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Depto.

Engenharia Química e Engenharia de Alimentos – EQA

EQA 5313 - Operações Unitárias de Transferência de


Quantidade de Movimento

AULA 11 – Escoamento em leitos porosos


Profa. Dra. Patrícia Poletto
Prof. Dr. Acácio Antonio F. Zielinski
AULA 11 – Escoamento em leitos porosos

Aplicações
Destilação
Absorção
Adsorção
Reações bioquímicas
Troca iônica
Secagem

Leito Fixo: sólido em repouso.

Fluidização: movimento aleatório das partículas.


AULA 11 – Escoamento em meios porosos

Aplicações (Colunas de recheios)


Características necessárias aos recheios:
• Ser quimicamente inerte ou quimicamente
adequado (dependendo da aplicação);

• Ser resistente;

• Proporcionar uma passagem adequada do


fluido sem excessiva perda de carga;

• Proporcionar um contato efetivo;

• Custo razoável.
AULA 11 – Escoamento em meios porosos

Volume =
total do
leito

Leito Conjunto de partículas Volume total Volume total


particulado de vazios de sólidos
Volume = soma dos
volumes unitários
AULA 11 – Escoamento em meios porosos

Fluxo através do leito de partículas: Volume vazio V total- V sólidos


e= =
s = densidade da partícula sólida Volume totaldoleito V total
f = densidade do fluido
rleito
ou e = 1-
Vazio Sólido r partícula
Fração
ε (1- e )
mpartículas
Volume
e (VT ) rleito =
(1- e )(VT ) Vtotal
e (VT )rf (1- e )(VT )rs
Massa
m  V  VT =volume total do leito =
p 2
dL
4
AULA 11 – Escoamento em meios porosos

LEITO FIXO Objetivo: Promover o contato entre as fases envolvidas no processo

P2 Quais são as variáveis que atuam no escoamento de um fluido newtoniano em


um leito de partículas sólidas rígidas?

Velocidade do fluido varia com a pressão aplicada, a distância percorrida (altura


do leito), a viscosidade e a densidade do fluido, o diâmetro das partículas e sua
esfericidade, e a porosidade do leito.

P1 (P)
v canal  f ( , ,  , Dp ,  p ,  )
tortuoso L
AULA 11 – Escoamento em meios porosos

Vazão
q= v=
Área
AULA 11 – Escoamento em meios porosos

Considerações:
• Fluido Newtoniano
• As partículas se distribuem de forma
homogênea, o que permite a formação de
canais de escoamento contínuos,
uniformes e em paralelo

Regime de escoamento em leitos:


 Laminar quando Re < 10
 Turbulento quando Re > 1000
AULA 11 – Escoamento em meios porosos

Equação geral de Ergun descreve a queda de pressão de um fluido


deslocando-se em um leito poroso fixo independente do regime de escoamento

( ) ( )
2
150m f v0 L 1- e 1,75r f v02 L 1- e
DP = +
D 2
eq
e 3
Deq e3

𝐷𝑒𝑞 = Ø·𝐷𝑝 = Ø·𝐷𝑒𝑠𝑓𝑒𝑟𝑎


Ø = esfericidade
Exemplo 1 - Um leito cilíndrico é constituído de partículas com esfericidade igual a 0,7 e Dp = 0,2007 cm e altura de
6,0 ft. Considerando que a água escoa a uma vazão de 1261,8 cm3/s.ft3 de leito, calcule a queda de pressão (∆P)
através do leito por meio da equação de Ergun. Dados: ρ = 1 g/cm3; µ = 1 cP, ε = 0,38.

Dados: Equações Equação de Ergun


Ø = 0,7
Q  v A 150  f v0 L 1   2 1,75  f v02 L 1   
Dp = 0,2007 cm P   Deq = F× Dp
L = 6 ft V  A L Deq2 3 Deq 3
Q = 1261,8 cm3/s.ft3
ρ = 1 g/cm3
μ = 1 cP
ε = 0,38 v0 = 8,15 m/s

ΔP = 2248 kPa
Leito de partículas

L
Exemplo 2 -

Dados:
v = 0,7 m/s Umidade (g/g) Dp (mm) ε Re Deq (m) ΔP (Pa)
ρ = 1,095 kg/m3 0,493 5,034 0,357
μ = 2,025 x 10-5 Pa.s 0,408 4,967 0,366
L = 20 cm 0,295 4,922 0,372
Ø = 0,76 0,211 4,894 0,374

Po = Q× DP
Umidade
(g/g) Dp (mm) Dp (m) Deq (m) Re ε ΔP (Pa)
0,493 5,034 0,005034 0,00383 190,5 0,357 957,7
0,408 4,967 0,004967 0,00377 188,0 0,366 888,0
0,295 4,922 0,004922 0,00374 186,3 0,372 845,2
0,211 4,894 0,004894 0,00372 185,2 0,374 834,4

Dados: Valores correspondente a regime de transição


v = 0,7 m/s Equações
ρ = 1,095 kg/m3
μ = 2,025 x 10-5 Pa.s  vd Po = Q× DP
Re 
p

L = 20 cm 
Ø = 0,76 1) A Po vai ser calculada levando em
Equação de Ergun consideração a maior perda de carga no
secador.
Bandeja do secador 150  f v0 L 1   2 1,75  f v02 L 1    2) Adicionar 20% a essa perda como margem
P  
Deq2
 3
Deq 3 de segurança
Deq = F× Dp

70 cm
Q  v A
Po = 0,7 ´ 0,7 ´ 0,8 ´1,2 ´ 958
Po = 450 W
AULA 11 – Escoamento em meio porosos
A FLUIDIZAÇÃO ocorre quando um fluido escoa de maneira
Fluidização ascendente através de um leito de partículas e adquire velocidade
suficiente para manter as partículas em suspensão, sem que sejam
arrastadas junto com o fluido.

L2
2

L1
1

Sem fluxo Com fluxo

https://www.youtube.com/watch?v=9GN2R8nglWc
https://www.youtube.com/watch?v=zU9J30OKp3E
AULA 11 – Escoamento em meio porosos
- Secagem
Fluidização - Mistura
- Revestimento de partículas
- Aglomeração de pós
- Aquecimento e resfriamento de sólidos
- Congelamento
- Torrefação de café https://jbtprotein.blog/2019/03/29/flofreeze-the-
- Pirólise classic-solution-that-keeps-innovating/
https://www.youtube.com/watch?v=QYFe0SAbvH0

Vantagens da Fluidização:
Assegura um contato global fluido-sólido; Desvantagens da Fluidização:
Minimiza variações de temperatura, umidade, etc. no leito;
A área superficial das partículas sólidas fica completamente Perda de carga maior que num leito fixo;
disponível para transferência de calor e de massa. Quebra de partículas.
AULA 11 – Escoamento em meio porosos
Etapas da Fluidização
OA: Aumento da velocidade e da queda de
pressão do fluido;
AB: O leito está iniciando a fluidização;
BC: Com o aumento da velocidade, há uma
queda leve da pressão devido à mudança vmf = velocidade Leito fluidizado
repentina da porosidade do leito; mínima de
fluidização
CD: A perda de pressão torna-se quase
Leito fixo
constante, mesmo com o aumento da
velocidade
D∞: Após o ponto D, as partículas começam
a ser carregadas pelo fluido e perde-se a
funcionalidade do sistema.
AULA 11 – Escoamento em meio porosos
Comprimento do leito quando
Fluidização aumenta vS

Baixa velocidade A altura (L) é constante até que se


O fluido não possui uma atinge o estado de fluidização
força de arraste suficiente depois começa a crescer.
para se sobrepor a força da
gravidade e fazer com que
as partículas se
movimentem: Leito fixo.

Alta velocidade
Se o fluido tem alta força P e o aumento da velocidade
cinética, as forças de arraste superficial vS
e empuxo superam a da
gravidade e o leito se Enquanto se estabelece a fluidização o P
cresce, depois se mantém constante.
expande e se movimenta:
Leito fluidizado.
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Altura do Leito
Quando inicia-se a fluidização, há um aumento da porosidade
e da altura do leito, mas a perda de carga é constante.
Portanto, a seguinte relação de igualdade é dada para duas
condições de vazão diferentes :

L2
2
volume de sólidos volume de sólidos
no leito fixo no leito fluidizado
L1
1

Sem fluxo Com fluxo


AULA 11 – Escoamento em meio porosos

Velocidade mínima de fluidização


O leito somente fluidizará a partir de um certo valor de velocidade do fluido ascendente. Essa
velocidade é definida como a velocidade mínima de fluidização (vmf).
Quando atinge-se vmf, a força da pressão ou arraste (Fa) e a de
empuxo (Fe) se igualam a força do peso das partículas do leito (Fg):
Fg

Fe Fa

Fa+ Fe = Fg

A estimativa da velocidade mínima de fluidização é essencial porque


representa o ponto de transição entre o leito fixo e o leito fluidizado.
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Perda de Pressão em leitos fluidizados


Fa+ Fe = Fg
Fa = DP× S

Fg
Sabe-se que: Fg = msólidosg = r p SL(1- e )g
Fe Fa Fe = mfluido deslocado g = r f SL(1- e )g

DP
= ( r p - r f )(1- emf )g
Lmf
AULA 11 – Escoamento em meio porosos

Perda de Pressão em leitos fluidizados Eq. Ergun

( ) ( )
2
DP DP 150m v 1- e 1,75r v2
1- e
= ( r p - r f )(1- emf )g = f 0
+ f 0

Lmf L 2
Deq e 3
Deq e3

( ) ( )
2
DP 150m f vmf 1- e mf 1,75r f vmf
2
1- e mf
= ( r p - r f )(1- emf )g = +
Lmf D 2
eq
e 3
mf
Deq e 3
mf

Regime Regime
laminar turbulento
NRe,mf < 10 NRe,mf > 1000
AULA 11 – Escoamento em meio porosos

Velocidade mínima de fluidização por Reynolds

Número de Arquimedes Deq3 r f ( r p - r f )g


N Ar =
m 2

1 r f × vmf × Deq
Remf = [28,7 + 0,0494N Ar ] 2 - 28,7
2
Re mf =
m
Eq. Chitester et al. (1993) define vmf para leitos fluidizados
AULA 11 – Escoamento em meio porosos

Velocidade mínima de fluidização por Reynolds


Equação deduzida a partir da multiplicação de Ergun pelo Número de Arquimedes, por onde pode-se determinar a
porosidade do leito quando Re é conhecido

Deq3 r f ( r p - r f )g
N Ar =
m2

(Re mf ) 150 æ 1- e mf
2 ö e mf
3

+ çç 2 ÷÷ Re mf - N Ar = 0
f 1,75 è f ø 1,75
Deseja-se desidratar sementes de maracujá em um secador semi-industrial de leito fluidizado de seção transversal de 70
cm x 80 cm, utilizando ar a temperatura de 50 °C (ρar = 1,095 kg/m3; µar = 2,025 x 10-5 Pa.s). A altura do leito no seu
estado fixo equivale a 20 cm e a porosidade a 0,357. As propriedades físicas das sementes de maracujá em diferentes
umidades estão apresentadas na tabela. Adote a esfericidade das sementes constante ao longo de todo o processo de
secagem e igual a 0,76. Determine a velocidade mínima de fluidização e a potência do ventilador usado no secador.

ρ partícula
Xw (kg/kg) Dp (m) Deq (m) (kg/m3) R: vmf = 1,45 m/s
Dados: 0,493 0,005034 0,00382584 1108 Po = 1380 kW
ρ = 1,095 kg/m3 0,408 0,004967 0,00377492 1114,4 (considerando 20% de
μ = 2,025 x 10-5 Pa.s 0,295 0,004922 0,00374072 1110,9 margem de segurança
Lfixo = 20 cm 0,211 0,004894 0,00371944 1092,3
εfixo = 0,357
Ø = 0,76
Passo 1: Calcular vmf usando a Eq de Chitester
Deq3 r f ( r p - r f )g
Remf = [28,7 + 0,0494N Ar ] 2 - 28,7 N Ar =
1
2
m2
Passo 2: Calcular ɛmf Passo 3: Calcular Lmf Passo 4: Calcular ∆P
(Re mf )2 150 æ 1- e mf ö e 3mf P
+ çç 2 ÷÷ Re mf - N Ar = 0  (  p   f )(1   mf ) g
f 1,75 è f ø 1,75 Lmf
Po  Q  P

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