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02/11/2023

INTERVENÇÃO NOS COMPORTAMENTOS ADITIVOS


E DEPENDÊNCIAS

Diana Lopes
Email:dianasalome_lopes@hotmail.com
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Problemas Ligados ao Álcool – OMS. 1980

Para definir o vasto leque de situações relacionadas com o álcool, a organização mundial de
saúde optou, em 1980, por envolver todos esses múltiplos aspetos numa designação comum:
“problemas ligados ao álcool”.

Esta perspetiva permite alargar o espaço a tudo o que disser respeito a: produção; distribuição;
consumo; publicidade; legislação de bebidas alcoólicas..
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Consumo crónico e agudo

Intoxicação aguda – ingestão não contínua, com períodos relativamente prolongados de abstinência
sustentada
é possível verificar-se:
• mudanças de comportamento desadaptativas;
• deterioração da capacidade de julgamento, amnésia dos acontecimentos durante a intoxicação,
• perda de consciência, coma etílico e morte por depressão cardiorrespiratória.

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Consumo de forma crónica


É continuado, sem períodos de abstinência sustentada pode provocar efeitos a longo prazo nos diferentes
órgãos vitais:
• deterioração e atrofia do cérebro, anemia, diminuição das defesas imunitárias,
• alterações cardíacas (miocardite), hepatopatia, cirrose hepática, gastrite, úlceras,
• inflamação e deterioração do pâncreas,
• transtornos na absorção de vitaminas, hidratos e gorduras,
• rebentamento de capilares, cancro e danos cerebrais.

Tipologias
A tipologia que parece integrar os dados das principais categorizações é a que distingue entre alcoolismo
primário e alcoolismo secundário (Paille, 2000) e que, para este autor, beneficia do facto de colocar o
acento sobre o que considera serem os laços estritos entre a comorbilidade psiquiátrica e o alcoolismo.

O alcoolismo primário é uma conduta alcoólica de início precoce, anterior aos 20 anos, com forte peso
biológico e genético, instalando-se como o primeiro problema do sujeito.

Os principais fatores psicopatológicos que favorecem o surgimento da dependência são a impulsividade,


os problemas de comportamento do tipo sociopático e a procura de sensações fortes. Os outros
problemas psiquiátricos que estes sujeitos apresentam são, pois, secundários à alcoolização, que pode ser
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excessiva, diária ou intermitente.

Tipologias
O alcoolismo secundário surge com contornos muito diferentes. Em certos casos pode ser
geneticamente influenciado, mas o mais frequente, pelo menos no início, é a existência de uma
conduta de automedicação induzida pelo álcool, facilitada pelos problemas psiquiátricos
anteriores ao início da alcoolização dita patológica e independentes desta, tais como as
perturbações ansiosas e do humor, a esquizofrenia, a sociopatia e os problemas de
personalidade.
Os problemas persistem após abstinência prolongada. O início é mais tardio, a evolução mais
lenta até às complicações somáticas, psíquicas e sociais. A alcoolização pode igualmente ser
permanente ou intermitente.
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O modelo de Clonninger comporta dois tipos distintos de alcoólicos que passamos a


descrever:
Tipo 1: está associado com falta de controle, sentimento de culpabilidade, medo da
dependência dos efeitos ansiolíticos do álcool. É denominado “limitado pelo meio”, uma vez
que o seu estabelecimento surge depois de grandes consumos reforçados pelo meio ambiente,
usualmente na idade adulta;

Tipo 2: é denominado alcoolismo “limitado ao homem”, e caracteriza-se por impulsividade,


atracção pelo risco, tendência ao comportamento anti-social, e é consideravelmente menos
prevalecente que o tipo
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Babor considera igualmente dois tipos distintos:


Tipo A: Alcoolização de início tardio (depois dos 20 anos), com evolução lenta, menos
frequência de psicopatologia associada, com melhor prognóstico e menor frequência de
complicações, bem como de fatores de risco na infância. É mais frequente nas mulheres e
parece identificar melhor os sujeitos tratados em ambulatório.

Tipo B: Pressupõe um início precoce dos consumos, com maior frequência do alcoolismo
familiar, sinais de dependência mais severos, maior frequência de politoxicomania associada,
maior comorbilidade psiquiátrica e mais acentuados fatores de risco na infância, tais como
comportamentos agressivos e impulsividade. É mais frequente nos sujeitos hospitalizados.
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Níveis de risco
Consumo de baixo risco
3 unidades / dia 21 / semana homem
(2 dias / semana sem consumir)
2 unidades / dia 14 / semana mulher
(2 dias / semana sem consumir)

Consumo de risco
3-7 unid. / dia 22 - 49 / semana homem
2-5 unid. / dia 15 - 35 / semana mulher

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Níveis de risco

Consumo nocivo
+ 7 unid. / dia + de 50 / semana homem
+5 unid. / dia + 35 / semana mulher

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. O álcool é a droga mais conhecida e aceite socialmente.


. É muito procurada devido à crença de que os seus efeitos são estimulantes.
De facto, as bebidas alcoólicas podem induzir um estado inicial de desinibição, loquacidade,
euforia, falsa segurança em si próprio e, por vezes, impulsos sexuais desinibidos ou agressivos.
Progressivamente, as características depressoras do álcool começam a tornar-se mais notórias,
podendo surgir efeitos como:
• relaxamento, sonolência, turvação da visão, descoordenação muscular,
• diminuição da capacidade de reação, diminuição da capacidade de atenção e compreensão, •
deterioração da capacidade de raciocínio e da atividade social,
• fala premente, descoordenação, mudanças no estado de ânimo,
• irritabilidade, fenómenos de amnésia, fadiga muscular, etc. 11

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A nível psicológico e neurológico:


• irritabilidade, insónia, delírios por ciúmes, mania da perseguição, psicose
• nos casos mais graves, encefalopatias com deterioração psico-orgânica (demência alcoólica).

A mistura do álcool com outras drogas, especialmente se elas forem também depressoras
(como é o caso da heroína), pode ser perigoso e ter consequências como o coma ou a morte.

Os efeitos do álcool, assim como a ressaca sentida após o seu consumo, poderão ser atenuados
ser a pessoa tiver ingerido alimentos antes do consumo (diminui o grau de absorção) e se beber
água para combater a desidratação.
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A nível social

O consumo do álcool pode ter consequências como a desintegração familiar, crises, maus tratos,
absentismo laboral, aumento de acidentes rodoviários, comportamentos criminosos, alterações da
ordem, etc.

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Tolerância e Dependência

O álcool origina tolerância e grande dependência física e psicológica. Em alguns casos, encontra-se a
chamada tolerância negativa, a qual se encontra em indivíduos que ficam completamente ébrios
com o consumo de uma pequena quantidade de etanol.

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Síndrome de Abstinência

O síndrome de abstinência provocado pela supressão do álcool costuma ser bastante intenso,
requerendo, por vezes, cuidados médicos urgentes. Geralmente, nas primeiras horas de privação
pode sentir dor de cabeça forte, náuseas, enjoo, vómitos, inquietação, nervosismo e ansiedade, aos
quais se podem seguir cãibras musculares, tremores e grande irritabilidade.

Nos casos mais graves, após o 2º dia, pode surgir o delírium tremens: aparecimento de delírios,
alucinações, fortes tremores.

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Diagnóstico duplo ou comorbilidade?

Diagnóstico Duplo

“[…] co-ocorrência de perturbações psiquiátricas e comportamentos adictivos, […] são combinações


múltiplas […], nas quais o doente apresenta uma perturbação psiquiátrica grave que ocorre
independentemente do comportamento adictivo (e, portanto, o diagnóstico de perturbação
psiquiátrica poderia ser feito, mesmo que não houvesse consumo); […] o abuso de substâncias pode
exacerbar os sintomas psiquiátricos agudos, […]”

(Marques-Teixeira, 2000, p.10)

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Diagnóstico duplo ou comorbilidade?

Comorbilidade

[…] perturbações ligadas ao uso de substâncias, […] com sintomas graves induzidos por substâncias
(p.ex. alucinações, depressão decorrentes do abuso ou da abstinência) […], nestes quadros, os
doentes podem recorrer à psiquiatria por sintomas de psicoses “tóxicas” ou “intoxicação por
substâncias” que podem assemelhar-se a sintomas agudos de doenças psiquiátricas, mas em que os
sintomas agudos são sempre precipitados pelo abuso de substâncias […] os sintomas agudos têm
remissão completa após um período de abstinência ou desintoxicação […].”

(Marques-Teixeira,2000, p.10)
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Perturbações Induzidas pelo álcool (DSM-IV-TR)


- Delirium de Intoxicação
- Delirium de Abstinência do Álcool
- Demência Persistente;
- Perturbação Mnésica;
- Persistente Perturbação;
- Psicótica Perturbação do Humor;
- Perturbação da Ansiedade;
- Disfunção Sexual;
- Perturbação do Sono;
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CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO

Abuso de álcool

Durante um ano o sujeito apresenta um comportamento desajustado, manifestando um ou mais dos


seguintes:
• Consumo recorrente com incapacidade de cumprir tarefas;
• Consumo recorrente em situações perigosas ;
• Problemas legais relacionados com o consumo;
• Continuação dos consumos apesar dos problemas;
• Não há critérios de dependência;
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CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO

Dependência de álcool

Durante um ano o sujeito apresenta um comportamento desajustado, manifestando 3 ou mais dos


seguintes:
- Tolerância
- Abstinência
- Consumo de álcool mais elevado e durante mais tempo que o pretendido
- Desejo e esforços sem êxito para controlar ou parar de beber
- Dispêndio de grande quantidade de tempo para o consumo
- Diminuição ou abandono de atividades sociais
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- O sujeito continua a beber apesar da existência de problemas recorrentes de saúde.

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CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO

Abstinência

• Interrupção ou redução maciça de álcool


• Dois ou mais dos seguintes, após horas ou dias da suspensão (hiperactividade autonómica, tremor
das mãos aumentado, insónia, náuseas e vómitos, alucinações ou ilusões, agitação psicomotora,
ansiedade, convulsões)
• Estes sintomas causam sofrimento e défices significativos
• Não são devidos a outra perturbação

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Critérios de diagnóstico para síndrome de abstinência do álcool (SAA) – OMS


Estado de abstinência
A. Deve haver evidência clara de interrupção ou redução do uso de álcool, após uso repetido, usualmente
prolongado e/ou em altas doses.
B. Três dos sinais devem estar presentes:
(1) Tremores da língua, pálpebras ou das mãos quando estendidas;
(2) sudorese;
(3) náusea, ânsia de vómitos ou vómitos;
(4) Taquicardia ou hipertensão;
(5) Agitação psicomotora;
(6) Cefaleia;
(7) insónia; 22

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Critérios de diagnóstico para síndrome de abstinência do álcool (SAA) – OMS


Estado de abstinência

(8) mal-estar ou fraqueza;


(9) Alucinações visuais, tácteis ou auditivas transitórias;
(10) Convulsões tipo grande mal;

Se o delirium está presente, o diagnóstico deve ser estado de abstinência alcoólica com delirium (delirium
tremens)

Sem e com convulsões

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Conjunto de sintomas e sinais da SAA nível I – leve / moderado

BIO Leve agitação psicomotora; tremores finos das extremidades; sudorese facial
discreta; episódios de cefaleia; náusea sem vómitos; hipersensibilidade visual;
sem alterações da sensibilidade táctil e auditiva
PSICO O contacto com o profissional de saúde está preservado; encontra-se orientado
no tempo e espaço; o juízo crítico da realidade está mantido; apresenta ligeira
ansiedade; não relata qualquer episódio de violência dirigido a si ou a outro.
SOCIAL Refere estar a viver com familiares ou amigos, com os quais se relaciona
regularmente; atividade produtiva moderada mesmo que atualmente esteja
desempregado; rede social ativa.
COMORBILIDADES Sem complicações e/ou comorbilidades clínicas e/ou psiquiátricas detetadas no
exame geral

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Conjunto de sintomas e sinais da SAA nível II– GRAVE

BIO Agitação psicomotora intensa; tremores generalizados; sudorese profusa; com cefaleia,
náuseas com vómitos, hipersensibilidade visual, quadro epileptiforme recente ou
descrito a partir da história pregressa.

PSICO O contacto com o profissional de saúde está alterado; encontra-se desorientado no


tempo e no espaço; o juízo crítico da realidade está comprometido; apresenta ansiedade
intensa; com episódios de violência contra si ou outro; apresenta-se delirante com
pensamento descontínuo, rápido e de conteúdo desagradável; observam-se atitudes
compatíveis com alucinações tácteis e/ou auditivas.

SOCIAL Vive só ou com familiares ou com amigos, mas o relacionamento está degradado; tem
estado desempregado com a impossibilidade de exercer atividades produtivas; rede
social inexistente restringindo-se a um ritual do consumo da bebida.

COMORBILIDADES Com complicações e/ou comorbilidades clínicas e/ou psiquiátricas detectadas no exame
clínico.
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Instrumentos de Deteção

- Audit

- Audit-C – caraterização do consumo (3 primeiras questões)

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Instrumentos de Deteção
AUDIT - Teste de Identificação dos Transtornos do Uso de Álcool
. Instrumento de rastreio não de diagnóstico
. Uso estandardizado internacional
. Único desenhado especificamente para este efeito
Identifica:
- consumo de risco
- consumo nocivo
- possível dependência
- Breve, rápido e flexível
- Desenhado para os cuidados de saúde primários
- Centrado no consumo recente de álcool Total de 10 itens no questionário (+ versão de entrevista)
- Total de 10 itens no questionário (+ versão de entrevista)
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Instrumentos de Deteção – Audit

Âmbito da aplicação Grupo alvo Pessoal encarregue do screening


Contexto de cuidados primários Pacientes / Utentes Enfermeiros Técnicos de serviço
social
Serviço de Urgência Vítimas de acidentes Pacientes Médicos Enfermeiros Outro
intoxicados Vítimas de pessoal
acontecimentos traumáticos
Consulta médica Pacientes / Utentes Médico de Clínica Geral Médico de
Família Outro pessoal
Hospital geral Clínica de Pacientes com hipertensão, Internista Outro pessoal
ambulatório Doença cardíaca, transtornos
gastrointestinais ou neurológicos

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Instrumentos de Deteção – Audit


Âmbito da aplicação Grupo alvo Pessoal encarregue do screening
Hospital Psiquiátrico Pacientes psiquiátricos, principalmente Psiquiatra Outro pessoal
aqueles com ideação suicida

Centros de trabalho Programas de Empregados, especialmente aqueles com Pessoal de medicina do trabalho
Intervenção laboral problemas de produtividade, absentismo ou
acidentes

Tribunais Esquadras Prisões Sujeitos com delitos cometidos debaixo do Funcionários Terapeutas
efeito do álcool Criminosos violentos

Outros recursos de saúde Indivíduos que apresentam uma alteração no Assistentes sociais Pessoal de saúde
seu funcionamento social ou laboral
(problemas conjugais, abandono de
menores)
Exército Pessoal de saúde
Recrutas e oficiais
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Instrumentos de Deteção – Audit


Domínios
Nº da questão Conteúdo do item
Consumo de risco
1- Frequência do consumo;
2- Quantidade típica;
3- Frequência do consumo
Elevado Dependência
4- Perda de controle sobre o consumo
5- Aumento da relevância do consumo
6- Consumo matinal
Consumo nocivo
7- Sentimentos de culpa pelo consumo
8- Lapsos de memória
9- Lesões relacionadas com o álcool
10 - Preocupações de outros com o consumo 30

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Audit

1. Com que frequência consome bebidas que contém álcool?

0 (Nunca; caso assinale esta resposta, siga para as questões 9 e 10)


1 (Uma vez por mês ou menos)
2 (2 a 4 vezes por mês)
3 (2 a 3 vezes por semana)
4 (4 ou mais vezes por semana)

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Audit

2. Quando bebe, quantas bebidas contendo álcool consome num dia normal?

0 (1 ou 2)
1 (3 ou 4)
2 (5 ou 6)
3 (7 ou 9)
4 (10 ou mais)

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Audit

3. Com que frequência consome seis bebidas ou mais numa única ocasião?

0 (Nunca)
1 (Uma vez por mês ou menos)
2 (2 a 4 vezes por mês)
3 (2 a 3 vezes por semana)
4 (4 ou mais vezes por semana)
(Caso contabilize 0 na pontuação das questões 2 e 3, passe para as questões 9 e 10)
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Audit

4. Nos últimos 12 meses, com que frequência se apercebeu de que não conseguia parar de
beber depois de começar?

0 (Nunca)
1 (Uma vez por mês ou menos)
2 (2 a 4 vezes por mês)
3 (2 a 3 vezes por semana)
4 (4 ou mais vezes por semana)
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Audit

5. Nos últimos 12 meses, com que frequência não conseguiu cumprir as tarefas que
habitualmente lhe exige, por ter bebido?

0 (Nunca)
1 (Uma vez por mês ou menos)
2 (2 a 4 vezes por mês)
3 (2 a 3 vezes por semana)
4 (4 ou mais vezes por semana)
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Audit

6. Nos últimos 12 meses, com que frequência precisou de beber logo de manhã para “curar”
uma ressaca?

0 (Nunca)
1 (Uma vez por mês ou menos)
2 (2 a 4 vezes por mês)
3 (2 a 3 vezes por semana)
4 (4 ou mais vezes por semana)
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Audit

7. Nos últimos 12 meses, com que frequência teve sentimentos de culpa ou de remorsos
por ter bebido?

0 (Nunca)
1 (Uma vez por mês ou menos)
2 (2 a 4 vezes por mês)
3 (2 a 3 vezes por semana)
4 (4 ou mais vezes por semana)
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Audit

8. Nos últimos 12 meses, com que frequência não se lembrou do que aconteceu na noite
anterior por ter bebido?

0 (Nunca)
1 (Uma vez por mês ou menos)
2 (2 a 4 vezes por mês)
3 (2 a 3 vezes por semana)
4 (4 ou mais vezes por semana)
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Audit

9. Já alguma vez ficou ferido ou alguém ficou ferido por você ter bebido?

.Não
.Sim, mas não nos últimos 12 meses
. Sim, aconteceu nos últimos 12 meses

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Audit

10. Já alguma vez um familiar, amigo, médico ou outro profissional de saúde manifestou
preocupação pelo seu consumo de álcool ou sugeriu que deixasse de beber?

▪ Não
▪ Sim, mas não nos últimos 12 meses
▪ Sim, aconteceu nos últimos 12 meses

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Instrumentos de Deteção – Audit

Resultados, níveis de risco e intervenção

Nível de risco Intervenção


Zona I (baixo) Educação sobre o álcool 0-7
Zona II (baixo ou Intervenção breve 8-15
moderado
Zona III (Moderado) Intervenção breve + Monitorização 16-19
continuada
Zona IV (Alto) Encaminhamento para uma avaliação 20 - 40
diagnóstica e tratamento – Intervenção
encaminhamento para cuidados de
saúde especializados

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Instrumentos de Deteção Grelha de Legô

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Provas Bioquímicas e Ecografia Abodominal

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Aumento da atividade das enzimas:

- Gama GT (gama-glutamil transferase) – sensibilidade de 70% - valores decrescem no espaço de 2-4 semanas
(Encontra-se no fígado, rim, intestino, próstata, pâncreas, cérebro e coração)
- TGO (transaminase glutâmico-oxalacética ou AST)
- TGP (transaminase glutámico pirúvica ou ALT)
- Fosfatase alcalina (FA)
- GDH (glutamato desidrogenase)

O quociente TGO/TGP pode ajudar a diferenciar a existência de disfunção hepática de natureza alcoólica das
de natureza não alcoólica, quando quociente > que 1
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Consequências:
Fígado
1-Esteatose do fígado, ou infiltração gorda do fígado por erros do metabolismo, aparecem no fígado grandes vesículas de
triglicerídeos que invadem o citoplasma das células hepáticas. Este é o primeiro passo para fazer o fígado funcionar
deficientemente.

Nota: Esteatose microvesicular –forma especial que se caracteriza pela presença de múltiplas vesículas gordas de pequeno
tamanho no citoplasma que não permitem a deslocação do núcleo. Esta lesão distribui-se nos hepatócitos em torno da veia
central e muitas vezes está associada a hepatite alcoólica ou a coleastase.
• Astenia, anorexia, náuseas
• Vómitos e por vezes dor abdominal

2. Fibrose: sem esteatose ou lesões de hepatite alcoólica não é uma entidade clínica suficientemente reconhecida.
É secundária a profundas alterações do colagéneo. 45

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Consequências:
Fígado
3- Hepatite alcoólica - Inflamação aguda, ou mais frequentemente crónica, que já tem áreas de necrose
celular, com infiltrações de leucócitos, (se não deixar de haver consumo alcoólico) evolui para os primeiros
sintomas de um fígado insuficiente. Compreende desde formas assintomáticas até formas fulminantes com
insuficiência hepatocelular inicia-se com astenia, anorexia, náuseas e vómitos surge dor abdominal ao fim de
poucos dias, icterícia e febre.

4- Cirrose hepática - A inflamação crónica cria nódulos de regeneração rodeados de tecido fibroso que
desestruturam a rede celular do fígado, tornando-o insuficiente, (cont.)

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Consequências:
Fígado
4- Cirrose hepática (cont.) Estes nódulos impedem a circulação sanguínea, a produção dos elementos de coagulação, a
purificação dos elementos nocivos da digestão, a normal concentração de ferro e das hormonas masculinas e femininas.
Pode associar-se a hepatite alcoólica
• sinais de hiponutrição e hipovitaminose
• hipertrofia da prótida e retracção palmar de Dupuytren
• pode surgir polineuropatias, transtornos do comportamento e quadros delirantes indicadores de Sindrome de
abstinência. .
5 - Carcinoma Hepatocelular
Entre 5 a 15% dos pacientes com cirrose hepática alcoólica desenvolvem um carcinoma Hep.celular.
A causa de degeneração não é conhecida.
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Interpretação Analítica Sumária e Resultados da Ecografia

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Esteatose:
-Aumento da GGT Pequeno aumento das transaminases (TGO e TGP)
Ecografia: fígado aumentado

Esteatose microvesicular:
- Hepatomegalia Icterícia frequente
- aumento das bilirrubinas Triglicerídeos e colesterol aumentados

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Fibrose:
- Aumento da GGT Moderado aumento das transanminases

Ecografia: fígado variável – pode começar a diminuir de tamanho

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Hepatite alcoólica:
- GGT muito elevada Moderado
- aumento das transanminases (raramente ultrapassam os 300 U/l)
- Apartato aminotransferase (TGO) superior a alanino aminotransferase (TGP)
- Quociente TGO / TGP superior a 1,5
- Aumento da bilirrubina total
- Aumento da fosfatase alcalina

Ecografia: fígado variável

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Hepatite crónica:
- Aumento do volume globular médio (eritrocitário)
- Níveis de ALT inferiores aos da hepatite por HVC
- Apartato aminotransferase (TGO) superior a alanino aminotransferase (TGP)
- Quociente TGO / TGP superior a 1,5

Ecografia: fígado aumentado ou não

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Cirrose:
- Aumento da GGT (variável...)
- Aumento da gamaglobulina
- Trombopenia como reflexo da diminuição de produção hepática
- Diminuição do tempo de protrombina

Ecografia: fígado com possível diminuição, rude, com bordos rombos

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Estudo de Casos
Análises Ecografia

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• https://www.youtube.com/watch?v=dxMZUELG28M

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INTERVENÇÃO
O que é a motivação?
. É a chave para a mudança;
. É multidimensional;
. É dinâmica e com flutuações;
. É influenciada pelas interações sociais;
. Pode ser modificada;
. É influenciada pelo estilo do técnico motivacional

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TÉCNICAS DE INTERVENÇÃO

Entrevista Motivacional

A motivação é considerada um fator fundamental para o processo de mudança. É frequente o


indivíduo querer mudar e, no entanto, não se sentir suficientemente confiante para lidar com o
término dos consumos e com os possíveis sentimentos de perda associados. Uma das principais
dificuldades no processo de mudança é lidar com esta ambivalência.

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TÉCNICAS DE INTERVENÇÃO

Entrevista Motivacional
A Entrevista Motivacional (EM, Miller & Rollnick, 1991) surgiu como reação a um paradigma de culpabilização,
rotulagem e argumentatividade inerente a algumas intervenções nos comportamentos aditivos. A EM é um tipo
de abordagem, centrada no indivíduo, que visa estimular a mudança do comportamento, evocando as suas
motivações, ajudando-o a explorar e a resolver possíveis ambivalências. A EM pressupõe que o psicólogo saiba
identificar o estádio de mudança em que o indivíduo se encontra (Modelo Transteórico), seleccionando as
estratégias mais adequadas em função do mesmo.

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TÉCNICAS DE INTERVENÇÃO
Entrevista Motivacional

De acordo com os seus autores (Miller & Rollnick, 1991) a Entrevista Motivacional baseia-se em 4 princípios gerais:
1) Expressar Empatia;
2) Reforçar a Autoeficácia;
3) Fluir com a Resistência;
4) Amplificar Discrepâncias.

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TÉCNICAS DE INTERVENÇÃO
Entrevista Motivacional
Associado a estes princípios são sugeridas 5 técnicas consideradas importantes desde o primeiro contacto com o cliente:

1) Fazer questões abertas


2) Fornecer apoio emocional e encorajamento
3) Manter uma escuta ativa
4) Resumir
5) Promover um discurso para a mudança

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TÉCNICAS DE INTERVENÇÃO
Entrevista Motivacional

1. Expressar Empatia
A aceitação facilita a mudança
A escuta reflexiva é fundamental Ambivalência é normal

O que não se deve fazer …


Persuadir pela lógica Moralizar, pregar Julgar, criticar, discordar, ou culpar (e o contrário) Envergonhar, ridicularizar
Interpretar ou analisar , Consolar

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TÉCNICAS DE INTERVENÇÃO
Entrevista Motivacional

2. Desenvolver a Discrepância
- Perceção das consequências neg. e pos.;
- Discrepância entre comportamento atual e objetivos a alcançar;
- Auto-argumentação para a mudança;

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TÉCNICAS DE INTERVENÇÃO
Entrevista Motivacional

3. Evitar a Argumentação
- Argumentação é contraproducente;
- Defender gera atitudes de defesa;
- Mudar de estratégia perante a resistência;
- Não rotular;

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TÉCNICAS DE INTERVENÇÃO
Entrevista Motivacional

5. Promover a Auto – eficácia


- Crença na possibilidade de mudança é um motivador importante;
- O individuo é responsável por decidir e realizar mudanças pessoais;
- Há esperança na série de abordagens alternativas disponíveis;

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TÉCNICAS DE INTERVENÇÃO

1.Fazer perguntas abertas;


2. Usar escuta reflexiva;
3. Reforço positivo;
4. Sumarizar;
5. Deteção e promoção das declarações auto motivacionais.

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TÉCNICAS DE INTERVENÇÃO

“ Proibido”
- “Pergunta – Resposta”
-“Confronto-negação”
- “Especialista”
- “Rotulação”
- “Foco prematuro”
- “Culpabilidade”

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Como evocar a auto-motivação…


Reconhecer o problema
• O que é que o faz pensar que tem um problema?
• Que dificuldades tem devido ao seu consumo?
Preocupação
• O que é que o faz pensar que vai conseguir mudar?
• Se decidir mudar, o que é que acha que resulta consigo?
Intenção de mudar
• O que é que o preocupa no seu consumo?
•O que pensa que irá acontecer se não mudar?
Optimismo
• Quais são as razões que o levam a mudar?
• O que é que vai se diferente, quando mudar?

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67

O que não se deve fazer …

. Persuadir pela lógica;


. Moralizar, pregar;
. Julgar, criticar, discordar, ou culpar;
. Envergonhar, ridicularizar;
. Interpretar ou analisar;
. Consolar.

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68

Afirmações a Utilizar …

- Imagino que teve dificuldade em decidir cá vir...

- Deu um grande passo…

- Penso ser fundamental que queira fazer alguma coisa para resolver o seu problema…

- Deve, de facto, ser difícil lidar com o stress do dia-a-dia…

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Modelo Transteórico da Mudança


5 Estádios
1.Pré – contemplação
2. Contemplação
3. Preparação
4. Ação
5. Manutenção
Recaída

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Modelo Transteórico da Mudança

Pré – Contemplação
O indivíduo não considera a possibilidade de vir a mudar num futuro próximo, podendo não estar consciente das
consequências reais ou potenciais para a saúde devido a um consumo continuado.

Contemplação
O indivíduo pode estar consciente das consequências mas não tem a certeza quanto a mudar.
Ambivalência
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Modelo Transteórico da Mudança

Preparação
O indivíduo já decidiu mudar, prepara agora a ação.

Ação
O indivíduo já colocou em prática estratégia de ação para a mudança (ex. reduziu ou parou de beber),
contudo esta mudança ainda não é permanente.

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Modelo Transteórico da Mudança

Manutenção
O individuo conseguiu consolidar a mudança numa base relativamente permanente.

Recaída
Quando todos os esforços para a mudança falham.
Início de novo ciclo.

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Estádio Características Interv. Breve

Pré-contemplação O consumidor não considera mudar num futuro próximo, e Feedback acerca da avaliação e
pode não estar consciente das potenciais ou reais informação acerca das consequências
consequências na saúde se continuar a beber assim. negativas do consumo.
Contemplação O bebedor pode estar consciente das consequências mas Enfatiza os benefícios da mudança.
ambivalente quanto à mudança. Fornece Informação acerca dos PLA, os
riscos da demora e discute a definição
de objetivos.
Preparação Já decidiu mudar e planeia iniciar a ação, Discute como escolher um objetivo,
aconselha e encoraja.

Ação O bebedor começou a diminuir ou cortou o consumo, mas a Revê o aconselhamento e encoraja.
mudança não é uma aquisição permanente.

Manutenção O bebedor conseguiu moderar ou abster-se numa base Encoraja


relativamente permanente. 74

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Informação Complementar
Atitudes a evitar com dependentes
• grandes discussões se se assume ou não como doente alcoólico
•Interrogatórios inquisitórios sobre quantificações dos consumos;
•Rejeição ou condenação;
•Excessivo envolvimento terapêutico;

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Informação Complementar
Atitudes a evitar com dependentes
• Julgar as motivações
• Não informar sobre os riscos da doença alcoólica
• Prescrever a força de vontade ou a moderação
• Esquecer o ambiente

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Informação Complementar
Atitudes a ter…
. Estabelecer uma relação Terapêutica Empática
- pressupõe a aceitação do doente desprovida de atitudes punitivas e críticas;
- permite esbater as suas angustias e resistências;
- permite alicerçar o desenvolvimento de uma longa relação de confiança e de suporte com o
terapeuta;

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O Modelo das Intervenções Breves

- Dedicado a indivíduos com consumos de risco ou nocivos …


- Mas não dependentes;
- Duração de minutos … em várias sessões reduzido follow-up
- Trata-se de uma intervenção limitada no tempo;
- De duração sempre inferior à de um tratamento específico;
- Que inclui uma avaliação global, um aconselhamento breve e algum seguimento;

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Intervenções Breves
Objetivos
. Promover através de uma estratégia simples e barata uma mudança na conduta problemática identificada
num paciente …
. Que não procurou tratamento…
. Ativando os seus próprios recursos…
. Cumpre funções de prevenção secundária …
. É inseparável do diagnóstico precoce…

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Intervenções Breves - 5 A’s …


Aborde
- Questão direta, seguida de questões abertas sobre padrões de uso e efeitos sobre a saúde do cliente
- Utilização de questionários
Aconselhe
- Face a um qualquer nível de risco, incentive convitamente o cliente a parar ou a diminuir o seu consumo.
Avalie
- Avalie o padrão de uso do cliente e as suas consequências.
- Avalie ainda se o cliente vê o seu uso como um problema.
Ajude
- Breve discussão sobre como a pessoa planeia fazer e manter a mudança a que se propõe .
Acompanhe
- Inquira de forma regular o cliente sobre os seus esforços em termos de mudança de comportamento, encorajando-o a continuá-los.
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Intervenções Breves - 5 R’s …


Relevância
- A informação que é dada ao cliente tem um maior impato se for individualizada.
Riscos
- Identificação de potenciais consequências negativas associadas à manutenção do comportamento.
Recompensas
- Identificação de potenciais benefícios (saúde, financeiros, sociais) para a mudança de comportamento.
Resistências
- Identificação de barreiras ou obstáculos que possam comprometer uma decisão de mudar ou o sucesso da mudança.
Repetição
- Sempre que um cliente não motivado se apresente ao profissional de saúde.
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Elementos ativos das Intervenções Breves

Feedback (devolução da informação)


Responsabilidade
Aconselhamento
Menu de recomendações
Empatia
Suporte em si próprio (auto-eficácia)

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