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REQUERIMENTO DE FORMAÇÃO DE COMISSÃO PARLAMENTAR

DE INQUÉRITO -

FUNDAMENTAÇÃO –

Como todas as pessoas sabem – e a imprensa vem noticiando


(doc. 1, anexo) – a Usina do Gasômetro está interditada ao
público desde 2017, ou seja, há quatro anos. Nesse longo
período, em algum momento do ano mencionado foram
iniciadas as obras de reforma do imóvel.

Realizada a licitação, a empresa vencedora (RAC Engenharia,


integrante do grupo RAC/Arquibrasil, com sede em Curitiba/PR),
apresentou o orçamento de R$ 11.449.000,00 (onze milhões,
quatrocentos e quarenta e nove mil reais) para a realização da
obra, no que houve aquiescência do poder público municipal.

Ocorre, entretanto, que as referidas obras de reforma JAMAIS


terminaram. Pior, a empresa está a exigir mais R$ 8.000.000,00
(oito milhões de reais) para a conclusão, o que representa um
acréscimo de cerca de 70% do valor original. Além disso,
segundo o próprio Secretário de Cultura do Município, conforme
o documento 2, também em anexo, ainda seriam necessários
mais R$ 3.000.000,00 (três milhões de reais) somente para o
mobiliário do local. Ora, estamos diante de um verdadeiro
escândalo, posto que o dinheiro público está sendo tratado com
absoluto desrespeito, ainda mais em um momento em que cada
centavo deveria ser dirigido para a área social pois, como se
sabe, em plena pandemia de Covid 19, boa parte da população
viu sua renda diminuir drasticamente, perdendo seus empregos,
suas maneiras tradicionais de auferir alguma renda, passando
por dificuldades até de segurança alimentar !

Por outro lado, a chamada “Usina do Gasômetro” é um


verdadeiro símbolo histórico de Porto Alegre e, por incrível que
possa parecer, NÃO PERTENCE ao município. Sim, o prédio e o
terreno são da ELETROBRÁS S.A., que é uma sociedade sob
controle do governo federal que, há pouco, APROVOU PROJETO
DE LEI QUE PRIVATIZA A MENCIONADA EMPRESA DE CAPITAL
MISTO (Lei 14.182/2021)...

O que se verifica, então, são vários absurdos: 1 – o governo


municipal licitou, contratou e pagou obra em imóvel que não é
seu; 2 – o mencionado imóvel, agora, passará do controle do
governo federal para a iniciativa privada, impedindo
definitivamente a propriedade municipal; 3 – os valores já pagos
à empresa que venceu a licitação são estratosféricos; 4 – os
valores que ainda devem ser pagos, para conclusão das obras,
são MUITO superiores ao contratado e igualmente
estratosféricos; 5 – não existe qualquer explicação para tudo o
que está acontecendo e, com certeza, há RESPONSÁVEIS
DIRETOS pelo descalabro ocorrido; 6 – o erário municipal precisa
ser ressarcido e o imóvel referido necessita de uma definição de
sua propriedade; 7 – não pode ser gasto mais nem um centavo
com a obra e a Usina do Gasômetro, como bem material e
imaterial, precisa ser usufruído pelos porto alegrenses e
visitantes da capital dos gaúchos !
REQUERIMENTO –

Dessa forma, pelos fundamentos expostos, os Vereadores


signatários requerem a formação de uma COMISSÃO
PARLAMENTAR DE INQUÉRITO, com base no que dispõe a
Constituição Federal e os artigos 67, 68, 69 e 70 do Regimento
Interno da Câmara Municipal de Porto Alegre.

O prazo de funcionamento da CPI será de 120 dias, com a


possibilidade de prorrogação prevista no inciso II, do artigo 68,
do mencionado Regimento Interno, devendo seus integrantes
ser indicados na maneira prevista no artigo 58 do mesmo
diploma legal.

Vereador Pedro Ruas (Psol)

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