplicando (x + 3):
vatório, ou seja, com t = 0, e depois descontar
dela a quantidade de água remanescente após −1 = (x + 3)(1 − x).
5 horas (t = 5).
Quantidade inicial: t = 0, Fazendo a distributiva no lado direito da igual-
dade:
V = 50.(80 − 0)2 = 50.802 ,
−1 = x − x2 + 3 − 3x → −1 = −2x − x2 + 3.
V = 50.80.80 = 320.000 litros.
Passando todos os elementos da equação para
Quantidade nas 5 primeiras horas: t = 5, o lado direito:
V = 50.(80 − 5)2 = 50.752 , 0 = −2x − x2 + 3 + 1 → −x2 − 2x + 4 = 0.
V = 50.75.75 = 281.250 litros. Como última manipulação, multiplicamos a
igualdade por −1 a fim de retirar o sinal de
A quantidade de água que sai é igual a 320.000− menos do termo −x2 :
281.250 = 38.750 litros.
Resposta correta letra (d) −x2 − 2x + 4 = 0.(−1) → x2 + 2x − 4 = 0.

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A equação final assume a forma: Vamos chamar as soluções dessa equação de y1


e y2 . Utilizando as equações 10 e 11:
x2 + 2x − 4 = 0.
(−1)
Como trata-se de uma equação do segundo y1 + y2 = − = 1, (12)
1
grau, obtemos ∆:
−a
∆ = b2 − 4.a.c → ∆ = 22 − 4.(1).(−4), y1 .y2 = = −a. (13)
1
∆ = 2.2 + 16 = 20. 2ª Equação:
x2 + x − (a + 20) = 0
Tendo ∆:
√ √ As soluções dessa equação serão chamadas de
−b + ∆ −2 + 20
x1 = = . x1 e x2 . Utilizando novamente as equações 10
2a 2.1 e 11, temos:
O número 20 não possui raiz exata. No entanto,
(1)
é possivel fatorá-lo. Contudo, por ser uma ques- x1 + x2 = − = −1, (14)
tão aberta, e como não foi solicitada a forma 1
mais simplificada possível, não é necessário re- −a − 20
alizar manipulações. Assim: x1 .x2 = = −a − 20. (15)
1
√ O enunciado diz que uma das raízes da Primeira
−2 + 20
x1 = . Equação é igual a uma das raízes da Segunda
2
Equação. Vamos dizer que:
A segunda solução é semelhante à primeira,
contudo ao invés de se ter um sinal de +, ela x1 = y1 . (16)
possui um sinal negativo:
√ Vale a pena ressaltar que poderia ser feita qual-
−2 − 20 quer igualdade entre as raízes da equação,
x1 = .
2 como por exemplo x2 = y1 . Com isso pode-
mos começar as manipulações. Primeiramente
As soluções x1 e x2 enquadram todos os núme-
é possível unir as equações 13 e 15 através de
ros reais que satisfazem a condição dada no
−a:
enunciado.
−a = y1 .y2 ,
Problema 5
x1 .x2 = −a − 20 = y1 .y2 − 20
(FEI) Uma das raízes da equação x2 − x − a = 0 x1 .x2 = y1 .y2 − 20. (17)
é também raiz da equação x2 +x−(a+20) = 0.
Qual é o valor de a? Agora utilizamos a igualdade 16 na expressão
17:
(a) a = 10. x1 = y1
(b) a = 20. x1 .x2 = y1 .y2 − 20 → x1 .x2 = x1 .y2 − 20
(c) a = −20.
(d) a = 90. x1 .x2 = x1 .y2 − 20 (18)
(e) a = −9. Para deixar a Equação 18 dependendo de uma
única varíavel, x1 , realizamos manipulações nas
RESOLUÇÃO: Em alguns exercícios, o método equações 12 e 14:
da Soma e Produto torna-se praticamente a
única maneira de resolvê-los. Esse problema é Equação 12:
um desses casos.
Pelo método de Bhaskara a solução talvez até y1 + y2 = 1.
possa ser obtida. Contudo, avançar na resolu-
Isolando y2 :
ção depois de obter as soluçoes, dependendo
de a, torna-se muito complicado. Por isso, apli- y2 = 1 − y1 .
caremos o método da Soma a Produto:
Utilizando a expressão 16 para fazer com que
1ª Equação: y2 dependa de x1 :

x2 − x − a = 0 y2 = 1 − y1 → y2 = 1 − x1 .

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caso das equações de 3º e 4º grau e suas respectivas


Logo: relações de Girard:
y2 = 1 − x1 . (19)
Equação 14: Equação do 3º Grau:

x1 + x2 = −1. ax3 + bx2 + cx + d = 0.

Isolando x2 : Girard:

x2 = −1 − x1 b
(20) x1 + x2 + x3 = − , (22)
a
Substituindo as expressões 19 e 20 na equação
18: c
x1 .x2 + x1 .x3 + x2 .x3 = , (23)
x1 .x2 = x1 .y2 − 20, a

↓ d
x1 .x2 .x3 = − . (24)
a
x1 .(−1 − x1 ) = x1 .(1 − x1 ) − 20.
Equação do 4º Grau:
Fazendo as distributivas:
ax4 + bx3 + cx2 + dx + e = 0.
−x1 − x21 = x1 − x21 − 20,
Girard:
simplificando os termos iguais e isolando x1 :
b
−x1 − x21 = x1 − x21 − 20 x1 + x2 + x3 + x4 = − , (25)
a
↓ c
x1 .x2 + x1 .x3 + x1 .x4 + x2 .x3 + x2 .x4 = , (26)
−20 a
−2x1 = −20 → x1 = −2 = 10.
d
x1 .x2 .x3 +x1 .x2 .x4 +x1 .x3 .x4 +x2 .x3 .x4 = − , (27)
↓ a
e
x1 = 10. (21) x1 .x2 .x3 .x4 = . (28)
a
Como x1 = y1 , é possível descobrir o valor de O grau de uma equação está diretamente ligado ao
y2 utilizando a igualdade 21 e a equação 12: maior número em que x é elevado. Exemplo: 4º Grau
x4 , 7º Grau x7 . O número de raízes de uma equação é
y1 + y2 = 1 → 10 + y2 = 1,
igual ao grau dela.
y2 = −9. As relações de Girard seguem a seguinte lógica:

Com y1 ey2 obtidos agora é possível obter o 1ª Relação: Correspondem às igualdades 22 e 25


valor de a pela equação 13: dos casos mencionados. É a soma simples de todas as
raízes da equação, igualado a −b/a.
y1 .y2 = −a → 10.(−9) = −a → −a = −90. Exemplo: 5º Grau
Multiplicando ambos os lados por −1: b
x1 + x2 + x3 + x4 + x5 = − .
−a = −90.(−1) → a = 90. a
2ª Relação: Correspondem às igualdades 23 e 26 dos
Sabendo que a = 90, a resposta correta é a letra
casos mencionados. É a soma das raízes agrupadas de
(d).
dois em dois, englobando todos os casos possíveis de
combinação, igualado a c/a.
Exemplo: 3º Grau
Temos 3 raízes x1 , x2 e x3 . É necessário agrupar de
3 Relações de Girard dois em dois, englobando todos os casos. Então:
x1 pode se juntar com x2 → x1 .x2 ;
As relações de Girard seguem o princípio da Soma x1 pode se juntar com x3 → x1 .x3 ;
e Produto. Contudo, essas relaçoes são utlizadas em x2 pode se juntar com x3 → x2 .x3 .
equações de grau superior a 2. É possível encontrar Agora somando e igualando a c/a:
uma lógica na construção dessas relações com o c
aumento no grau de cada equação. Vamos observar o x1 .x2 + x1 .x3 + x2 .x3 =
a

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TÓPICO 5: Equações e Polinômios

Equação igual à equação 23.


(−5)
x1 + x2 + x3 = − = 5.
3ª Relação: Correspondem às igualdades 24 e 27. 1
É a soma das raízes agrupadas de três em três, englo- Resposta correta (c).
bando todos os casos possíveis de combinação, igua-
lado à −d/a.
A equação 24 em um agrupamento de três já conse- Exercício 6
guiu englobar todos os casos possíveis, pois só tem 3
raízes. Logo, não apresenta soma. Na equação de 4º (AOCP) A equação polinomial
Grau teríamos que pegar as 4 raízes e ir agrupando de x3 − 147x + 686 = 0
3 em 3, assim como mostrado na igualdade 27.
tem por raízes os números m e n, sendo m raiz
Próximas relações: Obedeceria a mesma lógica dupla e n = −2m. Nessas condições, o valor
das relações anteriores. A próxima seria a 4ª Rela- de (m + n) é:
ção. Como a equação do terceiro grau não apresenta
4 raízes, ela não tem essa relação. A 4ª Relação seria (a) 7.
agrupar de 4 em 4 (igualdade 28), a 5ª de 5 em 5, e (b)−7 .
assim sucessivamente. (c)−7 ou 7.
Em relação à igualdade, elas seriam igualadas aos (d) 7 − i.
próximos coeficientes alternando os sinais deles. Se (e) −7 + i.
forem observados, os sinais se alternam entre positivo
e negativo. Como a 4ª relação é igualada a e/a, a 5ª RESOLUÇÃO: Podemos escrever a equação po-
seria igualada a −f /a. linomial como:
FIQUE LIGADO x3 + 0x2 − 147x + 686 = 0.
As relações de Girard podem ser bem efetivas Pelo enunciado do exercício temos 3 raízes,
em equações de grau baixo 3º, 4º. Contudo, sendo duas delas m (raiz dupla) e a outra n.
com o aumento do grau das equações as rela- Vamos tentar resolver esse exercício utilizando
ções começam a ficar grandes, perdendo assim a relação de soma simples das raízes:
sua eficácia.
b
x1 + x2 + x3 = − .
a
Exercício 5
Pela equação no enunciado, sabemos que b = 0
3 2 e a = 1. Logo:
(EEAR) Seja a equação x − 5x + 7x − 3 = 0.
Usando as relações de Girard, pode-se encon- 0
m+m+n=− .
trar como soma das raízes o valor: 1
Isso resulta em:
(a) 12.
(b) 7. 2m + n = 0 → n = −2m.
(c) 5.
(d) 2. Essa igualdade ja foi fornecida no enunciado.
Portanto, a relação de soma simples das raízes
RESOLUÇÃO: O enunciado quer a soma das não nos traz nada de novo.
raízes, isto é: x1 + x2 + x3 . São três raízes, pois A próxima relação que poderia ser usada se-
se trata de uma equação do Terceiro Grau. ria a igualdade 24, que é a soma das raízes
Pelas relações de Girard, uma delas está dire- agrupadas de 3 em 3:
tamente associada à soma simples das raízes. d
Essa soma é a equação 22: x1 .x2 .x3 = − .
a
b Sabemos que duas das raízes são m e a outra
x1 + x2 + x3 = − .
a n, que a = 1 e, utilizando a forma genérica da
Sabemos que a Equação do Terceiro Grau tem Equação do Terceiro Grau, d = 686,
forma genérica: (686)
m.m.n = − .
3 2
ax + bx + cx + d = 0. 1
Com n = −2m, temos:
Pela equação fornecida no enunciado: a = 1 e
b = −5. Logo: m.m.(−2m) = −686.

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TÓPICO 5: Equações e Polinômios

Fazendo a multiplicação: (x1 + 3) − x1 = (x1 + 6) − (x1 + 3).


−2m3 = −686. Logo,
Passando o −2 dividindo: 1 +3−
x x
1 =1 +6−
x 1 − 3,
x
−686
m3 = , 3=3.
−2
m3 = 343. Com esse resultado é possivel validar que

Como próxima manipulação deve-se passar a (x1 , x1 + 3, x1 + 6) (30)


potência 3 como raíz cúbica:
é o conjunto solução da equação.

m = 3 343. A partir disso utilizamos a relção de Girard de
soma simples para descobrir o valor de x1 :
343 pode ser escrito como 73 :
−b

q x1 + x2 + x3 = .
3 3 a
m = 7 → m =  73 → m = 7.
3
Pela equação 29 sabemos que a = 1 e b = −3.
Se m = 7, então n = −14 (n = −2m). Com m Junto com a solução 30 podemos prosseguir
e n descobertos: com a resolução:

m + n = 7 − 14 = −7. (−3)
x1 + (x1 + 3) + (x1 + 6) = −
1
Resposta correta (b).

Problema 6 3x1 + 9 = 3.

(MACK-SP) As raízes (x1 , x2 , x3 ) da equação Passando o 9 para o outro lado:


x3 − 3x2 + cx + d = 0 formam uma progressão 3x1 = 3 − 9 = −6,
aritmética de razão 3, então o valor de x1 .x2 .x3
é: e agora passando o 3 dividindo:
−6
(a) −8. x1 = = −2.
3
(b) 12.
(c) 3. Se x1 = −2, pela solução 30, x2 = 1 e x3 = 4.
(d) 9. A partir disso:
(e) 6.
x1 .x2 .x3 = −2.1.4 = −8.
RESOLUÇÃO: Resposta correta (a).
3 2
x − 3x + cx + d = 0. (29)
Problema 7
Uma Progressão Aritmética é uma sequência
de números onde a diferença entre dois termos (ITA) Os números a, b e c são raízes da equação
consecutivos é sempre a mesma, ou seja, casos x3 − 2x2 + 3x − 4 = 0. Nessas condições,
tivermos (a, b, c) a igualdade c − b = b − a será 1 1 1
calcule o valor de + + .
verdade. Essa diferença constante é chamada a b c
de razão da progressão aritmética. RESOLUÇÃO: A soma
O enunciado nos fala que a razão da progressão
é 3. Logo, podemos escrever (x1 , x2 , x3 ) como 1 1 1
+ + , (31)
(x1 , x1 + 3, x1 + 6). É possível escrever essa a b c
progressão de outras formas. Para verficar se
nesse formato, não é semelhante a nenhuma
a diferença entre dois termos consecutivos é a
relação de Girard.
mesma:
Tentar aplicar as relações agora, sem saber ne-
x2 − x1 = x3 − x2 , nhuma das raízes, seria um processo muito de-
morado e talvez também não seja útil para nós.
↓ É possível fazer algumas manipulações na soma

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31 para ver se a forma final nos lembra alguma • a, b, c → raízes;


relação de Girard. • C, A → coeficientes da equação do enun-
A primeira manipulação algébrica a se fazer é ciado.
achar o m.m.c (mínimo multiplo comum) das
três frações. O m.m.c é a própria multiplica- Pela equação:
ção dos denominadores a.b.c. Com isso, deve-
x3 − 2x2 + 3x − 4 = 0 (37)
mos realizar a operação de dividir o m.m.c pelo
denominador de cada parcela e multiplicar o fornecida no enunciado, A = 1 e C = 3. Então
resultado pelo respectivo numerador: a expressão 36 se torna:
1ª Fração: 3
a.b + b.c + a.c = = 3. (38)
1
m.mc a.b.c
=  = b.c
denominador a
 Relação Girard 3 a 3 (Igualdade 24):
e depois: D
a.b.c = − (39)
resultado.numerador = b.c.1 = b.c. A

A primeira fração tem forma: • D → coeficiente da equação 37

b.c Pela equação 37, A = 1 e D = −4, logo:


. (32)
a.b.c (−4)
a.b.c = − =4 (40)
2ª Fração: 1

m.mc a.b .c Utilizando as expressões 38 e 40, a equação 35


= = a.c se torna:
denominador b
b.c + a.c + a.b 3
e depois: = .
a.b.c 4
resultado.numerador = a.c.1 = a.c.
Sabendo que a expressão 35 é igual à soma 31:
A segunda fração tem forma: 1 1 1 3
+ + = .
a.c a b c 4
. (33)
a.b.c 3
Resposta correta .
3ª Fração: 4

m.mc a.b.c
= = a.b
denominador c
e depois: 4 Equações Redutı́veis a 1º ou 2º
resultado.numerador = a.b.1 = a.b. Grau
A terceira fração tem forma: Reduzir uma equação qualquer a uma equação do
1º ou 2º Grau consiste em realizar manipulações mate-
a.b
. (34) máticas fazendo com que a expressão tenha formato
a.b.c de uma equação do primeiro ou segundo grau.
Somando as três frações temos: Apesar de termos um capítulo específico para falar
desse assunto, em diversos momentos já utilizamos
b.c + a.c + a.b
. (35) essas manipulações, como no Problema 1 e no Pro-
a.b.c blema 2.
Existem diversas equações que podem ser reduzidas
Se olharmos o denominador, ele corresponde à
a uma equação de primeiro ou segundo grau. Por isso,
relação 24. Se olharmos o numerador ele cor-
será apresentado somente os casos principais.
responde à relação 23. Tendo esse referencial
a resolução fica muito simples:
4.1 Equações Redutı́veis a 1º Grau:
Relação Girard 2 a 2 (Igualdade 23):
Equações Fracionárias: São expressões nas quais
C
a.b + b.c + a.c = (36) aparecem termos fracionários.
A Exemplo 1:

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TÓPICO 5: Equações e Polinômios

1 4
− = 0. FIQUE LIGADO
x+2 x
Assim como nas expressões fracionárias, as ma-
O m.m.c acaba sendo a multiplicação dos denominado- nipulações envolvendo as equaçãoes irracio-
res (x + 2)x. Com ele realizamos a soma das frações: nais também têm limitações para que a solução
1ª Fração: exista no conjunto dos números reais.
Exemplo:
m.m.c x(x + 2) √
= = x,
denominador x+2 x + 1 = 0.

x Fazemos x = y:
numerador.resultado = 1.x = x → .
x(x + 2) y + 1 = 0 → y = −1.

2ª Fração: Precisamos descobrir o valor de x:



x = y = −1.
m.m.c x(x + 2)
= = x + 2,
denominador x É impossível que uma raiz com índice par re-
sulte em um número negativo no conjunto dos
numerador.resultado = −4.(x + 2) = −8 − 4x → números reais. Logo, essa equação não possui
−8 − 4x solução nos reais.
→ .
x(x + 2) Deve-se ficar atento ao indíce da raiz presente
na equação e verificar na hora de descobrir os
Logo: valores de x se existe solução no conjunto dos
reais.
x −8 − 4x −8 − 4x + x
+ =0→ = 0,
x(x + 2) x(x + 2) x(x + 2) Equações Exponenciais: São equações que pos-
suem um número a elevado a x, ax .
↓ Exemplo 3:

(−8 − 3x) 2x − 5.2x = 8.


= 0.
x(x + 2)
Para deixar a resolução mais fácil pode-se dizer que
2x = y. Logo:
A expressão resultante entre colchetes é uma expres-
são do primeiro grau. Foram realizadas as manipula- y − 5y = 8 → [−4y − 8] = 0.
ções necessárias para resultar em uma equação com
grau 1. Resultando assim em uma equação do primeiro grau.

FIQUE LIGADO
4.2 Equações Redutı́veis a 2º Grau:
Podemos resolver normalmente a equação ob-
tida no exemplo 1. Contudo, é necessário lem- Equações Fracionárias:
brar que o denominador deve ser diferente de Exemplo 4:
zero. Esse detalhe pode alterar o conjunto so-
x 1
lução. + = 0.
x+3 x+1

Equações Irracionais: São expressões nas quais O m.m.c é a multiplicação dos denominadores (x +
aparecem termos dentro de raízes. 3)(x + 1). Com ele fazemos a soma das frações:
Exemplo 2: 1ª Fração:

√ m.m.c (x + 3)(x + 1)
√ 3 x = = x + 1,
x+ + 1 = 0. denominador x+3
2
√ numerador.resultado = x.(x + 1) = x2 + x →
Podemos dizer que x = y. Logo:
x2 + x
→ .

3y
 (x + 3)(x + 1)
y+ +1 =0.
2 2ª Fração:
Fazendo essa simples manipulação a equação se m.m.c (x + 3)(x + 1)
torna uma equação do primeiro grau. = = x + 3,
denominador x+1

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numerador.resultado = 1.(x + 3) = x + 3 → (ab )c = (ac )b ,


x+3
→ . então (42 )x pode ser escrito como (4x )2 :
(x + 3)(x + 1)

Logo: (4x )2 − 4x = 2.

x2 + x x+3 Feita essa manipulação, podemos dizer que 4x = y, ou


+ =0 seja:
(x + 3)(x + 1) (x + 3)(x + 1)
x2 + x + x + 3 (4x )2 − 4x = 2 → y 2 − 4y = 2,
=0
(x + 3)(x + 1)
[y 2 − 4y − 2] = 0.

A expressão obtida , entre colchetes, também é uma
[x2 + 2x + 3] expressão do segundo grau.
= 0.
(x + 3)(x + 1)
Equações biquadradas: São equações que possuem
A expressão resultante entre colchetes é uma expres- a forma:
são do segundo grau. Manipulações semelhantes ao ax4 + bx2 + c = 0. (41)
caso do primeiro grau foram realizadas.
Para poder simplicar e transformar a equação 41 em
Equações Irracionais: uma equação do segundo grau basta fazer x2 = y. O
Exemplo 5: motivo disso é que podemos escrever x4 como (x2 )2 .
√ Logo,
x2 + 3 = 2.
a(x2 )2 + bx2 + c = 0.
Uma manipulação diferente da que utilizamos no Exem-
plo 2 é elevar ambos os lados da igualdade a uma po- Como x2 é o termo predominante, podemos fazer x2 =
tência específica e assim eliminar a raiz. Nesse caso y.
deve-se elevar ao quadrado, pois o índice da raiz é 2: Exemplo 7:
√ √
( x2 + 3)2 = (2)2 → ( 2 x2 + 3)2 = 4 7x4 − 3x2 + 20 = 0.

↓ Podemos escrever x4 como (x2 )2 , logo:

x2 + 3 = 4 → [x2 − 1] = 0. 7(x2 )2 − 3x2 + 20 = 0.

A substituição x2 = y é possível:
A expressão entre colchetes é de segundo grau.
FIQUE LIGADO 7(x2 )2 − 3x2 + 20 = 0 → [7y 2 − 3y + 20] = 0,

Devemos ficar atentos ao realizarmos a manipu- resultando em uma equação de grau 2.


lação utilizada no Exemplo 5 quando as raízes FIQUE LIGADO
tiverem índice par.
Ao obter o valor de x devemos voltar para a Toda vez que fizemos uma substituição de um
equação irracional original e ver se ao substituir termo qualquer de x por um correspondente em
x no radicando das raízes o mesmo fica positivo. y, ao obter y não podemos esquecer de obter o
valor de x original.
Equações Exponenciais:
Exemplo 6: Exercício 7
x x
16 − 4 = 2.
(Cesgranrio) O produto das raízes positivas de
As manipulações que serão utilizadas não divergem x4 − 11x2 + 18 = 0 vale:
muito das utilizadas no caso de redução para primeiro √
grau. (a) 2 √3.
O ponto de diferença é que nas reduções de segundo (b) 3√ 2.
grau temos um ax e um bx . Deve-se primeiro encontrar (c) 4 √3.
uma relação de dependência entre a e b. Nesse caso o (d) 4√ 2.
número 16 pode ser escrito como 4.4 ou 42 : (e) 5 3.

16x − 4x = 2 → (42 )x − 4x = 2.
RESOLUÇÃO: A equação fornecida no enunci-
Lembrando que:

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TÓPICO 5: Equações e Polinômios

Exercício 8
ado é:
x4 − 11x2 + 18 = 0. (42) √
(UTFPR) A equação irracional 9x − 14 = 2
Ao fazer uma análise rápida da equação 42 resulta em x igual a:
percebe-se que ela tem um formato semelhante
a uma equação biquadrada (Equação 41). (a) −2
Podemos escrever o termo x4 na expressão 42 (b) −1
como (x2 )2 : (c) 0
(d) 1
x4 − 11x2 + 18 = 0 → (x2 )2 − 11x2 + 18 = 0. (e) 2
Pode-se agora escrever que x2 = y:
RESOLUÇÃO: A igualdade fornecida no enun-
(x2 )2 − 11x2 + 18 = 0 → y 2 − 11y + 18 = 0, ciado √
y 2 − 11y + 18 = 0. (43) 9x − 14 = 2 (44)

Para resolver a equação 43 basta utilizar o mé- pode ser facilmente resolvida elevando os dois
todo de Bhaskara: lados da expressão ao quadrado, ou seja:
√ √
∆ = b2 − 4.a.c = (−11)2 − 4.(1).(18), ( 9x − 14)2 = 22 → ( 2 9x − 14)2 = 4,

∆ = 121 − 4.18 = 121 − 72 = 49. ↓

Com isso podemos encontrar y1 : 9x − 14 = 4.


√ √
−b + ∆ −(−11) + 49 Passando 14 para o lado direito e depois 9 divi-
y1 = = , dindo:
2a 2.1
11 + 7 18 18
y1 = = = 9, 9x = 4 + 14 = 18 → x = = 2.
2 2 9
e agora y2 : Agora verifica-se se x = 2 é um resultado válido.
√ √ Para isso o substituímos dentro da raiz:
−b − ∆ −(−11) − 49 √ √
y2 = = , 9.2 − 14 = 4.
2a 2.1

11 − 7 4 Como 4 existe no conjunto dos reais, x = 2 é
y2 = = = 2. um resultado válido.
2 2
A resposta correta é a letra e.
Descobriu-se que y1 = 9 e y2 = 2. Mesmo
tendo descoberto os valores de y, ainda resta
Problema 8
encontrar os valores de x a partir da igualdade
x2 = y que utilizamos.
(UFC) Assinale a alternativa na qual consta um
Se y1 = 9 e x2 = y, então
número real positivo x ≥ 1 que satisfaz a equa-
√ ção:
x2 = 9 → x = ± 9 = ±3. 3  3
√ √
  
1 1 125
( x) + 1 − √ ( x) − 1 − √ =
Se y2 = 2 e x2 = y, então x x 64

x2 = 2 → x = ± 2 (a) 1
(b) 2
Com isso temos as 4 raízes da equação 42: (c) 3
√ √ (d) 4
x1 = 3 x2 = −3 x3 = 2 x4 = − 2
(e) 5
Como o exercício pede o produto das raízes
positivas, então: RESOLUÇÃO: A equação fornecida no enunci-
√ √ ado deve ser manipulada para simplificar sua
x1 .x3 = 3. 2 = 3 2
solução. Sabendo da seguinte igualdade:
Resposta correta (b). a3 b3 = (a.b)3 ,
podemos manipular a equação para produzir
um único termo elevado ao cubo:

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TÓPICO 5: Equações e Polinômios

3  3
√ √
  
1 1 125 multiplicar o resultado pelo numerador:
( x) + 1 − √ ( x) − 1 − √ =
x x 64
resultado.numerador = 4.1 = 4,

resultando em:
3
√ √ 4
    
1 1 125
( x) + 1 − √ ( x) − 1 − √ = . .
x x 64 4y 2
3º Termo: 3
Tomamos a raiz cúbica de ambos os lados:
m.m.c 4y 2
= = 4y 2 ,
r denominador 1
 √x + 1 − 1/√x √x + 1 − 1/√x3 = p
3
3
125/64, multiplicar o resultado pelo numerador:
resultando em: resultado.numerador = 4y 2 .3 = 12y 2 ,
√ √
  
1 1 5
x+1− √ x−1− √ = . resultando em:
x x 4
12y 2
A fim de .
√ simplificar a equação usamos
√ a substi- 4y 2
tuição x = y. Vale Lembrar que x deve ser
diferente de zero por constar no denominador 5
4º Termo:
de uma das parcelas. 4
m.m.c 4y 2
  
1 1 5 = = y2 ,
y+1− y−1− = . denominador 4
y y 4
Pode-se agora fazer a distributiva no lado es- multiplicar o resultado pelo numerador:
querdo: resultado.numerador = y 2 .5 = 5y 2 ,
1 1 1 5
y2 − y − 1 + y − 1 − −1+ + 2 = . resultando em:
y y y 4
5y 2
Simplificando: .
4y 2
1 1 1 5
y 2 − y + y −  +  + 2 −3= Após essas operações a equação 45 se torna:
y
 y
 y 4
4y 4 4 12y 2 5y 2
↓ 2
+ 2− 2
= 2,
4y 4y 4y 4y
1 5
y2 + −3= . (45) 4y 4 + 4 − 12y 2 5y 2
y2 4 = .
4y 2 4y 2
É necessário fazer o m.m.c entre os denomina-
dores 4 e y 2 , o que acaba sendo 4y 2 . Obtendo Como 4y 2 é denominador de todos os termos da
os termos para a soma das frações: igualdade ele pode ser simplificado, lembrando
1º Termo: y 2 que y 6= 0. Portanto:

m.m.c 4y 2 4y 4 + 4 − 12y 2 = 5y 2 .
= = 4y 2 ,
denominador 1 Passando o 5y 2 para o lado esquerdo:
multiplicar o resultado pelo numerador:
4y 4 + 4 − 12y 2 − 5y 2 = 0,
2 2 4
resultado.numerador = 4y .y = 4y ,

resultando em:
4y 4 − 17y 2 + 4 = 0. (46)
4y 4
.
4y 2 A expressão 46 tem formato semelhante a uma
equação biquadrada. Para simplificar podemos
1 fazer a substituição y 2 = z:
2º Termo:
y2
4(y 2 )2 − 17y 2 + 4 = 0 → 4z 2 − 17z + 4 = 0,
m.m.c 4y 2
= 2 = 4,
denominador y ↓

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TÓPICO 5: Equações e Polinômios

P (x) = 4.(x − 3).(x − 5).(x − (−6))


4z 2 − 17z + 4 = 0. (47)

Para resolver essa expressão basta utilizar Bhas-
kara: P (x) = 4.(x − 3).(x − 5).(x + 6)
∆ = b2 − 4.a.c = (−17)2 − 4.4.4 = 289 − 64 =
225. 5.2 Raı́zes Complexas:
Tendo ∆ pode-se encontrar z1 e z2 : Um polinômio pode apresentar raízes pertencentes
√ ao conjunto dos número complexos (C), com formato:
−b + ∆ −(−17) + 15 32
z1 = = = = 4, x = |{z}
a + |{z}
bi . (50)
4a 2.4 8
√ real imaginária
−b − ∆ −(−17) − 15 2 1
z2 = = = = .
4a 2.4 8 4 Quando um polinômio possui uma raíz complexa, é
certeza que no mínimo ele possui outra raíz complexa,
No
√ começo da resolução utilizamos a igualdade nesse caso essa outra raíz seria seu conjugado.
x = y. Se elevarmos os dois lados ao qua- Complexo conjugado de um número complexo:
drado, x = y 2 . Utilizamos para resolver a equa- O complexo conjugado de um número complexo é
ção biquadrada z = y 2 . Portanto z e x são o numéro complexo com o sinal invertido na parte
iguais a y 2 , e consequentemente z = x. imaginária. A multiplicação de um número complexo
Como o enunciado pede um número x ≥ 1 com o seu conjugado deve resultar em um número
como solução: real.
z1 = 4 → z = x → x = 4. Exemplos:

Resposta correta (d). Número Complexo Complexo Conjugado


5 + 3i 5 − 3i
−7i 7i
1 − 3i 1 + 3i
5 Polinômios Então, caso um polinômio tenha uma raíz x = 3 − i,
pode-se ter certeza que uma das outras raízes será
Polinômios são expressões algébricas formadas por
x = 3 + i.
letras e números. Apresentam um formato geral de:
P (x) = a0 xn + a1 xn−1 + a2 xn−2 + ... + an . (48) 5.3 Teorema do resto:
• a0 , a1 , ... → são os coeficientes; O resto da divisão de P (x) por um binômio (x − a)
• x → variável; é igual ao valor do polinômio quando x = a, ou seja:
• n, n − 1, ... → expoentes (sendo n um número
inteiro). R(x) = P (a).
De uma forma mais clara, o formato geral de um po-
linômio é semelhante ao formato de uma equação, por 6 Divisão de Polinômios
exemplo um polinômio do segundo grau é semelhante
a uma equação de grau dois. Existem 3 métodos principais para realizar uma di-
Assim como nas equações, quando se trata de po- visão de polinômios:
linômios, o objetivo geralmente é obter as raízes.

6.1 Método dos coeficientes a determinar:


5.1 Polinômios na forma fatorada:
Em uma divisão temos os seguintes termos:
De forma geral todo polinômio com o formato da
Equação 48 pode ser escrito como:
P (x) = α(x − r1 ).(x − r2 )...(x − rn ). (49)
Em que:
• α → coeficiente do termo de maior grau; • P (x) → dividendo (polinômio que está sendo di-
• r1 , r2 , ..., rn → raízes do polinômio. vidido);
Se tivermos um polinômio em que o coeficiente do • D(x) → divisor (polinômio que divide);
termo de maior grau for 4 e as raízes forem 3,5,−6, ele • Q(x) → quociente (polinômio resultante da divi-
terá a forma fatorada: são);

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TÓPICO 5: Equações e Polinômios

• R(x) → resto da divisão. grauQ(x) = 1. (57)

Sabendo o que significa cada termo, uma outra ma- Como o grau de Q(x) é 1, o seu fomato é o de um
neira de se escrever um polinômio é: polinômio de grau 1:

Q(x) = ax + b (58)
P (x) = D(x).Q(x) + R(x). (51)
O grau de um polinômio deve ser um número inteiro.
O método dos coeficientes a determinar consiste
Utilizando a expressão 53 pode-se descobrir o formato
em usar a expressão 51 para descobrir D(x), Q(x) e
de R(x):
R(x). Antes de aplicar o método é necessário explicar
a dependência dos graus de cada polinômio entre si. grauR(x) < grauD(x) ,
O grau do maior termo do quociente pode ser des-
coberto através da seguinte regra: com o valor da igualdade 56

grauQ(x) = grauP (x) − grauD(x) . (52) grauR(x) < 2,

grauR(x) = 1. (59)
• grauQ(x) → maior grau do quociente;
• grauP (x) → maior grau do dividendo; Com a expressão 59 sabe-se que R(x) tem formato
• grauD(x) → maior grau do divisor. de um polinomio do primeiro grau:

Outro quesito necessário para utilizar o método dos R(x) = cx + d. (60)


coeficientes a determinar é que o grau do resto sempre
será menor que o grau do divisor, ou seja: A partir da equação 54 e das igualdades 58 e 60 temos:

grauR(x) < grauD(x) . (53) x3 + 2x2 + 3 = (x2 + 1). (ax + b) + (cx + d) . (61)
| {z } | {z }
Q(x) R(x)
Tendo as equações 51, 52 e 53 já é possível imple-
mentar o método. Fazendo a distributiva no lado direito da igualdade
61:
Exemplo:
x3 + 2x2 + 3 = ax3 + bx2 + ax + b + cx + d. (62)
Na divisão do polinômio x3 + 2x2 + 3 por x2 + 1,
qual o valor de Q(x) e R(x)? Com a equação 62 fica fácil encontrar os coeficientes
do lado direito. Para isso, basta olhar os termos seme-
Pelo enunciado sabemos que P (x) = x3 + 2x2 + 3 lhantes nos dois lados da equação e fazer a igualdade
(dividendo) e que D(x) = x2 + 1 (divisor). Com essas direta entre eles:
informações a equação 51 se torna: Termo x3 : Em um dos lados temos x3 e no outro
ax3 , então:
x3 + 2x2 + 3 = (x2 + 1).Q(x) + R(x). (54)
x3 = ax3 ,
Ao olhar para P (x) e D(x) pode-se descobrir o maior para essa igualdade ser verdadeira, a = 1.
grau de cada uma:
Termo x2 : Em um dos lados temos 2x2 e no outro
bx2 , então:
P (x) = x 3 + 2x2 + 3,
bx2 = 2x2 → b2
x = 22
x ,
grauP (x) = 3. (55)
com isso b = 2.
Termo x: No lado esquerdo da equação 62 não
D(x) = x 2 + 1, aparece nenhum termo acompanhado somente de x.
Pode-se dizer que temos 0x. No lado direito temos ax
grauD(x) = 2. (56) e cx, então:
Agora para descobrir o formato de Q(x) é necessário 0x = ax + cx → 0x
usar a expressão 52 em conjunto com os valores 55 e  = ax
 + cx,

56: ↓
grauQ(x) = grauP (x) − grauD(x), 0 = a + c → c = −a.
↓ Já descobrimos o valor de a. Portanto,

grauQ(x) = 3 − 2, c = −(1) → c = −1

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TÓPICO 5: Equações e Polinômios

Termo constante: Os termos constantes são os nú- Os coeficientes são então 1, −2, 0, 3 e −2. Eles
meros que não dependem de x. No lado esquerdo da devem ser organizados do maior expoente de x para o
igualdade 62 temos 3 e no lado direito temos b e d. menor, ou seja, o maior expoente é 4, então o coeficente
Logo: que acompanha o x4 vem primeiro.
O segundo passo é descobrir a raiz do binômio que
3 = b + d. irá dividir. Para fazer isso basta igualá-lo a zero:
Sabemos o valor de b, b = 2, portanto
B(x) = x − 1,
3 = 2 + d → d = 3 − 2 → d = 1.

Reunindo todos os coeficientes:
 x − 1 = 0 → x = 1.

 a=1
b=2

De posse de todas essas informações escrevemos uma

 c = −1 tabelinha com o seguinte formato:
d=1

raiz do binômio coeficientes organizados
Com os coeficintes a equação 61 torna-se:
x3 + 2x2 + 3 = (x2 + 1).(x + 2) + (−x + 1), Substituindo os coeficientes e a raiz do binnômio na
tabela ela se torna:
em que:
1 1 −2 0 3 −2
Q(x) = x + 2
e
O primeiro coeficiente do polinômio é passado para
R(x) = −x + 1. baixo:

Isso resolve nosso exemplo. Revise com cuidado o 1 1 −2 0 3 −2


exemplo que resolvemos. Refaça em seu caderno. A 1
solução é um pouco longa mas lhe ajudará a compre-
Ao chegar nesse ponto os números inferiores devem
ender melhor a técnica.
ser multiplicados pela raiz do binômio, somado com
o próximo coeficiente e o resultado deve ser acrescen-
6.2 Método de Briot-Ruffini: tado na tabela:
Consiste em um método prático de divisão de po- resultado = (nin .raiz) + proxcoe . (63)
linômios. Mesmo sendo um método prático, ele só
permite a divisão de um polinômio por um binômio • nin → número inferior;
com formato (x − a). • raiz → raiz do binômio;
FIQUE LIGADO • proxcoe → próximo coeficiente.

1ª Aplicação: O número inferior é 1, a raiz do binô-


Normalmente utilizamos esse método quando
mio é 1 também e o próximo coeficiente mostrado na
sabemos que no binômio mencionado a é a raiz
tabela seria o −2. Então:
do polinômio que será dividido. Mas isso não
impede que o método seja utilizado com um a resultado = (1.1) + (−2) = −1.
que não é raiz.
Obtendo o resultado ele deve ser acrescentado na ta-
Acredito que a melhor forma de mostrar o método bela como próximo número inferior:
seja através de um exemplo prático.
1 1 −2 0 3 −2
Exemplo: 1 −1
Divida P (x) = x4 − 2x3 x − 2 pelo binômio B(x) =
x − 1 utilizando o método de Briot-Ruffini. 2ª Aplicação: O número inferior é o resultado da
O primeiro passo é separar os polinômios de P (x). aplicação anterior, ou seja, −1. O próximo coeficiente
Deve-se ficar atento de trazer os sinais (positivo e ne- é o 0, logo:
gativo) junto com os coeficientes e prestar atenção nos
resultado = ((−1).1) + 0 = −1.
termos que não aparecem. Nesse caso o termo x2 não
aparece. Isso indica que o coeficiente desse termo é 0. Colocando −1 na tabela:
Tendo isso em mente:
1 1 −2 0 3 −2
P (x) = 1 x4 -2 x3 + 0 x2 + 3 x -2 . 1 −1 −1

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3ª Aplicação: O número inferior é o resultado da Realizamos a multiplicação entre 3 e 6 e diminuimos


aplicação anterior, −1. Essa aplicação tem como pró- o resultado de 20. Este é o resto da divisão:
ximo coeficiente o 3, então:
20 3

resultado = ((−1).1) + 3 = 2. 18 6
Colocando o resultado na tabela: 2
1 1 −2 0 3 −2 O método das chaves é semelhante a essa maneira de
1 −1 −1 2 realizar as divisões. Vajamos um um exemplo.

4ª Aplicação: Assim como nos casos anteriores usa- Exemplo:


mos o número inferior e o próximo coeficiente. Nessa Divida o polinômio x4 − 3x3 + 7x − 3 por x2 + 2x − 4.
aplicação, 2 e −2, respectivamente:
resultado = (2.1) + (−2) = 0. Primeiro passo é montar a divisão:
Colocando na tabela:
x4 − 3x3 + 7x − 3 x2 + 2x − 4
1 1 −2 0 3 −2
1 −1 −1 2 0
Nesse ponto já podemos começar o processo de divi-
Como nesse ponto não existe mais um próximo coe- são. Devemos sempre tentar eliminar o maior termo
ficiente, as aplicações se encerram. do dividendo, nesse caso x4 . Para isso usamos o maior
O último número inferior é o resto da divisão. Como termo do divisor, x2 .
a raiz do binômio também era raiz do polinômio, neste x2 vezes “quem” resulta em x4 ? Para descobrir esse
caso o resto é 0. termo podemos realizar uma conta simples:
Os outros número inferiores formam o quociente
x2 .y = x4
Q(x), o método de Briot-Ruffini sempre diminui em 1
o grau do polinômio. Analisando os números inferiores • y → termo que queremos descobrir.
o quociente tem o seguinte formato:
x4
Q(x) = 1 x3 -1 x2 -1 x + 2 . y= ,
x2

FIQUE LIGADO divisão de potências de mesma base diminui os expo-


entes:
Mesmo se tratando de um método de divisão
y = x4−2 = x2 .
de polinômios, o método de Briot-Ruffini pode
ser eficaz na descoberta das raízes de um po- Então o primeiro termo do quociente é x2 :
linômio.
Um possível exemplo é com um polinômio de x4 − 3x3 + 7x − 3 x2 + 2x − 4
grau 3. Após descobrir uma das raízes, podemos x2
usar o método de Briot para diminuir o grau do
polinômio para 2, assim, permitindo o uso de Agora realizamos a multiplicação desse termo do quo-
Bhaskara para achar as outras raízes. ciente pelo divisor e passamos o resultado diminuindo
no dividendo:
Q1 (x).D(x) = x2 .(x2 + 2x − 4) = x4 + 2x3 − 4x2 ,
6.3 Método das chaves: passar o polinômio com o sinal trocado tem o mesmo
Esse consiste no método mais clássico de divisão de efeito de passar diminuindo:
polinômios. Contudo, ao invés de ser aplicado a núme-
x4 − 3x3 + 0x2 + 7x − 3 x2 + 2x − 4
ros simples, é aplicado a polinômios. Por exemplo, se +
−x4 − 2x3 + 4x2 x2
queremos dividir 20 por 3, fazemos:
0 − 5x3 + 4x2 + 7x − 3
20 3

Nós procuramos o número que multiplicado por 3 x4 − 3x3 + 0x2 + 7x − 3 x2 + 2x − 4


+
resulta em um número próximo a 20, mas sem ser −x4 − 2x3 + 4x2 x2
maior que ele. Nesse caso é 6: −5x3 + 4x2 + 7x − 3
20 3 Seguindo o procedimento anterior, devemos achar
6 um termo que multiplicado por x2 resulta em −5x3 :

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−5x3 Exercício 9
yx2 = −5x3 → y = = −5x
x2
O quociente se torna então: (UFSC) As dimensões, em metros, de um para-
lelepípedo retângulo são dadas pelas raízes do
x4 − 3x3 + 0x2 + 7x − 3 x2 + 2x − 4 polinômio x3 − 14x2 + 56x − 64. Determine, em
+
−x4 − 2x3 + 4x2 x2 − 5x metros cúbicos, o volume desse paralelepípedo.
−5x3 + 4x2 + 7x − 3
RESOLUÇÃO: O volume de um paralelepípedo
Como antes, realizamos a multiplicação do último retângulo pode escrito como:
termo pelo divisor e passamos o resultado com o sinal
contrário no dividendo: V = l.c.h,

Q2 (x).D(x) = −5x.(x2 + 2x − 4) = −5x3 − 10x2 + 20x. • l → largura;


• c → comprimento;
Passando com sinal contrário e realizando a soma: • h → altura.

x4 − 3x3 + 0x2 + 7x − 3 x2 + 2x − 4 Nesse caso l,c e h são raízes do polinômio. Vi-


+
−x4 − 2x3 + 4x2 x2 − 5x mos em capítulos anteriores que uma das re-
− 5x3 + 4x2 + 7x − 3 lações de Girard fornece a multiplicação das
+
+5x3 + 10x2 − 20x raízes de uma equação. Mesmo tendo sido apli-
cado a equações, as relações de Girard podem
0 + 14x2 − 13x − 3
ser usadas para polinômios.
Utilizando a igualdade 24 temos:
Como 14x2 passa a ser o termo com maior expoente,
devemos achar o elemento que multiplicado por x2 d
resulte em 14x2 : x1 .x2 .x3 = −
a
14x2 Para nosso polinômio, a = 1 e d = −64. Logo:
yx2 = 14x2 → y = = 14,
x2
(−64)
V = x1 .x2 .x3 = − = 64.
acrescentando no quociente: 1

x4 − 3x3 + 0x2 + 7x − 3 x2 + 2x − 4 E o volume é V = 64m3 .


+
−x4 − 2x3 + 4x2 x2 − 5x + 14
Problema 9
− 5x3 + 4x2 + 7x − 3
+
+5x3 + 10x2 − 20x
(UDESC) Um polinômio do terceiro grau, cujo
0 + 14x2 − 13x − 3 coeficiente do termo dominante é igual a 1,
admite apenas raízes reais e distintas que
fazendo a multiplicação do termo pelo divisor:
quando multiplicadas resultam em 15 e quando
Q3 (x).D(x) = 14.(x2 + 2x − 4) = 14x2 + 28x − 56, somadas resultam em 1. Se o resto da divisão
desse polinômio por g(x) = x + 2 é igual a 7,
passando com sinal invertido e realizando a soma: então o quociente dessa divisão é igual a:

x4 − 3x3 + 0x2 + 7x − 3 x2 + 2x − 4 (a) x2 − 3x − 11.


+
−x4 − 2x3 + 4x2 x2 − 5x + 14 (b) x2 + 3x − 7.
− 5x3 + 4x2 + 7x − 3 (c) x2 − x − 15.
+ (d) x2 − x − 11.
+5x3 + 10x2 − 20x
(e) x2 + x + 15.
14x2 − 13x − 3
+ RESOLUÇÃO: Temos um polinômio de terceiro
−14x2 − 28x + 56
−41x + 53 grau. O enunciado diz que o coeficiente do
termo dominante é 1. Portanto, o coeficiente
Como nesse ponto −41x + 53 tem grau menor que que acompanha x3 é 1 (a = 1). Com isso o
x2 + 2x − 4, a divisão acaba aqui. Os resultados são: polinômio tem o formato:

Q(x) = x2 − 5x + 14 P (x) = x3 + bx2 + cx + d. (64)

O enunciado também informa que a multipli-


e
cação das raízes reais e distintas é 15 e que
R(x) = −41x + 53. quando somadas resultam em 1. Isso nos enca-

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minha ao uso das Relações de Girard. x3 − x2 + cx − 15 = (x + 2).(ex2 + f x + g) + 7.


Pela expressão 22 temos que a soma das raízes
é: Fazendo a distributiva no lado direito:
−b x3 − x2 + cx − 15 = ex3 + f x2 + gx + 2ex2 + 2f x + 2g + 7
x1 + x2 + x3 = .
a
Igualando os termos semelhantes:
Sabendo que a soma das raízes é 1 e a = 1:

−b  x3 = ex3 (1)
x1 + x2 + x3 = 1 = → −b = 1, −x2 = f x2 + 2ex2 (2)
1
− 15 = 2g + 7 (3)


Igualdade 1:
b = −1. (65)
x3 = ex3 → 3
x = e3
x ,
Pela igualdade 24, a multiplicação das raízes
torna-se: e = 1. (69)
d Igualdade 2:
x1 .x2 .x3 = − .
a
−x2 = f x2 + 2ex2 ,
Sabendo que a multiplicação das raízes é 15:
2 2 2
d −x
 = f
x + 2e
x → −1 = f + 2e,
x1 .x2 .x3 = 15 = − → −d = 15,
a
e sabendo que e = 1:

−1 = f + 2(1) → −1 = f + 2,
d = −15. (66)
f = −3. (70)
Com os valores das igualdades 65 e 66 a equa-
ção 64 torna-se: Igualdade 3:
−15 = 2g + 7 → 2g = −15 − 7 = −22,
P (x) = x3 − x2 + cx − 15. (67)
−22
Nesse ponto ainda não é possível descborir o g= = −11. (71)
2
valor de c. Com a equação 67 será possível con-
Sabendo os valores de e, f e g, Q(x) tem for-
seguir o quociente. Vamos utilizar o método dos
mato:
coeficientes a determinar, equação 51. Sabendo
que: Q(x) = x2 − 3x − 11.
R(x) = 7, Resposta correta letra (d).
D(x) = x + 2,

então: Problema 10
P (x) = D(x).Q(x) + R(x)
(UFSCa )

01. O polinômio P (x) = x3 +x não possui duas
3 2
x − x + cx − 15 = (x + 2) .Q(x) + |{z}
7 (68) raízes complexas.
02. O resto da divisão do polinômio P (x) =
| {z }
D(x) R(x)
xn + 1 por (x − 1) é (−2).
Para descobrir o grau de Q(x) usamos a regra
04. Existem números reais a e b tais que
52:
o quociente da divisão exata do polinômio
grauQ(x) = grauP (x) − grauD(x) , P (x) = −x4 + 5x2 + ax + b por (x2 + 5x + 6)
é Q(x) = −x2 + 5x − 14.
grauQ(x) = 3 − 1 = 2. 08. Se α, β e γ são as raízes do polinômio
P (x) = x3 + 4x2 − 2x − 3, então α2 + β 2 + γ 2 =
Logo, Q(x) tem o formato: 20.
Q(x) = ex2 + f x + g. 16. No polinômio P (x) = x3 + kx2 + tx − 4, os
valores de k e t são inteiros. Se (1 + i) e 2 são
Com isso a equação 68 se torna: raízes desse polinômio, então k + t = 2.

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RESOLUÇÃO: Observamos que há uma similaridade a cada


operção. O resultado do possível resto sempre
01. Incorreta. Para achar as raízes do polinô-
é um polinômio com formato (xk + 1), sendo k
mio basta igualá-lo a zero.
um número natural.
x3 + x = 0, A partir dessa observação podemos chegar em
um polinômio de grau igual ao do divisor, pois
pode-se colocar o x em evidência: sabemos que ele terá formato (x + 1). Então:
x(x2 + 1) = 0.
xn + 1 x−1
+
Para que uma multiplicação resulte em zero −xn + xn−1 xn−1 + xn−2 + ...
basta que um dos termos seja zero, ou seja: xn−1 + 1
+
−xn−1 + xn−2
x = 0 ou x2 + 1 = 0.
xn−2 + 1
Com isso descobrimos que uma das raízes é 0. ..
Basta resolver a outra igualdade: .
x+1
x2 + 1 = 0 → x2 = −1,
√ O próximo termo do quociente é
x = ± −1,
x
√ xy = x → y = = 1.
Sabemos que −1 = i, então: x

x = ±i Fazendo a multiplicação do termo pelo divisor:

O polinômio tem uma raiz real e duas comple- Qn (x).D(x) = 1.(x − 1) = x − 1


xas.
e passando com sinal contrário:
02. Incorreta. Vamos utilizar o método das
chaves para realizar essa divisão: xn + 1 x−1
+
−xn + xn−1 xn−1 + xn−2 + ... + 1
xn + 1 x−1 xn−1 + 1
+
−xn−1 + xn−2
O primeiro termo do quociente: xn−2 + 1
..
xn .
xy = xn → y = = xn−1 .
x x+1
+
−x + 1
Multiplicando pelo divisor:
2
Q1 (x).D(x) = xn−1 .(x − 1) = xn − xn−1 .
vemos que o resto é 2.
Passando com sinal contrário:
04. Correta. Para resolver essa alternativa
xn + 1 x−1 basta usar o método dos coeficientes a determi-
+
−xn + xn−1 xn−1 nar (Equação 51). A alternativa menciona que
xn−1 + 1 se trata de uma divisão exata, logo R(x) = 0.
Então:
O próximo termo do quociente:
P (x) = D(x).Q(x) + R(x),
n−1 xn−1
xy = x →y= = xn−2 .
x D(x) = x2 + 5x + 6.
Multiplicando pelo divisor:
Substituindo, resulta em:
Q2 (x).D(x) = xn−2 .(x − 1) = xn−1 − xn−2 .
−x4 +5x2 +ax+b = (x2 +5x+6).(−x2 +5x−14).
Passando com sinal contrário:
Fazendo a distributiva no lado direito da ex-
xn + 1 x−1 pressão:
+
−xn + xn−1 xn−1 + xn−2
xn−1 + 1 −x4 + 5x2 + ax + b = −x4 + 5x3 − 14x2 −
+ 5x3 + 25x2 − 70x − 6x2 + 30x − 84,
−xn−1 + xn−2
xn−2 + 1

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Igualamos os termos semelhantes: em que zero é o resto. Os outros números são


 coeficientes do quociente. Para obtê-lo basta
ax = −70x + 30x (1) utilizar o polinômio resultante. Sempre que o
b = −84 (2) resto for zero poderemos utilizar o polinômio
resultante para achar as outras raizes, então:
Resolvendo a igualde (1):
P (x) = x2 + 5x + 3.
ax = −40x → a = −40.
Utilizando Bhaskara:
Os valores −40 e −84 pertencem ao conjunto
dos número reais. ∆ = b2 − 4.a.c = 52 − 4.1.3 = 13,
08. Correta. Existem duas formas principais √ √
−b + ∆ −5 + 13
de resolver essa alternativa: por relações de x1 = = ,
2a 2
Girard ou pelo método de Briot-Ruffini. Para
√ √
treinar, vamos utilizar o método de Briot. −b − ∆ −5 − 13
Por tentativa e erro, usando raízes pequenas x2 = = .
2a 2
como −2, −1, 0, 1 e 2, descobrimos que 1 é raiz
do polinômio: Com as três raízes basta elevá-las ao quadrado
e somá-las:
(1)3 + 4(1)2 − 2(1) − 3 = 1 + 4 − 2 − 3 = 0 √ !2
2 −5 + 13
Usar Briot com raiz do binômio igual a 1 para x1 = ,
2
reduzir o grau do polinômio. Os coeficientes
organizados do polinômio: √ ! √ !
−5 + 13 −5 + 13
x21 = . .
P (x) = 1 x3 + 4 x2 -2 x -3 . 2 2

Com isso a tabela fica: Fazendo a distributiva:



1 1 4 −2 −3 25 − 10 13 + 13
x21 = .
4
Repetimos o primeiro coeficiente e começamos Realizando o mesmo processo com x2 :
a utlizar a expressão 63: √ ! √ !
2 −5 − 13 −5 − 13
1 1 4 −2 −3 x2 = . ,
2 2
1

25 + 10 13 + 13
resultado = (nin .raiz) + proxcoe . x22 = .
4
1ª Aplicação: A outra raiz é x3 = 1, então x23 = 12 =
resultado = (1.1) + 4 = 5, 1.Somando as três raízes:
√ √
25 − 10 13 + 13 25 + 10 13 + 13
colocamos o resultado na tabela e o utilizamos + + 1,
como próximo número inferior. 4 4
2ª Aplicação: 50 + 26 76
+1= + 1 = 19 + 1 = 20.
resultado = (5.1) + (−2) = 3 4 4

assim como no caso anterior utilizamos o resul- 16.Correta. Pela regra do conjugado, se (1+i) é
tado como próximo número inferior. raiz, então (1−i) é também raiz. Para descobrir
3ª Aplicação: os valores de k e t basta utilizar as Relações de
Girard.
resultado = (3.1) + (−3) = 0 Para descobrir k utilizamos a equação 22, em
colocamos o resultado na tabela. que k desempenha a função de b:
Nesse ponto, como não existe um próximo co- −k
eficiente, as aplicações terminam, resultando = x1 + x2 + x3 = .
a
em uma tabela com formato:
Nós temos as três raízes. Se o termo que acom-
1 1 4 −2 −3 panha x3 é 1, então a = 1. Com essas informa-
1 5 3 0 ções:

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TÓPICO 5: Equações e Polinômios

−k
 
−1
=1+i+1−i+2= = −k, 16. Se x ∈ −1, , então P (x) < 0.
1 2
−k = 4 → k = −4.
RESOLUÇÃO:
Para descobrir o valor de t utilizamos a soma 01. Incorreta. Se analisarmos o gráfico de P (x),
das raízes agrupadas de 2 em 2 (Equação 23) pensando somente nos reais, ele só passa 4 ve-
em que t desempenha a mesma função de c: zes no eixo x, ou seja, ele possui 4 raízes. O
número de raízes é igual ao grau do polinômio.
t
= x1 .x2 + x1 .x3 + x2 .x3 = ,
a
02.Correta. Utilizando o teorema do resto,
t
= (1 + i)(1 − i) + 2(1 + i) + 2(1 − i) = = t. quando o polinômio é dividido por um binômio
1 com formato (x − a), temos que R(x) = P (a).
√ Nesse caso, a = 3.
Se i = −1, então i2 = −1:
Como o gráfico nos fornece todas as raízes e o
(1 − i + i − i2 ) + 2 + 2i + 2 − 2i = t, enunciado diz que o coeficiente do termo de
maior grau é 1, α = 1, podemos usar a expres-
1 − i2 + 4 = t. são 49 para montar o polinômio:

Substituindo i2 : P (x) = α(x − r1 ).(x − r2 )...(x − rn ),

5 − (−1) = t → t = 6. P (x) = (x − (−1))(x − (− −1 3


2 )(x − 1)(x − 2 ),

Se k = −4 e t = 6, então k + t = −4 + 6 = 2. P (x) = (x + 1) x + 12 (x − 1) x − 23 .
 

Portanto, a soma dos itens corretos é 28. Tendo P (x), calculamos P (3):
a Questãooriginal foi levemente modificada para se en-
P (3) = (3 + 1) 3 + 21 (3 − 1) 3 − 32 .
 
quadrar no assunto.

P (3) = 4. 62 + 12 .2. 26 − 32 .
 
Problema 11
7 3 168
P (3) = 4. .2. = = 42.
(UFSCa ) Considere o polinômio P (x) e raízes 2 2 4
reais distintas pertencentes ao intervalo ( −3 5
2 , 2)
cujo coeficiente do termo de maior grau é igual 04. Incorreta. Nós obtivemos o polinômio na
a 1, representado graficamente na figurab a forma fatorada:
seguir.
P (x) = (x + 1) x + 21 (x − 1) x − 32 ,
 

forma que difere da forma dada no enunciado.


08. Incorreta. Para obter o termo indepen-
dente basta multiplicar os números na forma
fatorada:

1. 21 .(−1).( −3 3
2 ) = 4.

O resultado é um número positivo.


16. Incorreta. Da forma com que o intervalo
foi escrito (com colchetes fechados) os números
−1 e − 12 estão incluídos no intervalo. Como
P (−1) e P (− 21 ) resultam em 0, não é possível
01. O polinômio P (x) do 5º grau. dizer que P (x) < 0 no intervalo.
02. O resto da divisão de P (x) por D(x) = x−3 Portanto, a soma dos itens corretos é 02.
é 42.
a Questão original foi levemente modificada para se en-
04. A forma fatorada do polinômio P (x) é quadrar no assunto.
b O gráfico foi colocado na vertical para uma melhor
(x + 1)(x − 1)(x − 12 )(x + 32 ).
visualização.
08. O termo independente do polinômio P (x)
é negativo.

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TÓPICO 5: Equações e Polinômios

COLABORADORES DESTA AULA 3. (Fatec) Sobre as raízes reais da equação


x + 32/x − 12 = 0, é verdade que:
• Texto: a) uma delas é o dobro da outra.
Nicollas Barauce Freitas b) têm sinais contrários.
c) são maiores que 10.
• Diagramação: d) não são inteiras.
Nicollas Barauce Freitas e) são inexistentes.

• Revisão: 4. (Pucmg) Um reservatório, contendo 200 litros


João Carlos Xavier de água, está sendo esvaziado por meio de uma
Diego Alexandre Duarte torneira cuja vazão é de 200cm3 por minuto. O
tempo necessário para esvaziar completamente o
reservatório, em minutos, é:
a) 1
Referências Bibliográficas b) 10
c) 100
EXERCÍCIOS SOBRE POLINÕMIOS (2020). url: https: d) 1000
/ / exercicios . brasilescola . uol . com . br / e) 10000
exercicios - matematica / exercicios - sobre -
polinomios.htm (acesso em 03/08/2020). 5. (Ufc) O valor de x que é solução, nos números
F. Demana B. Waits, G. Foley e D. Kennedy (2013). reais, da equação (1/2) + (1/3) + (1/4) = x/48 é
Pré-cálculo. Vol. 1. São Paulo: Pearson. igual a:
Iezzi, Gelson (1977). Fundamentos de Matemática Ele- a) 36
mentar: Complexos, Polinômios e Equações. Vol. 6. b) 44
São Paulo: ATUAL. c) 52
PROJETO MEDICINA EQ 2º GRAU (2019). url: https: d) 60
/ / projetomedicina . com . br / material - de - e) 68
estudo / equacoes - do - 2o - grau/ (acesso em
03/08/2020). 6. (Fei) A equação x2 − x + c = 0 possui duas raízes
PROJETO MEDICINA EQ1º GRAU (2019). url: https: reais "r"e "s"tais que r = 2s. Os valores de "r"e
/ / projetomedicina . com . br / material - de - "s":
estudo / equacao - do - 1o - grau/ (acesso em a) 2/3 e 1/3.
03/08/2020). b) 2 e 1
c) −1/3 e −1/6
d) −2 e −1
e) 6 e 3

7. (Mackenzie) Para que a equação kx2 + x + 1 = 0,


com k inteiro e diferente de zero, admita uma
raiz inteira, deveremos ter k igual a:
7 Lista de Problemas a) −4
Alguns dos exercícios apresentados na lista abaixo, b) 2
bem como algumas soluções apresentadas nos resolvi- c) 4
dos desta aula foram retirados de PROJETO MEDICINA d) −2
EQ1º GRAU 2019 e PROJETO MEDICINA EQ 2º GRAU e) 8
2019.
8. (UFMG) Os números a, b e c são as raízes da
1. (Unitau) A equação [x−5]/[x−10] = [x−3]/[x−8]. equação x3 + x− 1 = 0. Nessas
 condições, calcule
a) admite uma única raiz. 1 1 1
o valor de log + + .
b) não admite raiz. a b c
c) admite várias raízes reais. 9. (AMAN-RJ) A soma das raízes da equação
d) admite várias raízes complexas. x4 − x3 − 4x2 + 4x = 0 é igual a:
e) admite três raízes reais. a) 0.
b) 1.
2. (Unicamp) Um copo cheio de água pesa 385g; c) −4.
com 2/3 da água pesa 310g. Pergunta-se: d) 4.
a) Qual é o peso do copo vazio? e) nda.
b) Qual é o peso do copo com 3/5 da água?

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TÓPICO 5: Equações e Polinômios

10. (FGV-SP) Sejam m e n números reais, ambos 18. (UFG) Considere os polinômios
diferentes de zero. Se m e n são soluções da P (x) = x4 − 13x3 + 30x2 + 4x − 40 e
equação polinomial x2 + mx + n = 0, na incógnita Q(x) = x2 − 9x − 10.
x, então, m − n é igual a:
a) −3. P (x)
Calcule S(x) = .
b) −2. Q(x)
c) 1.
d) 2.
e) 3.
8 Gabarito
1. Item (b).
11. (UFRGS) Um polinômio de 5º grau com coefici-
entes reais que admite os números complexos 2. a)160g. b)295g.
−2 + i e 1 − 2i como raízes, admite
a) no máximo mais uma raiz complexa. 3. Item (a).
b) 2 − i e −1 + 2i como raízes.
c) uma raiz real. 4. Item (d).
d) duas raízes reais distintas.
e) três raízes reais distintas. 5. Item (c).
12. (FACESP) O conjunto solução, no campo real, da 6. Item (a).
equação z 4 − 13z 2 + 36 = 0 é:
a) S = {−3, −2, 0, 2, 3}. 7. Item (d).
b) S = {−3, −2, 2, 3}.
c) S = {−2, −3}.
 
1 1 1
d) S = {0, 2, 3}. 8. log + + =0
a b c
e) S = {2, 3}.
9. Item (b).
13. (FAAP–SP) Calcule os valores de a, b e c para que
o polinômio P (x) = a(x + c)3 + b(x + d) seja 10. Item (e).
idêntico a P (x) = x3 + 6x2 + 15x + 14.
11. Item (c).
4 3
14. (FEI – SP) Sendo P (x) = ax + bx + c e
Q(x) = ax3 − bx − c, determine os coeficientes a, 12. Item (b).
b e c, sabendo que P (0) = 0, P (1) = 0 e Q(1) = 2.
13. a = 1, b = 3 e c = 2.
3 2
15. (UDESC) Dividindo o polinômio x − 5x + 8 pelo
polinômio P (x) resulta no quociente x2 − 2x − 6, 14. a = 1, b = −1 e c = 0.
com resto −10; portanto, o polinômio P (x) é:
a) x − 2. 15. Item (e).
b) x.
c) x + 3. 16. Item (a).
d) x + 2. 16
e) x − 3. 17. m = .
9
16. (FUVEST) O polinômio P (x) = x3 + ax2 + bx, 18. S(x) = x2 − 4x + 4.
em que a e b são números reais , tem restos 2 e 4
quando dividido por x − 2 e x − 1 respectivamente.
Assim, o valor de a é:
a) −6.
b) −7.
c) −8.
d) −9.
e) −10.

17. (UFMG) O polinômio P (x) = 3x5 − 3x4 − 2x3 +


mx2 é divisível por D(x) = 3x2 − 2x. O valor de
m é:

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