Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
INVESTIMENTOS
Resumo:
As metodologias tradicionais de análise de projetos que estabelecem itens como mercado, preços, localização,
engenharia e análise econômico financeira, embora bem fundamentadas, não são suficientes para conduzir
investimentos nas condições atuais, diante da difusão de novas estratégias empresariais. Observa-se, de acordo com
tais metodologias, que os itens mercado e preços objetivam identificar a potencial demanda e os seus preços
projetados para os bens e serviços aos quais o projeto se refere, tratando de dimensioná-los por meio de técnicas
estatísticas de projeção. As empresas estão sofrendo os efeitos de intensas transformações no ambiente concorrencial
que transforma a competição da era industrial em competição da era da informação. Esse processo vem provocando
uma maior rapidez nas mudanças econômicas e tecnológicas. Diante disso são exigidas, novas formas de avaliação
de um investimentos que permitam incorporar os mecanismos de análise de decisão, o que significa levar em conta os
temas estratégicos. Esses temas vêm sendo estudados amplamente na literatura especializada em gestão estratégica, o
que facilita as reflexões sobre as possibilidades e possíveis vantagens de incorporá-los (não substituir) à análise de
investimentos.
Palavras-chave:
RESUMO
Introdução
As características que marcam a era industrial, de 1850 até cerca de 1975, é que o
sucesso das empresas foi determinado, principalmente, pela maneira como se aproveitavam
dos benefícios das economias de escala e do escopo. Nessa era, sistemas de avaliação
financeira, como a taxa interna de retorno (TIR) sobre o capital investido, foram
desenvolvidos em empresas como a General Motors e a Dupont, dentre outras, com o intuito
de facilitar e monitorar a alocação eficiente de capital financeiro e físico (KAPLAN et. al.,
1997).
Entretanto, no atual momento do capitalismo, as empresas estão passando por uma
transformação no que se refere aos padrões concorrenciais. Essas transformações percebidas
de forma mais acentuada nas últimas décadas do século XX, vem conduzindo a competição
da era industrial para a competição da era da informação. O novo modelo concorrencial está
baseado “na percepção da perda de previsibilidade da demanda, provocada, por um lado
pela significativa alteração do padrão tecnológico de produtos e processos produtivos, e por
outro lado pela escolha estratégica do caminho da hiperconcorrência baseada na extensão da
fronteira de produtividade por meio da corrida em busca de maior eficiência operacional”
(SOUZA et al., 1997).
O registro contábil das transações financeiras data de milhares de anos, quando era
utilizado pelos egípcios, fenícios e sumérios para facilitar as transações comerciais. Alguns
séculos mais tarde, na época das explorações, as atividades das empresas globais de
comércio eram medidas e monitoradas pelos livros-caixa de partidas dobradas.
Segundo JOHNSON et. al. (1993), a demanda por informações de contabilidade
gerencial (lucratividade de um produto, taxa de rentabilidade de um investimento, etc.) é um
fenômeno recente, pois, antes do início do século XIX, as transações se davam no mercado,
isto é, praticamente todas as transações de troca ocorriam entre um empresário-proprietário e
indivíduos que não faziam parte da organização. No sistema pré-fabril os preços de mercado
forneciam toda as informação necessária à tomada de decisão e controle.
Processo semelhante ocorreu com as técnicas administrativas que foram concebidas,
de forma bem definidas, para lidar com um maior nível de complexidade, exigindo um maior
controle administrativo, que antes não existiam “níveis de gerência” ou empregados
assalariados por longos prazos (LORINO, 1992).
Com a Revolução Industrial, no século XIX, surgiram as gigantescas empresas nos
setores têxtil, ferroviário, siderúrgico, industrial e varejista. O aumento da complexidade dos
processos de transformação antes supridos, a um preço, por trocas de mercado
passando a ser executados dentro da organizações, exigiu a busca por indicadores para
determinar “o preço” do produto de operações internas.
A necessidade crescente de informações sobre os custos de processos de
transformação, internos às organizações, induziu o desenvolvimento de inovações para
medição do desempenho financeiro para viabilizar o crescimento bem-sucedido. Esses novos
sistemas contábeis começaram a vincular o desempenho de uma companhia ao capital
investido no negócio. Nesse processo, as organizações passam a combinar duas ou mais
ESTOQUES
VENDAS
d i v id i d a C A P IT A L
p e lo D E G IR O
ROTAÇÃO DO CONTAS A
IN V E S T IM E N T O IN V E S T IM E N - RECEBER
TO TOTAL m a is
IN V E S T IM E N T O
m u l t i p li c a d a D IS P O N ÍV E L
PERM ANENTE
p e la
CUSTO DE
VENDAS DAS
RETORNO
VENDAS F Á B R IC A S
D O IN V E S -
T IM E N T O
DESPESA DE
C O M E R C IA L I-
m enos ZAÇÃO
LU C R O N AS
OPERAÇÕES
FRETES &
CUSTOS DE
d i v id i d a E X P E D IÇ Ã O
VENDAS
MARGEM p e la s
O P E R A C IO N A L
VENDAS
DESPESAS
A D M IN IS T R A -
T IV A S
Fórmula da Du Pont da taxa interna de retorno (TIR)do investimento, a e relação de fatores afetando a taxa
interna de retorno (TIR)do investimento
1
O Valor Atual de um investimento é o fluxo de caixa previsto descontado pelo custo do capital. Uma das
características fundamentais da técnica de fluxo de caixa descontado é que ela leva em conta que uma
unidade monetária recebida hoje vale mais do que uma a ser recebida daqui a um ano, pois a unidade
monetária de hoje pode ser investida para gerar um lucro neste intervalo de tempo.
3. Gestão Estratégica
Tabela 1
A importância da lucratividade média do setor
na previsão do desempenho de uma empresa
Efeito Percentual
Estrutura do setor 19,48
Diversificação 2.65
Participação de mercado -0,18
Fonte: Montgomery et. al., 1998.
Retorno
sobre o Volume Cumulativo de Produção/Participação do Mercado
Investi-
mento
Segundo SHANK, et. al. (op. cit.), a escolha de uma estratégia de diferenciação, ao
contrário de uma estratégia de baixo custo, aumenta a incerteza no ambiente de uma unidade
de negócios por três razões.
Primeiro, a inovação de produto tende a ser mais importante para as unidades de
negócios com diferenciação. Esta tendência deve-se parcialmente ao fato de que uma unidade
de negócios de baixo custo, com sua principal ênfase na redução de custos, prefere
basicamente manter suas ofertas de produto estáveis ao longo do tempo, enquanto uma
unidade de negócios de diferenciação, com seu principal enfoque na singularidade e na
exclusividade, é provável que se engaje em uma política de inovação de produtos. Uma
unidade de negócios que enfatiza mais as atividades voltadas para o novo produto tende a
enfrentar uma incerteza maior porque a unidade de negócios está apostando em produtos
não-testados.
Em segundo lugar, as unidades de negócios de baixo custo tendem basicamente a
apresentar linhas de produtos restritas a fim de minimizar os custos de manutenção de estoque
assim como a se beneficiar das economias de escala. As unidades de negócios de
diferenciação, por outro lado, tendem a ter um conjunto mais amplo de produtos a fim de
criar a exclusividade. A variedade de produtos gera uma alta complexidade ambiental e,
conseqüentemente, maior incerteza.
2
Segundo BRINNER (1998), essa técnica já vem sendo utilizada por varias empresas norte -americanas,
substituindo os métodos tradicionais que dão ênfase exagerada à econometria financeira.
devem mudar com o tempo à medida que a empresa amadurece. Portanto todo projeto
precisa focalizar os aspectos dinâmicos do processo empresarial.
Uma das soluções para atenuar os efeitos das incertezas é a construção de cenários.
PORTER, (1992), define o conceito de cenários como “visões descontínuas, internamente
coerentes, do mundo no futuro, que podem ser selecionados de forma a limitar o espectro de
resultados possíveis”. A esse respeito, VLAHOS, (1997),.adverte que mesmo em situações
nas quais a análise de cenários possa ser utilizada de modo mais aprofundado, com a
introdução de outros métodos, dentre esses os estatísticos, o analista tenta desenvolver uma
visão otimista e uma visão pessimista do futuro, em cada uma delas testando o projeto. Isso
lhe facultará todo um leque de resultados possíveis, bem como uma oportunidade de pensar
em alternativas para lidar com reveses eventuais
Segundo HAMEL (1995), na tomada de decisão a empresa precisa está apta a
reconhecer onde estão as novas oportunidades e ser capaz de prever, com as limitações de
um contexto de incerteza, as necessidades constantemente mutáveis dos clientes. Para isso, é
necessário que tenha investido na criação de novas competências.
5.Considerações finais
O ambiente competitivo em que as empresas operam está se tornando cada vez mais
complexo e com um nível de incerteza crescente devido à mundialização das atividades e à
rápida introdução de novas tecnologias. Os métodos de avaliação tradicionais não são mais
suficientes para capturar os possíveis efeitos das as constantes mudanças do ambiente, tanto
dentro como fora da empresa, provocando que a maioria das decisões empresariais seja
tomada sem um completo conhecimento do futuro, devido à visão estática dessas
metodologias.
Torna-se necessário, portanto, a adoção de uma metodologia sistêmica de avaliação
de investimentos, o que só será possível com a incorporação do conceito de gestão
estratégica, que liga de forma efetiva as atividades internas da empresa com o ambiente
externo, ambos em constantes mutações.
Bibliografia