Você está na página 1de 2

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

Pós-Graduação em Engenharia Diagnóstica


Disciplina: Ensaios Não Destrutivos
Professor: Heron Freitas Resende
Layssi, H., Ghods, P., Alizadeh, A.R. and Salehi, M. (2015) Electrical Resistivity
of Concrete.
Análise Crítica de Artigo
O teste amplamente utilizado para avaliar a durabilidade do concreto é
o teste de permeabilidade ao cloreto, conhecido como RCP. Esse método foi
originalmente proposto por Whiting e posteriormente padronizado como ASTM
C1202 e AASHTO T 227. Ele mede a carga elétrica total que passa por uma
amostra de concreto sob uma voltagem padrão, fornecendo uma indicação da
resistência do concreto à penetração de íons de cloreto. No entanto, o RCP não
é rápido e não mede diretamente a permeabilidade ao cloreto. Em vez disso, ele
estabelece uma correlação entre a carga medida e a quantidade total de cloreto
que penetra em uma profundidade de 41 mm em placas de referência após um
teste de imersão de 90 dias (AASHTO T 2594), resultando em categorias
qualitativas de permeabilidade ao cloreto.
Uma alternativa para avaliar o desempenho do concreto é a medição da
resistividade elétrica, que é mais simples e rápida do que o teste RCP. Além
disso, ela pode ser diretamente relacionada ao coeficiente de difusão de cloreto
do concreto por meio da equação de Nernst-Einstein. Existem várias técnicas
para medir a resistividade elétrica, incluindo medições em massa e de superfície,
e essas medições estão correlacionadas com importantes características de
durabilidade do concreto.
A resistividade elétrica é uma característica intrínseca do material,
independentemente de sua geometria, e pode ser relacionada à resistência do
concreto (R) por meio de um fator geométrico (k), conforme a Equação (1). No
entanto, a adoção de técnicas de medição de resistividade em padrões tem sido
lenta, com a Associação Americana de Oficiais de Estradas e Transportes
Estaduais (AASHTO TP 958) adotando apenas a resistividade elétrica de
superfície como método de teste.
A medição da resistência elétrica do concreto pode parecer simples, mas
sua complexa microestrutura apresenta desafios. O concreto é um material
poroso e composto, e sua capacidade de conduzir eletricidade varia com o nível
de umidade nos poros. Além disso, o concreto possui propriedades capacitivas,
o que requer o uso de corrente alternada (CA) para medições, a fim de evitar as
propriedades capacitivas do concreto.
O conceito de "impedância" é fundamental para essas medições,
representando a oposição à corrente devido à resistência e reatância. Tanto a
resistência quanto a fase variam com a frequência da corrente. Diversas
configurações, como a técnica uniaxial e o método de quatro pontos, como a
sonda Wenner, são usadas para medir a impedância do concreto. No entanto, o
uso dessas técnicas pode variar entre laboratório e campo.
Vários fatores, como grau de saturação, temperatura, frequência do
sinal e propriedades de contato dos eletrodos, influenciam as medições de
resistividade. No entanto, levando em consideração esses fatores, qualquer
técnica de medição de resistividade devefornecer resultados consistentes.
A resistividade elétrica do concreto está relacionada a características de
desempenho, como coeficiente de difusão de cloreto, absorção de água e taxa
de corrosão do aço embutido, tornando-a útil para controle de qualidade e
avaliação de estruturas. Ela possui uma relação linear com o coeficiente de
difusão, o que a torna valiosa para estimar a vida útil de estruturas, bem como
para a detecção de trincas no concreto. Ela também pode ser usada para medir
o tempo de pega e, potencialmente, o teor de umidade do concreto. Ambos os
métodos uniaxial e da sonda Wenner fornecem resultados consistentes, com o
último sendo mais adequado para avaliações no local. Em última análise, uma
relação entre a resistividade elétrica e o coeficiente de difusão seria mais
apropriada para o controle de qualidade e a classificação da permeabilidade de
cloretos no concreto.

Você também pode gostar