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Aracaju
2023
DECLARAÇÃO DE CONFORMIDADE DO TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO II PARA DEPÓSITO NA COORDENAÇÃO E DEFESA NA
BANCA
Eu, Professor (a) Titulação e Nome, orientador(a) do(a) aluno(a) Mychelle dos
Santos Carvalho na pesquisa e desenvolvimento do trabalho de conclusão de curso em
sua fase de projeto, intitulado: “O mito do amor materno: idealização e o impacto na
saúde mental das mulheres”, declaro que este encontra-se apto e autorizado por mim
para depósito junto à coordenação, assim como em condições de submissão à
apreciação da banca examinadora.
_______________________________________________
ASSINATURA
TERMO DE CIÊNCIA DE PRAZO MÁXIMO PARA ENTREGA DA VERSÃO
FINAL DO PROJETO PARA ALUNOS DO 10º PERÍODO
Eu, aluno Mychelle dos Santos Carvalho, orientado pelo Professor(a) Titulação e Nome
Completo na ênfase acadêmica autora do projeto intitulado: O mito do amor materno:
idealização e o impacto na saúde mental das mulheres, até dia XXXXX, diretamente na
coordenação do curso, sob pena de ter minha nota zerada pelo não cumprimento deste
prazo. Fico ciente também, que em caso de dúvida, devo procurar esta mesma
coordenação para conhecer o dia da solenidade acima referida.
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ASSINATURA
MYCHELLE DOS SANTOS CARVALHO
Aracaju
2023
MYCHELLE DOS SANTOS CARVALHO
APROVADO EM XX/YY/ZZZZ
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AVALIADOR: Professor Título Nome Completo – Instituição onde obteve maior título
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AVALIADOR: Professor Título Nome Completo – Instituição onde obteve maior título
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ORIENTADOR: Professor Título Nome Completo – Instituição onde obteve maior
título
Dedicatória (opcional)
AGRADECIMENTOS
O autor ou A autora
SUMÁRIO
Introdução......................................................................................................................00
1- Referencial Teórico............................................................................................00
1.1 –...............................00
1.2 –................................00
1.3 –......................................................................................00
2- Objetivos............................................................................................................00
0.0 Geral............................................................................................................00
0.0 - Específicos.................................................................................................00
0 - Metodologia...............................................................................................................00
0.0 - Público-Alvo................................................................................................00
0.0 - Local............................................................................................................00
0.0 – Estrutura......................................................................................................00
0.0 – Procedimentos.............................................................................................00
0 – Referências................................................................................................................00
0 – Anexos.......................................................................................................................00
0 – Apêndices..................................................................................................................00
RESUMO
A pauta sobre maternidade é um assunto que todas as mulheres em algum momento da
vida serão questionadas ou obrigadas a refletir, tanto a mulher que tem o desejo de viver
a maternidade, quanto a que não quer maternar. Essa reflexão acontece prioritariamente,
em razão da maternidade ser imposta como parte da essência e identidade da mulher.
Um dos estigmas criado em cima da mulher é de que elas nasceram para o coletivo, com
valores e projetos de vida pautadas em ser mãe e dona de casa. Ou seja, à mulher é
pautado ideias de cuidado para com o outro e pouco para si mesmo. Logo, faz-se
necessário conhecer e compreender os principais conceitos relacionados ao mito do
amor materno, suas idealizações e o impacto que pode causar na saúde mental da
mulher, que foram se construindo ao longo da história para, então, argumentar sobre os
estereotípicos de gênero que atravessam o feminino e alimentam os discursos da
idealização na maternidade. Ademais, o presente trabalho procura discutir e refletir
sobre os impactos que o mito do amor materno pode causar na saúde mental da mulher.
A proposta metodológica deste trabalho é uma pesquisa qualitativa, que apresentará um
estudo do uso e coleta de material empírico. Refere-se à uma pesquisa de caráter
exploratório, onde aplicará como método para coleta de dados, entrevistas
semiestruturadas, que serão realizadas de forma presencial ou remota, a depender da
disponibilidade do entrevistador e da entrevistada, e seguirá como critério de inclusão:
mulheres na faixa etária a partir dos 20 anos, esse critério foi levando em consideração o
biológico, pois é um período considerado mais propício para a gravidez, por isso, pode
existir uma pressão social para a mulher engravidar, visto que, é quando as funções
hormonais das mulheres favorecem à gestação, mulheres mães e não mães e ser
residente no estado de Sergipe. As mulheres serão selecionadas a partir de indicação ou
conveniência em participar do estudo. Utilizará como caminho técnico-analítico a
análise de conteúdo para tratamento do material, o qual percorrerá as seguintes fases:
pré-analise, exploração do material e fase do tratamento de resultados. Além disso, cabe
destacar, que será realizada o procedimento ético de submissão do presente projeto de
pesquisa ao comitê de ética, para autorização de realização da pesquisa que pretende
trabalhar com sujeitos. A pesquisa se fundamenta na importância de promover uma
discussão e reflexão a respeito do mito do amor materno, que muitas vezes se
transforma em uma fonte de culpabilidade para as mulheres, contribuindo para a
hesitação em adotar a maternidade. Esse dilema surge quando as mulheres se deparam
com uma realidade que, com frequência, não condiz com a idealização previamente
concebida. Além disso, a pesquisa também se justifica em função do temor de não estar
à altura das expectativas sociais ligadas ao papel materno.
1
Amor materno como inerente a toda e qualquer mulher, um sentimento que deve estar presente desde a
descoberta da gestação. BADINTER (1985)
uma vez que foram ensinadas desde cedo que esse seria o caminho natural de todas as
mulheres (Orsolin, 2002 apud Fidelis, 2013).
Monteiro e Andrade (2017) afirmam que quando a mulher não faz o discurso
romantizado acerca da maternidade que a sociedade espera ou impõe a ela, muitas vezes
ela é taxada como insensível, por não se comportar da maneira esperada e padronizada
pela sociedade. Rompendo com a lógica do amor materno ela pode ser vista como
egoísta e desprovida de amor.
Segundo Oliveira (2007 apud César, 2019) - inúmeros discursos sociais foram
constituindo e reforçando o papel da mulher como mãe ao longo da história feminina na
sociedade moderna. Nesse sentido, verifica-se que a maternidade ainda se mantém
aprisionada à ideologia do patriarcado, onde qualifica as mulheres como necessárias
para a perpetuação da raça humana, pois qualquer que seja suas fraquezas, as mulheres
possuiriam uma virtude que anularia todas elas: podem possuir útero e ter a
possibilidade de dar à luz.
É preciso destacar que o amor materno foi por tanto tempo concebido em
termos de instinto, pois se acreditaria que tal comportamento e desejo fossem parte da
natureza da mulher, seja qual for o tempo. Diante dessa perspectiva, havia e talvez ainda
haja a crença que toda mulher, ao se tornar mãe, encontra em si mesma, quase como
mágica, todas as respostas e objetivos da sua condição humana. No entanto, o perigo de
transtornos mentais serem ocasionados no processo da maternidade são significativos,
pois, a partir do momento que uma mulher se torna mãe, ela pode abdicar da sua vida
pessoal, social, trabalho etc., para se dedicar totalmente ao seu filho, acarretando uma
sobrecarga que a impossibilita de ter uma vida leve e tranquila. Essa abdicação é uma
das perspectivas do imaginário social: a mulher suspende os seus outros papeis sociais
para servir apenas a um só, o de mãe (Poles et al., 2018).
2
BADINTER, Elisabeth. Um amor conquistado: o mito do amor materno. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 1985.
para o ideal mundano da época do século XVIII, como relata (Ariès, 1978 apub
Penteado, 2012).
Além disto, havia uma alta taxa de mortalidade infantil e, assim, a indiferença
era tida como um comportamento de proteção que a mãe desenvolvia frente a possível
perda de seu filho. No entanto, posteriormente acabou-se concluindo que esta alta
mortalidade estava justamente relacionada a este desinteresse dos pais e, essencialmente
da mãe pela criança (Azevedo, 2017).
Para (Poster, 1979 apub Resende, 2017) foi a partir de meados do século XIX
que floresce uma abundante literatura sobre a importância da conservação das crianças
para o fortalecimento das famílias. Nele, os filhos foram reavaliados tornando seres
importantes para os pais.
Isto posto, a nova ordem econômica que passa a vigorar com ascensão da
burguesia como classe social, e impunha como imperativo a sobrevivência da criança,
vista como futura mão de obra produtiva para o Estado (Resende, 2017).
Dessa forma, Federici (2017), afirma que as mulheres eram vistas como
“necessárias para produzir o crescimento da raça humana”. Pois, possuem o aparato
biológico e eram retratadas como seres passivos, mais obedientes e morais, capazes de
exercer uma influência positiva.
Segundo Azevedo (2017), foi assim imposto à mulher a obrigação de ser mãe,
agregando o mito do instinto materno, amor espontâneo e incondicional da mãe pelo
filho. A maternagem e os cuidados maternos então se tornaram considerados
fundamentais para o desenvolvimento e sobrevivência infantil.
Por tudo isto, (Poster, 1979 apub Resende, 2017) observa que nesse momento
o amor materno foi considerado natural as mulheres, que passaram a ter de não só zelar
pela sobrevivência dos filhos, mas ter que treiná-los para um lugar responsável na
sociedade, uma vez que já se iniciava o cuidado com a educação institucional. Estrutura
familiar burguesa, que se distribuiu como dominante na sociedade capitalista, e
permanece essencialmente inalterada hodiernamente.
Por motivos diversos (culturais, sociais e históricos), ser mãe tornou-se algo
compulsório, de modo que muitas mulheres se sentem culpadas por não desejarem um
filho ou por, mesmo desejando, terem dúvidas e medos com relação a serem mães
(Marques, 2022).
Pois, para Correia (2022) a idealização da maternidade 3não prepara a mulher
para as mudanças que ocorrem durante o período gravídico ou para o que de fato é criar
um filho. Logo, esse papel imposto de perfil materno perfeito, faz com que muitas
mulheres sofram um processo de culpabilização, caso não consigam alcançar as
expectativas criadas.
Vale ainda ressaltar, que essa imagem idealizada sobre a maternidade dificulta
a forma como as mulheres vão agir, pensar e perceber as prováveis ambivalências que o
momento proporciona (Carvalho et al., 2018).
Segundo a autora Halasi (2018), “a maternidade da culpa é vivida em cada
etapa da decisão, seja enquanto uma escolha, enquanto uma questão financeira,
enquanto um parto, uma amamentação, uma doação possível, enfim, enquanto espaços
que podem ou não ser abertos. ” (P. 51).
3
A idealização da maternidade não considera as experiências individuais, promovendo um discurso social
que ignora os desafios reais enfrentados no processo de tornar-se mãe (Gomes, 2022).
Nesse sentido, quando a mulher não alcança esse ideal de maternidade acaba
por ser estigmatizada, e pode padecer e sofrer psiquicamente pela tentativa de
corresponder a esse ideal (Tourinho, 2006).
Para Lopes et. al., 2014 “esse contexto ideológico pode ser o
propulsor para [...] inseguranças e receios perante a maternidade” (p.
296). Já que “ter um filho em uma sociedade em que cada um é
responsável por si próprio e na qual se almeja uma estabilidade
inatingível é um contexto propício para a produção de inseguranças,
medos e ambivalências” (p. 296).
No entanto, segundo Zanata et al. (2017), assim como a primeira menstruação
e a perda da virgindade, a maternidade é um acontecimento marcante e único na vida da
mulher, cheio de sentimentos e expectativas. Deste modo, cada mulher vivencia esses
eventos de forma única, construindo assim a sua trajetória.
Além disso, Badinter (2011) fala que o desejo de ter filhos não é nem
constante, nem universal. Algumas os querem, outras não os querem mais, outras,
enfim, nunca o quiseram. Já que existe escolha, existe diversidade de opiniões, e não é
mais possível falar de instinto, ou de desejo universal.
Primeiro, qualquer pessoa que não a mãe (o pai, a ama, etc.) pode "maternar"
uma criança. Segundo, não é só o amor que leva a mulher a cumprir seus "deveres
maternais". A moral, os valores sociais, ou religiosos, podem ser incitadores tão
poderosos quanto o desejo da mãe (Badinter, 1985, p. 17).
Além disso, com o avanço das tecnologias reprodutivas e as novas
configurações familiares, observa-se o desenvolvimento de novas possibilidades de
maternidade e maternagem questionando os vínculos biológicos e os papéis de gênero
nos cuidados ao filho. Como os casais homo afetivos que desafiam as noções
tradicionais de maternidade, demonstrando que a capacidade de criar e nutrir uma
criança não é exclusiva de pais heterossexuais (Silva, 2014).
Para Roudinesco (2003 apub Silvia, 2014) essas novas configurações do
maternar questionam as funções paternas e maternas, antes rigidamente demarcadas, e
apontam para uma forma mais flexível e afetuosa de relacionamento.
Ademais, a autora Badinter (1985) defende que o amor materno não é um
sentimento universal, igual em todas as mulheres, e sim um sentimento que se adquire,
como qualquer outro. O amor materno é apenas um sentimento humano. E como todo
sentimento, é incerto e imperfeito.
Diante disso, afirma-se que assim como a maternidade perfeita, o amor
materno é resultado de uma construção social. De modo que de acordo com o desejo
subjetivo de cada mulher vai existir diferentes maneiras de demonstrar e vivenciar o
amor materno.
4
A referência de uma canção feminista italiana de 1971, “Aborto di Stato” [Aborto de Estado].
Assim, para Osman (2021) a redução do trabalho feminino ao trabalho
doméstico ensejou o próprio surgimento da "mulher “na medida em que o lar se tornou
o seu “lugar” onde as relações sociais cercadas se constituíram.
Para Silva (2019) na sociedade as mulheres são rotuladas por estereótipos
construídos ao longo da história, onde a mulher é definida como uma reprodutora, sem
opções de escolha e sem voz, e dessa forma quando elas optam por não ter filhos, se
desviam de um padrão cultural normatizado pela sociedade que define a maternidade
como um ciclo a ser vivenciado por todas as mulheres.
3. Objetivos
4. Metodologia
O projeto metodológico é uma pesquisa qualitativa, por apresentar de forma
subjetiva a compreensão do fenômeno que será apresentado. Ademais, refere-se à uma
pesquisa de caráter exploratório. Para Godoy (1995) segundo esta perspectiva, um
fenômeno pode ser melhor compreendido no contexto em que ocorre e do qual é parte,
devendo ser analisado numa perspectiva integrada. Para tal finalidade, o pesquisador vai
a campo buscando captar o fenômeno em estudo a partir da perspectiva dos próprios
sujeitos que participam da situação, para que se entenda a dinâmica do fenômeno. Sem
se preocupar com representatividade numérica, generalizações estatísticas e relações
lineares de causa e efeito.
Após a coleta do material, será como técnica para condução dos dados a análise
de conteúdo de Bardin (2004). Para Guerra (2014) a análise de conteúdo é uma técnica
de tratamento de dados coletados, que visa à interpretação de material de caráter
qualitativo, assegurando uma descrição objetiva, sistemática e com a riqueza manifesta
no momento da coleta dos mesmos. Dessa forma, logo depois do processo de entrevista
será produzida uma análise dos conteúdos, descritos pelos participantes da pesquisa, de
acordo com os critérios. Essa análise tem como objetivo extrair as informações úteis a
partir do conteúdo encontrado durante o processo de entrevista.
Posto isso, esta pesquisa tem como base um enfoque qualitativo de natureza
exploratória. O método adotado para a coleta de dados consiste em entrevistas
semiestruturadas. O tratamento e análise dos dados serão conduzidos por meio da
abordagem de análise de conteúdo. Ademais, as participantes terão sua participação
condicionada à assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). As
identidades dos participantes serão preservadas e é assegurado o direito de desistência
do participante sem nenhum tipo de ônus para o mesmo em qualquer momento da
pesquisa. Importante ressaltar que, dado o envolvimento de seres humanos no estudo,
seguiremos procedimentos éticos rigorosos, incluindo a submissão deste projeto ao
comitê de ética e resoluções científicas necessárias, nas quais abrangem as regras e
determinações de pesquisa com seres humanos, após obter a devida autorização será
conduzida as entrevistas com as participantes.
Referências
ARIÈS, P. (1978). História social da criança e da família. Rio de Janeiro: Guanabara.