Você está na página 1de 17

Soluções unidade 4 sentidos

português 11 ano
Português (Gramática - Literatura)
16 pag.

Document shared on https://www.docsity.com/pt/solucoes-unidade-4-sentidos-portugues-11-ano/7815281/


Downloaded by: beatriz-pereira-aluno (aluno18319@damiaodegoes.pt)
Sentidos 11, Unidade 4 – Eça de Queirós, Os Maias Cenários de Resposta

Páginas Domínio / texto Cenário de Resposta

236 Expressão Oral • Póvoa de Varzim − nasceu a 25 de novembro de 1845.


• Coimbra – matriculou-se na Universidade de Coimbra, em 1861, onde estudou Direito.
• Évora – fundou e dirigiu, em 1867, o jornal Distrito de Évora.
• Egito – viajou ao Oriente, entre 1869 e 1870. No Egito, assistiu à inauguração do canal de Suez.
• Havana, Newcastle, Bristol (1872, 1874, 1876) – exerceu atividade diplomática.
• Paris – desempenhou, em 1888, a atividade de cônsul.
• "Vencidos da Vida" − nome por que ficou conhecido um grupo informal formado por personalidades intelectuais de maior relevo da vida cultural portuguesa
das últimas três décadas do século XIX, com fortes ligações à chamada Geração de 70.
• Paris – morreu em 1900.

237 Compreensão 1.1.


do Oral
a. Criação em 9/9/1990 − promoção da vida e obra de Eça em termos nacionais e internacionais, servindo-se, para isso, do espólio do autor que está reunido
num espaço museológico.
b. Tormes serviu de inspiração para A cidade e as serras – é o cenário real e ficcional da obra e alberga todos os objetos e móveis, livros, escritos e outros
documentos oriundos da casa de Paris.
c. Organização, em Portugal e no estrangeiro, de cursos, seminários, palestras, conferências para estudantes nacionais e/ou estrangeiros; cedência de
exposições itinerantes a escolas ou a outras entidades, para divulgação da vida e obra de Eça.
d. Outras atividades, cujo objetivo é angariar fundos que suportem a atividade cultural: atividades de turismo e produção vitivinícola; produção e
engarrafamento de uma marca de vinho – Tormes – e de um espumante – Fundação Eça de Queiroz; turismo rural (duas casas) e (à data do documento
vídeo) projeto de um restaurante.
e. Atividade desenvolvida pela Fundação e que consiste na confeção de pratos típicos referidos/descritos na obra queirosiana, nomeadamente a “canja de
galinha” e o “arroz de favas” degustados pelas personagens de A cidade e as serras.
f. Na sala de entrada, encontra-se a mesa onde o escritor comia e o cadeirão de Jacinto descrito em A cidade e as serras. Na biblioteca, pode-se observar a
secretária onde escrevia, de pé, (à medida que ia escrevendo, atirava as folhas para o chão, sem as numerar, e a sua filha D. Maria recolhia-as e reconstruía
as histórias). Na sala museu, encontra-se o espólio que veio de Paris e, ainda, uma veste oriental de mandarim, oferecida a Eça pelo conde de Arnoso. Na sala
de estar, destaca-se uma vitrina, onde se expõem todos os objetos pessoais de Eça e da sua mulher, incluindo a cruz da Legião de Honra francesa e uma
masseira oferecida por Ramalho Ortigão, como presente de casamento. Na sala de jantar e no quarto podem ser observados móveis vindos de Paris. Na
cozinha, destaca-se uma lareira fora do comum, uma vez que apresenta uma janela para o exterior. Finalmente, visitam-se a capela e um antigo lagar, onde
outrora se fazia vinho.

Document shared on https://www.docsity.com/pt/solucoes-unidade-4-sentidos-portugues-11-ano/7815281/


Downloaded by: beatriz-pereira-aluno (aluno18319@damiaodegoes.pt)
Sentidos 11, Unidade 4 – Eça de Queirós, Os Maias Cenários de Resposta

2.1
a. 1888
b. atualidade
c. tipos sociais
d. 100 anos
e. psicologia lusitana
f. sobreviverem até à atualidade
g. conselheiro Acácio
h. a sobrevida das personagens
i. grande sentido de humor
j. aspetos caricatos
k. alguns dissabores
l. as instituições instaladas
m. Woody Allen.
2.2 A atenção prestada à realidade e o modo irónico e caricatural como a retratam.

238 Leitura 1. A fotografia, a seleção dos atores que deram vida às diversas personagens e o argumento, isto é, a adaptação do romance ao texto cinematográfico.
2. O risco decorre do conhecimento generalizado que as pessoas têm da obra, o que pode desencadear críticas mais acutilantes caso haja, por exemplo,
deturpação do conteúdo ou da intenção do autor.
3. O problema orçamental que impediu a reconstituição de ambientes exteriores foi resolvido pelo recurso à pintura. Tal facto, na opinião de Daniel Oliveira,
enriqueceu o filme e conferiu-lhe uma dimensão teatral, o que evita comparações entre o filme e o livro.
4. O essencial da obra não é a história amorosa de Carlos e de Maria Eduarda, mas sim uma reflexão sobre hábitos, costumes e comportamentos do povo luso.
Essa dimensão foi preservada, uma vez que se afirma no texto que o país se vê ao espelho e se ouve a “dizer sempre as mesmas coisas” (ll. 29-30).
5.
Identificação do objeto – “João Botelho fez mesmo a adaptação de Os Maias.” (l. 4)
Comentário crítico – “Eu já vi e gostei muitíssimo” (l. 4); adaptação irrepreensível, beleza das pinturas que representam os espaços exteriores e os
ambientes.

239 Informar 1. O título justifica-se por se tratar da história de uma família – a família Maia –, destacando-se a relação incestuosa de Carlos da Maia com a sua irmã Maria
Eduarda, embora, inicialmente, ambos desconhecessem essa ligação familiar.
2. A inserção na obra de um conjunto de episódios, referidos no subtítulo – “Episódios da vida romântica”–, tinha como objetivo satirizar a vida social, política e
literária de Portugal (Lisboa), do final do século XIX.

Document shared on https://www.docsity.com/pt/solucoes-unidade-4-sentidos-portugues-11-ano/7815281/


Downloaded by: beatriz-pereira-aluno (aluno18319@damiaodegoes.pt)
Sentidos 11, Unidade 4 – Eça de Queirós, Os Maias Cenários de Resposta

3. A estrutura da obra é composta por duas intrigas:


• a secundária – versando os amores de Pedro da Maia e Maria Monforte;
• a principal – os amores de Carlos e Maria, que se desenvolve em paralelo com a crónica de costumes, embora esta vá perdendo destaque à medida que se
adensa a tragicidade da intriga.

1.
240-241 Informar a. 1875
b. Ramalhete
c. liberais
d. pai
e. educação
f. Maria Eduarda Runa
g. Maria Monforte
h. Maria Eduarda e de Carlos Eduardo
i. Traição e fuga
j. Suicídio
k. Educação moderna
l. consultório
m. condessa de Gouvarinho
n. Relacionamento amoroso
o. atualidade nacional
p. Maria Eduarda
q. pela senhora
r. é expulso
s. desafiar em duelo
t. provincianismo
u. as primeiras afinidades
v. burguesia e a aristocracia
w. corrupção
x. Ega
y. Afonso da Maia
z. decrepitude do espaço

242-243 Educação Literária 1. Maria era uma mulher muito bela, embora vestisse de forma extravagante; usava os cabelos louros presos em duas tranças; merecem também destaque do
narrador as suas “formas de estátua” e o tom de marfim da pele. Uma outra caracterização de Maria é feita a partir do olhar de Afonso da Maia e de
Pedro e Maria
Sequeira, sobressaindo “a sua face, grave e pura como um mármore grego […] iluminada pelos olhos de um azul sombrio, entre aqueles tons rosados.”
Monforte (I)
(ll. 39-41)
1.1 As sensações visuais alertam para a sua beleza física; no entanto, o seu ar de estátua de “mármore grego”, ao mesmo tempo que desperta sensações
visuais, remete também para uma certa rigidez de postura para chamar a atenção.

Document shared on https://www.docsity.com/pt/solucoes-unidade-4-sentidos-portugues-11-ano/7815281/


Downloaded by: beatriz-pereira-aluno (aluno18319@damiaodegoes.pt)
Sentidos 11, Unidade 4 – Eça de Queirós, Os Maias Cenários de Resposta

1.2 A comparação e a metáfora: “se vestia ‘como uma cómica’” e “o ouro dos cabelos”. Em ambos os casos pretende-se realçar as características de Maria – no
primeiro, o modo diferente e peculiar de se vestir, que contrastava com o conservadorismo da sociedade feminina lisboeta (contudo, o sentido de “cómica”
constitui uma designação pejorativa para “atriz”); no segundo, o tom amarelo-dourado dos cabelos.
2.1 A utilização expressiva do verbo é uma das características do estilo queirosiano. Neste caso o verbo “berrar” pretende destacar o modo como a notícia foi
espalhada, sem cautela, sem discrição, evidenciando o caráter espalhafatoso de Alencar.
3. Pedro tem um comportamento quase obsessivo. Escreve a Maria longas cartas, duas vezes ao dia, o que quase o afasta dos amigos, e “planta-se” diante da
sua janela, de forma ostensiva.
4. A preocupação, o desgosto e a desaprovação são visíveis no comportamento de Afonso. Parece que antevê uma fatalidade: “aquela sombrinha escarlate […]
parecia envolvê-lo todo − como uma larga mancha de sangue” (ll. 44-46).
5. O comportamento voluntarioso e caprichoso de Maria é visível quando o narrador diz “Mas um dia, em Roma, Maria sentiu o apetite de Paris.” (ll. 55-56)
Contudo, o ambiente parisiense, ainda muito agitado em termos político-sociais, não agradou a Maria, que achava a cidade muito triste. Ainda assim,
idealizou a decoração de sua casa, onde permaneceram até à primavera.
6. “toilettes” − empréstimo; “gravemente” – derivada por sufixação.
7. “Pedro”.

244 Educação Literária 1. Após o regresso da viagem pela Europa com Maria Monforte, Pedro da Maia dirige-se a Benfica, com a intenção de visitar Afonso; no entanto, este havia
partido para Santa Olávia, o que agravou o afastamento existente entre ambos.
Pedro e Maria
Monforte (II) 2. Em virtude da paixão, Pedro cede a todos caprichos de Maria. Inicialmente, vai mudando de cidade e de país conforme a vontade da mulher. Já em Portugal,
Pedro sugere a Maria Monforte a reconciliação com o pai, o que ela aceita.
3. A ação passa-se na casa de Benfica, na livraria sombria. Neste ambiente de luxo, mas também de dor, o tempo parece ter-se revestido de características
negativas, evidenciadas, desde logo, pelo período do dia retratado, a noite, que traduz a mágoa das personagens aqui destacadas. Estava uma noite brava e
agitada “vergastadas de água contra as vidraças, trazidas numa rajada […] num clamor teimoso” (ll. 24-25), em consonância com o estado de espírito de
Pedro.
4. Pedro, não aguentando a dor, suicida-se. Na sequência desta tragédia, Afonso fecha a casa de Benfica e parte para Santa Olávia, no Douro, onde o seu neto
crescerá.

245 Educação Literária 1. A ação passa-se no mês de abril, na Quinta de Santa Olávia, onde vivem, desde a morte de Pedro, Afonso e o seu neto, Carlos da Maia.
2. O ambiente atual, que se percebe através das afirmações e ações das personagens, traduz felicidade e alegria. Ao contrário, em Lisboa, na casa de Benfica,
Quinta de Santa
Olávia Afonso vivia amargurado e solitário, afastado de Pedro e da família – Maria Monforte, Maria Eduarda e Carlos.
3. Vilaça afirma que ambos se parecem fisicamente: os olhos negros, o cabelo encaracolado. Contudo, deseja que Carlos tenha uma compleição mais forte.
4. Na descrição da sala de jantar predomina o recurso às sensações visual e tátil, “um lume […] esmorecia na fina e larga luz de abril” (ll. 21-22) e “porcelanas e
pratas resplandeciam” (l. 22). As sensações ajudam a construir a ideia da felicidade reinante no lar, através das referências à luz, tanto a que era refletida
pelas pratas como a do dia.

Document shared on https://www.docsity.com/pt/solucoes-unidade-4-sentidos-portugues-11-ano/7815281/


Downloaded by: beatriz-pereira-aluno (aluno18319@damiaodegoes.pt)
Sentidos 11, Unidade 4 – Eça de Queirós, Os Maias Cenários de Resposta

246-247 Educação Literária 1. O Ramalhete é um espaço sombrio/tristonho e pouco atrativo. Exteriormente, é austero e desprovido de grandes ornamentos, sobressaindo só umas
“estreitas varandas de ferro” (l. 5), uma “tímida fila de janelinhas” (l. 6) e um painel de azulejos ostentando um ramo de girassóis (de onde provinha o nome
O Ramalhete (I)
de Ramalhete). É também desprovido de grandes jardins, possuindo apenas um pequeno pátio abandonado onde se destacam um cedro, um cipreste, uma
cascata seca, um tanque atulhado e uma estátua de Vénus, acusando o desgaste da passagem do tempo. No interior, muito luxuoso, com tetos divididos em
painéis, os frescos que cobriam as paredes refletiam o abandono, “desmaiavam as rosas das grinaldas e as faces dos cupidinhos.” (ll. 18-19)
2. O aspeto sombrio, os elementos do jardim (cedro, cipreste, cascata seca, estátua), a alusão a uma cruz e a uma sineta, o esbatimento da decoração das
paredes interiores – são referências que apontam para a ideia de estatismo ou de morte, o que confirma a profecia de uma lenda temida por Vilaça, segundo
a qual aqueles muros “eram sempre fatais aos Maias”.
3. Destacam-se, entre outros, os nomes – “outono”, “cruz”, “sineta”, “casarão”, “ruína”, “pardieiro”, “grinaldas”, “mármore”; os adjetivos – “tristonho”,
“austero”, “sombrio”, “tímida”; os verbos – “cobrindo-se”, “enegrecendo”, “desmaiavam”. Todos remetem para a ideia de abandono, de tristeza ou de
morte.
4. A família está reduzida a Afonso da Maia e seu neto Carlos, desde o suicídio de Pedro, que ocorreu após a fuga de Maria Monforte − que levou consigo a filha
mais velha − com um italiano.
5. Trata-se de um narrador que comenta e explicita as diversas alterações, características e funcionalidades deste espaço.
6. Redução vocálica.
7. “Vilaça” (l. 56).
8. Afonso riu muito da frase, e respondeu:
− Essas razões são excelentes, mas eu desejo habitar sob tetos tradicionalmente meus; se são necessárias obras, façam-se e largamente; e enquanto a
lendas e agouros, bastará abrir de par em par as janelas e deixar entrar o sol.

248 Educação Literária 1. O primeiro excerto corresponde ao momento em que Afonso se instala no Ramalhete, na véspera da chegada do seu neto, após a viagem de fim de curso. O
segundo excerto pertence ao epílogo e narra a visita de Carlos à sua antiga casa quando veio a Portugal, dez anos depois de ter partido.
O Ramalhete (II)
2. As expressões que, no 1.o excerto, remetem para sensações visuais são: “girassóis perfilados ao pé dos degraus do terraço” (l. 12), “Vénus Citereia
parecendo agora, no seu tom claro de estátua de parque” (ll. 13-14), “quintal soalheiro”. (l.17) As seguintes expressões sugerem sensações auditivas:
“pranto de náiade doméstica, esfiado gota a gota” (l. 17) e remetem para a tranquilidade, para a graciosidade e para o aspeto campestre daquele local. No
2.o excerto, outras expressões remetem também para sensações visuais, que, no entanto, simbolizam o abandono e o desamparo do espaço. São elas:
“nudez de inverno” (l. 28), “uma ferrugem verde, de humidade, cobria os grossos membros da Vénus Citereia” (ll. 29-30).
3. O verbo envelhecer remete para a ideia de término, de fim; logo, a intencionalidade é indiciar a destruição da família e o desaparecimento dos Maias através
da imagem das árvores.
4. Estão presentes sensações visuais e auditivas em expressões como “ferrugem verde” (l. 29) e “ambos se esqueceram num silêncio” (l. 27), “corria o
prantozinho da cascata” (l. 31). Estas sensações sugerem o (lento) percurso da decadência a que a família Maia está sujeita.

1.
249 Informar a. Confirmação do gosto e da educação britânica de Carlos, o que origina a contratação de um inglês para decorar a casa.
b. Reencontro em 1887.
c. Símbolo da decadência e da dispersão (desaparecimento) da família Maia.

Document shared on https://www.docsity.com/pt/solucoes-unidade-4-sentidos-portugues-11-ano/7815281/


Downloaded by: beatriz-pereira-aluno (aluno18319@damiaodegoes.pt)
Sentidos 11, Unidade 4 – Eça de Queirós, Os Maias Cenários de Resposta

251 Gramática 1.
Aplicar a. Discurso direto –
“O próprio Carlos disse, muito sério:
− Não senhor… Ninguém há de fugir, e há de se morrer bem.”
Marcas: verbo de tipo declarativo, dois pontos, parágrafo e travessão.
Discurso indireto –
“Cohen interveio, declarou que o soldado português era valente. [...]”
Marcas: verbo de tipo declarativo, oração subordinada substantiva completiva.
Discurso indireto livre – Desde “Para que” até ao final. Mantêm-se as marcas do discurso indireto, mas há o recurso a marcas do discurso oral − as
interrogações.
b. Discurso direto –
Ex.: “− Que te parece, Ega?”. Marcas: verbos de tipo declarativo e uso de travessão.
Discurso indireto – 3.o parágrafo – “terminou por dizer que…”.
Marcas: verbo de tipo declarativo, oração subordinada substantiva completiva.
Discurso indireto livre – 5.o parágrafo. Mantêm-se as marcas do discurso indireto ao nível da pessoa, modo e tempo verbal, mas há o recurso a marcas do
discurso oral − as repetições “Sim, sim”; expressões modalizadoras – “compreendia claramente”; a suspensão frásica para traduzir a dúvida, a vacilação.
c. Discurso direto –
“− Falhámos a vida, menino!”.
Marcas: verbos de tipo declarativo e uso do travessão.
Discurso indireto – 1.o parágrafo – “perguntou […] se”.
Marcas: verbo de tipo declarativo, oração subordinada substantiva completiva.
Discurso indireto livre – 2.o parágrafo. Mantêm-se as marcas do discurso indireto ao nível da pessoa, modo e tempo verbal, mas há o recurso a marcas do
discurso oral – as exclamações e as interrogações.

252-253 Informar 1.
[A] − [5]
[B] − [4]
[C] − [1]
[D] − [2]
[E] − [3]
[F] − [8] e [10]
[G] − [9]
[H] − [6]
[I] − [7]

Document shared on https://www.docsity.com/pt/solucoes-unidade-4-sentidos-portugues-11-ano/7815281/


Downloaded by: beatriz-pereira-aluno (aluno18319@damiaodegoes.pt)
Sentidos 11, Unidade 4 – Eça de Queirós, Os Maias Cenários de Resposta

254-255 Educação Literária 1. Raquel tinha trinta anos, usava uma luneta de oiro, era alta e muito pálida. Era frágil de saúde, mas bela. Tinha cabelos pretos ondulados e ostentava um
certo ar de sedução.
Ega e Raquel Cohen
2. O diminutivo, por exemplo em “o arranjinho do Ega”, tem um valor depreciativo, irónico. É, portanto, um comentário satírico do narrador, revelador de
menosprezo por esta relação amorosa. O verbo cervejar, em “cervejando”, é também ilustrativo da criatividade queirosiana, deixando perceber o tipo de
bebida e a quantidade consumida enquanto conversavam.
3. Ega é inconstante no amor e vive-o superficialmente. Sente-se atraído por Raquel mas, simultaneamente, ostenta vaidade pelo relacionamento com uma
pessoa da alta sociedade lisboeta. Encara, portanto, o amor como um meio de afirmação pessoal e social, o que se comprova, por exemplo, na escolha dos
locais para a troca de correspondência, querendo simultaneamente ocultar e mostrar a sua relação amorosa.
4. Ega sente-se duplamente revoltado: por ter sido publicamente excluído do círculo de amigos do banqueiro e porque tinha chegado ao fim o idílio amoroso
com Raquel, o que lhe turvava o discernimento. Carlos, por seu lado, revela-se sereno e mantém o raciocínio e a clarividência.
5. A utilização destes verbos, associados ao advérbio “furiosamente”, revela a exaltação e o comportamento quase animalesco de Ega, após ter sido
descoberto o seu relacionamento com Raquel Cohen.
6. É um neologismo – o verbo “cervejar”, no gerúndio, significará “bebendo cerveja”.
7. Ega berrava sem cessar, como cevando-se na estridência da própria voz, que o queria matar!
Utilização da conjunção completiva “que”; anteposição do pronome pessoal em adjacência verbal; alteração do presente “quero” para o pretérito imperfeito
“queria”.
7.1. Gritava, bradava, …

256-257 Educação Literária 1. O narrador faz um juízo crítico e irónico das convicções românticas de Alencar, evidenciado, por exemplo, na anteposição do adjetivo “pobre” que confere
uma carga semântica subjetiva ao nome.
O jantar no Hotel
2.
Central
a. O jantar, da iniciativa de Ega, visa simultaneamente homenagear o banqueiro Cohen e apresentar Carlos da Maia à alta sociedade lisboeta.
b. O primeiro tema é a literatura, em particular o Naturalismo, e tendo Alencar o protagonismo na reação de oposição. O segundo tema é a má gestão
financeira do país, tendo como principais intervenientes o banqueiro Cohen e Ega. O último tema, política e história, decorre do segundo e parte do
radicalismo de Ega que, perante o endividamento da nação, afirma que a bancarrota poderá agitar o país. É favorável ao afastamento da classe dirigente e à
invasão espanhola, temida por Alencar, que defende a independência financeira do país numa atitude de patriotismo romântico.
3. São várias as críticas:
− a uma sociedade pouco interessada e pouco honesta intelectualmente;
− à falta de convicções (várias personagens mudam de opinião, segundo os seus interesses);
− à falta de “mobilização” da alta sociedade para mudar o estado das coisas, apesar de todos terem consciência dos problemas;
− aos conflitos de natureza literária, que opõem o Romantismo ao Realismo/ Naturalismo, vivenciados pelo autor e transpostos para as personagens.
4.
a. “– Isso é absurdo – dizia Carlos − os carateres só se podem manifestar pela ação...
– E a obra de arte – acrescentou Craft – vive apenas pela forma...” (ll.30-33)

Document shared on https://www.docsity.com/pt/solucoes-unidade-4-sentidos-portugues-11-ano/7815281/


Downloaded by: beatriz-pereira-aluno (aluno18319@damiaodegoes.pt)
Sentidos 11, Unidade 4 – Eça de Queirós, Os Maias Cenários de Resposta

b. “Mas, vendo que o Cohen dava um sorriso enfastiado e superior a estas controvérsias de literaturas, calou-se; ocupou-se só dele, quis saber que tal ele
achava aquele St. Emilion”. (ll. 36-41)
c. “Como não convinha a ninguém? Ora essa! Era justamente o que convinha a todos! […] mas também homens de grande valor!” (ll. 66-74)

258-259 Educação Literária 1. Dâmaso nutre por Carlos da Maia uma intensa admiração. Admira tudo o que ele possui, diz ou faz. Futuramente, copiará, mesmo, os gestos e os interesses
do dandy lisboeta. Por seu lado, Carlos mostra-se interessado em Dâmaso porque este poderá servir-lhe de meio para atingir o seu propósito: conhecer
Carlos e Maria Maria Eduarda.
Eduarda (I) 2. Ambas são descritas como muito belas, com cabelos loiros e uma “carnação ebúrnea”. Apresentam-se fisicamente elegantes: Maria Monforte com as suas
“formas de estátua” e Maria Eduarda como uma deusa grega caminhando no Olimpo.
3. O recurso é a sinestesia – associação de sensações, neste caso visuais e táteis –, que permite destacar a cor e a suavidade da atmosfera.
4. Embora se perceba que se trata da mesma mulher, a verdade é que a dos sonhos assume uma dimensão divinizada, que se pode ler como inalcançável.
5. Trata-se de uma descrição hiperbólica, justificada pelo facto de se basear num sonho. Por se integrar no espaço psicológico, assiste-se à representação das
emoções despertadas pela mulher. Esta tem características que, aos olhos de Carlos, a endeusavam, sendo aceitável que no sonho ela se mova “no céu” e se
assemelhe a uma deusa, o que também justifica a alusão a Juno e ao Olimpo.
6. A presença de Alencar no sonho talvez se deva às características românticas da sua poesia e ao canto do amor; o verso prenunciará um envolvimento
amoroso entre Carlos da Maia e a mulher vista no Hotel Central, como indicia o mês de "abril", conotado com a primavera.
7. Adjetivo qualificativo.
8. casaco; sapatos; saias, sobrecasaca.
9. Sujeito − “a tarde”.
Predicado − “morria”...“sobre o rio, no céu largo”.
Modificador − “Sobre o rio, no céu largo”.

260-261 Educação Literária 1. A ação decorre no hipódromo, ao fim do largo de Belém, num domingo, pelas duas da tarde.
2. Trata-se de um largo espaço verde apinhado de gente, com algumas carruagens pelo meio. Pode observar-se a tribuna real forrada de baetão vermelho e
As corridas de
cavalos duas tribunas públicas, mal acabadas, que o narrador compara a “palanques de arraial” (l. 12). Ficamos, ainda, a saber que a da esquerda se encontra vazia e
por pintar; a da direita “besuntada por fora de azul-claro” (l. 13).
2.1 Ao assemelhar as tribunas mal pregadas, uma por pintar e outra mal pintada (“besuntada”), a um palanque de arraial, podemos deduzir que se faz uma
crítica a um certo mau gosto e a um comportamento de improviso, inadequados à situação e ao acontecimento.
3. Homens
a. Os frequentadores do Grémio, das secretarias e da Casa Havanesa.
b. A maior parte apresentava-se com jaquetões claros e de chapéu-coco; outros, de sobrecasaca e binóculo a tiracolo.
c. Falavam baixo, passeavam lentamente sobre a relva; alguns olhavam “languidamente” as senhoras.

Document shared on https://www.docsity.com/pt/solucoes-unidade-4-sentidos-portugues-11-ano/7815281/


Downloaded by: beatriz-pereira-aluno (aluno18319@damiaodegoes.pt)
Sentidos 11, Unidade 4 – Eça de Queirós, Os Maias Cenários de Resposta

Mulheres
d. As senhoras que vêm no High Life dos jornais, as dos camarotes de S. Carlos, as das terças-feiras dos Gouvarinhos.
e. A maior parte tinha vestidos “sérios” de missa, algumas usavam “grandes chapéus emplumados”.
f. Comportavam-se como em dia festivo de procissão, estavam debruçadas no rebordo, “olhando vagamente, como de uma janela em dia de procissão”
(l. 28).
4.
a. Hipálage – “vestidos sérios de missa” (l. 30).
Dupla adjetivação – “as peles apareciam murchas, gastas, moles” (l. 33); “a viscondessa de Alvim, nédia e branca” (l. 36).
Estes recursos expressivos, além do efeito estético, contribuem para a caracterização negativa dos espaços e das personagens.
b. Diminutivo – “magrinhas”, “loirinhas”, “xadrezinho” − tem o objetivo de demonstrar a ironia do narrador na caraterização das irmãs do Taveira.
Advérbio – “vagamente”, “inquietamente” − surge com valor expressivo, confere ritmo e musicalidade à frase, mas tem um grande poder sugestivo, neste
caso, relacionado com o comportamento das personagens.
c. Gerúndio – “olhando” (l, 28), “interessando-se” (l. 39), “estudando” (l. 40), “conversando” (ll. 40-41). Pretérito imperfeito – “estavam” (l. 3), “tinha” (l. 30),
“apareciam”(l. 33). Estes tempos/modos verbais contribuem para a caracterização do ambiente de monotonia e de estatismo.
5. É intenção de Eça criticar o provincianismo e a tacanhez portuguesa presentes na tentativa de imitação das grandes metrópoles europeias, a oposição entre
o “ser” e o “parecer” e a falta de esmero e decoro que se manifestam nos comportamentos popularuchos e arruaceiros.
6.1 Apesar de apostar num cavalo que não oferecia garantias de obter vantagem, Carlos da Maia é o grande vencedor desta aposta. Esta “inesperada” sorte ao
jogo simbolizará o azar no amor (tal como preconiza a ministra da Baviera).

261 Escrita Sugestão de tópicos para produção do texto expositivo:


Introdução
Apresentação da situação: a condessa insiste para que Carlos a acompanhe numa viagem de comboio e Dâmaso informa que não houve encontro entre eles
e Castro Gomes em virtude da decisão deste de partir para o Brasil.
Desenvolvimento
• Alusão ao sentimento de Carlos perante a insistência da condessa (mostra-se enfadado, uma vez que está interessado em Maria Eduarda).
• Referência à alteração de sentimentos de Carlos − perante a notícia da partida de Castro Gomes e de que Maria está a viver na rua de S. Francisco, em casa de
Cruges, Carlos antevê a possibilidade de, ao visitar o amigo, poder encontrar-se com ela, o que o deixa feliz, mas ansioso.
Conclusão
A perspetiva de mudanças na vida amorosa de Carlos.

262-263 Educação Literária 1. Carlos encontra afinidades na semelhança dos nomes – pensando até que isso é um sinal do destino − e em certos gestos de Maria − “Por um jeito familiar
cruzava às vezes, ao falar, as mãos sobre os joelhos.” (ll. 54-55)
Carlos e Maria
Eduarda (II) 2. Enquanto espera, Carlos avalia o espaço e o modo como foi decorado, observando o bom gosto e a delicadeza dos adornos.
3. Carlos teve a impressão de que sentia no ar o mesmo aroma que perfumava os aposentos do Hotel Central – um aroma a jasmim.

Document shared on https://www.docsity.com/pt/solucoes-unidade-4-sentidos-portugues-11-ano/7815281/


Downloaded by: beatriz-pereira-aluno (aluno18319@damiaodegoes.pt)
Sentidos 11, Unidade 4 – Eça de Queirós, Os Maias Cenários de Resposta

3.1 Ao contrário das suposições de Carlos, o destino ser-lhe-á trágico. Em vez da “concordância” que supõe existir, haverá dor, sofrimento e separação.
4. A perturbação manifesta-se a nível físico e emocional. O narrador refere um rubor, que obriga a personagem a curvar-se “profundamente” (l. 34) – veja-se o
valor do advérbio − para o esconder, um embaraço e um enleio que obrigam a silêncios e perturbam o entendimento.
5. O endeusamento da personagem feminina é feito através da seleção vocabular e do uso de recursos expressivos (metáforas, adjetivação, comparações) –
“uma inesperada aparição” (l. 33); um silêncio “quase solene” (l. 46); a voz “rica e lenta de um tom de ouro que acariciava.” (l. 47); nos seus olhos havia algo
“de muito grave e de muito doce” (l. 54) e, no último parágrafo, através do contraste que se estabelece entre Maria e o espaço físico – o espaço é descrito
como vulgar e até “enxovalhado”, o que contrasta com o ar “nobre e quase inacessível” de Maria.
6. A enumeração contribui para a convocação, por um lado, da sensação visual (“beleza”, “brancura”) e, por outro, da sensação tátil (“macio”, “calor”). Desta
forma, sugere-se a confusão de sensações despertadas por Maria Eduarda em Carlos da Maia.
7. Pedro e Carlos da Maia encaram a mulher amada como se se tratasse de um ser divino, que lhes causa admiração, enleio e, simultaneamente, respeito.
Perspetivam relacionamentos amorosos puros e genuínos. Ao contrário, Ega, apesar de se sentir atraído por Raquel Cohen, gostava de “enfatizar” a vaidade
que sentia no relacionamento. Ega e Carlos assemelham-se, porém, no pendor erótico dos seus relacionamentos amorosos. Em comum, todas as
personagens apresentam uma vivência romântica das paixões.
8. O 1.o parágrafo é ilustrativo deste tipo de discurso onde sobressaem os seguintes marcas: de pessoa, tempo e modos verbais − ouvia, pareceu-lhe − mas
recorre-se a marcas do discurso oral, também presentes no discurso direto, como as exclamações e expressões modalizadoras – “Quem sabe se”.
9. Predicado − “vergou profundamente os ombros”; compl. direto – “os ombros”; modificador (do grupo verbal) – “profundamente”.
10. “Carlos” – sujeito da oração subordinante; ”lhe” – complemento indireto da oração subordinada substantiva completiva; “que” – complemento direto da
oração subordinada adjetiva relativa restritiva.
11. Trata-se da composição (palavra + palavra).

264-255 Leitura 1. Quando nos enamoramos, o nosso organismo produz um conjunto de compostos químicos, que atuam ao nível do cérebro, originando reações que
condicionam as nossas atitudes, nomeadamente, “a norepinefrina que nos excita (e acelera o bater do coração), a serotonina que nos descontrola, e a
dopamina, que nos faz sentir felizes”. A nível físico, as reações impedem a clareza de raciocínio, obstruem a respiração, dão a sensação de termos
“borboletas no estômago” e as mãos suam mais do que o costume.
2. “A fase da ligação” é a última das três fases do amor e ocorre após a fase inicial da atração; esta etapa caracteriza-se pela libertação de duas hormonas: a
vasopressina e a oxitocina, conhecidas vulgarmente como a hormona da fidelidade e a hormona do carinho, respetivamente. Através da libertação destes
compostos, o ser humano atua de modo a “criar laços” com o parceiro e a permanecer-lhe fiel.
3. A escolha dos parceiros visa garantir a “boa” continuidade da espécie e, por conseguinte, a própria sobrevivência. Assim, aparentemente, a escolha tem a
ver com os genes do individuo escolhido, cujo perfil “deve ter os melhores genes possíveis”; neste ponto do relacionamento amoroso entra em “cena” o
Complexo da Histocompatibilidade Principal, que atua como regulador das defesas imunitárias dos indivíduos.
4. Trata-se de um artigo de divulgação científica. Apresenta um caráter expositivo relativamente ao tema do amor de um ponto de vista da química,
apresentando estudos deste fenómeno e algumas conclusões. A informação é seletiva e hierarquizada (“A primeira fase é chamada […]”, “A segunda fase é
[…], “A terceira fase […]”); a linguagem é rigorosa e objetiva, específica da área de saber em análise – fenómenos neurobiológicos nas relações amorosas
(neurotransmissores: dopamina, serotonina, entre outros). Por fim, de referir que é específico deste género a apresentação das fontes e dos motivos que
permitem explicar/justificar/entender o assunto em análise.

Document shared on https://www.docsity.com/pt/solucoes-unidade-4-sentidos-portugues-11-ano/7815281/


Downloaded by: beatriz-pereira-aluno (aluno18319@damiaodegoes.pt)
Sentidos 11, Unidade 4 – Eça de Queirós, Os Maias Cenários de Resposta

265 Escrita Resposta de caráter pessoal.


No entanto, o aluno poderá defender a tese de que o amor é potenciador de união; é um elemento fundamental no apoio ao outro; pode ajudar a resolver
problemas de autoestima, por exemplo.

266-267 Educação Literária 1.1 Uma vez que Maria Eduarda não faz comentários sobre a sua vida, sobre as suas origens ou sobre o seu passado, Carlos não tem como saber que ela é a sua
irmã que foi levada pela mãe, quando esta abandonou Pedro da Maia. Esta situação contribui para que incorram, inicialmente, na prática do incesto
Carlos e Maria
involuntário, originando, assim, um episódio de contornos trágicos.
Eduarda (III)
2.1 Aparentemente, Carlos aceita um relacionamento que o narrador define como uma “amizade pura, imaterial, feita da concordância amável de dois
espíritos delicados.” (l. 40) No entanto, a evolução desta ligação determina que ambos sintam necessidade de abandonar a casa da rua de S. Francisco, dada
a sua centralidade na cidade, e, portanto, muito exposta a inoportunos. Acabam por procurar mais recato e discrição.
3.1 Guimarães vive em Paris e é tio do Dâmaso, que assegura que é íntimo de Gambetta. Contudo, Maria, que o conhece, afirma que se trata de um pobre
homem. Será ele o elemento que o destino fará transportar a notícia de que Carlos e Maria Eduarda são irmãos, trazendo, assim, a tragédia ao seu amor e às
suas vidas.

267 Compreensão/ 1.1 A canção relata uma relação amorosa que foi gratificante – (“Obrigado por saberes cuidar de mim, tratar de mim / Olhar para mim, escutar quem sou / E se
Expressão Oral ao menos tudo fosse igual a ti”), mas que terminou, deixando dor e mágoa, (“Despedir-me de ti / Adeus um dia voltarei a ser feliz”, “Eu já não sei se sei o que
é sentir o teu amor”, “É o amor que chega ao fim”).
1.2 No início, sobressai a dimensão física do amor; ao longo da canção, este é também visto sob uma perspetiva mais espiritual.
1.3 A imagem poderá ilustrar a felicidade resultante do amor, em que a reciprocidade do sentimento é uma realidade, conforme se verifica nesta fase do
relacionamento de Carlos e de Maria Eduarda e também nos três versos iniciais da primeira estrofe da canção.

268-269 Educação Literária 1.


a. Condessa de Gouvarinho
O jantar em casa
dos condes de b. tenso e algo perturbado
Gouvarinho c. do envolvimento entre Carlos e uma “brasileira”
d. momentos a sós com Carlos
e. Baronesa de Alvim
f. o estado de ansiedade e de censura da condessa
g. Ega
h. provocatório e irónico
i. escravatura
j. “cozinhar bem e amar bem”
k. Sousa Neto

Document shared on https://www.docsity.com/pt/solucoes-unidade-4-sentidos-portugues-11-ano/7815281/


Downloaded by: beatriz-pereira-aluno (aluno18319@damiaodegoes.pt)
Sentidos 11, Unidade 4 – Eça de Queirós, Os Maias Cenários de Resposta

l. Carlos
m. a alta burguesia e da aristocracia
n. alta administração pública e os políticos
o. ignorantes e néscios
2. O episódio pretende caricaturar as classes dirigentes a vários níveis:
− frivolidade de conversas e de comportamentos (cf. os comentários feitos acerca da educação das mulheres);
− “versatilidade” de ideias;
− caráter manipulador (ou sujeição a ele);
− falta de cultura;
− falta de poder de argumentação.

270-271 Educação Literária 1.


a. A toca é a designação que se dá ao covil de alguns animais, que, habitualmente, se localiza em lugares menos acessíveis. Neste caso, poderá querer significar
A Toca
um lugar mais resguardado do olhar público, precisamente para afastar do conhecimento público o relacionamento amoroso de Carlos e de Maria Eduarda.
b. Os dourados podem ser encarados numa dupla perspetiva:
− por um lado, a luminosidade do verão, a exuberância da luz e da vida, caracterizando, desta forma, os amores de Carlos e de Maria – luminosos,
exuberantes;
− por outro lado, o amarelo também simboliza traição, deslealdade, depravação, orgulho e heresia; o caráter excessivo pode ligar-se ao elemento trágico do
desafio e o caráter herético e de depravação ao tema do incesto.
c. A relação amorosa entre Vénus e Marte, para além de adúltera, era incestuosa. Em alguns mitos, Vénus é considerada filha de Júpiter e Dione. Júpiter era
também pai de Marte, o que gera entre os dois um parentesco equivalente ao de Carlos e Maria Eduarda.
d. A cabeça, inerte, mergulhada em sangue, poderá representar a morte, o fim trágico dos amantes.
e. A coruja, que tradicionalmente está aliada à ideia de maus presságios, fixando os olhos agoirentos “no leito do amor”, deixa antever um fim infeliz.
2.
a. “sala forrada de tapeçarias, onde desmaiavam”
b. “o seu luxo estridente e sensual”; “pesada lâmpada”, …
c. Sensações visuais e táteis “pendia uma pesada lâmpada da Renascença, de ferro forjado […] batida por uma larga faixa de sol, a alcova resplandecia”.
3.1 Coesão gramatical interfrásica
3.2 Oração subordinada adverbial temporal.
3.3
a. Complemento oblíquo.
b. Complemento do nome.

Document shared on https://www.docsity.com/pt/solucoes-unidade-4-sentidos-portugues-11-ano/7815281/


Downloaded by: beatriz-pereira-aluno (aluno18319@damiaodegoes.pt)
Sentidos 11, Unidade 4 – Eça de Queirós, Os Maias Cenários de Resposta

1.
272 Informar − Quarto do Hotel Central: a beleza e a sensualidade de Maria Eduarda despertam a atenção e o interesse de Carlos.
− Casa da rua de S. Francisco: a observação e a análise do espaço e da sua decoração permitem a Carlos, mesmo sem conhecer Maria Eduarda, traçar um perfil
da mulher que lhe povoa os sonhos.
− A casa dos Olivais (considerando a decoração) prenuncia o fim trágico da relação amorosa.

273 Informar 1. No texto A, além das referências ao destino e ao léxico pertencente à rede semântica de fatum, existem ainda referências a personagens ou a situações, que
se vieram a verificar fatais, impulsionando, assim, a ação trágica.
2. A ordem social pode estremecer quando se privilegiam aspetos materiais, como o dinheiro, em detrimento dos valores morais.
3. Sendo a prática do incesto um dos fatores que podem fazer abalar a ordem social e sendo a cultura finissecular pouco firme, pouco coesa, a inclusão desta
problemática na obra queirosiana poderá ser um sintoma, uma marca, da desagregação dessa cultura e, por extensão, da classe social que a representava: a
aristocracia.

274-275 Educação Literária 1. Carlos é descrito como um “magnífico moço, alto, bem feito, de ombros largos” fruto da educação que recebera, baseado no princípio de “mente sã em
corpo são”. Contudo, nem a sua compleição física nem a sua força de caráter lhe permitiram enfrentar o avô e contar-lhe a verdade, assumindo, desta forma,
Carlos e Maria
uma atitude mais comandada pelo sentimento do que pela razão.
Eduarda (IV)
2. Através destas palavras de Carlos, podemos perceber que os laços entre os enamorados estão cada vez mais fortes e inquebráveis. Carlos está a confessar o
seu amor por Maria e a dificuldade que tem em afastar-se.
3. Para Carlos, nenhum dos erros de Maria lhe pode ser imputado. Afirma que a culpa de tudo é do destino, “motivos complicados, fatais, iniludíveis que
tinham arrastado Maria” (l. 47).
4. Carlos, conhecendo a indulgência de Afonso, acredita que, apesar da inconveniência desse casamento, ele acabaria por se render a Maria Eduarda e
compreenderia a força do amor que os unia.
5. Quer Pedro quer Carlos se envolvem com mulheres que não são aceites por Afonso da Maia (no caso de Maria Eduarda, supõe-se). Por isso mesmo, Carlos
tenciona agir como seu pai: abandonando o país para viver o seu amor. Este paralelismo conduz-nos à ideia de que talvez o destino de Carlos seja
semelhante ao do pai.

276-277 Educação Literária 1. A ação deste excerto acontece após a escrita de uma carta, na qual Dâmaso Salcede se retrata de um texto ofensivo que redigiu sobre as relações amorosas
de Carlos e de Maria Eduarda. Nesta carta, declara que, quando escreveu o texto, publicado na Corneta do Diabo, se encontrava em estado de embriaguez.
A imprensa
Ega, motivado pelo ciúme, pois Dâmaso fora diversas vezes visto em Sintra com Raquel Cohen, faz publicar este texto no jornal A Tarde.
2. A crítica tem a ver com o modo como a imprensa se deixa corromper, é parcial e sectarista. No caso do Neves, a corrupção tem a ver com o compadrio
político; no que se refere ao Palma Cavalão, destaca-se o modo como se deixa comprar, retirando de circulação todos os números do jornal. A redação do
jornal A Tarde é descrita como um espaço onde se faz conspiração política. Os jornais Corneta do Diabo e A Tarde são classificados, respetivamente, como
“bisbilhoteiro” e cínico; no primeiro, tudo revela “imundície e malandrice” e, no segundo, põe-se em evidência o facto de ser um “jornal do partido”.
3. A expressão traduz a estupefação e a ira do Neves.

Document shared on https://www.docsity.com/pt/solucoes-unidade-4-sentidos-portugues-11-ano/7815281/


Downloaded by: beatriz-pereira-aluno (aluno18319@damiaodegoes.pt)
Sentidos 11, Unidade 4 – Eça de Queirós, Os Maias Cenários de Resposta

277 Expressão Oral Resposta de caráter pessoal. Contudo, apresentam-se algumas ideias que poderão ser desenvolvidas:
− Observação do que se passa com a imprensa no quotidiano; verificam-se, por vezes, situações de parcialidade, corrupção e ausência de escrúpulos e
imprecisões em algumas notícias, seja na chamada imprensa sensacionalista seja em diários ou semanários menos populistas. Este comportamento
desonesto poderá provocar danos irreversíveis em algumas pessoas.
− Exemplificação com situações do quotidiano.

278 Educação Literária 1. As personagens assumem comportamentos diferentes: incultas e pacóvias, na generalidade, abandonam a sala, manifestam-se ruidosamente, uma vez que
não gostam, não conhecem e não admiram música clássica. Carlos e Ega mostram deceção perante este comportamento e lamentam o desprezo a que foi
O sarau no Teatro
votada a atuação de Cruges.
da Trindade
2. Apesar de se tratar de um evento cultural, os comportamentos são desajustados e reveladores da falta de hábito da frequência de espaços culturais. Além
disso, o abandono da sala evidencia o desconhecimento e a falta de investimento intelectual do povo português.
3. Por exemplo: “Mas uma noite toda de literatura, que estafa! E agora, para mais, ficara lá um homenzinho a fazer música clássica...” (ll. 5-6). Mantêm-se as
marcas do discurso indireto ao nível da pessoa, tempo e modos verbais, mas recorre-se a marcas do discurso oral, também presentes no discurso direto,
como: a pontuação (exclamações, suspensão frásica), as expressões coloquiais (“Que estafa!”, l. 6).

279 Informar 1. A personagem Ega, inicialmente, apresenta um caráter muito mais combativo, muito mais interventivo, em termos sociais, crítico dos comportamentos
desadequados da aristocracia, revelando, desta forma, uma ironia socrática. Ao longo da ação (tal como Carlos), Ega abandonará esta vontade de agir e
adotará um comportamento romântico (que antes censurara), tornando-se numa personagem “que se esgota na indecisão, na oscilação, em face dos dois
pratos da balança e que desemboca na esterilidade, na inação”.
2. Os Maias traçam um retrato irónico da aristocracia lisboeta finissecular que se opõe ao comportamento inicial de Ega e de Carlos, cujo desejo e intenção
eram o de serem úteis à sociedade, revelando assim o seu inconformismo perante os ideais românticos da sociedade sua contemporânea. Contudo, a
evolução destas personagens e a sua cedência, também, aos ideais românticos é uma constatação amargamente irónica, já que não só não atingiram os seus
objetivos como se deixaram cair na inação e na esterilidade.

280 Educação Literária 1. A ação deste excerto decorre imediatamente após o sarau no Teatro da Trindade. Quando Ega regressava a casa, o sr. Guimarães informou-o de que possuía
um cofre, que pertencera a Maria Monforte, e que gostava de o entregar à família. Desta forma inadvertida, acaba por revelar a Ega que Carlos e Maria
O cofre Eduarda eram irmãos.
2. Ega, que conversa com o sr. Guimarães, faz a avaliação da situação decorrente da revelação; anseia analisar os papéis que o sr. Guimarães possui para se
inteirar da veracidade e das proporções desta revelação e fica desde logo preocupado com o amigo.
3. Oração subordinada adjetiva relativa explicativa.
4. "essa mulher" (l. 22).
5. Modificador do nome restritivo.

Document shared on https://www.docsity.com/pt/solucoes-unidade-4-sentidos-portugues-11-ano/7815281/


Downloaded by: beatriz-pereira-aluno (aluno18319@damiaodegoes.pt)
Sentidos 11, Unidade 4 – Eça de Queirós, Os Maias Cenários de Resposta

281-283 Educação Literária 1. A reação de Afonso justifica-se porque, ao tomar conhecimento da relação de parentesco entre Carlos e Maria Eduarda, consciencializa-se da catástrofe que
se abatia sobre a família. Tal consciência decorria do conhecimento, que o ancião já tinha, do envolvimento amoroso entre Carlos e Maria Eduarda.
Afonso da Maia,
Carlos e Maria 2. Apesar de estar consciente da consanguinidade entre si e Maria, Carlos cede à paixão e encontra-se voluntariamente com a irmã, consumando, assim, o
Eduarda incesto de forma consciente. Por isso, recrimina-se e sente relutância em encarar o avô e Ega. Este comportamento revela a falta de força anímica da
personagem para terminar o relacionamento, o que se traduz em falta de caráter.
3. Consciente da desgraça em que caiu e da necessidade de abandonar Maria Eduarda, Carlos chega a considerar a hipótese do suicídio − “Assim escorregou ao
pensamento da morte. Ela seria a perfeita cura, o asilo seguro. Porque não iria ao seu encontro? Alguns grãos de láudano nessa noite e penetrava na
absoluta paz...”(ll. 55-57). Neste aspeto, assemelha-se a Pedro. Contudo, Carlos não materializa este pensamento, o que o distingue do pai, que, ao
suicidar-se, revela um comportamento romântico.
4. Maria Eduarda é descrita como muito bela, parecida com uma estátua de mármore e como uma deusa, fazendo lembrar a estátua de Vénus do Ramalhete
reconstruído. No entanto, a descrição que surge neste excerto é idêntica à de Vénus, que Carlos, regressado de Paris, dez anos após o desenlace, observa no
decadente jardim do Ramalhete. Constata-se, portanto, que a evolução negativa da relação está representada na visão da estátua.
5. Todas as personagens sofrem a ação da tragédia. Afonso morre; Carlos parte numa grande viagem pelo mundo, acabando por se fixar em Paris; Maria
Eduarda parte também para França (Orleães), onde acaba por casar com Mr. de Trelain.
6.
a. O final trágico de Os Maias apresenta semelhanças com o de Frei Luís de Sousa. O elemento que desencadeia a tragédia na obra de Eça é a revelação feita
pelo sr. Guimarães; na obra de Garrett é o regresso do Romeiro e a revelação de que D. João de Portugal não morreu.
b. As personagens apresentam finais semelhantes: Afonso e Maria de Noronha morrem; Carlos, Maria Eduarda, D. Madalena de Vilhena e Manuel de Sousa
Coutinho morrem para a vida social.

284 Informar 1. Os recursos utilizados são a analepse, a isocronia – alongar narrativamente uma determinada ação de modo a tornar o tempo do discurso semelhante ao
tempo da história – e a anisocronia ou redução temporal – o tempo do discurso é muito menos extenso do que o tempo da história.
2.
Afonso – a recriminação (muda) do neto pela prática do incesto voluntário.
Pedro da Maia – o suicídio.
Carlos da Maia – o abandono da decisão de exercer a atividade de médico e de cientista.
Maria Eduarda – a venda das joias, para sobreviver; evita gastar o dinheiro de Castro Gomes, quando se envolve com Carlos.
João da Ega – a discussão com Alencar durante o jantar no Hotel Central.

Document shared on https://www.docsity.com/pt/solucoes-unidade-4-sentidos-portugues-11-ano/7815281/


Downloaded by: beatriz-pereira-aluno (aluno18319@damiaodegoes.pt)
Sentidos 11, Unidade 4 – Eça de Queirós, Os Maias Cenários de Resposta

287 VERIFICAR 1.
a. V
b. F – Maria Monforte abrigava-se sob uma sombrinha escarlate que lhe ficou na memória.
c. F – O casal viveu feliz em Itália até ao momento em que Maria se mostrou insatisfeita e quis ir viver para Paris.
d. F – Pedro suicidou-se porque a mulher o abandonou, fugindo com o italiano Tancredo.
e. F – A menina ficou ao cuidado da mãe.
f. V
g. V
h. F – Estes relacionamentos amorosos apresentam-se como uma crítica às relações adúlteras.
i. F – Este episódio revela um conjunto de personagens temperamentais e com incoerências no seu comportamento.
j. F – O objetivo do episódio é a crítica a aspetos da alta sociedade lisboeta oitocentista, nomeadamente, o provincianismo e o mau gosto.
k. V
l. F – Corneta do Diabo.
m. F – No episódio do sarau, critica-se a ignorância, as conversas banais e o comportamento inadequado dos presentes.
n. F – Guimarães comunicou a Ega que tinha um cofrezinho com uns pertences da família do Sr. Carlos da Maia, que gostaria de devolver a Carlos ou à sua irmã,
Maria Eduarda.
o. F − Carlos apercebe-se de que Lisboa não mudara, sobretudo, no que se refere às pessoas.

Document shared on https://www.docsity.com/pt/solucoes-unidade-4-sentidos-portugues-11-ano/7815281/


Downloaded by: beatriz-pereira-aluno (aluno18319@damiaodegoes.pt)

Você também pode gostar