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ANÁLISES AMBIENTAIS,

TOXICOLÓGICAS E
FORENSES

PROF. ERASMO SOARES DA SILVA


PROF. RENATA ANTUNES ESTAIANO DE REZENDE
PROF. KAREN BARBOSA MULLER
AULAS
AULAS TEÓRICAS (EXPOSITIVAS, EXERCICIOS,
DISCUSSÃO EM GRUPO, BUSCA ATIVA).

AULAS PRÁTICAS (ESTAÇÕES): AULA PRESENCIAL,


ATIVIDADES A DISTÃNCIA, DESENVOLVIMENTO
DE PROJETO A3.
CONTEÚDO
⚫ Análises físico-químicas para o monitoramento do meio
ambiente. Noções sobre monitoramento de águas residuais.
Gerenciamento de resíduos na área de saúde. Estudo das bases
teóricas da toxicologia, conhecimentos químico-toxicológicos das
substâncias químicas danosas aos seres humanos, interações
entre agente químico e sistema biológico para avaliação da
toxicidade. Toxicologia das substâncias químicas presentes em
ambientes de trabalho e poluentes químicos ambientais.
Monitorização ambiental e monitorização biológica da exposição
ocupacional às substâncias químicas. Ramos da perícia criminal e
os principais tipos de vestígios encontrados em locais de crime.

BIBLIOGRAFIA
⚫ OGA, S.;CAMARGO,M.M.A.;BATISTUZZO, J.A.O-
Fundamentos de Toxicologia, 4ed., Atheneu, 2014

⚫ KLASSEN, C.D.; WATKINS, J.B. – Fundamentos em


Toxicologia de Casarett e Doul. 2ed, McGraw-Hill,
2012.
TOXICOLOGIA
É O ESTUDO DOS EFEITOS
NOCIVOS DAS SUBSTÂNCIAS
QUÍMICAS SOBRE OS
ORGANISMOS VIVOS, DO
PONTO DE VISTA BIOQUÍMICO
E MOLECULAR.
O EFEITO TÓXICO DEPENDE:
DAS CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS DA
SUBSTÂNCIA

DAS CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS DO


ORGANISMO
PARACELSUS
TODA SUBSTÂNCIA É UM
AGENTE TÓXICO; NÃO HÁ
AQUELA QUE NÃO SEJA; A
DOSE CORRETA É QUE
DIFERENCIA UM AGENTE
TÓXICO DE UM
MEDICAMENTO.
ÁREAS DE ESTUDO
⚫ OCUPACIONAL
⚫ AMBIENTAL
⚫ ALIMENTOS
⚫ MEDICAMENTOS
⚫ SOCIAL
RAMOS DE ESTUDO
⚫ TOXICOLOGIA CLINICA
⚫ TOXICOLOGIA EXPERIMENTAL
⚫ TOXICOLOGIA ANALITICA
ASPECTOS DE ESTUDO
⚫ TOXICOLOGIA REGULATÓRIA
⚫ TOXICOLOGIA FORENSE
⚫ TOXICOLOGIA PEDIÁTRICA
OBJETIVO FUNDAMENTAL

PREVENÇÃO DE
EFEITOS NOCIVOS
HISTÓRIA
⚫ 1500 a.C. (Egito): cerca de 800 substâncias listadas,
incluindo chumbo, cobre, venenos de animais e
diversos vegetais tóxicos.
⚫ Antiguidade: veneno é muito usado com fins
políticos.
⚫ Sócrates: suicidio por ingestão de veneno de cicuta
por ser acusado de ateísmo.
⚫ Discoríades: médico grego na corte do imperador
Nero; primeira classificação de venenos em animais,
vegetais e minerais.
⚫ Vegetais: ópio, cicuta, acônito e digitalis.
⚫ Animais: venenos de víboras, sapos e salamandras.
⚫ Minerais: arsênio, chumbo, cobre, antimônio.

⚫ Mitríades( 120-63 a.C.): rei do Ponto (na atual
Turquia); temendo ser envenenado, testava em seus
escravos vários venenos, na tentativa de encontrar seus
antídotos.
⚫ Roma (sec. IV a.C.): uso indiscriminado de venenos
tomou proporções epidêmicas. Lex Cornelia: primeira
lei de punição a envenenadores.
⚫ Evolução lenta do conhecimento: mesmo nos séculos
XVII e XVIII os estudos eram empiricos.
⚫ Avicena (980-1037): discussões sobre mecanismos de
ação de venenos, incluindo neurotoxicidade e efeitos
metabólicos.
⚫ Pedras preciosas eram tidas como excelentes
antídotos.Pedras de maior valor apresentariam melhor
efeito curativo.
⚫ Até os primórdios do Renascimento as intoxicações
eram tidas como parte integrante da vida cotidiana
européia.

1. Maimonides (Arábia, 1135-1204): “Poisons and
their antidotes”; tratamento de envenenamento
por cobras, insetos, chamando atenção para o
efeito protetor do leite, manteiga e gorduras na
intoxicação via oral (retardo da absorção).
2. Paracelsus (1493-1541): vários estudo nas áreas de
Farmacologia, Toxicologia e Terapêutica.
3. Ehrllich (1854-1915): propôs a teoria dos
receptores.
4. Joseph Jacob Plenck (1739-1807): técnicas
analíticas para identificar e quantificar agentes
tóxicos. Surge a Toxicologia Forense.
5. 823-1850 – BOURSIER, REINSCH, STAS-OTTO,
MARSCH, FRESENIUS & BABO – pimeiros métodos
analíticos de isolamento, extração e identificação de
agentes tóxicos
⚫ Mathieu Orfila (1787-1853): uso de material de
necrópsia e análise química como prova legal de
envenenamento.
⚫ Frederick Accum (1769-1838): pioneiro na aplicação
de Química Analítica para a detecção de
contaminantes em alimentos e preparações
farmacêuticas.
⚫ Século XX: grande avanço tecnológico na síntese
quimica.
⚫ Milhares de novos compostos foram sintetizados para
diversos fins.
⚫ 1937: centenas de mortes de pacientes tratados com
sulfanilamida dissolvida em dietilenoglicol.
⚫ Final da dec. 50: malformações fetais geradas pela
talidomida administrada em mulheres grávidas
(focomelia)
⚫ Década de 60: notável desenvolvimento. A
toxicologia deixou de ser exclusivamente Forense e se
dedicou também a avaliação de segurança e risco na
utilização de substâncias químicas.
CONCEITOS:
Agente tóxico ou toxicante: entidade química capaz de causar dano ao sistema
biológico.
Veneno: termo popular para agente tóxico ou mistura de substâncias que podem
gerar efeito nocivo, mas é usado por alguns autores para identificar substâncias
provenientes de animais.
Droga: toda substância ou mistura capaz de modificar ou explorar o sistema
fisiológico ou estado patológico, utilizada com ou sem intenção de benefício do
organismo receptor.
Fármaco: substância de estrutura química definida, capaz de explorar ou
modificar sistema fisiológico ou estado patológico, em benefício do organismo
receptor.
Antidoto: agente capaz de antagonizar os efeitos tóxicos de substâncias.
Toxicidade: capacidade inerente e potencial da substância de gerar efeitos
nocivos no organismo. Envolve todos os parâmetros relacionados ao estudo da
ação tóxica (toxicocinética, interação com macromoléculas, atenuação do efeito
por excreção ou reparo)
Ação tóxica: maneira pela qual a substância exerce sua atividade sobre
estruturas teciduais.
Intoxicação: Manifestação dos efeitos nocivos (sinais e sintomas)
Xenobiótico: substâncias químicas estranhas ao organismo, ou substância
química estranha quantitativamente ao organismo (ex: manganês, que é um
metal essencial).
FASES DA INTOXICAÇÃO
⚫ EXPOSIÇÃO

⚫ TOXICOCINÉTICA

⚫ TOXICODINÂMICA

⚫ FASE CLÍNICA
FASE DE EXPOSIÇÃO
⚫ VIAS DE EXPOSIÇÃO
⚫ DOSE
⚫ TEMPO E FREQUÊNCIA DE EXPOSIÇÃO
⚫ CARACTERÍSTICAS FÍSICO QUÍMICAS DO
AGENTE TÓXICO
⚫ SUSCEPTIBILIDADE INDIVIDUAL
DOSE
QUANTO MAIOR A DOSE, MAIOR O EFEITO.
EFEITO

DOSE
SUBSTÂNCIAS NÃO ACUMULATIVAS

Efeito acumulativo
DOSE/EFEITO

Dose/efeito não acumulativo

TEMPO
SUBSTÂNCIAS ACUMULATIVAS

DOSE

EFEITO
DOSE/EFEITO

TEMPO
FRACIONAMENTO DA DOSE X EFEITO

DOSE DE 200 mg/kg A UM ANIMAL: MORTE EM


24HORAS
DOSE DE 20 X 10 mg/kg/dia: ???
O EFEITO DEPENDERÁ DE QUE FATORES?
IMPORTANTE – MEIA VIDA BIOLÓGICA (t1/2): É
O TEMPO QUE UMA SUBSTÂNCIA LEVA PARA
DECAIR EM 50% EM UM COMPARTIMENTO NO
ORGANISMO, OU NO ORGANISMO COMO UM
TODO.
MEIA VIDA- EXEMPLO
⚫ SE UMA SUBSTÂNCIA APRESENTA MEIA VIDA
PLASMÁTICA DE 2 HORAS, E ESTÁ EM UMA
CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA DE 200 ng/mL,
QUAL SERÁ SUA CONCENTRAÇÃO APÓS 6
HORAS?

⚫ 2002 HS 100 2 HS 50 2HS 25


EXEMPLO
⚫ MEIA VIDA DA SUBSTÂNCIA A = 1 ANO
⚫ MEIA VIDA DA SUBSTÂNCIA B= 24 HORAS
⚫ MEIA VIDA DA SUBSTÂNCIA C= 5 HORAS

⚫ DL A= DL B= DL C= 4 MG/KG

⚫ AVALIAR DUAS SITUAÇÕES:


⚫ A) DOSE ÚNICA DE 4 MG/KG

⚫ B) DOSE FRACIONADA: 4 X 1 MG/KG/DIA.
⚫ Que animais vieram a óbito?
DOSE ÚNICA
A

C B
DOSE FRACIONADA
CALCULO PARA SUBSTÂNCIA C
⚫ 1 MG/KG 0,5 MG/KG 0,25 MG/KG

⚫ 0,03 MG/KG 0,06 MG/KG 0,12 MG/KG

⚫ OBS: DECAIMENTO DE MEIA VIDA A CADA 5


HORAS.
CONCLUSÃO
⚫ ITEM A: TODOS OS ANIMAIS VIERAM A ÓBITO.

⚫ ITEM B: SOMENTE O ANIMAL EXPOSTO À


SUBSTÃNCIA A VEIO A ÓBITO.
EFEITO TÓXICO AGUDO: EFEITO QUE OCORRE
IMEDIATAMENTE APÓS A EXPOSIÇÃO A UM
AGENTE TÓXICO, GERALMENTE DE CURTA
DURAÇÃO

EFEITO TÓXICO CRÔNICO: EFEITO DE


APARECIMENTO LENTO E DE LONGA DURAÇÃO
DEVIDO A UMA EXPOSIÇÃO A LONGO PRAZO.
UM EFEITO TÓXICO CRÔNICO PODE SURGIR QUANDO:

UMA SUBSTÂNCIA É ACUMULATIVA

OS EFEITOS TÓXICOS SÃO IRREVERSÍVEIS

O INTERVALO ENTRE AS DOSES É INSUFICIENTE


PARA REGRESSÃO TOTAL DO EFEITO OU
ELIMINAÇÃO TOTAL DA SUBSTÂNCIA.
TEMPO E FREQUÊNCIA DE
EXPOSIÇÃO
⚫ EXPOSIÇÃO AGUDA: ATÉ 24 HORAS DE
EXPOSIÇÃO
⚫ EXPOSIÇÃO SUB AGUDA: ENTRE 24 HORAS E 1
MÊS
⚫ EXPOSIÇÃO SUB CRÔNICA: ENTRE 1 E 3 MESES
⚫ EXPOSIÇÃO CRÔNICA: ACIMA DE 3 MESES.
CARACTERÍSTICAS FISICO QUIMICAS
DO AGENTE TÓXICO
⚫ LIPOSSOLUBILIDADE, VOLATILIDADE
⚫ TOXICIDADE É DIFERENTE DE RISCO
⚫ SUBSTÂNCIA A: DL-50 = 1 mg/kg; fixa
⚫ SUBSTÂNCIA B: DL-50 = 10 mg/kg;volátil

⚫ QUAL SUBSTÂNCIA APRESENTA MAIOR
TOXICIDADE?
⚫ QUAL SUBSTÂNCIA APRESENTA MAIOR RISCO?
⚫ PERGUNTA FUNDAMENTAL: QUAIS SÃO AS
CONDIÇÕES DE EXPOSIÇÃO??
SUSCEPTIBILIDADE INDIVIDUAL
⚫ SENSIBILIDADE DE CADA INDIVÍDUO, QUE FAZ
COM QUE AS DOSES NECESSÁRIAS PARA GERAR
TOXICIDADE SEJAM DIFERENTES.

⚫ FATORES: GENÉTICOS, IDADE, NUTRICIONAIS,


PATOLÓGICOS,ETC.

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