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desigualdades
O que os dados nos contam após um ano de pandemia
Internações e óbitos
Conclusões gerais
Referências
Em 2021, com a atualização dos dados e novas análises, a RNSP lança esta edição
especial do Mapa da Desigualdade, que aborda a relação da pandemia com as
desigualdades socioterritoriais.
O objetivo é chamar a atenção para essas desigualdades e dar insumos para ações e
políticas que as combatam.
Mapa 1: Desigualdade nas proporções de óbitos por Covid-19 de acordo com Raça/Cor. Fonte:
Sistema de Informações sobre Mortalidade – SIM/PRO-AIM/CEInfo – SMS/SP. (de janeiro a julho de
2021). Data de atualização: 19/08/2021. Elaboração: Rede Nossa São Paulo, 2021.
Metodologia
FÓRMULA: Total de óbitos por causas B34.2 (infecção por coronavírus de localização
não especificadas) ÷ total de óbitos ocorridos (de acordo com o local de residência),
segundo raça/cor, por distrito administrativo.
Resumo
● De janeiro a julho de 2021, no distrito de Itaim Bibi, a população negra morreu
proporcionalmente 1,7 vezes mais por Covid-19, do que a população branca.
Enquanto que, entre a população negra, 47,6% das mortes ocorreram por causa
da Covid-19; entre a população branca, foram 28,1%.
● No Cambuci, quase metade das mortes da população negra tiveram como causa
a Covid-19; enquanto esse número é de quase três em cada dez, entre a
população branca.
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Este cálculo é feito em relação ao total de óbitos de mesma característica da
população.
Mapa 2: Renda média familiar mensal, por distrito. Fonte: Pesquisa OD 2017. Elaboração: Rede Nossa São
Paulo, 2021.
Metodologia
Para o cálculo do coeficiente de mortalidade para a população menor de 60 anos
padronizado, primeiro, foi calculada a taxa bruta de mortalidade (para os óbitos
confirmados e suspeitos por Covid-19 entre janeiro e julho de 2021) para cada faixa
etária, divididas de cinco em cinco anos. Em seguida, foi realizado o método de
padronização utilizando a população do município de São Paulo como referência, para
se obter o número de óbitos esperados, de acordo com a população analisada, para
então obter-se o coeficiente de mortalidade ajustado. O mesmo procedimento foi
utilizado para a população com 60 ou mais, ajustando- se às faixas etárias a partir de
60 anos. Em relação ao indicador de renda média familiar, foram utilizados os dados
calculados em nosso último Mapa da Desigualdade de 2020, resultado da parceria
com o Centro de Estudos da Metrópole (CEM/USP). Para o cálculo, o único ajuste
feito nesta edição foi o ajuste da inflação pelo IPC-SP (FIPE) para julho de 2021.
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O emprego de métodos de padronização visa diminuir a interferência das diferenças
entre características como sexo e idade em diferentes localidades analisadas.
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Os dados foram deflacionados, conforme IPC-FIPE até Julho/2021, de acordo com
disponibilização da calculadora do Banco Central.
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O Desigualtômetro estabelece uma relação matemática simples de divisão entre os
dois valores não zerados dos extremos.
Quadro 3: Relação entre Coeficiente de Mortalidade por Covid-19 para população com
60 anos ou mais (período de de janeiro a julho de 2021) e Renda Média Familiar Mensal
Coef Mortalidade
Distrito Classificação Desigualtômetro Renda Média Desigualtômetro
>60 anos
Além disso, o peso da desigualdade de renda recai também aos mais idosos e
considerados grupos de risco. A partir da padronização das faixas etárias, é possível
perceber que, apesar das regiões com maior concentração de renda possuírem um
perfil etário também mais alto, devido às condições de qualidade de vida e demais
variáveis relacionadas à distribuição demográfica, a desigualdade entre o distrito de
maior renda média domiciliar e o de menor renda média domiciliar reflete-se no
coeficiente de mortalidade também dos mais velhos.
Resumo
● A desigualdade refletida na distribuição de renda segue o mesmo padrão na
mortalidade da população. Ao mesmo tempo que Alto de Pinheiros concentra
quase 4x mais renda que Lajeado, o coeficiente de mortalidade de Lajeado é 5x
maior que o de Alto de Pinheiros.
● De janeiro a julho de 2021, no distrito de Lajeado, o coeficiente de mortalidade
por Covid-19 entre a população com menos de 60 anos foi de 114,3 por 100
habitantes. O distrito concentra a menor renda média familiar mensal da capital
(R$ 2.876,26).
● Enquanto isso, no distrito de Alto de Pinheiros, que concentra a maior renda média
familiar mensal (R$ 10.495,51), o número foi de 28 a cada 100 habitantes com
menos de 60 anos.
Mapa 5: Distribuição de Leitos em UTI (Adulto I, Adulto II e Adulto III), por Subprefeitura. Fonte:
Ministério da Saúde/DATASUS/Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde – CNES (de janeiro a
julho de 2021). Data da extração 23/08/2021. Elaboração: Rede Nossa São Paulo, 2021.
Metodologia
Para o cálculo do indicador de distribuição de leitos de UTI para cada 100 mil habitantes
primeiro soma-se a quantidade de leitos de UTI (Adulto I; Adulto II e Adulto III),
disponíveis no SUS por cada uma das 32 Subprefeituras, em seguida calculamos para
a população residente em cada subprefeitura e multiplica-se por 100 mil habitantes,
para visualização dessa distribuição, reproduzindo o mesmo cálculo que apresentamos
na primeira edição do especial Covid-19.
Resultados
Quadro 5: Distribuição de Leitos em UTI (Adulto I, Adulto II e Adulto III), por Subprefeitura.
Períodos de 2020 e de janeiro a julho de 2021.
Subprefeitura Taxa de Leitos Subprefeitura Taxa de Leitos
Ano Desigualtômetro
(Piores) (100/hab) (Melhores) (100/hab)
Resumo
● A distribuição de leitos de UTI a cada 100 mil habitantes aumentou
consideravelmente na cidade de São Paulo, saindo de 10,3 para 71,4, um
aumento de quase 7x.
● Apesar do aumento generalizado em todas as regiões, não superou as
desigualdades estruturais na oferta de leitos entre as regiões da cidade.
● Em 2020 a Subprefeitura de Pinheiros concentrava 65,2x mais leitos a cada
100 mil habitantes que a Subprefeitura de São Miguel
● Em 2021 essa desigualdade praticamente se mantém no mesmo patamar, com
a Subprefeitura de Pinheiros concentrando 64,5x mais leitos que a
subprefeitura de São Miguel
Mapa 6: Proporção das Internações gerais por SRAG - Covid-19 que foram a óbito. Fonte: SIVEP
GRIPE/DVE/COVISA/SMS-SP. (de janeiro a julho de 2021). Data de atualização: 17/08/2021. Dados
preliminares, sujeitos a alteração. Elaboração: Rede Nossa São Paulo, 2021.
Metodologia
Para o cálculo da proporção de internados que foram a óbito por Síndrome respiratória
aguda grave (SARG Covid-19), isto é, a forma mais grave da doença, foi realizada
uma proporção simples dos internados que foram a óbitos. O primeiro quadro realiza o
cálculo para internações gerais e o segundo para internações em UTI. O cálculo por
distrito administrativo foi realizado em relação ao distrito de residência do internado.
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Utilizamos essa modalidade pela ausência de filtragem de dados para os casos mais
leves.
Cidade
35,2 Morumbi 14,7 2,4
Tiradentes
Quadro 6: Proporção das Internações em UTI por SRAG - Covid-19 que foram a óbito
no período de janeiro a julho de 2021
% Internações em
Distritos Distritos % Internações em
UTI que foram a Desigualtômetro
(Piores) (Melhores) UTI que foram a óbito
óbito
Perus 63,8 Moema 24,3 2,6
Jaraguá 59,8 Campo Belo 29,3 2,0
Sapopemba 58,0 Consolação 30,6 1,9
Resumo
● Mesmo nos casos mais graves da doença (SARG-Covid-19) a proporção de
casos em que os internados foram a óbito é muito desigual na cidade
● No distrito de Cidade Tiradentes 35,2% das internações por casos mais graves
da doença foram a óbito
● Enquanto o distrito de Morumbi esse número é de 14,7%.
● No distrito de Cidade Tiradentes uma pessoa internada (nos casos mais graves
da doença) tinha praticamente 2,4x chances a mais de chegar a óbito que no
distrito de Morumbi.