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DETERMINAÇÃO DA CORRENTE CRÍTICA EM SUPERCONDUTORES DE ALTA

TEMPERATURA

Márcio Antônio Sens 1, Leonardo Philippi Sens 2

1
CEPEL/Eletrobrás, Rio de Janeiro, Brasil, sens@cepel.br
2
COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, Brasil, lsen-bolsista@cepel.br

Resumo: Apresentam-se as técnicas experimentais e os O presente artigo técnico não tem intenções de
cuidados que se precisam tomar na determinação da corrente apresentar técnicas experimentais inéditas e tampouco
crítica em fitas supercondutoras de alta temperatura, resultados de estudos inovadores em supercondutividade.
utilizando-se de correntes contínua e alternada. Justifica-se Pelo contrário, o artigo mostra técnicas tradicionais e bem
esta apresentação, pelo crescente número de investigações difundidas em livros textos que, por muitas vezes, são
experimentais no campo dos supercondutores e os esquecidas quando são iniciados os experimentos por novos
constantes insucessos experimentados por equipes sem os pesquisadores. As técnicas são tão antigas, que se encontram
devidos treinamentos em metrologia elétrica. dificuldades de localizá-las em detalhes disponíveis na rede
de Internet. Utilizou-se de amostras reais e atuais de fitas
supercondutoras apenas para exemplificar as medições de
Palavras chave: supercondutor, medição, corrente crítica, correntes críticas. Ou seja, amostras com estruturas
resistência elétrica, condutividade elétrica. monolíticas, de seção circular e de fitas, com núcleos de
óxidos compostos por mono ou multifilamentos foram
1 INTRODUÇÃO testadas. Também será mostrado o comportamento de fitas
Se um fio ou uma fita supercondutora for submetido a supercondutoras de segunda geração, com substrato de aço
uma corrente elétrica no sentido longitudinal, em um inoxidável. Blocos supercondutores com metalização
determinado segmento surgirá uma queda de tensão, superficial também podem ser ensaiados pelas mesmas
crescente com a corrente aplicada. A intensidade da corrente técnicas experimentais.
que resulta em uma queda de tensão de 100 µV/m, por Também será mostrado um comportamento em corrente
convenção prática, será considerada a corrente crítica do alternada de uma fita supercondutiva, com diferentes taxas
objeto sob ensaio, na temperatura de ensaio e sob o campo de crescimento da corrente, que pode ser menos comum na
magnético externo aplicado [ 1 ]. literatura. A distância entre os terminais de corrente e de
Algumas escolas de Engenharia brasileiras já aboliram a tomadas de potencial será enfatizada e demonstradas por
disciplina de medidas elétricas da grade curricular técnicas simples de análise de circuitos, com objetivo
obrigatória [ 2 ] e as consequências são perceptíveis entre os didático, ilustrando que precisam-se de distâncias para a
pesquisadores iniciantes em mestrados ou em doutorados, na penetração total da corrente no supercondutor, já que a
condução de investigações experimentais envolvendo entrada dos terminais ocorre pela parte metálica e resistiva.
medidas de baixas resistências elétricas. Estes malogrados Os resultados foram obtidos em planilhas de cálculo Excel,
experimentos têm conduzido, em alguns casos, a com valores discretamente programados de corrente,
interpretações errôneas dos resultados sobre a condutividade interagindo diretamente nas fontes e nos instrumentos, por
elétrica de amostras, mesmo de metais tradicionais como o programação em VBA-Excel, via conexão USB-GPIB com
alumínio e o aço e, sobretudo, de sistemas retorno dos valores de tensão sobre as planilhas e nos
supercondutores[ 4 ]. gráficos, automaticamente. Valores eventualmente
discrepantes podem ser repetidos isoladamente em ensaio
Os instrumentos fundamentais na determinação da subsequente e substituídos na planilha anterior, evitando
corrente crítica são os nanovoltímetros, na faixa de duplicação de esforços.
microvolts, e ainda não encontram respaldo técnico na Rede
Brasileira de Calibração para a rastreabilidade aos padrões 2 PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS
nacionais e internacionais, na citada faixa [ 3 ].
2.1 Fixação da amostra
Para suprir a lacuna até então encontrada na verificação
de instrumentos de tão alta relevância – os nanovoltímetros O primeiro detalhe experimental a ser observado na
e atender à demanda, as técnicas experimentais utilizadas determinação da característica da queda de tensão com a
para a verificação de micro-ohmímetros podem ser corrente elétrica aplicada para os materiais condutores e os
facilmente adotadas pelos laboratórios usuários, com leves supercondutores está no dimensionamento e na preparação
modificações, como apresentadas por recente publicação [ 4 ]. da amostra. Em princípio, quanto mais longas forem as
amostras, maiores serão as quedas de tensão e maiores
sensibilidades se podem obter na medição das mesmas, para soldas por descargas elétricas. Esta última, recomendada e
as mesmas correntes impostas. Entretanto, para utilizada para soldagem de terminais de potencial sobre fitas
desenvolvimento de supercondutores, nem sempre amostras ferromagnéticas, sendo prática, precisa no distanciamento e
longas, como de um metro ou mais, estarão disponíveis. Por muito rápida. O uso de condutores auxiliares de reduzida
outro lado, para ensaios de amostras sob campos seção transversais ou de soldas de elevada resistência não
magnéticos, estas devem ser coladas em uma base isolante, devem implicar resultados distintos da amostra sobre ensaio,
para minimizar efeitos de deformação mecânica. se as técnicas experimentais corretas foram seguidas, como
ilustrado na Figura 2. Tais deficiências implicarão,
Amostras de fitas supercondutoras de 30 a 90 mm de
certamente, maiores potências das fontes de alimentação, e
comprimento, no total, têm sido adotadas para a maioria das
maiores dissipações térmicas no meio refrigerante.
investigações e desenvolvimentos destes materiais, com
medições em nitrogênio líquido. A Figura 1 ilustra uma
2.2 Dimensões e distâncias entre contatos elétricos
forma de sustentar os fios e as fitas metálicas para o
levantamento de características de queda de tensão com a Considerando que os compostos supercondutores de alta
corrente elétrica aplicada, com a base isolante em epóxi, a temperatura não são materiais metálicos, ou ligas metálicas,
qual suportou as variações de temperatura sem trincas. mas materiais cerâmicos sustentados por substratos
metálicos como a prata, o cobre ou o aço inoxidável,
P1 P2 significa que os contatos elétricos, de entrada e de saída da
corrente de ensaio com a amostra, deverão ser efetuados nas
C1 C2 partes metálicas, não supercondutoras.
Desta forma, haverá uma resistência elétrica de
transferência entre o metal e o composto cerâmico, que
provocará dissipação térmica com a passagem da corrente,
desde o ponto de contato até a entrada total da corrente no
supercondutor. Os substratos metálicos ficam em paralelo
Soldagem por Amostra sob Para a com o composto supercondutivo. Este fato implica manter
descarga elétrica ensaio fonte distâncias mínimas entre os contatos de corrente C1 e C2 e os
contatos que constituem as tomadas de potencial P1 e P2,
como mostrado na Figura 1. Algumas fitas supercondutoras
FIGURA 1 – SUPORTE PARA FITAS E FIOS são constituídas por substratos inferior e superior de
SUPERCONDUTORES materiais distintos e, desta forma, recomenda-se a união de
Quando as amostras não suportam temperaturas maiores ambas para a entrada e a saída da corrente, C1 e C2. O
que 200 ºC para a soldagem dos terminais, recomendam-se o suporte de amostras mostrado na Figura 1 foi utilizado com
uso de soldas de baixo ponto de fusão, como ligas à base de sucesso em centenas de ensaios de amostras de 30 a 90 mm
índio. Entretanto, os produtos supercondutores atuais têm de comprimento, sob correntes de 1 a 1118 A, com
sido tratados em temperaturas bem mais elevadas que o dissipação de até 96 J, em corrente contínua ou em corrente
ponto de fusão de soldas à base de estanho e comprovou-se alternada de 60 Hz, sob temperaturas de -196 a 90 ºC, ao ar
que resultados semelhantes são obtidos com soldas de livre, imerso em nitrogênio líquido ou imerso em água.
terminais por ligas de índio, por ligas estanho-chumbo, e por

400
n

350
Fita supercondutora E = E 0 + Rt ⋅ I + A ⋅ ⎡ I − It ⎤
I < It ⎢⎣ I ≥ It ⎥⎦
Tensão E (µV/m)

300 L1 > 15.W


L3 > 5.W
250 W
L0 > 5.W L2>W
90 x 4,35 x 0,15 mm
200
I
150 nV
Rt=∆ E/∆ I

100 Ic
It
50 E

0
0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250
Marcio Antonio Sens-04/jun/2010
CorrenteCritica.xls Corrente aplicada I (A)
FIGURA 2 – CARACTERÍSTICA TÍPICA E DISTÂNCIAS SOBRE A AMOSTRA SUPERCONDUTORA
A Figura 2 ilustra uma característica típica obtida para diâmetro – W. Entretanto, para substratos constituídos por
fitas supercondutoras em substrato de aço inoxidável, em fios e fitas de aço, ou outro metal de baixa condutividade
ensaio efetuado em corrente contínua, pela técnica da subida elétrica, a soldagem dos terminais de corrente precisa se
em degraus, em intervalos de dois em dois segundos. estender pelo menos por três larguras ou diâmetros da
Concluiu-se que a corrente crítica resultou em Ic = 168,8 A, amostra, para minimizar os efeitos de dissipação térmica.
conforme mostrado na Figura 2, onde se mostram também a
definição da corrente crítica para a queda de tensão de 2.3 Variação da resistência com a temperatura
100 µV/m, a resistência de transferência – RT, a tensão Com a amostra imersa em água e suportada pelo mesmo
residual - Eo, devido aos efeitos termelétricos resultantes da sistema de fixação, mostrado na Figura 1, foram
temperatura diferencial entre a amostra e o nanovoltímetro. conduzidos experimentos para a determinação das
A Figura 2 também ilustra as distâncias recomendadas e características da resistividade elétrica com a temperatura,
a característica dimensional da soldagem dos terminais de entre 5 e 90 ºC, cujos resultados típicos são mostrados na
corrente. Para amostras supercondutivas constituídas por Figura 3. A técnica de medição adotada foi conforme
substratos de fitas de prata ou de cobre as soldagens dos procedimentos descritos em [ 4 ].
terminais devem se estender por uma largura ou em um

0,50
Fita supercondutora de Aço inox - 2G
Resistência (Ω /m)

90 x 4,35 x 0,15 mm

0,45

⎡ (342,2 + T2 ) ⎤
RT2 = RT1 ⋅ ⎢ ⎥
0,40
⎣ (342,2 + T1 ) ⎦

0,3923 Ω/m [
RT = R20 ⋅ 1 + 2,761⋅10−3 ⋅ (T − 20) ]
0,35
0 20 40 60 80 100
M.A.Sens - 17/03/2010
Fita_Inox - ResistenciaxTemperatura Temperatura (ºC)
FIGURA 3 – COMPORTAMENTO DE UMA FITA SUPERCONDUTIVA EM AÇO INOXIDÁVEL COM A
TEMPERATURA

2.4 Preservação da integridade da amostra 2.5 Efeitos do posicionamento das entradas de corrente
Tanto nos ensaios em corrente contínua, quanto nos Em fitas supercondutivas compostas, onde existem
ensaios em corrente alternada, cuidados especiais devem ser distintas camadas metálicas e um filme supercondutor, o
tomados para a preservação da integridade das amostras em posicionamento da entrada e da saída da corrente deve ser
correntes de intensidades superiores à corrente crítica. A cuidadosamente escolhido, inclusive quanto à face da fita,
energia total dissipada pelas amostras deve ser limitada, seja pois influenciam nos resultados de queda de tensão com a
pela amplitude da tensão entre tomadas de potenciais, ou corrente aplicada, pelo efeito da transferência, como descrito
pela duração do pulso de corrente, para limitar a temperatura em 2.2. Uma simulação computacional demonstrou que o
máxima da amostra, caso contrário poderá ocorrer a uso de distintas posições dos contatos de corrente (C1 e C2)
delaminação ou a fusão da mesma. Nos ensaios em relação às tomadas de potencial (P1 e P2) resultam em
programados em planilha Excel e utilizados neste trabalho, distintos valores de tensão, para a mesma corrente de ensaio
como usual, adotou-se o limite de 70 vezes o valor da queda sobre uma fita composta. O circuito para a simulação é
de tensão limite para o critério de corrente crítica como mostrado na Figura 4 e os resultados na Figura 5.
limitador. Ou seja, o sistema de ensaio é automaticamente
interrompido quando a tensão nas tomadas de potencial 2.6 Comportamento em corrente contínua
resultar maior que 70 vezes a tensão de 100 µV/m. Uma amostra de fita supercondutora de segunda geração,
Nos ensaios em corrente alternada a amostra foi constituída por um filme supercondutivo entre fitas
preservada pela limitação do tempo de ensaio em ½ ciclo, ou metálicas, ferromagnéticas, foi ensaiada adotando-se os
seja, em 8,3 milissegundos. procedimentos descritos neste trabalho, em corrente
contínua bipolar, resultando no comportamento mostrado na amostra ensaiada, mostrados na Figura 6, não foi
Figura 6. A corrente foi programada para subir identificado significativo efeito de histerese, ou seja, a queda
automaticamente até o critério de máxima corrente segura e de tensão repetiu os valores tanto para correntes crescentes
decrescer suavemente até o mesmo valor de polaridade quanto decrescentes de mesmas intensidades. A corrente
inversa, objetivando a identificação de possível histerese no crítica resultou em ± 70 A.
comportamento do material. Nos resultados obtidos com a
U1
+ -

Terminal de corrente pelo lado superior 0.013m V Terminal de corrente pelo lado superior
9 10
DC 10MΩ
C1 P1 P2 C2
R1 1 R2 2 R3 3 R4 4 R5
17
R6 5 R7 6 R8 7 R9 8 R10 R11 R12 11R13 12R14 13R15 14R16 15R17 16R18 22R19 21R20 20R21
1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ
R22 R23 R24 R25 R26 R27 R28 R29 R30 R31 R32 R33 R34 R35 R36 R37 R38 R39 R40 R41
1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ

36
19 HTS R42 R43 R44 R45 R46 R47 R48 R49 R50 R51 R52 R53 R54 R55 R56 R57 R58 R59 R60 R61 18
1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ

R62 23 R63 24 R64 25 R65 41 R66 42


R67 26 R68 27 R69 28 R70 29R71 R72 R73 32R74 33R75 34R76 35 R77 44 R78 37 R79 40 R80 39 R81 38R82
1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ
DC 1e-009Ω
I2 30 U3 31 U2
100 A + - +
0.000 V
100.000A
0 Substrato metálico -

DC 10MΩ
0
inferior Substrato metálico
superior
U5
+ -

Terminal de corrente pelo lado superior 6.611u V

65 63
DC 10M Ω
P1 P2
R83
C1 R84 R85 R86 R87 R88 R89 R90 R91 67 R92 R93 R94 61 R95 R96 R97 R98 R99 R100 R101 R102 R103
84 81 79 77 75 73 71 69 59 57 54 53 51 49 47 46
1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1m Ω 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ
R104 R105 R106 R107 R108 R109 R110 R111 R112 R113 R114 R115 R116 R117 R118 R119 R120 R121 R122 R123
1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ

43 HTS
85 HTS R124 R125 R126 R127 R128 R129 R130 R131 R132 R133 R134 R135 R136 R137 R138 R139 R140 R141 R142 R143
1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ

R144 83 R145 82 R146 80 R147 78 R148 76 R149 74 R150 72 R151 70 R152 68 R153 R154 R155 62 R156 60 R157 58 R158 56 R159 55 R160 52 R161 50 R162 48 R163 45 R164

1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ
86

I1
C2 DC 1e-009 Ω
U4
66 U6 64
100 A + - +
6.611u V Terminal de corrente pelo lado inferior 100.000A
0 -

DC 10M Ω 0

+ -

Terminal de corrente por ambos os lados da amostra 6.611u V

65 63
Terminal de corrente por ambos os lados da amostra
DC 10MΩ
P1 P2
R83 84 R84 81 R85 79 R86 77 R87 75 R88 73 R89 71 R90 69 R91 68 R92 R93 R94 61R95 R96 R97 R98 R99 R100 R101 R102 R103
59 57 54 53 51 49 47 46
1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ
R104 R105 R106 R107 R108 R109 R110 R111 R112 R113 R114 R115 R116 R117 R118 R119 R120 R121 R122 R123
1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ

C1 18 C2
R124 R125 R126 R127 R128 R129 R130 R131 R132 R133 R134 R135 R136 R137 R138 R139 R140 R141 R142 R143
1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ
83 R145 82 R146 80 R147 78 R148 76 R149 74 R150 72 R151 70 R152
R144 67 R153 R154 R155 62 R156 60 R157 58 R158 56 R159 55 R160 52 R161 50 R162 48 R163 45 R164
10 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ 1mΩ
19
DC 1e-009Ω
66 U6 64 U4
I1 -
+ +
100 A M.A.Sens-04/jun/2010
6.611u V
-
100.000A
0 CircuitoEquivalente.xls
DC 10MΩ 0

FIGURA 4 – CIRCUITO EQUIVALENTE AO DA FITA SUPERCONDUTORA COMPOSTA

1
Tensão entre tomadas de potencial (V)

Efeitos do posicionamento das entradas da corrente


0,1
em amostras de supercondutores em fitas compostas
0,01
Entradas pelo
0,001 lado superior
Entradas
e inferior
pelo lado A
0,0001 superior 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
nV
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

0,00001 B - HTS
A - fita filme C - fita
metálica supercondutivo metálica

0,000001
1 & 20 2 & 19 3 & 18 4 & 17 5 & 16 6 & 15 7 & 14 8 & 13 9 & 12 10 & 11
M.A.Sens-27/6/2010
CicruitoEquivalente.xls Posição das entradas da corrente
FIGURA 5 – EFEITOS DO POSICIONAMENTO DOS CONTATOS DE CORRENTE SOBRE A AMOSTRA
A Figura 6 também ilustra que houve limitação da Num ensaio da mesma fita supercondutora 2G, na
corrente de ensaio após ultrapassar o valor de 70 vezes a temperatura de 77 K em corrente alternada, com duração
tensão limite para a corrente crítica. máxima de 4 ciclos, na frequência de 60 Hz, observou-se
que após atingir a corrente crítica a amostra se aquece,
10000
Fita supercondutora de Aço inox -2G elevando a resistência elétrica, baixando a corrente aplicada
8000
6000 e elevando a queda de tensão com o tempo de ensaio, como
Tensão E (µV/m)

90 x 4,35 x 0,15mm
4000 30 mm
ilustrado na Figura 7. Conclui-se, portanto, que a duração
2000 E
do ensaio resultou demasiada e pode danificar a amostra, se
0 Ic=70 A intensidades de correntes superiores fossem aplicadas.
-2000
-4000 77 K Repetindo-se os ensaios anteriores, com duração de
-6000 apenas ½ ciclo, para variadas taxas de elevação da corrente,
-8000
-10000
na frequência de 60 Hz, observou-se que a amostra mantém-
-150 -100 -50 0 50 100 150 se supercondutiva em mais altas correntes, ou seja, com
M.A.Sens-21/06/2011
Tensao_x_Corrente-Fug120A.xls Corrente aplicada I (A) correntes críticas mais elevadas, para maiores taxas de
elevação da corrente aplicada, como mostrado na Figura 8.
FIGURA 6 – CORRENTE CRÍTICA DE UMA
AMOSTRA DE FITA SUPERCONDUTORA 2G A Figura 9 ilustra a determinação do limite máximo
suportado por uma amostra nos ensaios em corrente
2.7 Comportamento em corrente alternada alternada, onde ocorreu a fusão da mesma em nitrogênio
líquido com a aplicação de corrente alternada de 60 Hz, em
A configuração de medição da característica da queda de um pulso de apenas 8,3 milissegundos, com dissipação de
tensão com a corrente aplicada de fios e fitas 96 J, aproximadamente. A corrente máxima aplicada foi de
supercondutoras em corrente alternada não difere da 1118 A e a tensão resultante foi superior a 80 V entre
montagem para corrente contínua. A diferença entre elas tomadas de potencial distanciadas de 30 mm. Isto significa
está apenas na instrumentação e na sensibilidade. De um que a amostra foi submetida à energia de 356 kJ/m² e ao
modo geral, a sensibilidade da instrumentação para corrente campo elétrico de 2,67 kV/m. No ensaio anterior a amostra
alternada é menor, por se tratar de efeitos transitórios e suportou 430 mil vezes a tensão equivalente à corrente
assimétricos. crítica em corrente contínua, sem danos.

-10 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
500 30
60 Hz 338,0 A
400 25

300 20

Tensão - V30 (V)


Corrente - I (A)

200 15
Ic
7,98 V
100 10

0 5

-100 0

-200 ∆t -5

-300 -10

-400 -15

-500 -20

Fita supercondutora em aço inox 2G Amostra 2 a 77K


V
30 mm
90 x 4,35 x 0,15 mm

I M.A.Sens

FIGURA 7 - COMPORTAMENTO DA FITA SUPERCONDUTORA 2G EM CORRENTE ALTERNADA


160 3,2

Tempo para transição (ms)


Corrente de transição (A)
140 Fita supercondutora 2,8
em aço inox 2G
120 Amostra 2 a 77 K 2,4
100 Tempo 2,0
Corrente
80 ∆V 1,6
60 Hz 30 mm
90 x 4,35 x 0,15 mm
60 1,2
I
40 0,8
147mΩ
20 0,4
0 0,0
0 10 20 30 40 50 60 70
M.A.Sens-11/03/2010 Taxa de elevação da corrente (kA/s)
Fita_inox_Supercondutiva-2G.xls

FIGURA 8 – CORRENTE CRÍTICA DA FITA 2G EM CORRENTE ALTERNADA

-5 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
2500 80

2000
60 Hz 70
Ic 1118 A
1500 60

Tensão - V30 (V)


1000 50
Corrente - I (A)

Ic
500 > 80 V 40

0 30

-500 20
∆t
-1000 10

-1500 0

-2000 -10

-2500 -20

Fita supercondutora 2G Amostra 2 a 77K


V
30 mm
90 x 4,35 x 0,15 mm
I
M.A.Sens

FIGURA 9 - FUSÃO DA FITA SUPERCONDUTORA 2G EM CORRENTE ALTERNADA

ou em nitrogênio líquido, sob correntes de até 1118 A, este


3 CONCLUSÕES
último com duração de apenas 8,3 milissegundos.
Os resultados experimentais, utilizados como exemplos,
mostraram que a amostra de fita supercodutiva teve corrente 4 REFERÊNCIAS
crítica em torno de 70 A em corrente contínua e também em [ 1 ] IEC 61788-3/2006-04 International Standard

corrente alternada, sendo que para taxas mais elevadas de Superconductivity – Part 3.
subida da correntes, de 60 kA/s, a corrente crítica resultou [ 2 ] https://www.siga.ufrj.br, acesso em 2/07/2009.

duas vezes o valor encontrado em corrente contínua. [ 3 ] Inmetro – Lares – Laboratório de Resistência – 8060,
Observou-se também que para taxas mais elevadas de http://www.inmetro.gov.br/labor..., acesso em 4/7/09.
subida da corrente ocorre uma saturação do valor da [ 4 ] Sens, Márcio Antônio, Verificação da Exatidão e da
corrente crítica e que o tempo para a transição decresce Linearidade na Medição de Baixas Resistências
continuamente com a taxa de elevação da corrente. O Elétricas, V Congresso Brasileiro de Metrologia, 9 a 13
mesmo suporte de amostras, em epóxi, foi utilizado por de novembro de 2009. Salvador, Bahia – Brasil.
centenas de vezes sem danos, em ensaios em água quente,

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