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~1~

  
 ौ

Aum Śrī Hanumate Namaḥ

ौ   

śrī Hanumānacālīsā
~2~

Ofereço ao meu mestre espiritual śrī Prem Babaji que nos


guia e emana luz para que aflore o maior de todos os
tesouros – estado de unidade em amor, como se manifesta
no coração de śrī Hanumānji.
~3~

ौ   

śrī Hanumānacālīsā

É a composição mais popular do grande santo Gōsvāmī Tulasī Dāsa ou simplesmente Tulsīdās.
Ele compôs o śrī Hanumānacālīsā quando estava muito doente. Conta-se que foi assim que
recobrou a saúde.

O autor Gōsvāmī tulasī dāsa (1532-1623 A.D.), foi um santo hindu, filósofo, reformador
renomado por sua devoção a Śrī Rāma. Tulsīdās é chamado de Mahākavi, ou seja, grande
poeta. Foi um erudito em sânscrito e fez um voto de recontar em linguagem do povo a
grande história de Śrī Rāma que estava até então somente em sânscrito. Esta foi a maior de
suas obras que é o Rāmacaritamānasa ("o lago dos feitos de Rāma"), um épico devotado ao
Senhor Rāma que reconta a história do Rāmayana (obra de Vālmīki em sânscrito) em idioma
do povo local que é o Avadhi. A história conta que ele viu todo o Rāmayana em seu sonho.

Ele viveu e morreu em Vārāṇasī onde fundou o templo saṃkaṭa mocana dedicado a
Hanumān, local onde se acredita ter tido a visão (darśana) de Hanumān.

śrī Hanumānacālīsā foi composto na língua Avadhi ou Avandhi, que é um dialeto do Híndi
falado ainda hoje em Ayodhyā (estado de Uttar Pradesh, Índia - local de nascimento do
Senhor Rāma), mas encontram-se pessoas falando avadhi em outras locais tais como Bihar,
Madhya Pradesh, Delhi e no Nepal.

Hanumāna cālīsā é um poema, a palavra cālisā é derivada de chalis do híndi, que significa
quarenta, pois há 40 versos em glorificação a Hanumān que é considerado um avatāra ou
encarnação de śiva.

Cada um dos 40 versos transmite uma forma de benção em particular. Dependendo do bhāva
(sentimento) ou Śraddhā (fé) do devoto os frutos do verso são alcançados. O canto
congregacional no templo ou local sagrado ou debaixo de uma árvore sagrada são os
melhores locais para o canto.

A recitação do śrī Hanumānacālīsā é uma das práticas religiosas mais comuns na India.
Milhões de devotos hindus e de outros países cantam este hino toda terça feira e sábado
invocando a intervenção divina de Hanumān em questões graves, incluindo-se as relacionadas
a espíritos malignos, com base nas próprias palavras do cālīsā. De fato, não há bênçãos que
não se possa alcançar com esse canto de louvor. Sītā, a mãe divina, concedeu a Hanumān o
poder de outorgar os oito siddhis e nove tipos de riquezas para os seus devotos. Este poema é
pleno de devoção, sacrifício e dedicação. Para alcançar qualquer objetivo e em momento de
necessidade basta tomar refúgio em Hanumān (Rāma bhakta).
~4~

PREÂMBULO

ौीगु चरण ् सरोजरज, िनजमनमुकुर सुधार ।


बरणौ रघुबर िबमल यश, जो दायक फलचार ॥

śrīguru carana saroja raja, nija manu mukuru sudhāri |

baranauଁ raghubara bimala jasu, jo dāyaku phala cāri ||


śrī-Guru (venerável); Guru (mestre); carana (pés); saroja (lótus); raja (poeira);
nija (próprio); manu (coração, mente); mukuru (espelho); sudhāri (purifica);
baranauଁ (eu vou descrever); raghubara (de Śrī Rāma); bimala (puro); jasu
(purificar); jo (este); dāyaku (dá); phala (frutos); cāri (quatro).

Lustrando o espelho do meu coração1 com a poeira dos pés de


lótus do meu guru, eu canto a glórias do melhor dos Raghus2, que
concede os quatro frutos da vida: dharma, artha, kāma, e moksa3.

1
Aqui se limpa o espelho da mente para que possa refletir as glórias do Senhor Supremo.
2
O Senhor Rāma pertence à dinastia Raghu (Raghuvaṃśa). Raghu foi um grande rei cuja
dinastia levou seu nome; para algumas interpretações este verso se refere ao próprio
Hanumān, vez que ele foi considerado como filho pela própria mãe divina Sīta. Também pode-
~5~

   ,  -  ।

     ,     ॥

buddhihīna tanu jānike, sumirauଁ pavana-kumāra |

bala buddhi bidyā dehu mohiଁ, harahu kalesa bikāra ||


buddhi (inteligência); hīna (sem); tanu (corpo); jānike (saber); sumirau (lembrar);
pavana (vento); kumāra (filho); bala (força);buddhividyā(inteligência/sabedoria);
dehu (dá); mohiଁ, (a mim); harahu (remove); kalesa (aflições que causam
misérias, perversões e tendências negativas); bikāra (mudanças ou
transformações que não queremos aceitar);

Sabendo que sou desprovido de inteligência, eu recorro ao


filho de Pavan4(o purificador) ou Vāyu (Deus do vento): ó
Senhor! Por bondade, conceda-me força (moral, física e de
caráter), sagacidade e sabedoria, e remova os meus
sofrimentos (corpóreos) e impurezas (mentais).

Começam aqui os 40 caupāī (s) - (versos):

se considerar como referindo-se aos dois, vez que são inseparáveis e portanto canta-se as
glórias de ambos, Hanumān e Rāma, os supremos descendentes de Raghu.
3
Os quatro objetivos da vida humana são: artha: refere-se à riqueza e prosperidade; kāma:
significa o prazer dos sentidos; dharma: refere-se aos atos beneméritos (em atenção ao
próximo) e o mais importante é moksa, que é a liberação dos sofrimentos do saṃsāra (ciclo de
nascimento e morte).
4
Pavan outro nome de Vāyu (o deus do vento) teve um papel importante na concepção de
Hanumān por Añjanā. Por isso Hanumān é também chamado de Pavan-Putra (filho de Pavana)
e Vāyu-Putra.
~6~

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jaya hanumāna jñāna guṇa sāgara |


jai kapīsa tihuଁ loka ujāgara ||1
Jaya (vitória); hanumāna (hanumān); jñāna (sabedoria); guna (virtude); sāgara
(oceano); jaya (que seja sua a vitória); kapīsa5 (Senhor dos macacos); tihuଁ (três);
loka (mundos); ujāgara (que ilumina/desperta)

Sejais Vitorioso! Ó Hanumān, que sois o oceano de sabedoria e


virtude. Vitória ao Senhor dos macacos, que sois a luz dos três
mundos.

 ( )  *  ।

5
Kapi também quer dizer “aquele que desfruta do brahman”.
~7~

)+-ऽ -   ॥२

rāma dūta atulita bala dhāmā |


aṁjani-putra pavanasuta nāmā ||2
rāma (de Rāmacandra); dūta (emissário); atulita (incomparável); bala (força);
dhāmā (morada); aṃjani-putra (filho de Añjanī- a mãe de coração puro); Pavana
(o deus do vento); suta (filho, descendência); nāmā (o nome).

Vós fostes o emissário de Rāma, repositório da inigualável


potência, também sois conhecido como filho de Añjanī 6, e
Pavanasuta, o filho de Pavana (o deus do vento).

  ब +$ ।

     +$ ॥३

6
Añjanā ou Añjanī foi mãe de Hanumān. Há muitas versões sobre o nascimento de Hanumān, uma
delas diz o seguinte: certa vez Punjikasthala,uma apsarāḥ (um ser celestial de extrema beleza) foi
amaldiçoada a nascer como uma macaca devido ter feito uma brincadeira com um asceta macaco. A
maldição terminaria quando ela desse a luz a uma encarnação de Śiva. Ela viveu uma vida de castidade
e pureza e executou intensas austeridades por muitos anos adorando a Śiva. Śiva então satisfeito
concedeu-lhe a benção de que Ele nasceria como seu filho. Neste momento, Daśaratha, o rei de
Ayodhya, executava um grande sacrifício. Assim Agni, o deus do fogo, deu ao rei, uma tigela de um
pudim sagrado para dividir entre suas esposas para que tivessem crianças divinas. Assim nasceram
Rāma, Lakṣmaṇa, Bhārata e Śatrughna. Nisso por uma instrução de Śiva, Vāyu concordou em ser o
agente e instruiu um falcão a pegar uma parte do pudim e o deixar cair no local onde Añjanī meditava,
e Vāyu, o deus do vento disse a ela, “coma”. Após ela ter comido, Vāyu informou que como ele
encaminhou o processo , por direito, ele seria o pai da criança que em breve nasceria, e que tomaria
conta dele, vez que ela retornaria ao reino celestial assim que Hanumān nascesse. E assim ela foi
liberada da maldição.
~8~

mahābīra bikrama bajaraṁgī |


kumati nivāra sumati ke saṁgī ||3
mahā (muito); bīra (valente); bikrama (audaz); bajaraṁgī7 (corpo luminoso);
kumati8 (ignorância); nivāra (purifica, se livrar); sumati (sábio/bom); ke
(possesssivo pós posicionado lit: do sábio); saṁgī (companheiro).

Ó Hanumān, grande herói, poderoso como um raio, dissipador


das trevas e dos pensamentos malignos e companheiro do
bom senso e da sabedoria.9

कंचन बरण िबराज सुबेशा ।

कानन कुंडल कुंिचत केशा ॥

7
bajaraṁgī - palavra derivada do original sânscrito vraja-angī que significa “aquele que é tão
forte que resiste mesmo ao invencível raio de Indra, vraja”.
8
Kumati - significa todas as ilusões da mente.
9
Este verso é cantado antes da meditação para obter proteção contra forma-pensamentos
malígnas.
~9~

kaṁcana baraṇa birāja subesā |


kānana kuṁḍala kuṁcita kesā ||4
kaṁcana (dourada); baraṇa (cor); birāja (belamente); subesā (vestimenta);
kānana (orelhas); kuṃḍala (brincos); kuṁcita (longos/encaracolados); kesā
(cabelos);

Śrī Hanumān possui uma tez dourada, impecavelmente


vestido com lindos enfeites, reluzentes brincos de argola
pesadas, e primorosos cabelos longos cacheados.10

हाथ बळ औ 'वजा िबराजै ।


काँधे मूज
ँ जनेऊ साजै ॥

hātha bajra au dhvajā birājai |


kāଁdhe mūଁja janeū sājai ||5
hātha (mão); bajra (a arma vajra); aura (e); dhvajā (bandeira); birājai (usa);
kāmҬdhe (ombro); mūjଁ a (relva); janeū (cordão sagrado); sājai (adorno).

Em uma de suas mãos ele segura a maça (gadā ou vajra11) brilhante e


com a outra sustenta a bandeira da vitória (do Senhor Rāma). E
adornando seu ombro está o cordão sagrado12 feito de grama mūmҬja.

10
Hanumān é o guardião do guru supremo bem como a sentinela da morada de Śrī Rāma.
11
Vraja é o poderoso raio do deus Indra. Significa então que a maça de Hanumān é tão
poderosa quanto à arma de Indra.
~ 10 ~

0+- 0-1 ।

 ू   $-+ ॥3

saṁkara suvana kesarīnaṁdana |


teja pratāpa mahā jaga baṁdana ||6
sa ṁkara (de śiva); suvana (encarnação); kesarī (de kesarī ); naṁdana (filho); teja
(poder); pratāpa ( glória); mahā jaga (todo o universo); baṁdana (glorificado);

Ó Hanumān! Vós sois uma emanação de Śankara (Śiva), e o


deleite de Śrī keśarī 13. Vós sois o ser sempre refulgente que
todo o universo glorifica e adora.

िव-ावान गुणी अित चातुर ।


राम काज किरबे को आतुर ॥7

bidyāvāna gunī ati cātura |


rāma kāja karibe ko ātura ||7

12
Janeū é o cordão sagrado que é usado na iniciação do mantra gāyatrī, originalmente era
feito de grama mūଁja, atualmente é feito de algodão.

13
Os pais terrenos de Hanumān são Añjanī e Śrī keśarī.
~ 11 ~

bidyāvāna (pleno de sabedoria); guṇī (grande virtude); ati (muito); cātura


(sábio); rāma (de rāma); kāja (trabalho); karibe (fazendo); ko (como); ātura
(ávido).

Ó Hanumān, vós sois supremamente sábio, virtuoso e


inteligente, vós estás sempre fixo no propósito de servir, pleno
de amor e devoção, à obra de Śrī Rāma.

ूभु चिरऽ सुिनबे को रिसया ।


रामलषण सीता मन बिसया ॥

prabhu caritra sunibe ko rasiyā |


rāma laṣaṇa (lakhana)14 sītā mana basiyā ||8

prabhu (Senhor); caritra (história); sunibe (ouvindo); ko (como) ; rasiyā (néctar,


grande deleite); rāma( Rāma ); laṣ aṇa/ lakhana (Lakṣmaṇa); sītā (sītā); mana
(coração, mente); basiyā (residindo);

O Vosso deleite é ouvir os feitos de Prabhu (o Senhor Śrī


Rāma)! Sītā, Rāma e Lakṣmaṇa habitam permanentemente o
vosso coração.15

14
Em algumas versões a palavra usada é “lakhana” ao invés de “laṣaṇa”. Neste trabalho se
segue estritamente a versão do dialeto híndi do Gita Press, Gorakhpur, India, com base nas
fontes mais autênticas disponíveis.
15
O senhor Rāma representa o autoconhecimento, Sītā representa a devoção, Lakṣmaṇa
representa o sacrifício e o desapego. Hanumān representa todos os três.
~ 12 ~

सूआम 4 धिर िसयिहं िदखावा ।


िवकट 4 धिर लंक जरावा ॥

sūkṣma rūpa dhari siyahiଁ dikhāvā |


bikaṭa rūpa dhari laṁka jarāvā ||9
sūkṣma (minúscula); rūpa (forma); dhari (assumir); siyahiଁ - Sītā (para Sītā);
dikhāvā (mostrar); bikaṭa (assustadora); rūpa (forma); dhari (assumir); laṃka
(Lanka); jarāvā (incendiar);

Ao assumir uma forma minúscula Vós aparecestes para Sītā 16e


em assombrosa aparência Vós incendiastes17 a cidade de
Lanka18.

16
Sītā havia sido seqüestrada pelo demônio Rāvaṇa conduzindo-a para sua cidade de Lanka e
Hanumān inicia uma busca para encontrá-la e levar a mensagem de śrī Rāma.
17
Há muitos significados espirituais, aqui, Lanka representa a terra dos prazeres dos sentidos;
os demônios habitavam este lugar, ou seja, pessoas que acreditavam ser apenas o corpo e
que faziam de tudo para obter mais prazeres e conforto para o corpo, este fogo de Hanumān
representa o fogo do autoconhecimento que remove nosso apego e identificação com o
corpo; o outro significado do fogo é do lamento de mãe Sītā, que reduziu toda a cidade a
cinzas.
18
śrī Hanumān deixou-se capturar por Rāvaṇa e foi castigado ao colocarem fogo em sua calda,
porém ele escapou e enquanto pulava de prédio em prédio pôs fogo na cidade de Lanka.
~ 13 ~

भीम 4 धिर असुर सँहारे ।


रामच9ि के काज सँवारे ॥

bhīma rūpa dhari asura saଁhāre |


rāmacaṁdra ke kāja saଁvare ||10
bhīma (poderoso guerreiro); rūpa (forma); dhari (assumir); asura (demônios);
sa ଁhāre (destruir); rāmacaṁdra (de Rāma ); ke kāja (trabalho); saଁvare (executou);

Ao assumir uma terrível forma Vós abatestes os demônios e


completastes a missão do Senhor Rāmacandra com êxito.19

19
Devido às atrocidades de Rāvaṇa, os deuses oraram a Viṣṇu que os atendeu dizendo que
nasceria na Terra como Rāma, para libertar a Terra do demônio- rākṣasa Rāvaṇa. Ouvindo isso
o senhor Brahmā disse que os deuses deveriam nascer como Vānaras (de forma humanóide
que lembra os macacos) para servir a naraḥ (o homem avatāra- Rāma).

O próprio Senhor śiva quis servir Viṣṇu na forma de Rāma e sabia que se nascesse como um
parente Rāma poderia hesitar em aceitar seu serviço, assim o tejas (brilho espiritual do estado
~ 14 ~

लाय सजीवन लखन िजयाये ।


ौी रघुबीर हरिष उर लाये ॥

lāya sajīvana lakhana jiyāye |


śrīraghubīra haraṣi ura lāye ||11
lāya (trouxe); sajīvana (a erva que traz a vida); Lakhana (Lakṣmaṇa); jiyāye
(reviver); śrī (Senhor); raghubīra (Rāma); haraṣi (deleite); ura (coração); lāye
(abraçou).

Ao trazer a erva sajīvana (ou mṛta - sañjīvanī) mágica20, Vós


restaurastes a vida de Lakṣmaṇa (que estava desmaiado no
campo de batalha) e assim śrī Rāma Vos abraçou com grande
deleite e o coração dele se encheu de júbilo.

de unidade) de śiva foi colocado em Hanumān que ficou conhecido como Śaṅkara suvana e
também como rudra-avatarah. Śrī Hanumān é identificado como a décima primeira
encarnação/ avatāra de Bhagavān śiva. A ligação de śiva e Viṣṇu é tal que quando um encarna
o outro quer vir prestar serviço.
20
Quando a flecha do filho de Rāvaṇa chamado Indrajit atingiu o coração de Lakṣmaṇa, ele
quase morreu, porém, Hanumān trouxe o curador Suṣeṇa, que lhe pediu que pegasse
Sañjīvanī (erva mágica) na montanha Droṇagiri, porém ao chegar ao local Hanumān não pode
localizar a erva especifica e então trouxe a montanha inteira e assim a vida de Lakṣmaṇa foi
salva.
~ 15 ~

5 की9ही बहुत बडाई ।


तुम मम िूय भरतिहसम भाई ॥

raghupati kīnhī bahuta baRāī |


tuma mama priya bharatahi sama bhāī ||12
raghupati (Rāma); kīnhī (fez); bahuta (muito); baḍāī (elogio); tuma (você);
mama (meu); priya (querido); bharatahi (Bhārata -o irmão de Rāma) ; sama
(como); bhāī (irmão).

Por conta desse evento, o Senhor Raghu o louvou


grandemente – “Você é tão querido para mim quanto meu
próprio irmão Bhārata!”
~ 16 ~

सहस बदन तु@हरो यश गावA ।

अस किह ौ कBठ लगावA ॥

sahasa badana tumharo jasa gāvaiଁ|


asa kahi śrīpati kaṁṭha lagāvaiଁ ||13
Sahasa (1,000); badana (bocas); tumharo (sua); yaśa ( fama ); gāvaiଁ ( canta); Asa
(isto); kahi (dizendo); śrīpati (Rāma ); kaṁṭha ( pescoço ); lagāvaiଁ (agarrou)

"A serpente (Śeṣa) 21de 1.000 capelos canta suas glórias!"


Assim dizendo śrīpati (Rāmacandra) abraçou Hanumān.

21
Śeṣa ou adi Śeṣa ou ananta (infinita) Śeṣa ou ainda Śeṣa nāga - que é o rei de todas as nāgaḥ
(serpentes), um dos primeiros seres da criação e segundo o Bhāgavata Purāṇa, um avatara do
Senhor Supremo Nārāyaṇa, é descrita flutuando no oceano causal em que Nārāyaṇa repousa
sendo massageado por sua consorte Lakṣmī. É dito que Śeṣa encarnou como Lakṣmaṇa que
sempre canta as glórias de Śrī Hanumān.
~ 17 ~

सनकािदक ॄEािद मुनीशा ।


नारद शारद सिहत अहीशा ॥

sanakādika brahmādi munīsā |


nārada sārada sahita ahīsā ||14
sanakādika (Sanikka, etc ); brahmādi ( Brahmā , etc. ); munīsā (sábios); nārada
(nārada); sārada (Sarasvatī); sahita (com); ahīsā (Śeṣa -rei das serpentes)

Mesmo os grandes sábios como Sanaka e outros22, e deuses


como o Senhor Brahmā, os munis como o grande eremita
Nārada, a Deusa sārada (Sarasvatī), e a serpente cósmica Śeṣa
- falham ao cantar o que é exatamente a glória de Hanumān.

यम कुबेर $  जहाँते ।


किव कोिवद किह सकA कहाँते ॥

jama kubera digapāla jahāଁ te |


kabi kobida kahi sake kahāଁ te ||15

jama – Yama (Yamarāja - deus da morte); Kubera (Kubera – o deus da riqueza) ;


digapāla (os governantes das oito direções ); jahā te (em todo lugar); Kabi
(poeta); kobida (erudito); kahi (contar); sake (podem); kahā te (como)

22
É uma referência aos quatro kumāras: Sanaka, Sananda, Sanātana e Sanat-kumāra, os
quatro filhos de Brahmaji, nascidos de sua mente.
~ 18 ~

Mesmo deuses como Yama, Kubera e Digapāla (as deidades


que presidem as oito direções),não conseguem expressar suas
glórias adequadamente. Então, o que falar, de poetas e
sábios? Estes também são incapazes de descrever plenamente
Vossas glórias.

तुम उपकार सुमीविहं की9हा ।

राम िमलाय राज  दी9हा ॥

tuma upakāra sugrīvahiଁ kīnhā |


rāma milāya rāja pada dīnhā ||16
tuma (você); upakāra (serviço); sugrīvahiଁ (sugrīva); kīnhā (fez); rāma (rāma);
milāya (apresentou ); rājapada (reino); dīnhā (deu);

Vós prestastes grande serviço a Sugrīva23·,ao fazê-lo se


encontrar com Rāma, e por conseqüência, restabelecê-lo em
seu perdido reino (de Kiṣkindhā).

तु@हरो मंऽ िवभीषण माना ।


लंकेHर भये सब जग जाना ॥

tumharo maṁtra bibhīṣana mānā |

23
Sugrīva era o rei macaco, cujo reino de Kiṣkindhā foi usurpado por seu irmão Bali ou Vali.
~ 19 ~

laṁkesvara bhae saba jaga jānā ||17


tumharo (seu); maṁtra (conselho); vibhīṣaṇa (vibhīṣ aṇa); mānā (aceitou)
laṁkesvara (Senhor de Lanka); bhae (se tornou); saba (todo); jaga (universo);
jānā (sabe)

Vibhīṣaṇa ouviu os seus conselhos 24e como resultado se


tornou Senhor de Lanka, como todo o universo sabe.

$ ॐ    7 8 ।

लीIयो तािह मधुर फल जानू ॥

juga sahasra jojana para bhānū |


līlyo tāhi madhura phala jānū ||18
juga (distante -ou era, época); sahasra (mil ou milhares ); yojana (medida
védica); para(na direção); bhānū (sol); līlyo (engoliu); tāhi ( o ); madhura (doce);
phala ( fruto); jānū ( pensando)

O sol está há uma imensa distância - milhares de yojanas 25.


Mesmo assim, Vós o engolistes, por vossa jovial brincadeira,
pois pensastes que o sol era uma fruta doce.26

24
Hanumān aconselhou a Vibhīṣaṇa (irmão de Rāvaṇa) para que se rendesse aos pés de Rāma,
e assim fazendo, ele ao final foi coroado como rei de Lanka.
25
Yojana é uma medida védica de distância usada na Índia antiga. O exato valor dessa medida
é controverso entre as várias fontes indianas que tratam de astronomia e medidas agrárias.
.
~ 20 ~

ूभु मुििका मेिल मुख माहीं ।


जलिध लाँिध गये अचरजनाहीं ॥

prabhu mudrikā meli mukha māhī ଁ |


jaladhi lāଁghi gaye acaraja nāhīଁ ||19
prabhu (do Senhor); mudrikā (anel); meli (pegou); mukha (boca); māhī ଁ (no)
Jaladhi (oceano); lāଁghi (saltou); gaye (foi); acaraja (surpreender ); nāhīଁ (não).

Carregando o anel do Senhor Rāma27 em sua boca Hanumān


cruzou o oceano, voando28, e não há nenhuma surpresa nisso,
pois Hanumān é capaz de realizações sobre-humanas.

26
Hanumān significa “queixo quebrado”. O queixo de Hanumān foi cortado pela arma de
Indra, para fazer com que Hanumān libertasse o sol que ele havia engolido pensando ser uma
fruta doce. Porém alguns santos são de opinião que a palavra Hanumān significa “existência
manifestada da consciência suprema que tudo permeia”.
27
Rāma entregou um anel a Hanumān com seu nome gravado nele para que Sita aceitasse
com confiança a chegada de Hanumān como fonte de conforto e a garantia que Rāma estaria
a caminho de resgatá-la, e Sita por sua vez entregou a jóia chudamani que usava na cabeça
para ser entregue a Rāma como sinal de que Ela estava bem.
28
O significado espiritual é que para alcançar liberação ou mokṣa há que se cruzar o vasto
oceano da existência mundana para alcançar a Mãe Divina Sita, sair desse sentimento de que
eu sou o corpo é tão difícil quanto cruzar o oceano. E para isso o poder do santo nome de
Deus deve ser invocado.
~ 21 ~

दग
ु Jम काज जगत के जेते ।
सुगम अनुमह तु@हरे तेते ॥

durgama kāja jagata ke jete |


sugama anugraha tumhare tete ||20
durgama (difícil); kāja (tarefa); jagata (mundo); ke jete (qualquer); sugama
(fácil); anugraha (graça ); tumhare (vossa); tete (este)

Por Vossa Graça, mesmo as tarefas mais árduas de executar


neste mundo se tornam fáceis. 29

राम दआ
ु रे तुम रखवारे ।

होत न आKा िबन  &  ॥

rāma duāre tuma rakhavāre |


hota na ājñā binu paisāre ||21
rāma (de rāma); duāre (porta); tuma (vós); rakhavāre (guardião); Hota (tendo)
na (não); ājñā (permissão); binu (sem); paisāre (entrar)

Vós sois o guardião do Portal do Reino de Śrī Rāma, onde a


ninguém é consentida a entrada sem a Vossa permissão.30

29
O significado é que ao se invocar Hanumān se atrai as suas qualidades divinas e assim todas
as tarefas se tornam fáceis de realizar, tudo fica nítido.
~ 22 ~

सब सुख लहै तु@हारी सरना ।


तुम रLक काहू को डरना ॥

saba sukha lahai tumhārī saranā |


tuma racchaka kāhū ko ḍara nā ||22

saba (toda ); sukha ( felicidade ); lahai ( tomar ); tumhārī ( seu ); saranā (abrigo);
tuma (Vós); racchaka (protege ); kāhū (qualquer); (ko) ḍara (de medo); nā (não).

Aqueles que tomam refúgio em Vós desfrutam de toda


felicidade. Por que haveria medo, se vós estais lá para
protegê-los?

आप न तेज स@हारो 9 & ।


तीनM लोक हाँकते काँ & ॥

āpana teja samhāro āpai |


tīnoଁ loka hāଁka teଁ kāଁpai ||23
āpana (sua); teja (energia); samhāro (controlar); āpai (Vós); tīnoଁ (três); loka

(mundos); hāଁka (rugido); teଁ(a partir de); kāp


ଁ ai (tremem).

30
Este verso canta a necessidade da postura espiritual correta, alinhada com as leis cósmicas.
~ 23 ~

Vosso resplendor é tão forte que apenas Vós podeis controlá-


lo. Quando soa Vosso rugido, os três mundos balançam.

भूत   िनकट निहं आवै।

महाबीर जब नाम सुनावै॥

bhūta pisāca nikaṭa nahiଁ āvai |


mahābīra jabá nāma sunāvai ||24
bhūta (fantasmas); pisāca (demônios); nikaṭa (próximo); nahiଁ (não); āvai
(venha); mahābīra (grande herói); jaba (quando); nāma (nome); sunāvai
(chamado).

Fantasmas e demônios nem se aproximam de uma pessoa


quando a ouvem recitar o nome – Mahābīra31( Hanumān).

  &  $ &   ।

 िनरं तर हनुमत बीरा॥

nāsai roga harai saba pīrā |


japata niraṁtara hanumata bīrā ||25
31
Mahāvīra ou Mahābīra.
~ 24 ~

nāsai (curado); roga (doença); hare (removeu); saba (todos); pīrā (sofrimentos);
Japata (repetidos); niraṁtara (incessante); Hanumata (Hanumān); bīrā
(guerreiro, corajoso)

Todas as dores são erradicadas e todas as doenças são curadas


pela constante repetição do nome do heróico Hanumān.

संकट तN हनुमान छुड़ावै।

मन बम बचन 'यान जो लावै॥

saṁkaṭa teଁ hanumāna churāvai |


mana krama bacana dhyāna jo lāvai ||26
sa ṁkaṭa (dificuldades); teଁ (das); hanumāna (Hanumān); chuṛāvai (libertar);
Mana ( pensamento); Krama (feitos); bacana (palavras); dhyāna (meditar); jo
lāvai (que guarda).

Hanumān liberta de todas as aflições àqueles que meditam


nele com pensamentos, palavras e ações.

    :   ।

ितन के काज सकल तुम साजा॥

saba para rāma tapasvī rājā |


~ 25 ~

tina ke kāja sakala tuma sājā ||27


saba (todos); para (acima); rāma (Rāma); tapasvī (austero, asceta); rājā (rei);
tina (seu); ke kāja (do trabalho); sakala (todos); tuma (vós); sājā (fazeis);

Rāma, que é o supremo Yogue renunciante, reina sobre todos.


E, vós, Hanumān, cumpristes todas as suas missões.

और मनोरथ जो को लावै।

 ; )  <  & ॥२=

aura manoratha jo koi lāvai |


soi amita jīvana phala pāvai ||28

aura (outros); manoratha (desejos); jo (aqueles); koi (qualquer); lāvai (traz); soi
(neste); amita (néctar); jīvana (vida); phala (fruto); pāvai (obtém).

Vós abençoais a todos que buscam vossa Graça e satisfazeis


todos os desejos nobres, concedendo-lhes o pleno fruto da
vida abundante.

Outra tradução: Mesmo os devotos que acalentem outros


desejos, ao final obterão o mais elevado fruto da vida.

चारM जुग   तु@हारा।


~ 26 ~

&  $ '"  ॥२>

caroଁ juga paratāpa tumhārā |


hai parasiddha jagata ujiyārā ||29
caroଁ (quatro); yuga (eras); paratāpa (glória); tumhārā (sua); Hai (é); parasidha
(fama); jagata (universo); ujiyārā (reluz, ilumina)

Vosso poder e glória se irradiam supremos em todas as quatro


eras (satyayuga, tretā, dwāpara, e kaliyuga) e vossa fama reluz
em toda parte no universo.

धु संत के तुम रखवारे ।

असुर िनकंदन राम दल


ु ारे ॥

sādhu saṁta ke tuma rakhawāre |


asura nikaṁdana rāma dulāre ||30

sādhu (renunciantes); saṁta (santos); ke tuma (de vós); rakhavāre (protetor);


Asura (demônios); nikaṁdana (destruidor); rāma (rāma); dulāre (bem amado)

Vós sois o protetor dos sábios e santos, destruidor dos


demônios e o bem-amado de Rāma.

अR िसिS नौ िनिध के दाता।


~ 27 ~

अस बर दीन जानकी माता॥

aṣṭa siddhi nau nidhi ke dātā |


asa bara dīna jānakī mātā ||31
aṣṭa (oito); sidhi (poderes); nau (nove); nidhi (tesouros); (ke) dātā (outorgador
da); Asa (essa); Bara (benção); dīna (concedeu); jānakī ( jānakī); mātā (a mãe
divina)

A mãe divina Sītā (Jānakī) lhe concedeu a benção de ser capaz


de outorgar os oito siddhis32 e os nove nidhis 33(formas de
riqueza).

32
Siddhis do sânscrito literalmente significam “atributos de perfeição” - poderes fenomenais
que graças à sua santidade, os santos adquirem. Siddhis são faculdades psíquicas, poderes
anormais ou extraordinários do Homem. Os oitos siddhis são os seguintes: Aṇimā (poder de
reduzir o corpo), Mahima (de dilatar-se no espaço), Laghimā (de tornar-se muito leve), Garima
(de tornar-se muito pesado), Prāpti (de chegar a qualquer parte), Prākāmya (de ver todos os
desejos realizados), Iṣṭva ( faculdade de criar) e Vaśtva (poder de dominar a tudo).
33
As nove formas de riqueza (os Nava Nidhis) são: (1) Parkāya Pravesh (entrar em outro
corpo). O iogue que alcançou o estado samyama (alto poder de concentração que culmina em
Samādhi) pode soltar sua mente de seu próprio corpo e entrar no corpo de outra pessoa ou
animal – morto ou vivo – e mesmo trazer de volta a vida passando a atuar nele. (2) Hādi
Vidya (que não possui fome nem sede). Ou seja, vive apenas de prāṇa. (3) Kādi Vidya
(nenhuma mudança climática o afeta). Não se afeta nem pelo frio intenso nem pelo calor
escaldante. (4) Vāyu Gaman Siddhi (torna-se mais leve que o ar, o que possibilita a viagem
para qualquer lugar em segundos). (5) Madālasā Vidyā (aumenta ou diminui o tamanho do
corpo), (6) Kanakdhara Siddhi (pode adquirir a riqueza que quiser). (7) Prākaya Sādhanā (pode
direcionar almas a nascer no ventre de uma mulher – mesmo que se trate de mulher estéril)
(8) Surya Vigyān (transformação de uma substância em outra usando os raios solares). (9)
Mrita Sanjivani Vidya (este vidya foi criado pelo Guru Śukracharya para trazer os mortos de
volta a vida). Porém, a maior riqueza que Hanumān confere a seus devotos é o amor ao
divino, a qual nenhuma outra riqueza se iguala.
~ 28 ~

   " ?   ।

  5    ॥३२

rāma rasāyana tumhare pāsā |


sadā raho raghupati ke dāsā ||32
rāma (Rāma); rasāyana (néctar); tumhare (vós); pāsā (possuís); sadā (sempre);
raho (permaneceis); Raghupati ke (de Rāma ); dāsā (servo).

Vós possuís o elixir de rāma-bhakti (devoção à Rāma) e assim


permaneceis eternamente o humilde e devotado servo de
Rāma.

? 7      & ।
~ 29 ~

जनम जनम के दख
ु िबसरावै॥

tumhare bhajana rāma ko pāvai |


janama janama ke dukha bisarāvai ||33
tumhare (vosso); bhajana (devoção); rāma (rāma); ko pāvai (obteve); Janama
janama ke (nascimento após nascimento); dukha (sofrimento); bisarāvai (deixar
para trás).

Por cantar Seus louvores, a benção do Senhor Rāma é atraída


e faz a pessoa esquecer as misérias de todos os nascimentos
prévios, libertando-a do saṃsāra (a roda dos nascimentos).

)+   5   @ ।

जहाँ ज9म हिरभT कहा॥

aṁta kāla raghubara pura jāī |


jahāଁ janma hari-bhakta kahāī ||34
aṁta (final); kāla (tempo); Raghubara (de Rāma ); pura (local); jāī (vai); jahāଁ
(onde ); janma (nascimento); Hari (Rāma); bhakta (devoto); kahāī (chamado).

No final de sua vida, a pessoa (o devoto de Hanumān) vai para


a eterna morada de Śrī Rāma e torna-se seu devoto direto ou
renasce na Terra como tal.
~ 30 ~

और दे वता िचU न धरई।

हनुमत से सबJ सुख करई॥

aura devatā citta na dharaī |


hanumata sei sarba sukha karaī ||35

aura (outro); devatā (deuses); chita (mente); na (não); dharaī (conserva);


Hanumata (Hanumān); sei (com); sarva (toda); sukha (felicidade ); karaī (faz).

Mesmo que não venha à memória qualquer outra deidade, ao


servir Śrī Hanumān se desfruta com certeza de toda felicidade.

+A A& A&   ॥

 &   ॥३3

saṁkaṭa kaṭai miṭai saba pīrā ||


jo sumirai hanumata balabīrā ||36
sa ṁkaṭa (dificuldade, crise, perigo); kaṭai (final); miṭai (remove); saba (todas);
pīrā (sofrimentos); Jo (que); sumire (se lembra); Hanumata (Hanumān); bala
(forte); bīrā (poderoso).

Todo o sofrimento cessa, todas as dores são removidas, ao se


lembrar do poderoso herói, Hanumān.
~ 31 ~

& &  &   $  @ ।

B   $C    @ ।

jai jai jai hanumāna gosāīଁ |


kṛpā karahu guru34 deva kī nāīଁ ||37
Jai Jai Jai hanumāna (vitória); gosāīଁ 35( Senhor); kṛpā (graça ); karahu (faz); guru
(guru); deva ( deus ); kī nāīଁ (como).

Toda Vitória seja para o senhor Hanumān! Abençoe-nos com


vossa graça, como nosso mestre divino.

34
Guru- Śrī Hanumān é um professor compassivo como encarnação de Śiva, que é adorado
como o guru universal; guru tem o sentido daquele que engole a fraqueza de seus discípulos,
esse é o efeito da adoração a Śrī Hanumān.
35
Gosai no dialeto avadhi significa gōsvāmī, que em sânscrito representa aquele que tem
controle sobre os sentidos.
~ 32 ~

     D   @ ।

EA +  F  @ ॥३=

jo sata bāra pāṭha kara koī |


chūṭahi baṁdi mahā sukha hoī ||38

Jo (quem); sata (100); bāra (vezes); pāṭha (recita); kara (faz); koī (qualquer um);
chūṭahi (se liberta); baṁdi (cativeiro); mahā (grande); sukha (felicidade); hoī (é).

Aquele que recita este hanumāna calīsā 100 vezes (com


devoção) é liberado do cativeiro e vivencia a bem-aventurança
suprema.
~ 33 ~

 " G    ।

 "   F $ ॥३>

jo yaha paRhai hanumāna calīsā |


hoya siddhi sākhī gaurīsā ||39
jo (quem); yaha (este); paṛhai (ler, cantar); hanumāna calīsā (hanumāna calīsā);
Ho ya (será); sidhi (perfeição); sākhī (testemunha); gaurīsā (o Senhor de Gauri ou
Pārvatī)

Para os que recitam o hanumāna calīsā a perfeição é


alcançada36. Tendo o Senhor de Gauri (Śiva) como
testemunha.

36
Com o canto regular do hanumāna calīsā pensamentos nobres são criados.
~ 34 ~

तुलसीदास सदा हिर चेरा।

कीजै नाथ Vदय मँह डे रा॥

tulasīdāsa sadā hari cerā |


kījai nātha hṛdaya mahaଁ ḍerā ||40

tulasīdāsa (Tulsīdās); sadā (sempre); Hari ( Rāma ); cerā (servo); kījai (faz);
nātha (senhor); hṛdaya (coração) ; mahaଁ (meu); ḍerā (lar).

Ó Hanumān ji, eu, Tulsīdās, sou eterno servo do Senhor Hari37


(Rāma), e aqui faço minha prece - “ó Senhor faça sua morada
em meu coração”.

37
Hari significa aquele que remove todo o sofrimento e é outro nome de Viṣṇu ou Nārāyaṇa.
~ 35 ~

 " +A  +$ 8 4 ।

  F   H"   78 ॥

(dohā)

pavanatanaya saṁkaṭa harana


maṁgala mūrati rūpa |
rāma lakhana sītā sahita
hṛdaya basahu sura bhūpa ||
Pavana tanaya (amado filho do vento); saṁkaṭa (aflição); harana (expulsar);
maṁgala (benção/prazer); mūrati (corporificação); rūpa (forma); Rāma
Lakṣmaṇa Sītā; Sahita (com); hṛdaya (coração); basahu (mora/habita); sura –
devata (deuses); bhūpa (governante/rei)

Ó filho do vento, destruidor de todas as misérias, vós sois o


símbolo da auspiciosidade e da graça. Juntamente com Sītā,
Rāma e Lakṣmaṇa, habite meu coração, Ó rei dos deuses.
~ 36 ~

Siyavārā Rāmachandra ki jaya,


pavana suta Hanumāna ki jaya,
Umāpati Mahādeva ki jaya

Todas as glórias sejam para Sītā Rāma, todas as glórias ao Senhor Hanumān, filho
do vento, e todas as glórias a Śiva Mahādeva, consorte de Umā (a mãe divina)!

A deidade Hanumanji no famoso templo de śrī Kasthabhanjandev (destruidor da


aflição), em Sarangpur- Gujarat - India.
~ 37 ~

Bibliografia da Web:

http://www.gitapress.org/books/1528/1528%20Hanuman%20chalisa.pdf

http://devadarshana.blogspot.com.br/2011/01/aum-hanumate-namah.html

http://maharajji.com/Hanuman-Chalisa/hanuman-chalisa-word-by-word.html

http://pavanchawla.tripod.com/
~ 38 ~

http://www.nadalila.org/texts/HanumanChalisa.pdf

http://www.omjai.org/Hanuman%20Chalisa

http://www.greenmesg.org/mantras_slokas/bhakta_hanuman-
hanuman_chalisa.php

http://www.stutimandal.com/gif_tulsi/hanuman_chalisa.htm

http://svmmvmbonvm.org/hanumanchalisa.pdf

http://www.chinmayasaaket.org/articles/guruji/Hanuman_chalisa.pdf

http://www.iiramii.net/pdf/Stuti/HanumanChalisa-English-Meaning.pdf

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