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Públio - Nós estamos recebendo hoje aqui o Dr Dioji Ikeda junto com o
Paulo. O Dr Dioji como todos sabem é ex-prefeito do município e nós
vamos conversar alguns minutinhos aqui sobre a questão ambiental.
Nós havíamos passado pro senhor uma prévia daquilo que nós
pesquisamos. Inicialmente, eu pergunto se o senhor quer falar livremente
ou quer que eu pergunte?
Públio - Certo
Dioji - Então não foi no meio que ele começou, começou em uma lateral e
essa lateral tem um acesso, tem uma estrada que passa por ela, então
isso tudo nos levou a crer que pudesse também, né ter acontecido ali
pela sabotagem de alguém
Dioji - Não foi apurado, então a gente não pode aqui fazer nenhum tipo
de acusação leviano, certo? Mas depois disso a gente adotou outras
medidas também de vigilância mais constante lá, de modo que não
aconteceu mais.
Públio - Assim, na pequena pesquisa que eu percebi, eu vi que houve um
grande esforço da sua administração e dos outros também. Já são quase
10 anos, né? Então, veio depois o Abelardo, depois veio o Dr João...
Enfim, o que nós podemos ver aqui é que essa problemática do lixão não
é específica daqui, isso está no Brasil inteiro, vem uma lei muito detalista
com exigências e os municípios não têm recursos financeiro nem técnico.
Nós vimos que o senhor e os demais que o sucederam fizeram o
consórcio, fizeram vários estudos, eu vi lá o Instituto Vida salvo engano,
teve algum outro e todas as iniciativas que foram propostas sempre
esbarraram em algum problema. Eu vi que teve um momento que decidiu
um território de Brazabrantes. Até o prefeito chegou a desapropriar, mas
aí depois teve um protesto e voltou atrás. Identificaram outros
perrengues em Nova Veneza e foi a mesma coisa, não pode ser em Nova
Veneza, porque o município tem uma questão cultural, os lixos, os
caminhões e assim, a impressão que eu fico é me perguntando: Quem
gerencia? Como é que vai resolver? Porque nós temos lá o lixão, está no
mesmo lugar há 30 anos e não conseguiu se resolver essa situação. Os
gastos que foram feitos pelo município nesses institutos, nesses estudos,
foram elevados! Vamos contar em 10 anos tudo que já se gastou, tudo
quanto é estudo que foi feito e a verdade é que nós não saímos do lugar.
Nós estamos lá e não estamos aqui a culpar nem o senhor nem a
ninguém, eu queria, na verdade, um parecer assim, o que o senhor
entende como uma pessoa que já ocupou o cargo, que estava as
dificuldades de limitações? Nós vamos conviver com aquele problema
eternamente ou, ou existe uma luz no fim do túnel?
Dioji - Justamente.
Dioji - Esse papel Públio, ele tem que ser diretamente exercido pelo
prefeito municipal sabe, eu quando fui prefeito, o que nós buscamos aqui
é... Veja bem, eu fiquei 4 anos na prefeitura sem apoio direto de um
deputado federal ou estadual e tendo o governo estadual contra
também, né? Contra politicamente, né, dizendo assim, então tudo que
nós fizemos aqui eu te cito aqui várias obras: Parque Goiabeiras, UPA,
unidades de saúde, escolas , CMEI’s, obras de pavimentação,
urbanização. Tudo isso foi feito buscando recursos em Brasília, buscando
recursos onde tinha, né? Então acho que o prefeito tem que agir, nós
temos que prefeito só de gabinete vai ter pouco resultado, então essas
tratativas devem ser feitas junto ao governo estadual e o governo federal
pra que a gente possa resolver essa questão e como eu disse aqui já na
entrevista e em outros momentos, as gestões devem ser continuadas, o
prefeito deve começar para que outros que vierem aí deem andamento
nesses projetos e a gente tenha a solução em definitivo no médio prazo
ou no longo prazo, que seja.
Dioji - Eu, eu não tive conhecimento pela imprensa também, né? Sobre
essas ações dos deputados estaduais Lucas Calil e deputado Humberto
Teófilo, o ex-deputado Humberto, que tiveram a sensibilidade de
encaminhar ao município, esses castromóveis, eu lutei muito para que
isso pudesse acontecer na minha gestão aqui, nós tínhamos um contato
muito estreito com algumas organizações não governamentais que que
atuou muito nessas áreas e a gente buscou muito que isso pudesse tornar
a realidade aqui, até porque é a maneira mais simples da gente poder ter
um controle com relação às zoonoses e animais de rua aqui no município
de Inhumas, não é difícil resolver isso se o problema for pessoal, até
porque nós somos dotados, a gestão pública, na verdade adotada de
alguns mecanismos que permitem esse tipo de contratação temporária,
né? Um processo seletivo, um processo de credenciamento por estarem
vinculados à área da saúde. Eu acho que falta vontade política, sabe? Até
porque, para fazer funcionar um castramóvel , creio eu, que três
profissionais, 2,3 profissionais, talvez menos ou mais que isso um pouco
do que o diante do benefício, o custo seria muito baixo do município,
então essa vontade política, se tivesse um pouco mais presente, eu acho
que esse escasso castramóveis que foram assim tão sonhados e buscados
pela comunidade já estaria funcionando.
Públio - Teve um projeto que eu vi também que foi da sua gestão, que era
Brincando de Reciclar, foi estimulado, houve uma grande adesão, até os
alunos e as escolas, só que esbarrou num problema de que começou a
tumultuar, juntar escorpião, uma coisa parecida e não tinha transporte
para fazer o recolhimento desses e nós não temos aqui também no
município uma grande unidade de reciclagem. Eu sei também que não
adianta a gente querer jogar demandas e demandas no município, as
prefeituras não têm condições. A minha pergunta agora é assim, na rede
privada, falta interesse dos, dos empresários, do município ou não tem
viabilidade? A gente desenvolveu uma situação de reciclagem para poder
fazer sentido esse apoio. Quer dizer, a prefeitura fez o projeto, houve
uma resposta, a população contribuiu, só que não teve sequência,
paralisou a ação
Públio - Certo, então só para finalizar: Nós vamos ter eleições no ano que
vem e de alguma maneira acredito que quem já foi uma vez político a
vida inteira será, não sei se o senhor vai ser candidato, mas mesmo não
sendo, certamente o senhor vai participar, vai influenciar, nós queremos
deixar então aqui um pedido, né? Fazendo é, coro a essa ideia que a
gente está trabalhando de nas discussões nos projetos, etc... Colocar em
pauta as questões ambientais. Nós, nesse trabalho aqui levantamos 2
assuntos, um lixão, que é um problema mais complexo, né? Exige aí toda
uma questão maior, essa é a impressão que eu fiquei é de que nós temos
uma legislação de primeiro mundo para um país que não está de primeiro
mundo nas outras áreas, então é muito fácil marcar um prazo e falar há
décadas. Mas como que a década não tem jeito de fazer? É, você vê que
passou-se os anos, vários ficaram e não teve mudança. Na prática, teve
estudos, estudos e estudos. Mas então é a mensagem final que eu queria
deixar é essa? Nós gostaríamos que esses assuntos fizessem parte das
campanhas, se for o caso, de se entender que, como os estudos técnicos
apontam que deve ser cobrado uma taxa, eu acredito que se for
explicado, a população vai entender porque a energia não é gratis, a água
tratada não é grátis, o esgoto não é grátis, é um serviço público que é
cobrado. Se entender-se que o município precisa arrecadar para poder
fazer a obra que tiver que ser feito, as pessoas vão precisar compreender.
É a mensagem final e a gente abre agora o espaço para o senhor fazer as
suas considerações finais.
Públio - Obrigado!