Você está na página 1de 23

Narrador: Uma mulher negra, mãe de cinco

filhos, acabava de chegar em casa, após mais


um dia exaustivo de trabalho, com as mãos
carregadas de sacolas que continha restos de
comida. A mulher, cansada, colocou as sacolas
sobre a mesa, enquanto suspirava fortemente,
seus filhos brincavam tranquilamente no tapete
da sala, com bonecas e peças de blocos que
se encaixavam, espalhados pelo chão.
Narrador: Lúcia mandou que as crianças
guardassem seus brinquedos e fossem dormir,
já que amanhã haveria escola, e que teria de
acordar cedo. Sem relutar, as crianças
arrumaram seus brinquedos, e foram para o
quarto, dando boa noite a sua mãe. Lúcia
respondeu às crianças, tentando dar um
mínimo sorriso, mas falhou miseravelmente,
pois estava cansada.
Narrador: A mãe retirou os restos da sacola,
os guardando para o dia seguinte, cansada,
terminou, apagando as luzes da casa,
caminhando para o banheiro, para tomar um
banho quente que a fizesse relaxar.
Narrador: Após o banho, Lúcia saiu do
banheiro, calçando os chinelos, passando pelo
quarto de seus dois gêmeos, verificando se
estava tudo bem, e assim que teve certeza,
caminhou para seu quarto, tentar dormir.
Narrador: Lúcia era uma mulher de fé,
rezava todos os dias, não importava o horário,
para que tudo em sua vida melhorasse, para
que seus filhos tivessem tudo aquilo que mais
desejassem no futuro, para que sua casa
tivesse os alimentos completos e não apenas
restos, para que seu salário aumentasse para
pagar suas contas e comprar comida, orava
também pela vida de seus outros três filhos, o
mais velho, Erik, que se encontrava servindo
no exército há
três anos, mandava cartas para mãe contando
de seu dia a dia, e sempre deixando
mensagens que a deixava feliz, mas não só
por isso, mas por saber que seu filho ainda
estava vivo e bem. O mais novo, Léo, mas
conhecido como LK, havia seguido com uma
vida mais fácil, e perigosa, virou traficante e
assaltante. Já a mais velha, Agatha, se casou
com um homem rico e se mudou para a
França, deixando sua família para trás sem
nem sequer despedir, não a notícias dela a um
ano.
Narrador: Lúcia se levantou, despertando-se
de seu sono fraco, onde nem seu remédio
ajudou, se arrumando para o trabalho, e em
seguida, indo acordar os gêmeos. Sua rotina
era sempre a mesma, acordar, se arrumar,
acordar as crianças, arrumar as crianças, dar a
comida que conseguiu na noite anterior para
que eles comessem antes de ir a escola, os
levava a escola, e seguia para o trabalho,
onde ficava o dia todo, e só voltava a noite.
Narrador: Hoje não seria diferente, tudo se
repetiu, Lúcia deixou as crianças na escola
depois deles comerem, deu um beijinho na
testa de cada um e se despediu, seguindo seu
caminho para o serviço. Ela pegava um ônibus
ali perto, mas que não parava perto da casa de
seus patrões, porém era o único que tinha que
seguia por aquele bairro.
Narrador: Lúcia desceu do ônibus, ajeitando
os fios de cabelo que voaram para foram de
seu penteado, com a bolsa nos ombros, e o
uniforme que sua patroa havia lhe dado. A
mulher adentrou a casa, limpando os pés no
tapete antes de entrar, vendo a casa estava
vazia, deixando claro que seus patrões havia
saído para trabalhar. Ela comemorou por
dentro, já que poderia fazer seu serviço sem
ouvir
reclamações, discussões, ou comentários
terríveis que recebia de seus patrões.
Narrador: Primeiro, Lúcia limpou os móveis,
em seguida, Lúcia varreu a casa e passou
pano no chão, para que ele ficasse brilhante e
limpo, como a madame gostava, se era assim
que podia chama-lá.
Narrador: Depois destas tarefas, a mulher
foi cozinhar, seguindo o cardápio que seus
patrões tinham, toda a semana, ela tinha de
seguir, cada dia um prato diferente e saudável.
Ela estava no meio do caminho, perto de
finalizar, quando ouviu a porta ser aberta e
fechada em seguida, passos altos ecoaram
pela casa, que tinha apenas os sons das
panelas no fogo, Lúcia rapidamente se virou
quando ouviu, pronta para cumprimentar seja
quem quer que fosse.
Narrador: Um homem alto, carregando
uma maleta de couro marrom, entrou na
cozinha, colocando a maleta sobre o balcão,
colocando as mãos sobre a gravata em
seguida, a afrouxando.
Lúcia: — Bom dia, Senhor. (Sua voz saiu
calma e indefesa, com as mãos uma sobre a
outra, o cumprimentando com reverência).
Benjamin: — Bom dia. (O homem a respondeu
rispidamente, pegando um copo d'água na
geladeira).
Narrador: Lúcia voltou a atenção para as
panelas, para que nada passasse do ponto ou
acabasse queimando.
Benjamin: — Está seguindo com o cardápio?
(O homem questionou, colocando o copo
d'água na boca e bebendo).
Lúcia: — Sim, senhor, estou seguindo como
todas as semanas. (A mulher o respondeu,
virada de costas para ele, torcendo
silenciosamente para que ele não se
aproximasse).
Benjamin: — Certo, avise-me quando estiver
pronto, estarei no escritório. (O homem pegou
a maleta do balcão, caminhando pelos
corredores em direção ao escritório, com seus
passos ficando cada vez mais baixos e
distantes).
Narrador: Lúcia não o respondeu,
comemorou internamente, agradecendo
baixinho a Deus, enquanto finalizava o almoço.
Narrador: Lúcia havia sido contratada a um
ano, sua patroa não aparentou gostar dela no
início, principalmente por ser negra, mas o
patrão não se incomodou, aparentemente não
ligou, o que deixou sua mulher preocupada.
Lúcia era a faxineira, arrumava todos os
cômodos da casa e os limpava, mas também
cozinhava, e só era ela, para fazer este serviço
todo, sozinha.
Narrador: Conforme o tempo se passou,
Lúcia chamou o patrão em seu escritório,
avisando que o almoço já estava pronto, e saiu
em seguida, acompanhada do homem que a
seguia até a cozinha.
Lúcia: — Aqui está, senhor, deixei tudo
arrumado para que você pudesse se organizar.
(A mulher quebrou o silêncio, dando espaço
para que o mesmo passasse para a mesa).
Benjamin não a respondeu, apenas se dirigiu a
mesa, se sentando, enquanto arrumava o
prato.
Lúcia: — Senhor, se me der licença, irei limpar
as janelas. (A mulher fez a reverência ao
homem mais uma vez, pronta para se retirar
do local, mas foi impedida antes que fizesse).
Benjamin: — Não, você pode se sentar comigo
na mesa, quero que fique comigo aqui. (O
homem segurava o braço de Lúcia, apertando
um pouco).
Lúcia: — Mas, senhor, eu não posso! Irá
atrasar meu serviço.
(A mulher parecia desesperada para sair dali,
dando qualquer desculpa que viesse em sua
cabeça).
Antes que Benjamin a respondesse, a porta
foi aberta e fechada, saltos altos puderam ser
ouvidos, a patroa havia chegado.
Cinthia: — O que está acontecendo? (A mulher
questionou, olhando para Benjamin e Lúcia,
onde ele ainda segurava o braço da mesma,
com força desta vez).
Benjamin: — Nada, querida, apenas uma
sujeira que vi, e não gostei nada disso, estava
tratando com Lúcia. (O homem soltou o braço
da mesma, voltando sua atenção ao prato).
Cinthia: — Oh, essa imprestável, irei descontar
de seu salário, e na próxima, te mando pro
olho da rua. (A mulher passou por Lúcia, indo
até seu marido).
Narrador: Lúcia não enfrentou, não
questionou, e nem tentou se justificar, apenas
concordou e saiu, suspirando com uma imensa
vontade de chorar, a cada vez, ela perdia suas
forças pra pisar naquele lugar.
Narrador: Já era tarde da noite quando
Lúcia terminou o serviço, dando graças por
este dia cansativo ter terminado, teve de
escutar discussões entre os patrões, teve de
tentar de escapar várias vezes das mãos do
patrão, que tentava de tudo para agarrá-la com
sua mulher em casa. Agora, Lúcia estava
dentro do ônibus, observando a vista da
cidade pela janela, enquanto segurava a bolsa
contra o peito.
Narrador: De repente, um assalto foi
anunciado por dois garotos que estava no
ônibus, pegando celular e carteira de quem
estava no ônibus, começando do fundo, e
vindo para frente, onde Lúcia estava. Ela
percebeu que um dos assaltantes era seu
filho, Leo, mas conhecido como LK, que
ficou sem saber o que fazer quando viu ser
sua mãe, mas a mulher, cansada, entregou o
que achou de valor na bolsa, uma única nota,
onde não dava nem para comprar fruta. Os
dois garotos desceram do ônibus, e fugiram,
antes que a polícia passasse ali, o motorista
do ônibus seguiu caminho, indo embora.
Narrador: Não era tão difícil para Lúcia se
encontrar com LK, era fácil, via ele em todos
os pontos possíveis, não todos os dias, mas as
vezes, eles não se falavam, não se
cumprimentavam, e também não se olhavam,
os dois fingiam não se conhecer para que
nada acontecesse, principalmente para Lúcia,
que se percebem que ela o conhecia, poderia
ser linchada, sabe lá por quantas pessoas.
Narrador: Lúcia voltou pra casa,
suspirando, sem nem sequer conseguir levar
alguma comida, nem que fosse os restos, pois
os patrões jogaram tudo que era bom, fora,
apenas como uma forma de castigo a ela.
Narrador: Mas, de repente, se deparou
com seu filho mais velho, Erik, sobre o tapete,
esperando pela mãe.
Lúcia: — Oh meu deus, Erik! (A mulher disse
com animação, indo abraçar o rapaz que a
esperava de braços abertos).
Erik: — Mãe, quanto tempo. (O rapaz a
abraçou, de forma apertada e confortável,
dando um sorriso).
Lúcia: — Estava com tanta saudade sua, ainda
bem que apareceu, ja faz três anos que você
foi, e apenas recebi cartas. (Ela se afastou,
segurando nos braços do filho, enquanto o
observava).
Erik: — Nem eu esperava que seria tão longo,
era pra ter sido um período de apenas um ano,
acabou que esticaram mais dois, mas, bom, eu
terminei, e voltei pra casa hoje. (O rapaz
abraçou a mãe mais uma vez, a soltando em
seguida).
Lúcia: — Graças a Deus, mas espere, onde
estão as crianças? (A mulher olhou em volta,
vendo que as crianças não estavam brincando
ou até mesmo gritando).
Erik: — Estão dormindo, fui buscá-las hoje na
escola, poupei o esforço da dona Neide. (Ele
riu, enquanto observava a mãe suspirar
aliviada).
Lúcia: — Muito obrigado filho, eu poderia fazer
algo para nós, mas acabei não conseguindo
trazer nada hoje. (A mulher olhou para a mesa
vazia, sentindo uma leve culpa por não ter o
que dar a seu filho).
Erik: — Tudo bem, mãe, eu trouxe coisas para
fazer, e deixe que eu faço desta vez. (O rapaz
pegou alguns pacotes de comida da mochila,
fazendo com que um sorriso brotasse nos
lábios de sua mãe).
Narrador: A noite foi calma, Erik
cozinhou para sua mãe, enquanto
conversavam sobre diversos assuntos, foi uma
noite relaxante depois de um dia turbulento,
Lúcia não contou certas coisas a Erik, pois
preferiu deixar que isso fosse esquecido,
queria aproveitar com seu filho, para ela,
esquecer do que aconteceu era o melhor a se
fazer.
Narrador: Ao amanhecer, Lúcia fez sua
rotina como de costume, mas desta vez, com
ajuda de seu filho, que arrumou as crianças,
deu comida a elas, e as levou a escola,
enquanto Lúcia se arrumou, vestiu seu
uniforme, pegou sua bolsa e saiu de casa,
para pegar o ônibus.
Narrador:Lúcia pegou o ônibus, e seguiu
caminho para a casa de seus patrões
novamente, enquanto fazia suas orações
matinais, na esperança de que tudo
melhorasse, nunca perdendo sua fé. A mulher
desceu do ônibus,
caminhou por alguns minutos, e chegou na
casa de seus patrões, olhando por alguns
segundos para a casa, antes de entrar.
Quando entrou, se surpreendeu quando viu o
patrão sentado na mesa, com um jornal na
mesa, a patroa não estava em casa.
Benjamin: — Bom dia, Lúcia. (O homem
abaixou o jornal, colocando na mesa).
Lúcia: (engolindo seco) — Bom dia, Senhor.
Narrador: Lúcia estava um pouco ansiosa
e com medo, já que seu patrão nunca havia a
chamado pelo nome.
Benjamin: — Pode parecer estranho, eu estar
aqui está hora, mas, estou de folga hoje, então
você verá meu rosto pela casa o dia todo. (O
homem sorriu, com aqueles olhos nojentos
focados em Lúcia).
Lúcia: — Oh, sim, ótimo. (A mulher fingiu um
sorriso, desviando sua atenção do homem,
caminhando para colocar sua bolsa na
cômoda onde normalmente deixava).
Narrador: Benjamin caminhou até ela, e
colocou a mão sobre sua cintura, enquanto ela
ainda estava virada de costas para ele.
Benjamin: — Isso quer dizer, que terei
bastante tempo pra ficar com você. (O homem
sussurrou em seu ouvido, causando arrepios
terríveis na pele de Lúcia, e o medo profundo
em seu peito).
Lúcia: — Tenho de ir para minhas tarefas, com
licença. (Lúcia afastou o homem de si
rapidamente, caminhando para longe, rezando
baixinho).
Narrador: Lúcia estava desesperada, sem
saber o que fazer nesta situação, ela limpava
os móveis de olho nos cantos, limpava o chão
de olhos nas portas e em suas
costas, ela estava com medo, medo de que
aquele homem poderia agarrá-la a qualquer
momento, e fazer o que quisesse com ela, já
que não havia mais ninguém além dos dois
naquela casa.
Narrador: Lúcia estava cozinhando o
almoço, mais uma vez, seguindo o cardápio,
focada no que fazia. De repente, o homem se
aproximou de Lúcia, e a segurou por trás,
tentando abrir sua blusa e beijá-la, sem que
ela permitisse.
Lúcia: (Em desespero, tentando se soltar) —
Para já o que está fazendo, me solte!
Benjamin: (Tentando abrir a blusa, a
segurando com força)
— Pare de se mexer, e fique quieta, ou será
pior pra você!
Narrador: O homem havia conseguido
abrir a blusa de Lúcia, mas antes de fazer o
que tinha em mente, sua esposa chegou, se
deparando com a cena.
Narrador: Benjamin soltou Lúcia no chão,
fazendo com que ela caísse de joelhos sobre o
chão, enquanto a mesma chorava, sentindo o
nojo em sua pele.
Cinthia: — Mas o que é isso?! (A mulher gritou,
jogando a bolsa no chão).
Benjamin: — Eu não sei o que deu em Lúcia,
ela me agarrou e começou a tentar se despir
para mim, eu estou assustado! (O homem se
aproximou da esposa enquanto falava,
gesticulando com a mãos, fingindo o medo em
seu rosto).
Cinthia: — Arrume-se já suas coisas, e vá
embora daqui! nunca mais volte nesta casa,
imunda! (Gritou, apontando para a porta da
casa).
Narrador: Benjamin ficou perdido, tentou
pedir a esposa para que Lúcia não fosse, o
que a deixou desconfiada depois do ocorrido,
mas não se importou,
mandou a mulher embora sem nem ouvir seu
lado da história.
Narrador: Lúcia saiu, sem dizer nada,
ela apenas se levantou rapidamente, pegou a
bolsa, e saiu da casa, batendo a porta sem dó,
enquanto fechava sua blusa novamente,
chorando assustada com tudo aquilo.
Narrador: A mulher foi caminhando até
em casa, pois aquele horário ainda não havia
ônibus passando por aquele bairro, ela teve de
andar, e andar, até chegar em sua casa,
cansada, com os olhos enchados e a blusa
amassada.
Narrador: Lúcia entrou na casa, não
trocou uma palavra com seu filho que estava
no sofá, e nem com os gêmeos que
cumprimentaram ela, o filho levantou, achando
estranho, caminhou até a cozinha, onde
estava a mãe.
Erik: — Mãe, há algo de errado? A senhora
parece cansada.. (Preocupado, ele observou a
mãe suspirar).
Lúcia: — Eu fui demitida de meu serviço, a
patroa viu algo que não gostou, e eu paguei o
preço. (A mulher olhava fixamente para mesa
na frente, gesticulando com as mãos).
Erik: — Algo que não gostou? Como? Alguma
sujeira ou algo mal arrumado? (O rapaz
questionou, inocentemente, preocupado).
Narrador: Lúcia negou com a cabeça, o
deixando confuso, então, ela explicou, e
contou a história, desde o início. No começo,
ele permanecia confuso, mas então, quando
entendeu, ficou em choque, em saber que sua
mãe sofria tudo isso, e ninguém a ajudava.
Mas ninguém podia, porque ninguém sabia,
ela não podia contar, tinha de deixar isso o
mais escondido possível.
Narrador: O filho de Lúcia, incrédulo
com essa
situação, saiu de manhã cedinho para procurar
um novo emprego a sua mãe, em todos os
mais humildes que tinha contato, mas nenhum
estava interessado no momento, até que ele
foi a casa de uma escritora conhecida, com um
fio de esperança nas mãos. A mulher pareceu
pensativa, olhou o pequeno currículo que Erik
carregava de sua mae, vendo todas as
informações, ficando satisfeita, pois era isso
que ela procurava.
Lidya: — Por favor, não se esqueça! Traga ela
amanhã de manhã, tenha um bom dia! (A
mulher entrou na casa, fechando a porta).
Narrador: Erik comemorou que havia
conseguido um emprego a sua mãe, um que
poderia mudar completamente sua vida ou até
mesmo ajudá-la melhor, o que o fez ficar mais
animado, depois dos relatos da noite anterior.
Narrador: Erik contou a sua mãe o que
havia conseguido assim que chegou em casa,
a mulher ficou completamente contente, mas
com receio, pois seus medos eram maiores de
passar por aquilo novamente, mas Erik,
garantiu a ela que não aconteceria de novo.
Lúcia foi, na manhã seguinte, assim como a
mulher havia dito, batendo em sua porta, e
sendo atendida logo em seguida, tendo a sorte
da casa de sua nova patroa ser mais perto da
sua.
Narrador: Lúcia e Lidya conversaram
bastante sobre diversas coisas, fechando um
acordo e até mesmo, Lúcia contou do ocorrido
que a fez ser demitida de seu último emprego,
deixando Lidya em choque. Então, Lúcia
começou a trabalhar lá um dia depois, fazendo
faxina e conversando bastante com Lidya, já
que ela era solteira e morava sozinha, com
apenas seu animal de estimação e os livros.
Narrador: Um ano se passou desde que
Lúcia mudou de emprego, seu salário
aumentou, fazendo com que ela conseguisse
colocar os alimentos que tanto sonhou em
casa, conseguindo pagar suas contas,
conseguindo levar seus filhos para sair, e
algumas vezes saia sozinha. Lúcia havia
conseguido, também, reformar algumas partes
de sua casa, a deixando mais confortável a
ela.
Narrador: Lúcia passou a frequentar a
igreja, agradecendo intensamente a Deus por
ter conseguido conquistar o que tanto desejou,
de modo feliz, onde poderia cantar e dançar se
quisesse. Ela havia conhecido um homem,
gentil e amoroso, em uma das idas que ela foi
sozinha a cidade, e assim, ela acabou se
apaixonando por ele assim como ele se
apaixonou por ela, iniciando uma jornada
juntos, se casaram, e agora viviam juntos, com
os gêmeos e Erik, que trabalhava como
segurança em um shopping. Lúcia estava
alegre e se sentia bem, estava feliz com seus
filhos e seu marido, superando os traumas
passados e se erguendo diante deles, e talvez
esse, seria o seu final feliz.

Você também pode gostar