Geografia

1) Turismo em Espaço Rural

Conjunto de atividades e serviços de alojamento e animação, realizado e prestado a
turistas, no espaço rural, mediante remuneração.
- Espaços cujo ambiente/paisagem 100% rurais ou com forte ligação à agricultura.
- Preserva as características arquitetónicas e dos materiais de construção típicos da
região e da sua dimensão, não pondo em causa a escala rural.
- Necessita de serviços remunerados de hospedagem, associados a atividades de
animação turística
- Acolhimento personalizado e de acordo com a tradição de receber bem típica da
comunidade em que se insere.

Modo de desenvolvimento sustentável.

2) Silvicultura
A floresta nacional é dominada por 3 espécies: o eucalipto, o sobreiro e o pinheiro-bravo.

Eucalipto: - Espécie de crescimento rápido; muito utilizado na produção de pasta de

papel. Provoca o esgotamento dos solos e a diminuição das reservas hídricas.

Sobreiro: Tem um peso muito grande na economia de Portugal (Portugal é líder mundial
na exportação de cortiça)

Pinheiro-bravo: Principal sustento da indústria de serração e aglomerados (afetado

pelos incêndios florestais e doença do nemátodo, que obrigou a grandes cortes).

Problemas para a valorização da floresta:

- Estrutura fundiária: Propriedades pequenas e fragmentadas;
- Má gestão dos recursos florestais devido ao abandono de propriedades e à falta de
qualificação dos proprietários, o que dificulta a implementação de novas tecnologias e
métodos;
- Arborização: Predominam as plantações monoculturas e são plantadas espécies
invasoras em vez de autóctones;
- Risco de incêndio: Despovoamento, falta de limpeza das matas, alterações climáticas e
fenómenos meteorológicos excepcionais

Papel da floresta no desenvolvimento rural

A floresta permite a realização de várias atividades (caça, pastoreio extensivo, produção
de cogumelos, plantas aromáticas, resinas e mel, aproveitamento da biomassa e lazer).
Estes fatores ajudam a melhorar o nível de vida da população, ajudando à sua fixação
no território. É importante desenvolver cada vez mais esforços no sentido de
desenvolver a floresta como uma fonte valiosa de riqueza natural através de fatores
como:
- Incentivo ao emparcelamento
- Prevenção dos incêndios (limpeza das matas, proibição de queimadas, campanhas
publicitárias, etc.)
- Reflorestação: plantar novas árvores que sejam mais resistentes a pragas e a
incêndios após o abate/queima do coberto florestal.

3) As Áreas Urbanas
- Cidades
O que é a cidade?
- Aglomerados populacionais
- Muitas infra-estruturas/construções
- Aglomerados funcionais
- Concentração de atividades económicas
- Locais de atração
Critérios mais utilizados

1) Critério demográfico: Define valores mínimos de habitantes ou de eleitores (+18) e/

ou de densidade populacional, partir dos quais uma aglomeração pode ser uma
cidade.

2) Critério funcional: Considera os setores de atividade que empregam a maioria da

população e as funções que oferece aos habitantes e às áreas envolventes que
influencia.

3) Critério jurídico-administrativo: Valoriza aspetos históricos/culturais (antigas sedes

de bispados) ou outros de interesse nacional, presentes no lugar urbano, mesmo que
não cumpra os outros critérios. (ex: Pinhel)
Artigo 13º
Uma vila só pode ser elevada à categoria de cidade quando conte com um nº de
eleitores em aglomerado populacional contínuo, superior a 8000 e possua pelo menos
metade sos seguintes equipamentos coletivos:
Nota: Ver manual pp.93
Artigo 14º
Importantes razões de natureza histórica, cultural e arquitectónica poderão justificar
uma ponderação diferente dos requisitos enumerados no artigo 13º.
As diferenças entre o espaço urbano e o espaço rural têm vindo a atenuar devido a :
- expansão urbana (do centro para a periferia)
- À difusão espacial da indústria
- Surgimento de grandes espaços comerciais e de serviços nas periferias urbanas (Na
periferia junto às auto-estradas)
- Disseminação do modo de vida urbano
Espaço Urbano: Área com população e ocupação do solo com características urbana

Lugar Urbano: Lugar cim mais de 2000 habitantes

Centro Urbano: Aglomerado com 10 000 habitantes ou mais e todas as capitais de

distrito (inclui áreas urbanas sem estatuto de cidade)

Cidade: O estatuto de área urbana é atribuído com base em certos critérios (diferentes
de país para país)

Funções Urbanas
- Bem/serviço oferecido pelo espaço urbano
1) Função residencial
2) Função industrial
3) Função Comercial
4) Função Religiosa
5) Função Turística
6) Função Cultural
7) Função político-administrativa
8) Função militar

As Funções Urbanas concentram-se em determinadas áreas: Áreas funcionais.

Relação entre a localização das funções urbanas e o custo do solo

- Quanto mais próximo do centro, mais caro: O preço diminui do centro para a periferia)
No centro encontram-se se as atividades com maior poder económico, diminuindo na
periferia, o custo do solo é novamente maior em áreas com boa acessibilidade e melhor
qualidade urbanística.
Renda locativa: Custo do solo, que se reflete no preço de venda e nas rendas dos
imóveis.

Nota: A renda locativa diminui consoante aumenta a distância ao centro.

Função terciária (comércio e serviços): Sobretudo para o comércio a retalho

especializado: é o mais próximo do centro.

Função industrial: Mais afastada do centro.

Função residencial: Grande parte já se encontra na periferia.

Especulação fundiária: Quando há um desequilíbrio entre a oferta e a procura. Quando

a procura é bastante superior à oferta, os preços do solo atingem valores muito elevados
e muito superiores ao seu valor real, e vice-versa.
Este fenómeno tem ocorrido no centro das cidades, pois há uma grande concorrência e
a concentração das atividades ternárias numa área restrita, o que provoca o aumento
substancial do preço do solo.
Nota: Há áreas que mesmo estando afastadas do centro, sofrem um aumento do preço do
solo devido à elevada acessibilidade e consequente aptidão para funções terciárias
(centros comerciais), o que origina uma maior procura por parte da população.

Áreas Funcionais: Áreas que apresentam uma grande homogeneidade ou domínio de

funções/atividades.
- Áreas centrais/ nucleares
Concentração diversificada de atividades terciárias:
1) comércio desde o mais raro e especializado ao mais banal;
2) Serviços especializados
3) Animação lúdica e cultural
4) Hotéis e restauração
Vantagem: Acessibilidade e centralidade
Desvantagem: Tráfego intenso
Caracterizam se por uma grande população flutuante e um reduzido nº de habitantes.

População flutuante: Conjunto de indivíduos que permanecem apenas por curtos

períodos num determinado território.

Diferenciação espacial
Distribuição das atividades por ruas (zonamento horizontal) e em altura (zonamento
vertical).
Nota: A elevada procura e a consequente escassez dos solos provocou um aumento das
construções em altura de modo a maximizar o aproveitamento do espaço.

Zonamento Vertical
Funções de menor contacto com o consumidor: pisos superiores (habitação/indústria);
rés do chão e 1º/2º andares (comércio).

Comércio retalhista: Venda ao consumidor, por unidade, rua principal em piso térreo
(justifica um maior investimento pela melhor localização).
 Comércio grossista: Venda ao
comerciante retalhista, em
quantidade, geralmente na
periferia da cidade por não
necessitar de contacto com o
consumidor final, menor custo do
solo.

Pisos térreos- rendas mais

elevadas
Pisos superiores- rendas mais
baixas

Zonamento Horizontal
Distribuição de funções por ruas (principais e secundárias)

Dinâmica Funcional do centro: Sucessão de funções no CBD, ao longo do tempo.

Atratividade do centro Congestionamento e pouca acessibilidade
Como ainda há procura de espaço para novas funções, aumenta a renda locativa,
gerando-se assim uma dinâmica funcional:
1) Segunda metade do século XX- substituição da função industrial e parte da
residencial pelo comércio e pelos serviços.

2) Século XXI- descentralização: As funções terciárias menos especializadas ou que

precisam de mais espaço saíram do centro e passaram para a periferia, dando lugar
a outras funções especializadas, à função turística, cultural e de lazer.
Ocorreu a deslocalização de cedesses de empresas, serviços de administração, etc. para
áreas da cidade com mais espaço disponível, arquitetura inovadora e construção com as
exigências da modernização dos serviços.
As novas áreas comerciais surgem nas periferias devido:
- Maior acessibilidade
- Maior facilidade de estacionamento

Centro como área de contrastes

Durante o dia: População jovem adulta e dinâmica; Elevada densidade demográfica;
Edifícios renovados
Durante a noite: População envelhecida e/ou de fracos recursos; Escassa densidade
demográfica noturna (após o encerramento do horário de trabalho); Edifícios antigos

Declínio e revitalização do centro

Renovação urbana: demolição do edificado para substituir por construções novas,
geralmente com características diferentes. É uma intervenção em grande escala.

Revitalizar: Processo estratégico que consegue manter e introduzir valores, intervém a

médio/longo prazo, melhora a qualidade do ambiente urbano e condições
socioeconómicas.

Medidas de revitalização:
1) Organização do trânsito e criação de espaços de estacionamento;
2) Melhoria dos transportes públicos
3) Encerramento de certas ruas tornando-as de circulação pedonal;
4) Programas de incentivo e apoio à revitalização urbana;
5) Dinamização de eventos
6) Procura de investidores e promoção internacional da cidade;
7) …

Porque se tem procurado revitalizar o centro das cidades?

Devido às novas centralidades, os CBD podem perder parte da sua influência,
competitividade e capacidade de atrair população, daí ser muito importante promover e
revitalizar o centro das cidades.

Gentrificação: Transformação e valorização imobiliária de uma área urbana, que inclui a

substituição do tecido socioeconómico existente (geralmente com pop. envelhecidas e
com pouco poder de compra, comércio tradicional, etc.) por outro com mais recursos (+
poder económico).

Áreas Residenciais:

Segregação espacial- Separação geográfica de grupos pelas suas condições

socioeconómicas, raça, etnia, religião etc. Promove um desequilíbrio de forças entre o
grupo separado e os autores da separação. O grupo mais fraco é por vezes obrigado a
deslocar-se nos meios de transporte que lhes são destinados, frequentar determinadas
escolas, etc.

1) Classe de maiores recursos

- Qualidade ambiental
- Espaços verdes e de lazer
- Qualidade paisagística
- Boas acessibilidades (Com acesso a equipamentos, serviços como: garagens, porteiro,
piscina, etc.)
- Apartamentos/vivendas de boa qualidade (Aspeto arquitetónico cuidado, acesso a
equipamentos/serviços como garagens, porteiro, piscina, etc.)
Imediações- atividades económicas pouco concentradas, serviços de proximidade e
comércio sofisticado.

2) Classe média
- Áreas menos centrais das cidades/periferias
- Menor custo do solo
- Boa acessibilidade (t. Públicos e acessos rodoviários)
- Prédios com alguma qualidade de construção e arquitetura uniforme
- Áreas suburbanas com comércio, serviços, escolas, centros de saúde, etc.
Isto permite viver relativamente longe do emprego e da escola dos filhos e
beneficiar de uma habitação de maior qualidade, em melhor ambiente e custo
acessível.

3) Classe de menores recursos

Geralmente residem em bairros de habitação precária e de habitação social. Nas cidades
e nas suas periferias, principalmente em Lisboa e no Porto, persistem bairros de
habitação precária, bairros de lata.

Bairros sociais:
- Construídos pelo estado para realojar a população de fracos recursos, antes residente
em bairros de habitação precária.
- Áreas onde o preço do solo é mais baixo.
- Edifícios idênticos, apartamentos de pequena dimensão equipamentos muito pequenos.
- Solos desocupados, por vezes, terrenos sem aptidão para construção
Centro antigo da cidade
- Casas devolutas em edifícios degradados
- Edifícios muitas vezes em risco de derrocada onde vive população idosa e de fracos
recursos.

Solo expectante: Espaços abandonados da cidade, esquecidos/improdutivos que contudo

têm um potencial de utilização e transformação muito elevado.

Habitação: Casa/conjunto de casas construídas por iniciativa pública para albergar

famílias com fracos recursos económicos.

Áreas industriais
A função industrial tem vindo a perder peso no interior das cidades, fixando-se
presencialmente em áreas periféricas devido a :
- Necessidade de ocupação de grandes espaços e elevado custo do solo na cidade
- Segmentação do processo produtivo (Permite manter na cidade os setores de direção
e gestão)
- É uma atividade poluente o que é incompatível com a cidade
Contudo há alguns fatores que justificam a preferência da indústria na cidade:
- Muitos serviços de apoio
- Consumidores em nº crescente
Fatores:
- planos de urbanização: limitam áreas exclusivas para a indústria
- Parques industriais/áreas industriais: infra-estruturas, excelente acessibilidade e
preço do solo mais baixo.

Parques industriais: Espaços territoriais onde se agrupam uma série de actividades

industriais/empresariais. Contém uma série de serviços comuns.
Vantagens:
- Valorização da componente ambiental
- Qualidade das infra-estruturas
- Tecnologia moderna
- Capacidade de adaptação a diversas áreas industriais
Ainda assim algumas indústrias de bens de consumo permanecem no interior ou no
mesmo centro da cidade.

Indústrias leves- produzem produtos destinados ao mercado consumidor final.

Localizam-se sobretudo nas traseiras das lojas ou em andares superiores dos edifícios.