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VIDYA, v. 28, n. 1, p. 83-95, jan./jun., 2008 - Santa Maria, 2009.

ISSN 0104-270X

CONSTRUÇÃO DE CONHECIMENTOS E REFLEXÃO SOBRE A PRÓPRIA PRÁTICA -


TRABALHANDO COM FUNÇÃO QUADRÁTICA POR MEIO DE JOGOS
KNOWLEDGE BUILDING AND REFLECTIONS ON TEACHER’S PRACTICE -
WORKING WITH QUADRATIC FUNCTION THROUGH GAMES

Lucicleide Lavor Terto*


Norma Suely Gomes Allevato**

RESUMO ABSTRACT

Objetiva-se, neste ar tigo, apresentar e analisar The objective of this article is to present and
uma ex periência de ensino em que o conteúdo analyze a teaching experiment in which the ma-
matemático função quadrática foi trabalhado thematical topic regarding quadratic function was
a par tir de um jogo de car tas como recurso performed by using a card game as a didactic
didático. A pesquisa foi realizada com alunos resource. The research was developed involving
da primeira série do Ensino Médio numa aula de Math first year students of ‘Ensino Médio’. It used
Matemática, seguindo a abordagem qualitativa. a qualitative approach and the data collection was
A coleta de dados foi feita, essencialmente, por based on class observation and participation. The
observação-par ticipante em aula. Analisou-se em analysis focused to what extent that activity allows
que medida a atividade permitiu aos alunos avan- students to advance their knowledge on quadratic
çarem no conhecimento sobre função quadrática, function by establishing relations among its law of
estabelecendo relações entre sua lei de formação, formation, vertex, roots and graphs. The present
vér tice, raízes e gráfico. O estudo mostrou que study showed that such activity allowed some
a atividade permitiu que alguns alunos constru- students to build that understanding and others
íssem essa compreensão e que outros a apro- to perfect it during and from the game. The re-
fundassem durante e a par tir do jogo. A pesquisa search also favored the development of analyses
possibilitou, também, desenvolver análises so- about the improvement of the teacher’s pedago-
bre o aprimoramento da prática pedagógica do gical practice. It turns out that the lack of support
professor. Concluiu-se que a falta de apoio, do regarding continuing education often makes the
ponto de vista da formação continuada, faz com teacher leave some practice even before having
que, muitas vezes, o professor abandone uma the chance to improve it.
prática antes mesmo de ter tido opor tunidade
de aprimorá-la. Keywords: Quadratic function; Games; Knowledge
building.
Palavras-chave: Função quadrática; Jogos; Cons-
trução do conhecimento.

*
Mestre em Ensino de Ciências e Matemática, professora efetiva da rede oficial de ensino do Estado de São Paulo.
**
Doutora em Educação Matemática, docente do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática da
Universidade Cruzeiro do Sul.

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Introdução refletir sobre suas implicações. O desenvol-
vimento da aula evidenciou a possibilidade de
Ao tratar do ensino e aprendizagem de uma nova abordagem para esse conteúdo,
função, seu conceito, características, proprie- além de mudanças na prática docente, e per-
dades e representações, pesquisadores e pro- mitiu, aos alunos, avançarem na construção de
fessores têm testemunhado a dificuldade apre- conhecimentos sobre função quadrática, esta-
sentada pelos alunos. belecendo relações entre suas características.
O conteúdo formal e oficialmente traba- No presente trabalho, apresentamos,
lhado no Ensino Médio inclui o estudo de inicialmente, o contex to em que a pesquisa
algumas funções par ticulares como as fun- foi realizada e alguns aspectos metodológi-
ções constantes, afim, quadrática, exponen- cos que nor tearam o estudo. Em seguida,
cial, logarítmica e as trigonométricas. explicitamos nosso ponto de vista e o de
No caso par ticular da função quadrática, outros pesquisadores, no que diz respeito
os alunos defrontam-se com a necessidade, ao ensino de função e sua impor tância na
e não raro com dificuldades, de compreender Educação Matemática. Também abordamos
aspectos relativos às características e proprie- algumas indicações acerca do estudo de
dades da função: ao gráfico, à relação entre os funções, encontradas em orientações cur-
coeficientes e o gráfico, às raízes, aos pontos
riculares oficiais atuais e apresentamos
de máximo e mínimo, ao vér tice, entre outros.
algumas reflexões de estudiosos que anali-
A forma como o ensino, tradicionalmente, tem
sam as implicações do uso dos jogos como
sido feito ou como o conteúdo tem sido apre-
estratégia para as aulas de Matemática.
sentado nos livros didáticos nem sempre pro-
Segue-se o relato e análise da aula em que
picia aos alunos a compreensão das relações
a aplicação do jogo foi realizada durante as
existentes entre esses elementos da função,
pois são vistos de forma fragmentada. atividades, bem como do compor tamento
A par tir dessa problemática, surgiu a e opinião dos alunos. Nas considerações
motivação para a realização de uma aula finais, desenvolvemos algumas reflexões e
diferenciada, considerando uma nova pers- destacamos aspectos relevantes dessa ati-
pectiva de trabalho pedagógico, que vise a vidade para a promoção da construção de
favorecer uma melhor compreensão dos conhecimento, pelos alunos, para mudan-
conceitos envolvidos no estudo da função ças na prática pedagógica e no desenvolvi-
quadrática. O recurso pedagógico escolhi- mento profissional.
do foi um jogo de car tas, cujos objetivos
principais eram levar os alunos a (1) re- O Contexto e alguns Aspectos
lacionar as características da função qua- Metodológicos
drática e (2) fi xar e ampliar os conceitos
já estudados previamente em sala de aula. No presente trabalho, relata-se e ana-
Assim, o objetivo do presente ar tigo é apre- lisa-se uma ex periência realizada na aula
sentar e analisar essa experiência realizada e de Matemática, com uma turma de alunos de

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primeira série do Ensino Médio de uma escola A Importância do Ensino de Função
pública do Estado de São Paulo. A professora
responsável pela turma tinha, usualmente, A respeito do conhecimento, do ensino e
uma prática tradicional de ensino e, con- da aprendizagem do conceito de função, nos
sequentemente, seus alunos também esta- diferentes graus de escolaridade, podemos
vam habituados e esse tipo de trabalho em considerar que a função, como ideia a xial no
aula. Entretanto, o desejo de implementar ensino de Matemática, se manifestou com
uma abordagem diferenciada de ensino le- Felix Klein (1849-1925).
vou a professora a propor aos alunos uma Braga (2006) coloca que no século X X, a
aula com um jogo de car tas. par tir do movimento internacional que visava à
A pesquisa foi desenvolvida seguindo uma reforma do ensino secundário da Matemática,
abordagem qualitativa, através de observa- muitos matemáticos se uniram para expressar
ção par ticipante. A metodologia qualitativa suas concepções nor teadoras das mudanças
adotada para a pesquisa justifica-se, princi- pretendidas; entre esses matemáticos estava
palmente, pela ênfase no processo, sendo Christian Felix Klein. Ele mostrava grande inte-
apontada como muito útil e adequada a pes- resse pelos assuntos de Educação e sua lide-
quisas educacionais. Bogdan e Biklen (1994, rança foi fundamental na definição dos rumos
p. 49) justificam: “As estratégias qualitativas dos estudiosos que tiveram par ticipação nas
patentearam o modo como as expectativas reformas. Klein valorizava a intuição e, para ar-
se traduzem nas actividades, procedimen- ticular os vários ramos da matemática escolar,
tos e interacções diários”. E, nesse âmbito, propôs o ensino do conceito de função consi-
a observação par ticipante tem sido um dos derando suas diversas representações: tabular,
métodos mais utilizados por pesquisadores algébrica e gráfica. Segundo ele, esse concei-
qualitativos, empregada como principal mé- to deveria ser apresentado e desenvolvido ao
todo de investigação ou associada a outras longo do curso secundário de forma paulatina
formas de coleta de dados. Ela é impor tante e gradativa, desenvolvendo o “pensamento fun-
porque “possibilita um contato pessoal e es- cional” no aluno. Acrescenta, ainda, que o pen-
treito do pesquisador com o fenômeno pes- samento funcional deveria ser cultivado desde
quisado” (Ludke; André, 1986, p. 26). as séries iniciais, levando o estudante a desen-
O registro dos dados foi feito por meio de volver e trabalhar sobre a ideia de variação e
diário de campo. O diário de campo consti- de dependência. Aos poucos, com o progres-
tui-se num relato escrito em que o investiga- sivo e constante trânsito pelas representações
dor ouve, vê e pensa durante e após a coleta tabular, gráfica e analítica de função, o aluno
de dados. Segundo Bogdan e Biklen (1994, caminharia em direção à sua formalização.
p. 150), “as notas de campo são fundamentais Klein queria que o concei to de função
para a observação par ticipante”, elas contêm se tornasse, naturalmente, a ideia central
ideias, reflexões, impressões e percepções, e coordenadora dos diversos assuntos da
bem como padrões que emergem dos dados. matemática escolar:

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Nós, os chamados reformadores, proporcionais e familiarização com repre-
queremos colocar o centro do ensino
no conceito de função, como o con- sentações como mapas, tabelas e gráficos.
ceito de Matemática dos dois últimos Par ticularmente no caso das funções, fica
séculos, que desempenha papel fun-
damental em todos os campos onde
explícita a impor tância de os alunos apren-
intervêm noções matemáticas (KLEIN, derem a trabalhar (construir, ler, interpretar)
1927 apud BRAGA, 2006, p. 52). com as diversas formas de representações de
função. Não são raros os estudos que têm se
De acordo com Braga (2006), o tema fun- dedicado a esse aspecto (Allevato, 2005,
ção foi inserido entre os conteúdos ministra- 2006; BORBA, 1995; ZUFFI, 2004). Assim,
dos no ensino secundário, a par tir da criação é possível encontrar, nas orientações oficiais e
de uma nova disciplina escolar no ensino na literatura de pesquisa, que o conhecimento
brasileiro, denominada Matemática, a qual das diversas representações e dos elementos
formou-se, desde 1929, da unificação de três que compõem o conceito de função é essen-
outras até então independentes: a Aritmética, cial. Vinculado às condições de inclusão social,
a Álgebra e a Geometria. Isso ocorreu porque a impor tância desse conhecimento chega ao
o conceito de função tem o poder de integrar ponto de um indivíduo não ser considerado ple-
e compor ligações com os diversos segmen- namente alfabetizado matematicamente se não
tos da Matemática. tiver algum domínio sobre ele:
Além disso, as funções relacionam-se a
si tuações do cotidiano, dotando o conteú- Seguramente, o avanço de um edu-
cando em direção a um conhecimento
do de significação real para os estudantes. maior do conceito de função deverá
Segundo Braga (2006), são muitas as apli- levá-lo a uma compreensão melhor
cações do conceito de função. Indicadas de seu dia a dia, disponibilizando-lhe
ferramentas úteis ao exercício de sua
no ensino de funções para fugir do forma- cidadania como, por exemplo, o reco-
lismo teórico exagerado, elas ser vem de nhecimento de variáveis em situações
do cotidiano e o estabelecimento de
motivação, além de evidenciar que a Mate- relações entre elas. Esse alcance
mática está presente em outras ciências e confere ao referido conteúdo uma re-
levância incontestável na matemática
em nossa vida diária. escolar (BRAGA, 2006, p. 52).
Sabe-se que as relações dos conteúdos
matemáticos com nosso cotidiano são muito O conceito de função, além de explicar
significativas e têm sido usadas como critério ou modelar diversos fenômenos do dia a dia,
para avaliação do analfabetismo matemático. da natureza ou de outras ciências e áreas do
As pesquisas do INAF (Indicador Nacional de conhecimento, tem sido considerado central
Alfabetismo Funcional), por exemplo, apre- para o desenvolvimento do aluno, no tocante
sentam diversos níveis de referência e no ní- à aprendizagem da Matemática:
vel três são considerados: conhecimentos e
O conceito de função permeia grande
habilidades para resolver problemas com uma par te da matemática e, desde as primei-
série de operações; realização de cálculos ras décadas do século presente, muitos

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matemáticos vêm advogando seu uso ex pressões algébricas; transcrever men-
como princípio central e unificador na
organização dos cursos elementares de sagens matemáticas da linguagem corren-
matemática. O conceito parece repre- te para linguagem simbólica (equações,
sentar um guia natural e efetivo para a
seleção e desenvolvimento do material
gráficos, diagramas, fórmulas, tabelas
de tex tos de matemática. Enfim, é in- etc.) e vice-versa.
questionável que quanto antes se fami- Em relação às aplicações dentro e fora da
liarize um estudante com o conceito de
função, tanto melhor para sua formação Matemática, os Parâmetros tratam do tema
matemática (EVEs, 1997, p. 661). função destacando que

De fato, a noção de função é central no o conceito de função desempenha


também papel impor tante para des-
estudo de vários modelos das mais varia- crever e estudar através da leitura,
das naturezas, sendo considerado um con- interpretação e construção de grá-
ficos, o compor tamento de cer tos
ceito unificador na Matemática. Além disso, fenômenos tanto do cotidiano, como
ele nos permite correlacionar fatos, ações e de outras áreas do conhecimento,
grandezas com as quais convivemos diaria- como a Física, Geografia ou Econo-
mia (BRASIL, 1999, p. 42).
mente, fazendo par te, por tanto, do nosso
cotidiano e fundamentando aplicações em
Nesse sentido, os PCNEM apontam que,
outras áreas do conhecimento.
ao lidar com o conceito de função em situa-
Percebe-se, por tanto, a impor tância de
ções diversas e em outras áreas, através
uma melhor compreensão acerca do concei-
de uma variedade de situações-problema, o
to de função. Essa compreensão envolve o
aluno pode ser incentivado a buscar a solu-
domínio das várias formas de representação,
ção, adaptando seus conhecimentos sobre
das relações entre os elementos que inte-
funções a fim de construir um modelo para
gram esse conceito, de suas aplicações no
interpretação e investigação em Matemática.
cotidiano e outros ramos do saber.
As Orientações Curriculares (BRASIL,
2006) também apontam alguns aspectos
A Função nas Orientações Oficiais
impor tantes a serem trabalhados, entre os
quais destacamos:
No que diz respeito ao conteúdo de fun-
ção e que, por ex tensão, se aplica à função
quadrática, os Parâmetros Curriculares Na- •Estudo da posição do gráfico, das co-
ordenadas dos pontos de máximo e mí-
cionais do Ensino Médio - PCNEM (BRASIL, nimo e dos zeros da função quadrática,
1999) apontam que o aluno deve ser levado que devem ser realizados de forma que
o aluno consiga estabelecer as relações
a ler, interpretar e utilizar diferentes formas entre o “aspecto” do gráfico e os coefi-
de representação (tabelas, gráficos, ex- cientes de sua expressão algébrica.
•A identificação do gráfico da fun-
pressões,...); identificar, analisar e aplicar ção quadrática com a curva parábola
conhecimentos sobre valores de variáveis (BRASIL, 2006, p. 73).
representados em gráficos, diagramas ou

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Num âmbito mais específico, ou seja, for- modo algum, contraditórios, mas sim com-
necendo orientações para o ensino no Esta- plementares. Há, na realidade, consenso
do de São Paulo, a Proposta Curricular (SÃO entre as orientações oficiais sobre a valori-
PAULO, 2008a), no Caderno do Professor, zação dos diversos aspectos que compõem
propõe que o tema função quadrática seja o estudo de funções e a impor tância de um
abordado na 1ª série do Ensino Médio. O Ca- trabalho cuidadoso a ser realizado em sala
derno expõe que: de aula. Entendemos que isso inclui recorrer a
metodologias e recursos variados de ensino. No
No trabalho com funções quadráticas, presente trabalho, o destaque é dado aos jogos.
buscou-se favorecer a compreensão
da representação gráfica e suas pro-
priedades e o estudo de máximos e Os Jogos
mínimos. Ao procurar contex tualizar os
conteúdos aqui propostos, o professor
deverá utilizar situações do cotidiano, Algumas pesquisas consideram o jogo
jogos, situações-problema ou mesmo como um recurso que foge das formas tradi-
situações intrínsecas à Matemática e
a outras situações de aprendizagem cionais de ensino, que diversifica as atividades
que favoreçam o processo de ensino em sala de aula e pode ser considerado como
e aprendizagem das funções, inclusive
problemas e exercícios para síntese dos estratégia de trabalho. Segundo Borin (2004),
conteúdos (SÃO PAULO, 2008b, p. 9). os jogos em grupo, pelo seu aspecto lúdico,
podem motivar e desper tar o interesse do alu-
A Proposta Curricular (SÃO PAULO, no, tornando a aprendizagem mais atraente.
2008a) apresenta conteúdos (temas) como Silva e Brenelli (2004-2005) também des-
meios para o desenvolvimento das compe- tacam a impor tância do jogo, dizendo que ele
tências pessoais e para a construção dos valoriza a concepção de que o conhecimento
significados dos conteúdos estudados suge- se constrói à medida que permite ao aluno
rindo, inclusive, estratégias de ensino e re- alcançar gradativamente a generalidade dos
cursos para ampliar a perspectiva do profes- conceitos implicados, por meio de uma atu-
sor e do aluno para a compreensão do tema. ação mais consciente e intencional possível.
Em análise aos documentos oficiais, ob-
De acordo com essa concepção, acredi-
servamos que os PCNEM (BRASIL, 1999) e
tamos que o jogo pode ser um grande aliado
as Orientações Curriculares (BRASIL, 2006)
na tarefa de auxiliar os alunos a melhor com-
têm um caráter mais ideológico e fornecem
preender os aspectos envolvidos no concei-
orientações gerais. A Proposta Curricular
to de função quadrática e suas relações.
(SÃO PAULO, 2008a), por outro lado, fornece
Também pode contribuir significativamente para
orientações que abordam aspectos mais prá-
a fixação e compreensão mais ampla e profun-
ticos, distribui conteúdos por série e fornece
orientações que estão mais próximas dos da das diferentes formas de representação de
trabalhos em sala de aula. uma função. Além disso, o jogo amplia as pos-
Essas diferentes abordagens percebidas sibilidades de comunicação entre os estudan-
nos documentos oficiais não os tornam, de tes e entre os estudantes e o professor.

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Outra justificativa, dada por Macedo o intuito de fazer o aluno ultrapassar a fase
(2000 apud Silva; Brenelli, 2004), é a da mera tentativa e erro, ou de jogar apenas
de que jogar favorece e enriquece o pro- para se diver tir. É essencial escolhermos uma
cesso de aprendizagem, à medida que o metodologia de trabalho capaz de explorar o
sujeito é levado a refletir, fazer previsões potencial que os jogos possuem para o de-
e inter-relacionar objetos, eventos e, ain- senvolvimento das habilidades citadas.
da, aprender a questionar e corrigir suas Acrescenta-se a isso o fato de que exis-
ações, analisar e comparar pontos de vista, tem tipos diferentes de jogos, que devem ser
organizar e cuidar dos materiais utilizados. escolhidos de acordo com o que se pretende
Ao tratar da atividade de jogar, Borin para o ensino. Uma classificação possível
(2004) também apresenta motivos para que considera dois grupos: jogos de treinamento
seja utilizada nas aulas de Matemática: e jogos de estratégia; ambos ser vem para
estudo de conteúdos e/ou envolvem decisões
- se bem orientada, desempenha impor-
estratégicas sobre como melhorar as chan-
tante papel no desenvolvimento de algumas
ces de vencer o jogo.
habilidades necessárias para o aprendizado,
Os jogos de treinamento são os que aten-
em especial da Matemática, tais como a de
dem aos objetivos da experiência de ensino
organização, atenção e concentração;
relatada neste ar tigo: analisar em que me-
- auxilia na descentralização, ou seja, desen-
dida uma atividade diferenciada permite ao
volve a capacidade de ver algo a partir de um
aluno aprofundar seus conhecimentos sobre
ponto de vista diferente e na coordenação de
função quadrática, relacionando suas carac-
diversas visões para chegar a uma conclusão;
terísticas previamente aprendidas em sala de
- desenvolve a linguagem, a criatividade
aula. Segundo Borin (2004):
e o raciocínio dedutivo, ex igidos na esco-
lha da jogada e na argumentação necessá- Estes jogos são idealizados para au-
ria para a troca de informações; xiliar a memorização ou fixação de
conceitos, fórmulas e técnicas liga-
- exige que sejam colocadas em ação das a alguns tópicos do conteúdo.
habilidades de tentar, observar, analisar, Eles são utilizados quando, através de
um diagnóstico, identificamos alguns
conjecturar e verificar componentes do racio- alunos que necessitam de reforço em
cínio lógico, o qual é uma das metas princi- determinado tópico e, também, como
substitutos das enfadonhas listas de
pais do ensino de Matemática e característica exercícios (BORIN, 2004, p. 15).
primordial do fazer Ciência;
- diminui os bloqueios apresentados por É nesse sentido que esse tipo de jogo aten-
muitos alunos que temem a Matemática e de aos propósitos do nosso trabalho. Do pon-
sentem-se incapacitados para aprendê-la. to de vista da aprendizagem, os alunos terão
Borin (2004) observa que, para atingir- opor tunidade de rever e fixar conteúdos e es-
mos esses objetivos, é necessário que os tabelecer novas relações. Do ponto de vista do
jogos sejam escolhidos e trabalhados com ensino, o professor terá opor tunidade de avaliar

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o recurso (jogo), realizando uma investigação Material necessário:
- conjunto de 17 car tas contendo:
por meio da análise de sua própria prática peda- - quatro equações da função polinomial do
gógica a par tir dos resultados obtidos. 2º grau
- quatro zeros (ou raízes) das funções
- quatro gráficos
A Aplicação do Jogo em Sala de Aula - quatro vér tices
- uma car ta que não faz par te do quar teto

A possibilidade de utilização de um jogo Como jogar?


As cartas são embaralhadas e cada aluno
em sala de aula, como recurso para o ensino recebe quatro delas no início do jogo, ex-
de funções foi, inicialmente, vivenciada em ceto um jogador, que recebe cinco cartas.
Em sua jogada, cada um escolhe uma de
uma das aulas sobre função de um progra- suas cartas e passa para o jogador seguin-
ma de formação continuada para professo- te, no sentido horário. O jogador olha a car-
ta e decide se deseja ficar com ela ou se
res. Nessa aula, foi apresentado um jogo de deseja passá-la para frente. Caso ele quei-
car tas que relacionava as características da ra ficar com a carta, deverá passar uma
função quadrática: expressão algébrica, o das suas cartas para o próximo jogador.

gráfico, as raízes e o vér tice. A professora Quem vence: o ganhador será o jogador
que primeiro completar um quar teto de
(primeira autora deste ar tigo) achou interes- car tas contendo a equação da função,
sante e resolveu aplicar à sua turma, com o suas raízes, seu vér tice e seu gráfico.
objetivo de revisar, fixar e ampliar as com- Obs.: é proibido usar lápis e papel.
preensões construídas pelos alunos, em sala
A seguir, são apresentadas as car tas
de aula, a respeito de função quadrática.
desse jogo:
Do ponto de vista da pesquisa e da prática
docente, a professora poderia analisar em que
medida essa atividade diferenciada permitiria ao
aluno ampliar e fixar seus conhecimentos sobre
função quadrática a partir de suas característi-
cas, previamente aprendidas em sala de aula.
A atividade foi aplicada para uma turma
de 36 alunos do 1o ano do Ensino Médio da
Escola Estadual Jardim das Camélias, na
cidade de São Paulo. O jogo utilizado foi o
“Quatro é o Limite” que, de acordo com a
proposta de Dalcin (2005, p. 2-3), apresen-
tava as seguintes características:

Competências e habilidades desenvolvi- Figura 1 - Cartas do jogo.


das: leitura, escrita e argumentação
Conteúdo: Funções do 2º grau
Série recomendada: 1ª série do Ensino Médio
Inicialmente, foi anunciado aos alunos que
Organização da turma: grupo de quatro eles teriam uma aula diferenciada e que iriam
alunos

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concluir o assunto (função quadrática) estu- ria outra. Caso contrário, poderia descar tar a
dado durante o bimestre par ticipando de um própria car ta que acabara de retirar do mon-
jogo. O professor disse que o objetivo era fixar te. O jogador seguinte poderia pegar a car ta
e entender melhor os aspectos envolvidos no descar tada pelo colega ou, se ela não lhe
estudo da função polinomial de 2o grau, suas servisse, pegaria uma car ta do monte, e as-
características e como elas estão relaciona- sim sucessivamente. O vencedor seria aquele
das. Alguns alunos questionaram se essa ati- que primeiro conseguisse montar o quar teto
vidade seria eficiente para esclarecer as dúvi- correspondente à mesma função.
das dos alunos a respeito dessa matéria. No início, mesmo com a leitura e expli-
Antes mesmo de falar sobre as regras do cação das regras, os alunos demonstraram
jogo, que foram levemente modificadas em falta de compreensão da proposta do jogo.
relação à versão original (DALCIN, 2005), Foi necessária uma releitura acompanhada
alguns poucos alunos disseram que não da apresentação de alguns exemplos que fi-
iriam par ticipar, alegando dificuldades com caram expostos na lousa.
essa matéria. Entretanto, diante da insistên- Quando os alunos iniciaram as par tidas,
cia do professor para integrarem os grupos, alguns grupos ainda tinham muitas dúvidas
resolveram por se juntar ao restante da turma de como deveriam proceder e solicitaram
que, já orientada para isso, começava a for- ajuda do professor diversas vezes.
mar grupos de quatro alunos. Alguns alunos levantavam e testavam
Foi explicado para os alunos como seria a hipóteses, outros demonstravam considerá-
atividade: um jogo de car tas cujo objetivo era vel segurança com o conteúdo. De qualquer
relacionar a lei de formação, o vér tice, a(s) modo, muitos conseguiram estabelecer as
raiz(es) e o gráfico que representasse aquela relações entre a lei de formação, as raízes,
função, com o intuito de ajudar os alunos a o vér tice e o gráfico das funções que com-
entenderem melhor essas relações. punham as car tas. O objetivo era exatamente
A professora confeccionou os quar tetos esse: levar os alunos a estabelecer relações,
de car tas; cada quar teto incluía uma car ta discutir e elaborar conjecturas a par tir das in-
com a expressão analítica, uma com as raí- formações contidas nas car tas, aspecto que,
zes, uma com o vér tice e uma com o gráfico em geral, caracteriza um processo de cons-
da função. Para tornar o jogo um pouco mais trução de significados quanto ao conteúdo
interessante, as regras foram assim estabe- refletido e discutidos pelo grupo.
lecidas: após embaralhar as car tas, cada alu- As rodadas demoraram mais do que a pro-
no receberia quatro delas; as demais ficariam fessora previa porque os alunos, sem exceção,
no “monte” (car tas restantes do jogo, empi- quando tiravam a car ta da lei de formação, só
lhadas e com a face voltada para baixo). Na conseguiam achar as raízes por meio da fórmu-
primeira rodada, o primeiro jogador pegaria la de Bháscara, e isso “levou tempo”. Inicial-
uma car ta do monte e, se ela servisse para mente, havia entre as regras a proibição de usar
seu jogo, ele a manteria consigo e descar ta- lápis e papel, porém, devido a esse fato, seu

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uso foi liberado. Ao longo da atividade, alguns de função, só a partir do jogo passou a en-
tender como eles poderiam ser relacionados
grupos se destacaram, demonstrando interesse entre si.
pelo jogo e esforço para entender os conceitos
relacionados às funções quadráticas. Por meio da avaliação desses alunos,
Após o jogo, muitos alunos se mostraram podemos perceber que a atividade promo-
surpresos com a atividade e disseram que, veu avanços por ajudar alguns estudantes
de fato, começaram a perceber as relações a construir e aprofundar seus conhecimen-
entre a lei de formação das funções e seus tos sobre função quadrática. Consideramos,
outros componentes; que entenderam me- por tanto, que, para eles, o jogo atingiu seus
lhor suas características e propriedades. objetivos em relação a esse conteúdo.
Alguns, que se diziam meio perdidos no Mais algumas manifestações:
começo, esclareciam suas dúvidas com a
ajuda dos colegas e também passaram a - Um aluno falou que gostou da atividade
porque aprendeu brincando o que não ha-
entender melhor os conteúdos envolvidos na via aprendido de outra forma.
atividade/jogo. Pode-se afirmar que a maioria - Alguns admitiram que tiveram dificulda-
dos grupos entendeu o objetivo e par ticipou des para fazer os cálculos com mais agi-
lidade, por isso precisaram utilizar lápis e
ativamente da proposta. Apesar disso, alguns consultar o caderno para rever conceitos.
poucos alunos permaneceram totalmente - Um dos que se manteve alheio ao jogo,
afirmou que não par ticipou ativamente
alheios, quase prejudicando o desempenho porque não queria prejudicar o grupo, afi-
dos outros par ticipantes. nal ele não havia assimilado o conteúdo de
Numa grande final, os vencedores de função durante o bimestre.
cada grupo formaram um novo para, em
Entendemos que a manifestação desses
rodada decisiva, determinar o campeão da
alunos reflete aspectos relacionados a estilos
sala. Nesse momento, foram significativos
cognitivos diferentes, modos diferenciados de
o envolvimento e a satisfação dos alunos fi-
pensar e aprender. Os alunos possuem suas
nalistas. Os outros alunos, aqueles que não
preferências e características próprias no que
“foram” para a par tida final, se colocaram
como obser vadores e torcedores dos cole- se refere à forma como constroem conheci-
gas. Outros se dispersaram, causando agita- mentos. Esse é um aspecto totalmente relevan-
ção na sala de aula. te no ensino; o respeito aos diferentes estilos
Na aula seguinte, foram discutidos os pontos cognitivos dos alunos justifica a necessidade
positivos e negativos dessa atividade. Algumas de diversificar as atividades realizadas em sala
manifestações de alunos merecem destaque: de aula. Há várias formas de implementar essa
diversidade, como trabalhar com projetos, re-
- Um aluno disse que até o dia da aplicação do
jogo não havia compreendido bem o conteú- solução de problemas, atividades em grupo,
do relativo à função polinomial de 2o grau, mas pesquisa, tecnologias informáticas, jogos, entre
que a partir de então passou a ter uma nova
visão da matéria passando a entender melhor muitas outras.
as características desse tipo de função. Finalmente, ficou a impressão de que, em
- Também um estudante afirmou que, mesmo
dominando os conceitos e as características
geral, os alunos gostaram do jogo e aprende-

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ram um pouco mais sobre o conteúdo relati- retomada e fixação dos conteúdos e na análise
vo à função quadrática. detalhada das funções. Eles tiveram opor tunida-
de de, por meio da visualização, compreender
Considerações finais de modo mais significativo as relações, os grá-
ficos e outros elementos da função quadrática,
Neste ar tigo, apresentamos e analisa- como as raízes e a expressão algébrica da fun-
mos uma experiência de ensino realizada ção. Em Allevato (2006) e Borba (1995), pode-
com alunos de Ensino Médio, em que o con- se conhecer outras experiências que atestam
teúdo matemático função quadrática foi tra- a impor tância de os alunos trabalharem com
balhado como recurso didático. A par tir de diversas formas de representação no estudo de
um jogo de car tas, sob a perspectiva da par- funções. Relacionando essas representações,
ticipação dos alunos, pode-se constatar que, os estudantes constroem conhecimentos mais
em geral, a atividade promoveu um ambiente significativos a respeito desse assunto.
agradável e desper tou o interesse, pois os Tudo isso não eliminou, porém, a possibi-
alunos se diver tiram enquanto aprendiam e lidade de que alguns alunos, aqueles poucos
houve interação entre eles. Por ser um méto- que não se envolveram e não par ticiparam do
do atraente e diferente, o jogo tornou a aula jogo, talvez não tenham acrescentado nada
mais ágil e dinâmica (BORIN, 2004). em termos de conhecimento, em relação ao
Buscar novas formas de transmitir aos que possuíam antes da atividade. Vale des-
alunos os conteúdos das aulas é sempre vá- tacar a impor tância de se considerar o co-
lido, desde que não se fuja das metas estabe- nhecimento prévio dos alunos ao planejar ati-
lecidas para o ensino. Na aplicação de novas vidades dessa natureza. Se o aluno não os,
estratégias e/ou recursos pedagógicos, como tem, não poderá, de fato, par ticipar.
a utilização de jogos em sala de aula, os alu- Também merece destaque o fato de que
nos, em geral, demonstram interesse e empe- os estudantes não substituíram as raízes,
nham-se em mostrar que podem se superar. indicadas nas car tas, na expressão algébri-
Também no tocante à aprendizagem, a ati- ca da função, para verificar se eram ou não
vidade foi produtiva; a aplicação do jogo atingiu suas raízes. Eles só tinham aprendido a de-
aos objetivos propostos, no sentido de que, terminar as raízes pela fórmula de Bháscara
embora os alunos já tivessem visto em aula o sem terem compreendido o real significado
conteúdo de função quadrática e as relações de raiz, que é o de “zero da função”.
entre seus elementos, alguns ainda não tinham Não poderíamos deixar de comentar, aqui,
efetivamente compreendido essas relações. um aspecto que consideramos de extrema rele-
Após a realização da atividade, alguns estudan- vância, em relação à ação docente. A experiência
tes construíram essa compreensão e outros as promoveu algumas mudanças na prática dessa
aprofundaram durante e a par tir do jogo. professora. Com relação ao conteúdo, a par tir
A par tir das discussões apresentadas pelos de então, ela passou a enfatizar, de modo mais
alunos, pode-se verificar que o jogo auxiliou na significativo, o conceito de raiz de uma função

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em sala de aula, assim como fez também com prática e discutir problemas, soluções e no-
as relações entre a expressão algébrica, o grá- vas abordagens do ensino.
fico e o vér tice. De fato, uma atividade como As reflexões sobre a experiência aqui re-
essa, em que o professor assume uma postura latada contribuíram para nos dar uma nova
investigativa em sala de aula, pode fornecer da- perspectiva de abordagem para o conteúdo
dos impor tantes para a efetivação de mudanças de função polinomial do 2o grau nas aulas de
nas práticas e à promoção do desenvolvimento Matemática. Esperamos que este trabalho e
profissional. as questões levantadas sirvam de mote para
Apesar disso, vale ainda salientar que há novas reflexões.
uma considerável distância entre as atividades
de formação continuada e o desenvolvimento Referências
profissional. No caso aqui relatado, a profes-
sora teve contato com o jogo pela primeira vez ALLEVATO, N. S. G. Associando o compu-
em um desses contextos. Ela não imaginava tador à resolução de problemas fechados:
que pudesse ocorrer a dispersão que os alunos análise de uma experiência. 2005. 370 f.
apresentaram após o encerramento do primeiro Tese (Doutorado em Educação Matemática)
jogo nos grupos. Houve problemas de discipli- - Instituto de Geociências e Ciências Exatas,
na; a professora não soube, no momento, como Universidade Estadual Paulista Julio de Mes-
resolver esses problemas, e o medo de que isso quita Filho, Rio Claro, 2005.
voltasse a acontecer fez com que ela não mais ______. Resolução de problemas com com-
repetisse a experiência em suas turmas. putador e sem computador: o processo grá-
Pesquisadores que investigam questões fico e o processo algébrico na resolução de
voltadas à formação de professores e ao sistemas de equações. Revista Ciência e Tec-
desenvolvimento profissional, como Ponte nologia, Campinas, n. 14, p. 120-132, 2006.
(1998) e Fiorentini e Nacarat to (2005) são
BORBA, M. C. Funções, representações
unânimes em afirmar que o professor pre-
múltiplas e visualização na Educação Mate-
cisa de apoio permanente e contínuo, e que
mática. In: Seminário Internacional de
as experiências que ele vivencia em sua
Educação Matemática do Rio de Janei-
prática docente devem ser refletidas, anali- ro, 1, 1995, Rio de Janeiro. Anais ... Rio de
sadas e discutidas com os colegas e espe- Janeiro: IM - UFRJ, 1995. v. 1, p. 71-90.
cialistas da área. A falta de apoio faz com
que, muitas vezes, o professor abandone BOGDAN, R. BIKLEN, S. Investigação qua-
uma prática antes mesmo de ter tido opor- litativa em educação: uma introdução à
tunidade de aprimorá-la. É preciso oferecer teoria e aos métodos. Lisboa: Por to Editora,
a esses professores tempo e opor tunida- 1994.
des para planejamento, reflexão e realimen- BORIN, J. Jogos e resolução de problemas:
tação, a fim de relatar sucessos e fracassos uma estratégia para o ensino de matemática.
ao grupo, compar tilhar o conhecimento da São Paulo: CAEM - IME/USP, 1996.

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