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śrī Hanumānacālīsā
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śrī Hanumānacālīsā
É a composição mais popular do grande santo Gōsvāmī Tulasī Dāsa ou simplesmente Tulsīdās.
Ele compôs o śrī Hanumānacālīsā quando estava muito doente. Conta-se que foi assim que
recobrou a saúde.
O autor Gōsvāmī tulasī dāsa (1532-1623 A.D.), foi um santo hindu, filósofo, reformador
renomado por sua devoção a Śrī Rāma. Tulsīdās é chamado de Mahākavi, ou seja, grande
poeta. Foi um erudito em sânscrito e fez um voto de recontar em linguagem do povo a
grande história de Śrī Rāma que estava até então somente em sânscrito. Esta foi a maior de
suas obras que é o Rāmacaritamānasa ("o lago dos feitos de Rāma"), um épico devotado ao
Senhor Rāma que reconta a história do Rāmayana (obra de Vālmīki em sânscrito) em idioma
do povo local que é o Avadhi. A história conta que ele viu todo o Rāmayana em seu sonho.
Ele viveu e morreu em Vārāṇasī onde fundou o templo saṃkaṭa mocana dedicado a
Hanumān, local onde se acredita ter tido a visão (darśana) de Hanumān.
śrī Hanumānacālīsā foi composto na língua Avadhi ou Avandhi, que é um dialeto do Híndi
falado ainda hoje em Ayodhyā (estado de Uttar Pradesh, Índia - local de nascimento do
Senhor Rāma), mas encontram-se pessoas falando avadhi em outras locais tais como Bihar,
Madhya Pradesh, Delhi e no Nepal.
Hanumāna cālīsā é um poema, a palavra cālisā é derivada de chalis do híndi, que significa
quarenta, pois há 40 versos em glorificação a Hanumān que é considerado um avatāra ou
encarnação de śiva.
Cada um dos 40 versos transmite uma forma de benção em particular. Dependendo do bhāva
(sentimento) ou Śraddhā (fé) do devoto os frutos do verso são alcançados. O canto
congregacional no templo ou local sagrado ou debaixo de uma árvore sagrada são os
melhores locais para o canto.
A recitação do śrī Hanumānacālīsā é uma das práticas religiosas mais comuns na India.
Milhões de devotos hindus e de outros países cantam este hino toda terça feira e sábado
invocando a intervenção divina de Hanumān em questões graves, incluindo-se as relacionadas
a espíritos malignos, com base nas próprias palavras do cālīsā. De fato, não há bênçãos que
não se possa alcançar com esse canto de louvor. Sītā, a mãe divina, concedeu a Hanumān o
poder de outorgar os oito siddhis e nove tipos de riquezas para os seus devotos. Este poema é
pleno de devoção, sacrifício e dedicação. Para alcançar qualquer objetivo e em momento de
necessidade basta tomar refúgio em Hanumān (Rāma bhakta).
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PREÂMBULO
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Aqui se limpa o espelho da mente para que possa refletir as glórias do Senhor Supremo.
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O Senhor Rāma pertence à dinastia Raghu (Raghuvaṃśa). Raghu foi um grande rei cuja
dinastia levou seu nome; para algumas interpretações este verso se refere ao próprio
Hanumān, vez que ele foi considerado como filho pela própria mãe divina Sīta. Também pode-
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se considerar como referindo-se aos dois, vez que são inseparáveis e portanto canta-se as
glórias de ambos, Hanumān e Rāma, os supremos descendentes de Raghu.
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Os quatro objetivos da vida humana são: artha: refere-se à riqueza e prosperidade; kāma:
significa o prazer dos sentidos; dharma: refere-se aos atos beneméritos (em atenção ao
próximo) e o mais importante é moksa, que é a liberação dos sofrimentos do saṃsāra (ciclo de
nascimento e morte).
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Pavan outro nome de Vāyu (o deus do vento) teve um papel importante na concepção de
Hanumān por Añjanā. Por isso Hanumān é também chamado de Pavan-Putra (filho de Pavana)
e Vāyu-Putra.
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Kapi também quer dizer “aquele que desfruta do brahman”.
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Añjanā ou Añjanī foi mãe de Hanumān. Há muitas versões sobre o nascimento de Hanumān, uma
delas diz o seguinte: certa vez Punjikasthala,uma apsarāḥ (um ser celestial de extrema beleza) foi
amaldiçoada a nascer como uma macaca devido ter feito uma brincadeira com um asceta macaco. A
maldição terminaria quando ela desse a luz a uma encarnação de Śiva. Ela viveu uma vida de castidade
e pureza e executou intensas austeridades por muitos anos adorando a Śiva. Śiva então satisfeito
concedeu-lhe a benção de que Ele nasceria como seu filho. Neste momento, Daśaratha, o rei de
Ayodhya, executava um grande sacrifício. Assim Agni, o deus do fogo, deu ao rei, uma tigela de um
pudim sagrado para dividir entre suas esposas para que tivessem crianças divinas. Assim nasceram
Rāma, Lakṣmaṇa, Bhārata e Śatrughna. Nisso por uma instrução de Śiva, Vāyu concordou em ser o
agente e instruiu um falcão a pegar uma parte do pudim e o deixar cair no local onde Añjanī meditava,
e Vāyu, o deus do vento disse a ela, “coma”. Após ela ter comido, Vāyu informou que como ele
encaminhou o processo , por direito, ele seria o pai da criança que em breve nasceria, e que tomaria
conta dele, vez que ela retornaria ao reino celestial assim que Hanumān nascesse. E assim ela foi
liberada da maldição.
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bajaraṁgī - palavra derivada do original sânscrito vraja-angī que significa “aquele que é tão
forte que resiste mesmo ao invencível raio de Indra, vraja”.
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Kumati - significa todas as ilusões da mente.
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Este verso é cantado antes da meditação para obter proteção contra forma-pensamentos
malígnas.
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Hanumān é o guardião do guru supremo bem como a sentinela da morada de Śrī Rāma.
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Vraja é o poderoso raio do deus Indra. Significa então que a maça de Hanumān é tão
poderosa quanto à arma de Indra.
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Janeū é o cordão sagrado que é usado na iniciação do mantra gāyatrī, originalmente era
feito de grama mūଁja, atualmente é feito de algodão.
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Os pais terrenos de Hanumān são Añjanī e Śrī keśarī.
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Em algumas versões a palavra usada é “lakhana” ao invés de “laṣaṇa”. Neste trabalho se
segue estritamente a versão do dialeto híndi do Gita Press, Gorakhpur, India, com base nas
fontes mais autênticas disponíveis.
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O senhor Rāma representa o autoconhecimento, Sītā representa a devoção, Lakṣmaṇa
representa o sacrifício e o desapego. Hanumān representa todos os três.
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Sītā havia sido seqüestrada pelo demônio Rāvaṇa conduzindo-a para sua cidade de Lanka e
Hanumān inicia uma busca para encontrá-la e levar a mensagem de śrī Rāma.
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Há muitos significados espirituais, aqui, Lanka representa a terra dos prazeres dos sentidos;
os demônios habitavam este lugar, ou seja, pessoas que acreditavam ser apenas o corpo e
que faziam de tudo para obter mais prazeres e conforto para o corpo, este fogo de Hanumān
representa o fogo do autoconhecimento que remove nosso apego e identificação com o
corpo; o outro significado do fogo é do lamento de mãe Sītā, que reduziu toda a cidade a
cinzas.
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śrī Hanumān deixou-se capturar por Rāvaṇa e foi castigado ao colocarem fogo em sua calda,
porém ele escapou e enquanto pulava de prédio em prédio pôs fogo na cidade de Lanka.
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Devido às atrocidades de Rāvaṇa, os deuses oraram a Viṣṇu que os atendeu dizendo que
nasceria na Terra como Rāma, para libertar a Terra do demônio- rākṣasa Rāvaṇa. Ouvindo isso
o senhor Brahmā disse que os deuses deveriam nascer como Vānaras (de forma humanóide
que lembra os macacos) para servir a naraḥ (o homem avatāra- Rāma).
O próprio Senhor śiva quis servir Viṣṇu na forma de Rāma e sabia que se nascesse como um
parente Rāma poderia hesitar em aceitar seu serviço, assim o tejas (brilho espiritual do estado
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de unidade) de śiva foi colocado em Hanumān que ficou conhecido como Śaṅkara suvana e
também como rudra-avatarah. Śrī Hanumān é identificado como a décima primeira
encarnação/ avatāra de Bhagavān śiva. A ligação de śiva e Viṣṇu é tal que quando um encarna
o outro quer vir prestar serviço.
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Quando a flecha do filho de Rāvaṇa chamado Indrajit atingiu o coração de Lakṣmaṇa, ele
quase morreu, porém, Hanumān trouxe o curador Suṣeṇa, que lhe pediu que pegasse
Sañjīvanī (erva mágica) na montanha Droṇagiri, porém ao chegar ao local Hanumān não pode
localizar a erva especifica e então trouxe a montanha inteira e assim a vida de Lakṣmaṇa foi
salva.
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Śeṣa ou adi Śeṣa ou ananta (infinita) Śeṣa ou ainda Śeṣa nāga - que é o rei de todas as nāgaḥ
(serpentes), um dos primeiros seres da criação e segundo o Bhāgavata Purāṇa, um avatara do
Senhor Supremo Nārāyaṇa, é descrita flutuando no oceano causal em que Nārāyaṇa repousa
sendo massageado por sua consorte Lakṣmī. É dito que Śeṣa encarnou como Lakṣmaṇa que
sempre canta as glórias de Śrī Hanumān.
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É uma referência aos quatro kumāras: Sanaka, Sananda, Sanātana e Sanat-kumāra, os
quatro filhos de Brahmaji, nascidos de sua mente.
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Sugrīva era o rei macaco, cujo reino de Kiṣkindhā foi usurpado por seu irmão Bali ou Vali.
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$ ॐ 7 8 ।
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Hanumān aconselhou a Vibhīṣaṇa (irmão de Rāvaṇa) para que se rendesse aos pés de Rāma,
e assim fazendo, ele ao final foi coroado como rei de Lanka.
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Yojana é uma medida védica de distância usada na Índia antiga. O exato valor dessa medida
é controverso entre as várias fontes indianas que tratam de astronomia e medidas agrárias.
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Hanumān significa “queixo quebrado”. O queixo de Hanumān foi cortado pela arma de
Indra, para fazer com que Hanumān libertasse o sol que ele havia engolido pensando ser uma
fruta doce. Porém alguns santos são de opinião que a palavra Hanumān significa “existência
manifestada da consciência suprema que tudo permeia”.
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Rāma entregou um anel a Hanumān com seu nome gravado nele para que Sita aceitasse
com confiança a chegada de Hanumān como fonte de conforto e a garantia que Rāma estaria
a caminho de resgatá-la, e Sita por sua vez entregou a jóia chudamani que usava na cabeça
para ser entregue a Rāma como sinal de que Ela estava bem.
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O significado espiritual é que para alcançar liberação ou mokṣa há que se cruzar o vasto
oceano da existência mundana para alcançar a Mãe Divina Sita, sair desse sentimento de que
eu sou o corpo é tão difícil quanto cruzar o oceano. E para isso o poder do santo nome de
Deus deve ser invocado.
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दग
ु Jम काज जगत के जेते ।
सुगम अनुमह तु@हरे तेते ॥
राम दआ
ु रे तुम रखवारे ।
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O significado é que ao se invocar Hanumān se atrai as suas qualidades divinas e assim todas
as tarefas se tornam fáceis de realizar, tudo fica nítido.
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saba (toda ); sukha ( felicidade ); lahai ( tomar ); tumhārī ( seu ); saranā (abrigo);
tuma (Vós); racchaka (protege ); kāhū (qualquer); (ko) ḍara (de medo); nā (não).
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Este verso canta a necessidade da postura espiritual correta, alinhada com as leis cósmicas.
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nāsai (curado); roga (doença); hare (removeu); saba (todos); pīrā (sofrimentos);
Japata (repetidos); niraṁtara (incessante); Hanumata (Hanumān); bīrā
(guerreiro, corajoso)
: ।
और मनोरथ जो को लावै।
aura (outros); manoratha (desejos); jo (aqueles); koi (qualquer); lāvai (traz); soi
(neste); amita (néctar); jīvana (vida); phala (fruto); pāvai (obtém).
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Siddhis do sânscrito literalmente significam “atributos de perfeição” - poderes fenomenais
que graças à sua santidade, os santos adquirem. Siddhis são faculdades psíquicas, poderes
anormais ou extraordinários do Homem. Os oitos siddhis são os seguintes: Aṇimā (poder de
reduzir o corpo), Mahima (de dilatar-se no espaço), Laghimā (de tornar-se muito leve), Garima
(de tornar-se muito pesado), Prāpti (de chegar a qualquer parte), Prākāmya (de ver todos os
desejos realizados), Iṣṭva ( faculdade de criar) e Vaśtva (poder de dominar a tudo).
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As nove formas de riqueza (os Nava Nidhis) são: (1) Parkāya Pravesh (entrar em outro
corpo). O iogue que alcançou o estado samyama (alto poder de concentração que culmina em
Samādhi) pode soltar sua mente de seu próprio corpo e entrar no corpo de outra pessoa ou
animal – morto ou vivo – e mesmo trazer de volta a vida passando a atuar nele. (2) Hādi
Vidya (que não possui fome nem sede). Ou seja, vive apenas de prāṇa. (3) Kādi Vidya
(nenhuma mudança climática o afeta). Não se afeta nem pelo frio intenso nem pelo calor
escaldante. (4) Vāyu Gaman Siddhi (torna-se mais leve que o ar, o que possibilita a viagem
para qualquer lugar em segundos). (5) Madālasā Vidyā (aumenta ou diminui o tamanho do
corpo), (6) Kanakdhara Siddhi (pode adquirir a riqueza que quiser). (7) Prākaya Sādhanā (pode
direcionar almas a nascer no ventre de uma mulher – mesmo que se trate de mulher estéril)
(8) Surya Vigyān (transformação de uma substância em outra usando os raios solares). (9)
Mrita Sanjivani Vidya (este vidya foi criado pelo Guru Śukracharya para trazer os mortos de
volta a vida). Porém, a maior riqueza que Hanumān confere a seus devotos é o amor ao
divino, a qual nenhuma outra riqueza se iguala.
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ु िबसरावै॥
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Guru- Śrī Hanumān é um professor compassivo como encarnação de Śiva, que é adorado
como o guru universal; guru tem o sentido daquele que engole a fraqueza de seus discípulos,
esse é o efeito da adoração a Śrī Hanumān.
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Gosai no dialeto avadhi significa gōsvāmī, que em sânscrito representa aquele que tem
controle sobre os sentidos.
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Jo (quem); sata (100); bāra (vezes); pāṭha (recita); kara (faz); koī (qualquer um);
chūṭahi (se liberta); baṁdi (cativeiro); mahā (grande); sukha (felicidade); hoī (é).
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Com o canto regular do hanumāna calīsā pensamentos nobres são criados.
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tulasīdāsa (Tulsīdās); sadā (sempre); Hari ( Rāma ); cerā (servo); kījai (faz);
nātha (senhor); hṛdaya (coração) ; mahaଁ (meu); ḍerā (lar).
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Hari significa aquele que remove todo o sofrimento e é outro nome de Viṣṇu ou Nārāyaṇa.
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(dohā)
Todas as glórias sejam para Sītā Rāma, todas as glórias ao Senhor Hanumān, filho
do vento, e todas as glórias a Śiva Mahādeva, consorte de Umā (a mãe divina)!
Bibliografia da Web:
http://www.gitapress.org/books/1528/1528%20Hanuman%20chalisa.pdf
http://devadarshana.blogspot.com.br/2011/01/aum-hanumate-namah.html
http://maharajji.com/Hanuman-Chalisa/hanuman-chalisa-word-by-word.html
http://pavanchawla.tripod.com/
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http://www.nadalila.org/texts/HanumanChalisa.pdf
http://www.omjai.org/Hanuman%20Chalisa
http://www.greenmesg.org/mantras_slokas/bhakta_hanuman-
hanuman_chalisa.php
http://www.stutimandal.com/gif_tulsi/hanuman_chalisa.htm
http://svmmvmbonvm.org/hanumanchalisa.pdf
http://www.chinmayasaaket.org/articles/guruji/Hanuman_chalisa.pdf
http://www.iiramii.net/pdf/Stuti/HanumanChalisa-English-Meaning.pdf