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CENTRO UNIVERSITARIO DE PATOS DE MINAS – UNIPAM

ENGENHARIA ELÉTRICA

Matheus Gonçalves Pereira


Matheus de Matos Veloso

Análise de Componentes em Equipamentos de Eletrônica


de Potência

PATOS DE MINAS - MG
2023
INTRODUÇÃO

A Eletrônica, em seu sentido restrito, é a ciência e tecnologia do movimento


de cargas num gás, vácuo ou semicondutor. Sua história divide-se basicamente
em dois períodos: o primeiro referido como a era dos tubos a vácuo (válvulas) e
o segundo como a era dos transistores. Estes últimos são componentes a base
de materiais semicondutores, que são cristais sólidos. Por isso, para diferenciar
da tecnologia dos tubos a vácuo, que consistem basicamente no fenômeno da
emissão termiônica, a teoria dos semicondutores é conhecida como Física do
Estado Sólido. Hoje todo o âmbito da eletrônica é dominado pelos dispositivos
semicondutores, exceto em algumas aplicações de grande potência e alta
tensão. Assim, os tubos a vácuo são praticamente omitidos de todas as
ementas de engenharia eletrotécnica.

A eletrônica de potência desempenha um papel crucial na conversão e controle


eficiente da energia elétrica em diversos sistemas, como fontes de
alimentação, inversores, drives de motores elétricos, entre outros. Nesse
cenário, dispositivos semicondutores, como transistores de potência, e
capacitores são componentes fundamentais. Contudo, esses dispositivos estão
suscetíveis a diversas condições operacionais que podem resultar em
deformações, impactando diretamente o desempenho e a confiabilidade dos
sistemas.

Os dispositivos semicondutores são os componentes básicos para processar


sinais elétricos nos sistemas de comutação, comunicação, computação e
controle. Desse modo, o estudo dos semicondutores vem se tornando cada vez
mais importante, em razão de seu uso em larga escala no campo da eletro-
eletrônica. Componentes como transistores, díodos, termistores, varistores,
fotocondutores, tiristores, transistores de efeito de campo (FETs) e circuitos
integrados baseiam-se em princípios estudados na teoria do estado sólido.
Os materiais com concentrações de portadores entre a dos condutores e a dos
isolantes são chamados de semicondutores, caracterizados, então, por uma
semícondutância.Condutores e isolantes possuem apenas elétrons livres como
portadores de carga. Os semicondutores, no entanto, comportam-se como se
tivessem dois tipos de portadores de carga, que serão vistos posteriormente:
elétrons livres e lacunas. Desse modo, o valor numérico desta condutância
intermediária é um critério insuficiente pois de modo algum define totalmente o
comportamento funcional dos materiais e ligas pertencentes a esse grupo, pois
pode-se obter misturas de materiais que atendem a essa classificação, mas
que não tem comportamento semicondutor. Com relação ao comportamento da
condutividade com a temperatura, medido pelo parâmetro coeficiente de
temperatura da resistividade, os semicondutores ditos puros apresentam, em
geral, alfa negativo dentro de uma determinada faixa de valores, isto é, ao
contrário dos metais (ou semelhante aos materiais isolantes), sua
condutividade aumenta com a temperatura e a concentração de portadores de
carga não é constante, variando em razão exponencial.

DISPOSITIVOS SEMICONDUTORES PUROS


Como visto, a condutividade de um semicondutor é proporcional à
concentração de portadores livres e ela pode ser aumentada pelo acréscimo
destes portadores. No entanto, devido à excessiva sensibilidade à temperatura
do semicondutor puro (por exemplo, a condutividade do silício puro aumenta
aproximadamente 8% por grau de temperatura), acrescido ao fato da
mobilidade dos elétrons livres ser maior que a de lacunas, não indica o material
puro como um bom elemento para o emprego direto nos circuitos eletrônicos.
Isto porque necessita-se de ter o maior controle possível sobre a corrente que
flui nos circuitos de modo a não haver mudanças na sua performance
esperada, problema que pode ocorrer se a condutividade dos materiais
componentes de um circuito se alterar demasiadamente com a temperatura.
Porém, uma exceção é feita em circuitos de controle, onde se deseja utilizar
componentes sensores constituídos de materiais em que alguma de suas
propriedades físicas é alterada por ação de alguma variável física externa.
Como para se alterar o número de pares elétron-lacuna em um semicondutor
pode-se utilizar a variação da temperatura (energia térmica) e mesmo a
iluminação sobre ele (energia luminosa), os semicondutores puros são, então,
explorados em certos dispositivos tipo transdutores. Estes dispositivos são
chamados de termistores (sensíveis à ação da temperatura) e fotocondutores
(sensíveis à ação da luz), sendo estes últimos também chamados de
fotoresistores. Dessa forma, as propriedades dos semicondutores puros se
constituem numa vantagem nestas aplicações.

Os dispositivos semicondutores, como os transistores de potência, estão


sujeitos a altas correntes e tensões durante o seu funcionamento. Essas
condições extremas podem levar à geração de calor, resultando em gradientes
térmicos significativos no componente. Ciclos térmicos repetitivos podem levar
a deformações estruturais, tais como expansão e contração diferencial dos
materiais constituintes. Essas deformações podem comprometer as
características elétricas e mecânicas, levando à falha prematura.
A gestão térmica adequada é essencial para mitigar as deformações em
dispositivos semicondutores. Sistemas eficientes de dissipação de calor, como
dissipadores de calor e sistemas de refrigeração, são empregados para manter
a temperatura dos dispositivos dentro de limites seguros. Além disso, materiais
de encapsulamento e substratos de alta qualidade são utilizados para
minimizar a variação dimensional durante as variações térmicas.

Tanto o germânio, quanto o silício não são utilizados na tecnologia destes


componentes porque ambos possuem impurezas naturais de difícil extração,
sendo bastante dispendiosa sua purificação a um nível satisfatório, e porque há
outros semicondutores com maior sensibilidade e capacidade de corrente.

TERMISTORES
Termistores são componentes semicondutores que se comportam como
resistores variáveis com a temperatura. São do tipo NTC (coeficiente a de
variação da resistividade com a temperatura negativo), com variação do
coeficiente da ordem de 3% por °C, sendo muito maiores que os dos metais.
São, por isso, usados como sensores térmicos ou para compensar variações
de temperatura em dispositivos, podendo ser considerados transdutores do tipo
que converte energia térmica em energia elétrica. Termistores são obtidos de
óxidos metálicos tais como o óxido de níquel, manganês, cobre, zinco, etc, que
fornecem produtos com condutividades que crescem muito rapidamente com a
temperatura.
Um exemplo do uso dos termistores é na estabilização do ponto de operação
de um circuito submetido a grandes variações de temperatura ambiente, tais
como circuitos eletrônicos que empregam componentes semicondutores, estes
bastante sensíveis a variações de temperatura. São empregados em série com
estes circuitos para se obter uma ação compensadora que neutralize os efeitos
da variação térmica ambiente. Se necessário, utiliza-se ainda um resistor em
paralelo com o termistor, para ajustar o coeficiente de temperatura do termistor
de acordo com o do circuito a ser compensado.
Os termistores são utilizados também como sensores de temperatura em
termometria. Duas aplicações são:
- em relês de proteção de motores. O aquecimento de motores tem correlação
com a corrente nominal admissível. Assim, em caso de sobrecorrente no motor,
o sobreaquecimento resultante permite ao termistor interpretar esta condição
adversa e, se necessário, comandar um circuito elétrico capaz de desligar o
motor.
- para medição e controle automático de temperatura em fornos, motores a
explosão e outros casos.
FOTORESISTORES
Fotoresistores ou fotocondutores são componentes semicondutores que tem
sua condutividade aumentada quando incide-se sobre ele uma radiação
luminosa. A radiação quebra ligações covalentes no semicondutor, gerando
pares elétron-lacuna em excesso àqueles gerados termicamente pela
temperatura ambiente. Tipicamente, para um aumento de iluminamento
(luminância) de alguns lux em um fotocondutor comercial, este tem sua
resistência diminuída consideravelmente. O fotocondutor consiste, então, em
um outro resistor-tipo NTC, um transdutor do tipo que converte energia
luminosa na fornia elétrica. Exemplo de fotocondutor é o LDR f,HIight
dependent resistor").
Dispositivos fotocondutores comerciais são chamados de células
fotocondutivas. São utilizados para medir a quantidade de iluminação (como
um medidor de luz), para registrar uma modulação de intensidade luminosa e
ainda como um relê de luz liga-desliga (como em um circuito digital ou de
controle). O dispositivo fotocondutor de maior aplicação é a célula de sulfeto de
cádmio dopada com uma pequena quantidade de prata, antimônio ou índio. As
vantagens destes fotocondutores são sua alta capacidade de dissipação (300
mW), excelente sensibilidade no espectro visível e baixa resistência quando
estimulados pela luz (em escuridão, em torno de 2 A/H e com luz forte, menos
de 100 Q). Podem, então, controlar um circuito de vários watts operando um
relê diretamente, sem circuitos amplificadores intermediários. Outros materiais
fotocondutores: sulfeto de chumbo, que apresenta um máximo na curva de
sensibilidade em 29000A (sendo, então, usado para detecção ou medidas de
absorção de infravermelho), e selênio, que é sensível em toda faixa do
espectro visível, particularmente perto do azul.

CAPACITORES

Capacitores, essenciais para o armazenamento de energia em eletrônica de


potência, também estão sujeitos a deformações decorrentes das condições
operacionais. Altas correntes podem gerar efeitos térmicos e magnéticos que
impactam a estrutura interna dos capacitores. Além disso, fatores externos,
como vibrações mecânicas e choques, podem contribuir para falhas mecânicas
e elétricas.
O desenvolvimento de capacitores com materiais mais robustos e avançados,
aliado a técnicas de encapsulamento mais eficazes, é uma abordagem comum
para lidar com essas deformações. Além disso, projetos estruturais que levam
em consideração a resistência mecânica e a estabilidade dimensional são
fundamentais para garantir a integridade desses componentes.
A compreensão e a gestão das deformações em dispositivos semicondutores
e capacitores são aspectos críticos na eletrônica de potência. A pesquisa
contínua em materiais avançados, técnicas de encapsulamento e sistemas de
dissipação de calor são fundamentais para garantir a confiabilidade e a
durabilidade dos componentes. Ao abordar essas deformações de maneira
eficaz, é possível promover o avanço contínuo da eletrônica de potência,
contribuindo para sistemas mais eficientes e sustentáveis.

BIBLIOGRAFIA : https://professor.pucgoias.edu.br/

www.dsce.fee.unicamp.br

https://biopdi.com.br/artigos/ensaio-de-cisalhamento/

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