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MATEMÁTICA – ÁLGEBRA
Objetivo de aprendizagem
Ao final deste módulo, esperamos que você possa:
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ÁLGEBRA: MUITO ALÉM DA ARITMÉTICA
Neste módulo, está uma das principais novidades na BNCC e, provavelmente, um
de seus ajustes mais importantes em relação às propostas curriculares vigentes no
Brasil: a valorização do pensamento algébrico implicando a ruptura da álgebra
como uma exclusiva generalização da aritmética, caracterizada de forma recorrente
como sendo a presença de letras no lugar de números na matemática e no seu ensino.
Definição de álgebra
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São muitas as visões existentes acerca do pensamento algébrico. Uma das definições
que pode ser considerada com maior aderência ao que está presente na BNCC é dada
por Kaput e Blanton (2005). Para esses autores, o pensamento algébrico é um proces-
so composto por operações mentais que permitem a generalização das ideias mate-
máticas pertencentes a um conjunto específico de elementos e pode ser expresso de
forma argumentativa ou informativa.
Essa perspectiva está presente nas duas primeiras habilidades da unidade temática
de álgebra: (EF01MA09). Organizar e ordenar objetos familiares ou representações
por figuras, por meio de atributos, tais como cor, forma e medida e (EF01MA10)
Desrever, após o reconhecimento e a explicitação de um padrão (ou regularidade), os
elementos ausentes em sequências recursivas de números naturais, objetos ou figuras.
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Muitos dos termos presentes nessas duas habilidades e nos objetos de conhecimento
a elas relacionados parecem ser óbvios, mas não são. Os significados desses termos
são elementos-chave para que a metodologia de ensino possa atribui-los durante as
aulas. Será essa atribuição de significado um dos principais fatores que levarão os
alunos a não deixarem de gostar da Matemática no decorrer dos anos de escola-
rização, percebida de forma mais marcante no 6º ano, 8º ano e 1º do Ensino Médio.
Três perguntas que podem ser feitas para evidenciar a não obviedade dos termos
presentes nessas habilidades e objetos de conhecimento:
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O que são atributos? Medida é um atributo?
Quanto à questão, a forma pela qual os termos aparecem na BNCC pode levar à ideia
de que sejam sinônimos; no entanto, apesar de seus conceitos serem indissociáveis,
são diferentes.
PADRÃO
Quando falamos em padrão, é comum associarmos à ideia de padrão estético pre-
sente em obras de arte e tecidos, por exemplo. No entanto, há distintos padrões
quando são agrupados conjuntos de objetos, de números, de formas geométricas, de
imagens, de sons, de cores, do ritmo de batimentos cardíacos, das alturas de marés,
dos movimentos etc. Uma das habilidades matemáticas indicadas é descobrir esses
padrões.
Os padrões das regularidades são tão importantes que autores como Steen (1988)
dizem que a Matemática se tornou a ciência dos padrões, cuja teoria se constrói a
partir das relações entre os padrões e a observação. Na mesma linha, para a Mathe-
matical Sciences Education Board (1989), em termos práticos, a Matemática é uma
ciência de padrões e de ordem.
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Tipos de padrão
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REGULARIDADE
O seu ensino requer cuidados especiais, uma vez que a aprendizagem da observação, da per-
cepção da regularidade, do levantamento de conjecturas sobre os padrões e da validação dos
padrões só pode ser construída pelos alunos, e cada um ao seu tempo.
Mais uma vez, crescem de importância tarefas matemáticas que permitam a inves-
tigação matemática, a resolução de problemas e modelagem matemática. Isso por-
que os padrões podem ser construídos de diferentes maneiras. Diferentes resoluções
foram mostradas à exaustão para que se perceba a diversidade de caminhos diferen-
tes que podem ser escolhidos pelos alunos para resolver problemas de padrão. Há possi-
bilidade de criatividade. Um professor menos atento pode desconsiderar uma dessas respos-
tas por entender que a dele seja a mais fácil.
Para que tais práticas não ocorram é de fundamental importância que o professor
imagine, a priori, as possíveis respostas e caminhos de resolução diferentes, para que possa
reconhecê-las, interpretá-las e, somente depois disso, fazer as intervenções pedagógicas ne-
cessárias para que seus alunos sigam no processo de aprendizagem.
Este cuidado didático é importante porque até mesmo para a criação de significado de con-
junto-números pelas crianças é fundamental construir esse padrão. Se o professor, ao
apresentar a tarefa, já disser que o padrão “é somar um”, ele estará tirando o direito de o
aluno aprender e haverá consequências posteriores.
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Analisemos agora, a temática da terceira pergunta.
O que é igualdade?
IGUALDADE
Um elemento importante é a ampliação do conceito de igualdade. Assim como
as operações, a igualdade tem diferentes sentido
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Reconhecendo bem a importância da construção dos padrões e dos diferentes
significados da igualdade, boa parte das dificuldades de aprendizagem matemática
são evitadas, como pode ser percebido na relação das habilidades descritas na
Unidade Temática de Álgebra até o 5º ano.
Didaticamente, a exploração dos padrões deve ser iniciada pela contagem, seguida
de sequências e ser finalizada com a resolução de problemas. Em um dos docu-
mentos publicados pelo National Council of Teachers of Mathematics (NCTM),
é enfatizada a relevância do trabalho com os padrões com cuidado para:
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Generalizar padrões
Continuar e relacionar Compreender o conceito
através do uso de palavras
padrões. de função.
ou variáveis.
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RECAPITULANDO
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SAIBA MAIS
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VAN DE WALLE, John A. Matemática no ensino
fundamental. Porto Alegre: Artmed Editora, 2009.
Simulador digital para aplicações em sala de aula:
Phet Intective Simulation. University of Colorado
Bouder.
Em: https://phet.colorado.edu/pt_BR/simulations/category/math
Acesso em: 6 jun. 2019.
Filmes:
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REFERÊNCIAS
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KAPUT, J. , BLANTON, M. Characterizing a classroom
practice that promotes algebraic reasoning. Journal
for Research in Mathematics Education, Boston,
v. 36, n. 5, p. 412-446, 2005.
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A BNCC DE MATEMÁTICA PARA OS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
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