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REFORMA AGRÁRIA E MOVIMENTOS SOCIAIS

Reforma agrária é, basicamente, a redistribuição mais justa da terra.

A concentração fundiária no Brasil é resultado de uma distribuição de terra


que aconteceu no passado de forma desordenada e destinada, muitas vezes, a
quem não precisava. Sem contar que os lotes de terra eram gigantescos.
Atualmente, grande parte das terras brasileiras se encontra nas mãos de uma
minoria de famílias, o que promove o surgimento de uma enorme quantidade
de trabalhadores desprovidos de terras para cultivar o seu sustento e de sua
família.

A disparidade existente na estrutura fundiária brasileira gera a insatisfação de


várias classes da sociedade (trabalhadores rurais, cientistas políticos,
sociólogos, entidades religiosas, entre outros), que apoiam a implantação
da reforma agrária. Esse pensamento está alicerçado em dois pontos
determinantes: o primeiro é o fator social e o segundo, o econômico. O fator
social está relacionado ao fato de que há milhares de famílias que precisam de
um pedaço de terra para cultivar seu alimento, o que também, de certa forma,
torna-se o seu emprego. Já o fator econômico refere-se aos objetivos ligados à
produção de alimentos para o abastecimento interno, forçando a diminuição
dos seus preços, que recentemente foram inflacionados diante da crise
mundial de alimentos. Incluindo ainda que esses pequenos produtores podem
se tornar exportadores para diversos países do mundo, o que contribuiria para
a economia do país.

Na tentativa de solucionar os fatores citados acima, a Nova Constituição


Federal de 1988 trouxe consigo um artigo que determina a aplicação da
reforma agrária em propriedades rurais que se encontram na categoria de
improdutivas. No entanto, o artigo deixou falhas por não expressar
especificamente o que caracteriza uma propriedade improdutiva. O
desprovimento de informações específicas quanto a esse tipo de propriedade
gerou a ascensão dos problemas relacionados à luta pela terra, surgindo,
inclusive, confrontos armados que deixaram mortos e feridos, como o
massacre do Eldorado dos Carajás (Pará).

A imprecisão de informações leva os sem-terra a interpretarem “ao pé da


letra” o artigo da Constituição Federal, portanto, quando esse grupo visualiza
uma propriedade improdutiva, eles se veem no direito de invadi-la. Do outro
lado da questão, estão os proprietários dessas terras que sempre negam essa
condição, afirmando que elas são produtivas e que a invasão não passa de um
ato ilegal e criminoso. Nesse caso, o proprietário aciona o poder público,
exigindo uma atitude.

A incidência de conflitos envolvendo trabalhadores sem-terra tornou-se mais


difundida após o surgimento do maior movimento de luta pela posse da terra
no Brasil, o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
Trabalhadores integrados a esse movimento promovem protestos e invasões
em diferentes pontos do Brasil. Algumas atitudes ofensivas por parte do grupo
fazem com que o movimento não ganhe a opinião pública nacional, que seria
um ponto positivo para a consolidação da aplicação da reforma agrária no
Brasil. A realidade é que essa questão está longe de ter uma solução, diante da
complexidade que a envolve, principalmente quando se trata de um país
capitalista como o nosso.

Sobre o conceito de reforma agrária, é correto afirmar que:

a) a reforma agrária é o processo de redistribuição das propriedades produtivas de um


determinado país ou região.

b) a reforma agrária é o processo de redistribuição das propriedades rurais improdutivas para


camponeses que não possuem terras.

c) é uma política de incentivo à produção agrária vinculada ao Ministério do Desenvolvimento


Agrário.

d) a reforma agrária é o processo de redistribuição das propriedades rurais improdutivas que


só atende que tem condições para produzir na terra.
e) a reforma agrária é o processo de doação de terras para o Governo, que produzirá
alimentos para os mais carentes. Muitos fazendeiros realizam essa prática em troca de isenção
de impostos.

Exercício 2
No Brasil, a reforma agrária nunca foi plenamente realizada. Um dos principais fatores que
impedem a sua realização no país é:

a) A falta de interesse dos camponeses em adquirir propriedades, já que o Brasil possui


diversas propriedades disponíveis para a redistribuição de terras.

b) O baixo preço pago pelo Governo pelas propriedades desapropriadas desincentiva os


fazendeiros a entregarem suas terras para a redistribuição promovida pela reforma agrária.

c) A grande corrupção dos movimentos que lutam em prol da reforma agrária, o que acaba
resultando na não redistribuição das terras conquistadas.

d) O custo de manutenção dos assentados, pois, mais do que apenas desapropriar e redistribuir
terras, a reforma agrária tem que dar condições para o camponês produzir nas terras
adquiridas.

e) O pequeno número de terras improdutivas no país faz com que não seja possível realizar
nenhuma redistribuição, já que, segundo a constituição de 1988, somente as terras
improdutivas podem ser redistribuídas.

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