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O espiritismo tem usado alguns textos bíblicos sobre João Batista e Elias, para
justificar a tese da reencarnação.
Os textos
?Eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o dia grande e terrível do
Senhor? (Ml 4.5).
?E, se quiserdes dar crédito, ele é o Elias que havia de vir? (Mt 11.14).
?Os discípulos O interrogavam: Por que dizem, pois, os escribas que é mister
que Elias venha primeiro? Jesus lhe respondeu: Certamente Elias virá primeiro,
e restaurará todas as coisas. Mas digo-vos que Elias já veio, e não o
conheceram, mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. Assim, farão eles também
padecer o Filho do homem. Então entenderam os discípulos que lhes falara a
respeito de João Batista?. (Mt 17.10-13).
Exame
Segundo - Quando Jesus falou ?Elias já veio? (Mt 17.12) e ?ele é o Elias que
havia de vir? (Mt 11.14), estava em suma dizendo que Elias não ressuscitara
como todos esperavam, mas que João Batista desempenhara o papel de
precursor do Messias com a mesma coragem, virtude e espírito de Elias. Com
estas palavras, Jesus confirmava Lucas 1.17. Situação parecida vamos
encontrar em 1 Reis 2.15: ?O espírito de Elias repousa sobre Eliseu?. Esta
declaração foi proferida pouco tempo depois de Elias ter sido arrebatado ao
céu num redemoinho (v.11). Pode-se interpretar de forma literal essa
passagem? Não. Não se tratava de reencarnação porque Eliseu já possuía o
seu ?desencarnado? nele encarnado, se fosse o caso. Os dois viveram numa
mesma época. Um não podia ser encarnação do outro; não se trata de
possessão mediúnica, ou seja, Eliseu não havia incorporado o espírito de Elias,
por óbvias e irrefutáveis razões. É importante observar que os discípulos
interpretaram muito bem as afirmações de Jesus, pois ?entenderam que lhes
falara a respeito de João Batista? (Mt 17.13). Ou seja: entenderam
corretamente que Elias não veio; que quem estava ali não era Elias, mas o
próprio João Batista.
?Perguntaram-lhe [a João Batista]: Então quem és? És tu Elias? Ele disse: Não
sou. És tu o profeta? Não?. E como insistissem para saber quem ele era,
respondeu com as palavras do profeta Isaías: ?Eu sou a voz do que clama no
deserto. Endireitai o caminho do Senhor. Perguntaram-lhe. Então por que
batizas, se não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta? João respondeu: Eu
batizo com água, mas no meio de vós está alguém que não conheceis. Este é
aquele que vem após mim, do qual eu não sou digno de desatar as correias
das sandálias? (Jo 1.21-27).
João responde aos que procuram apoio bíblico para a tese da reencarnação:
EU NÃO SOU ELIAS. João era bastante sincero e firme em suas declarações.
Se ele realmente tivesse dúvidas ou não soubesse, certamente responderia:
Eu não sei se sou Elias. Ora, um profeta que anuncia a vinda de um Salvador
até então desconhecido (?alguém que não conheceis?); que teve a humildade
de sair de cena no momento em que Jesus iniciou seu ministério (Jo 3.30); que
conhecia a missão que lhe fora confiada, a de preparar os corações para
receber as Boas Novas (Is 40.3); um profeta cheio do Espírito Santo (Lc 1.15);
que recebeu público reconhecimento de Jesus (Mt 11.11), um profeta assim só
poderia responder com absoluta convicção. Devemos crer nas suas palavras,
ou seja, que ele não era nem nunca foi Elias.
Cumpriu-se com Elias o que está escrito em Hebreus 9.27: ?E, como aos
homens está ordenado morrer uma só vez, vindo depois disso o juízo...?.
Quando a Bíblia fala em ?homem? está se referindo à parte física, o corpo,
mais a parte imaterial, o espírito. Na morte, o espírito separa-se do corpo e fica
aguardando o julgamento divino. O profeta Elias não precisou passar pela
morte. Foi direto para o céu.