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Prova escrita de Português, 8.

º ano
(Para)Textos

Leitura e Educação Literária

Grupo II – Texto A

Lê, com atenção, o texto.


É de noite, quando a casa dorme, que os personagens
ganham vida nas palavras escritas de Mia Couto. Tomam-no
de assalto e conduzem a história. [...]
Entrevista por Fátima de Sousa

Consegue descrever a sensação de colocar o último ponto final num livro e


entregá-lo ao mundo?

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Há coisas contraditórias que sinto. Por um lado, algum alívio por chegar ao fim. Mas, na
maior parte dos casos, um vazio enorme. Aquela gente viveu de maneira obsessiva dentro de
mim e, de repente, desvanece-se. Tenho mesmo de fazer uma morte simbólica porque senão
os personagens nunca mais saem de dentro de mim e fico sempre a contar a mesma história.
Neste caso, não. Como é uma trilogia, há personagens que vão prevalecer.

Obsessivas como? Escreve de maneira obsessiva?


Só sei escrever dessa maneira. Acordo com os personagens, almoço com eles, durmo com
eles, tomam conta de mim, não despegam.

E o início, como costuma ser?


É muito caótico. Como se fosse um caldeirão. Há coisas que emergem, coisas que deixo
que despontem. Não conduzo a história através de uma lógica, de uma arquitetura. Os
personagens é que têm poder de sedução e eu apaixono-me. Vou com eles, são eles que
me revelam a história.

É um processo solitário ou partilhado?


Há momentos de grande solidão, em que só posso estar eu com os meus fantasmas.

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É um tempo em que sou dono exclusivo, proprietário. Mas depois há outro tempo, que é um
tempo mais criativo, em que estou junto com os outros, em que tenho de ler muito, de
escutar muita música. É um processo mais aprazível, a parte mais gostosa.

Há muito de improviso ou mais rotina nessa criação?


A primeira parte, mais oficinal, tem rotina. Tenho insónias e percebi que tinha de ser amigo
da insónia, que não valia a pena contrariar porque preciso que a casa durma para poder
trabalhar. Mas depois há outro momento que não tem disciplina, que é mais caótico, em que
tenho de deixar que as vozes tomem posse de mim. Abandono-me. Já não estou com as
rédeas do cavalo na mão…[...]

Volta atrás para ler o que já escreveu à medida que vai avançando na história?
Sou mais um reescritor do que um escritor. Num conto é mais fácil. E um poema, quando
sai, é de uma forma quase definitiva, porque foi trabalhado ao nível inconsciente. Mas, na
prosa ficcional, é muito difícil que saia bem. E acho que cada vez é mais complicado.
Admiravam-me as confissões de alguns colegas, que já estão há mais tempo neste
exercício, que diziam que um dia em que escrevessem cinco páginas era um grande dia – e
são escritores a tempo inteiro, coisa que eu não sou. Eu achava extraordinário, porque
escrevo mais. Mas, à medida que vou ganhando idade, que vou tendo mais experiencia
neste trabalho, cada vez escrevo menos páginas por dia. Há uma contenção. A grande
virtude de se fazer uma coisa há mais tempo pode ser resumida nessa capacidade de
contenção. No princípio é meio adolescente, a gente quer dizer tudo e quer que tudo seja
bonito. Depois, percebemos que o exercício não é esse. [...]

Voltando a Mulheres de Cinza. É diferente também na linguagem, já não há aquela


invenção de palavras…
A certa altura constroem-se clichés à volta de um autor. Aquilo que eu fazia na recriação
vocabular tinha uma intenção poética que me parecia que estava a ser mal interpretada. Por

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erro meu. Havia, provavelmente – e volto à palavra adolescente –, uma forma excessiva,
não contida, de trabalhar sobre a própria linguagem. Agora, apetece-me trabalhar mais
sobre a história, a linguagem está ao serviço da história. E também não queria – como a
coisa correu bem desse ponto de vista do inventor de palavras – ficar preso nesse
estereótipo. Apetece-me fazer outras coisas, embora possa voltar à recriação. Tenho, aliás,
pequenos textos, mas contenho-me mais. A marca principal que quero ter nos meus livros é
uma relação poética com o mundo. Não consigo escrever doutra maneira, sem essa
aproximação pela poesia.

As palavras recriadas permitiam isso mesmo…


Sim, mas sempre como consequência da poesia. Fazia-o porque era poeta. Brincriar, para
mim, não é só uma palavra engraçada, é uma coisa que faz sentido no nosso olhar sobre o
mundo. Quem brinca cria, quem cria brinca. É como se a língua já oferecesse essas
potencialidades.

Alguém que gosta de brincriar com a língua como olha para a tentativa de
uniformização através do acordo ortográfico?
Não dou importância nenhuma, não faço guerra. Não mexe com a língua portuguesa. Mexe
apenas com o que está à superfície, que é a grafia. Às vezes, nem sei se estou a escrever
de acordo com o acordo ou à velha maneira. Não me atrapalha nada.

Assume-se como um poeta mesmo quando escreve prosa?


A poesia não é um género literário, está ligada a um certo tipo de pensamento que foi
desvalorizado, que é o pensamento metafórico. Mesmo como cientista, se não fossem
essas contribuições de uma certa forma de pensar que não passa pelo rigor da prova que a
Ciência exige, não conseguiria nunca perceber o que há para perceber. Para mim, que sou
ecologista, uma árvore não é só uma entidade botânica: nunca entenderia uma árvore se

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não percebesse que é muito mais do que isso, é uma maneira de o tempo se revelar, é
residência de espíritos,
é uma igreja… A poesia começa aqui.

A poesia é a essência?
A poesia é mais enigmática, vulcânica, surge de mim mesmo, sou tomado por esta, sem
querer já está lá, como se me estivesse a fazer a mim e não fosse eu que quisesse fazer
poesia. Quando quero avançar para um romance, um livro novo de ficção, aparece-me
poesia. E, de repente, tenho um novo livro de poesia sem querer…. É uma espécie de
iluminação, uma luz que me está a conduzir. Digo sempre que estou escritor, mas sou
poeta. Sou filho de poeta, sou filho da poesia. É quase genético.

Há poetas que o acompanham sempre?


Sem dúvida. Os meus mestres são da poesia. Fernando Pessoa. Drummond de Andrade.
João Cabral de Melo Neto. José Craveirinha. O meu pai [Fernando Couto]. Luandino Vieira.
João Guimarães Rosa. E Sophia de Mello Breyner Andresen, que foi uma descoberta
fantástica. Sou de um país que tem uma sensação de espaço e de luz… e encontrei tudo
isso na Sophia.[...]
http://www.revistaestante.fnac.pt/mia-couto/

1. Seleciona, em cada item (1.1. a 1.4.), a opção correta relativamente ao sentido do texto.

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1.1. Quando Mia Couto termina um livro, a personagens


A. permanecem nele para sempre.
B. ganham uma nova vida no livro.
C. na generalidade, sofrem uma morte simbólica.

D. vivem dentro dele obsessivamente.

1.2. Para o escritor, o processo de escrita


A. conjuga momentos solitários com criativos.
B. afasta-o das personagens.
C. é uma rotina que acontece durante a noite.
D. permite unicamente libertar a sua veia poética.

1.3. Com a idade, o escritor


A. começou a escrever com mais facilidade.
B. percebeu que o processo de escrita é complicado e contido.
C. à semelhança dos jovens escritores, escreve de forma impulsiva.
D. gosta de escrever sem obedecer a regras.

1.4. Com o novo livro Mulheres de Cinza, Mia Couto


A. manteve o estilo de escrita que o caracteriza.
B. privilegiou a sua relação poética com o mundo.

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C. tentou manter os clichés habituais na sua escrita.


D. destacou a recriação vocabular em detrimento da história.

2. Seleciona a opção que corresponde à única afirmação falsa, de acordo com o sentido do
texto.
A. A língua oferece potencialidades de brincriar.
B. A poesia é a essência da criação em Mia Couto.
C. Em Mia Couto, a genética não interfere com a sua arte.
D. Os mestres do escritor são poetas.

2. Identifica o antecedente do pronome «que» na expressão “A poesia não é um género

literário, está ligada a um certo tipo de pensamento que foi desvalorizado”

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Grupo IV – Escrita

“Pais e filhos não foram feitos para ser amigos. Foram feitos para ser pais e filhos.”

MILLÔR FERNANDES

Escreve um texto de opinião bem estruturado, com um mínimo de 150 e um máximo de 240
palavras, em que apresentes e defendas o teu ponto de vista sobre a relação entre os pais e
os filhos.
O teu texto deve integrar:
– a tua posição sobre a questão colocada;
– a apresentação de, pelo menos, duas razões que te permitam justificar essa mesma
posição;
– uma breve conclusão.

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ITENS DE RESPOSTA

COTAÇÕ
ES

Grupo II – Leitura e Educação Literária – Texto A

1.1. C
1.2. A
1.3. B
1.4. B 1×4
…………………………………………………………………………………
…………………… .................
3
2. C ....................
3
3. “um certo tipo de pensamento”

Grupo II – Texto B

Lê a entrevista com atenção.

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Ou controlamos as alterações ao clima ou "estas


catástrofes vão ser frequentes"

O físico Filipe Duarte Santos, especialista em alterações climáticas e presidente do


Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável, explica ao PÚBLICO
porque é que está a aumentar o risco de incêndios nos países do Mediterrâneo e porque
receia um mundo mais inóspito no futuro.

Este ano os incêndios na Grécia já mataram dezenas de pessoas, o ano passado


em Portugal morreram mais de 100 pessoas. O clima está a tornar mais comum os
comportamentos extremos do fogo?
O que se está a observar é uma maior frequência de ondas de calor em todo o mundo.
Nos países do Sul da Europa, da região do Mediterrâneo, também observamos um clima
mais seco. A combinação dessa secura com temperaturas mais elevadas é que conduz
a um maior risco de incêndios florestais. O que podemos esperar para o futuro é um
agravamento dessas tendências, porque as alterações climáticas estão a progredir.

Como explica o Verão atípico que se está a viver na Europa com países como o
Reino Unido e a Suécia com temperaturas recorde?
Isso tem a ver com a variabilidade climática. O planeta não tem a mesma temperatura
por todo o lado.

Dá ideia de que hoje já não reconhecemos as quatro estações do ano como


antigamente.

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As quatro estações eram caracterizadas principalmente pela questão da temperatura e


da precipitação. E a temperatura está a aumentar. As alterações climáticas também
aumentam a tal variabilidade do clima num determinado sítio. Antigamente a
temperatura não variava tanto, agora temos maiores variações. Em relação à
precipitação é o mesmo. Agora temos mais secas e temos variações da precipitação
muito grandes.

Daí a importância do Acordo de Paris.


O Acordo de Paris tem por objetivo não aumentar a temperatura média global do planeta
em mais de dois graus Celsius relativamente ao período pré-industrial [cerca de 1850].
Neste momento, já se aumentou essa temperatura em um grau Celsius. Com efeito, só
com o aumento de um grau temos estas ondas de calor cada vez mais frequentes com
consequências gravosas para as pessoas e para os bens.

O Japão recentemente teve cheias que provocaram mais de 200 mortos e depois
temperaturas acima dos 40.ºC. Em Montreal, no Canadá, registaram-se este mês as
temperaturas mais altas em 147 anos. Isto está tudo ligado?
Está. Faz tudo parte do facto de termos um planeta com uma atmosfera para onde
estamos a lançar grandes quantidades de gases com efeito de estufa, em particular o
dióxido de carbono, que resulta em grande medida da combustão dos combustíveis
fósseis. É um gás que é natural na atmosfera, mas ao aumentar a sua concentração na
atmosfera intensifica-se o efeito de estufa, ou seja, a atmosfera aquece. Isso sabe-se
desde meados do século XIX. Se não cumprirmos o Acordo de Paris e formos para além
dos dois graus Celsius então teremos um mundo muito mais inóspito. As pessoas
sobrevivem, mas sobrevivem em condições de muito menor bem-estar e de qualidade
de vida.

O mundo está a fazer o suficiente para responder às alterações climáticas?


Alguns países estão, outros não. A União Europeia está. É necessário fazermos uma
transição energética para as renováveis e dependermos menos dos combustíveis
fósseis. Portugal tem feito um bom trabalho nesse sentido, mas há países que não. A
China está a fazer um grande esforço a fim de desenvolver a energia eólica e a solar.

Os Estados Unidos abandonaram o Acordo de Paris.


Exatamente. Embora haja estados como a Califórnia, que continuam a tomar medidas de
redução das emissões. No global do mundo a situação é muito difícil. Começa a ser

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provável que a humanidade não vá cumprir o Acordo de Paris. Que se ultrapasse os tais
dois graus Celsius. É preciso investimento. É preciso haver melhor solidariedade entre os
países, que os mais ricos ajudem os menos ricos, como a Índia ou o Brasil, a fazer a
transição para as renováveis.

Há alguma forma de nos prepararmos ou evitarmos estas catástrofes?


Se não controlarmos as alterações climáticas estas catástrofes vão acontecer com mais
frequência. No caso de Portugal podemos adaptarmo-nos a um clima mais quente e mais
seco. E reagir à subida do nível médio do mar. Já subiu cerca de 20 centímetros desde o tal
período pré-industrial e, provavelmente, vai subir até um metro até ao fim do século.
Podemos preparar as nossas zonas costeiras e os recursos hídricos, tentar adaptar a
agricultura e as florestas. Mas isso exige uma grande determinação e também investimento.

Portugal tem feito esse percurso?


Portugal tem uma estratégia de adaptação às alterações climáticas. Também tem um plano de transição
para as energias renováveis. Foi anunciado em 2016 um roteiro para uma economia de baixo carbono
até 2050. Isso é muito positivo. Portugal é dos poucos países no mundo que tem essa ambição. Agora
falta concretizá-la.

Entrevista de Mariana Oliveira no jornal “Público” de 24 de julho de 2018, consultada em 1/10/18.


https://www.publico.pt/2018/07/24/mundo/entrevista/se-nao-controlarmos-as-alteracoes-climaticas-estas-catastrofes-
vao-acontecer-com-mais-frequencia-1839005,

Responde, de forma completa e bem estruturada, às questões que se seguem.

1. Relê a introdução da entrevista.


1.1. Identifica os aspetos essenciais aí referidos.

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2. Refere as principais causas associadas ao risco de incêndios florestais


mencionadas pelo entrevistado.
3. Explica, por palavras tuas, por que razão já não reconhecemos as quatro estações como
antigamente.
4. “O Acordo de Paris tem por objetivo não aumentar a temperatura média global do planeta
em mais de dois graus Celsius.”
4.1. Enumera os procedimentos que os países devem desenvolver para
fazer cumprir o Acordo.
4.2. Refere os riscos relacionados com o não cumprimento do Acordo.
5. Em relação a Portugal, o físico Filipe Santos apresenta uma situação otimista?
Justifica a tua resposta com dois exemplos.

Grupo II – Leitura – Texto B

1.Na introdução, referem-se os seguintes aspetos: a identificação do entrevistado, o seu perfil 4


profissional e o assunto que motivou a entrevista.

2. As principais causas do risco de incêndio prendem-se com a secura do planeta e as 4


decorrentes alterações climáticas.

3. Antigamente, as quatro estações caracterizavam-se principalmente pelas


mudanças de temperatura e pela precipitação. Nos dias de hoje, as alterações

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climáticas aumentaram, as variações de precipitação são muito grandes e temos


mais períodos de seca.

4.1. Os procedimentos passam por reduzir o lançamento da quantidade de gases com efeito de 4
estufa, em particular o dióxido de carbono, que resulta da combustão dos combustíveis
fósseis. A concentração deste gás faz aumentar o efeito de estufa, ou seja, a atmosfera aquece.
Assim, torna-se urgente a transição para energias renováveis.

4. 2. O incumprimento do Acordo de Paris tornará o mundo num local


adverso, em que a qualidade de vida e o bem-estar das pessoas serão
reduzidos.

5. Em relação a Portugal, Filipe Santos apresenta uma situação otimista, dado que existe uma
estratégia de adaptação às alterações climáticas e um plano de transição para as energias
renováveis, anunciado desde 2016.

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Prova escrita de Português


8.º ano

Duração do teste: 90 minutos Outubro de 2018

Esforça-te por:
– elaborar um discurso claro e organizado.
– utilizar uma linguagem correta e cuidada. Bom trabalho!

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GRUPO II

Texto A

Lê o texto. Se necessário, consulta as notas.

O mar sempre como pano de fundo na vida de Manuel Dantas


03.11.2007 || Nysse Arruda

Numa prancha ou no convés de um veleiro, o mar por companhia

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As noites de luar são sempre especiais para o velejador e surfista Manuel Dantas,
30 anos, atual chefe de equipa do Porto de Recreio de Oeiras, empresa que é também o
seu patrocinador oficial. É durante as longas horas das madrugadas claras que ele cuida
do vai e vem de embarcações que demandam o porto de Oeiras em busca de serviços,
combustível ou um pouco de descanso por entre a faina da pesca, ou o transporte de
algum veleiro pela costa europeia, ou mesmo vindo de uma travessia oceânica.
“É o único porto em Portugal a ter serviços 24 horas por dia. É o único sítio em que
se pode encontrar um bom banho de água quente depois de dias no mar”, declara Manuel
Dantas, que já soma mais de dez anos de andanças marítimas, seja como surfista ou
como velejador profissional – proa de um dos melhores iates portugueses, o Bigamist,
veterano em circuitos náuticos nacionais e europeus.
Foi também nas noites de luar no estado do Maranhão, no Brasil, que Manuel
Dantas ficou a apreciar um dos maiores fenómenos naturais do planeta – a “pororoca”
amazónica, este poderoso encontro das correntes fluviais com as marés oceânicas, que
acontece nos principais rios amazónicos e também na foz do rio Mearim, no Maranhão.
[…]
A 600 km da capital do Maranhão, S. Luís, e a mais duas horas de estrada de terra e
ainda mais duas horas de viagem a bordo de um pequeno barco de alumínio, Manuel
Dantas assombrou-se com a força da “pororoca”. “Muito antes de ver a onda, já se viam
os pássaros a levantar voo e uma grande agitação na selva. Depois era o estrondoso
ruído das águas a assustar-nos. E aí, enfim, vimos a pororoca, aquela monumental
parede de água barrenta a explodir com uma força incalculável”, disse Manuel Dantas,
contando que só rezava para o pequeno barco não se virar na aproximação daquela
massa de água.
Sempre ao compasso das marés, o surfista português surfou infinitas vezes aquelas
ondas míticas, aproveitando todo o treino prévio em apneia 1 para suster a respiração por
cerca de 1min e 40 seg no meio do turbilhão de espuma daquelas águas selvagens.
“Ficámos de 6 a 8 horas na água, apanhando todos os momentos daquela onda e
surfando continuamente por cerca de 8 a 10 minutos, uma experiência extraordinária,
visto que no mar um surfista só se aguenta numa mesma onda por escassos 20-30
segundos”, descreveu Dantas, acostumado com as vagas mais ordenadas da zona da
praia de S. Pedro do Estoril […].

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O culminar desta expedição foi o surf no Paredão da Morte, o local em que se


anuncia a chegada da “pororoca”, numa curva pronunciada na foz do rio Mearim, onde as
poderosas águas avançam lavrando a ravina, escavando as margens, arrastando a lama,
a vegetação, os animais. “Fizemos questão de surfar este setor, que os nativos diziam ser
impossível. Na primeira tentativa, eu e o Miguel Ruivo fomos apanhados pela espuma e
projetados contra as margens, onde ele ficou enrolado nos troncos de árvores e eu tive de
ir ajudá-lo a safar-se”, relembrou Dantas […].

in Diário de Notícias, disponível em https://www.dn.pt/arquivo/2007/interior/o-mar-sempre-como-pano-de-fundo-na-vida-


de-manuel-dantas-988078.html [cons. 04-10-2018, adaptado e com supressões]

NOTAS
1. apneia: modalidade desportiva de mergulho livre (em piscinas, lagos, rios ou no mar), em que o atleta se submerge
durante o maior tempo possível, sem recurso a equipamentos para respirar, usando apenas a reserva de ar dos seus
pulmões.

1. Para cada item (1.1. a 1.5.), seleciona a opção que permite obter uma afirmação
adequada ao sentido do texto.
Escreve o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.

1.1. Para Manuel Dantas, as noites de luar são especiais porque permitem que o
velejador

A. tenha uma melhor visão do oceano.

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B. auxilie mais pessoas.

C. observe ondas fenomenais.

D. ofereça banhos quentes a quem anda no mar.

1.2. No contexto em que surge, a palavra “veterano” (linha 12) significa

A. antigo combatente.

B. envelhecido.
C. experiente.
D. reformado.

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1.3. A “pororoca” é um fenómeno natural


A. que surge, de forma inesperada, sem qualquer sinal de aviso.

B. que surge, sendo anunciada por um grande volume de água barrenta.


C. que resulta da junção do rio Amazonas com o rio Mearim.
D. que resulta do encontro das correntes do rio com as marés do oceano.

1.4. Para descrever a “chegada da ‘pororoca’” (linha 35), a jornalista recorre a


A. uma enumeração.
B. uma personificação.
C. uma antítese.
D. uma comparação.

1.5. As expressões “As noites de luar são sempre especiais para o velejador” (linha 1) e
“O culminar desta expedição foi o surf no Paredão da Morte” (linha 34) são

A. dois factos.

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B. duas opiniões.
C. um facto e uma opinião, respetivamente.
D. uma opinião e um facto, respetivamente.

1.1. B.
1.2. C.
1.3. D.
1.4. A.
1.5. D.

2. D., F., A., C., B., E.

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GRUPO I – Parte A
Lê o texto. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário apresentado.

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Entrevista a Gonçalo M. Tavares

Por Isabel Lucas

Num café de Lisboa onde passou muitas horas de escrita, Gonçalo M. Tavares, 43 anos, 12
de publicação, tem dois livros em cima da mesa, Animalescos, ficção publicada em junho, e
Atlas do Corpo e da Imaginação, um trabalho de fôlego, imagem e texto, que acaba de sair,
feito em conjunto com um grupo de arquitetos a que foi dado o nome de Espacialistas.

Começou este livro em 2005.


Sim, uma eternidade. A parte central foi escrita em 2005, são quase dez anos, e é mesmo a
sensação de o livro ir mudando e pedindo determinadas coisas. Está praticamente terminado
há um ano. As imagens foram aparecendo e foi-se moldando. Para mim o tempo dos livros é
importante.

A ideia de ser escrito em fragmentos1 foi primordial?


Sim. Pode ser lido em qualquer sítio. É também um grande elogio ao fragmento. Se a pessoa
ler a eito há uma espécie de narrativa, mas há também a possibilidade de entrar num capítulo
sobre a vergonha ou sobre o amor sem a necessidade de saber o que está antes ou virá

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depois. Há uma leitura fundamental, silenciosa, concentrada, contínua, mas pode ser isso
tudo e por fragmentos.

E consegue ser um escritor de fôlego, como um escritor de velocidade?


O Animalescos é de outro mundo de movimentos. Tenho muito prazer nas histórias.
O Senhor Valery, da série O Bairro, é um contador de histórias. Mas às vezes escrevo sem
pensar em forma nenhuma. No Animalescos o movimento de escrita é muito veloz e orgâ-
nico. Quase incompatível com o Atlas ou Uma Viagem à Índia. Gosto da escrita instintiva.
Há os equívocos2 acerca do pensamento estar ligado à lentidão, mas o Animalescos tem
velocidade e reflexão. O Atlas tem a ver com lentidão.

Continua a escrever num espaço fora de casa?


Completamente. Um espaço do século XVIII. Sem contactos, sem comunicação. Agora escrevo
muito de seguida, três ou quatro horas sem parar. Não revejo. A uma velocidade enorme.
Às vezes acelero de tal maneira que as letras saem fora do lugar. No início escrevo

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mais lento e quando começo a acelerar todas as letras estão fora do lugar. É a minha
forma. Sou muito instintivo. Não gosto de pensar antes de escrever.

E a reescrita?
Aí é completamente diferente. É outra parte do cérebro, outra tarefa. Tento escrever muito
de manhã. Mas pegar no texto, cortar, esse trabalho gigantesco, faço à tarde. É como se
fosse feito com a mão esquerda e outro com a mão direita. A escrita é com a mão es-
querda, o apurar com a direita. O ato decisivo é dado com a mão esquerda, disse Walter
Benjamin. A escrita e a reescrita são dois esforços completamente diferentes, como duas
energias. A energia da reescrita é muito mais lúcida.

Vocabulário:
1
excertos; 2 enganos não propositados, mal-entendidos

In Ipsilon, 23 de dezembro de 2013, edição online


(texto com supressões, acedido em março de 2014).

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1. As afirmações apresentadas de (A) a (G) baseiam-se em informações presentes no texto.

Escreve a sequência de letras que corresponde à ordem pela qual essas informações
aparecem no texto.

Começa a sequência pela letra (B).

(A) O novo livro de Gonçalo M. Tavares é constituído por fragmentos.


(B) Gonçalo M. Tavares passou muitas horas a escrever num café de Lisboa.
(C) O autor escreve por vezes sem pensar.
(D) O autor começou a escrever o seu novo livro em 2005.
(E) O autor considera que reescrever um texto exige maior lucidez.
(F) O livro de Gonçalo M. Tavares agora publicado está escrito há praticamente um ano.
(G) O autor costuma escrever três ou quatro horas de seguida.

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2. Seleciona, para responderes a cada item (2.1. a 2.4.), a única opção que permite obter
uma afirmação adequada ao sentido do texto.

Escreve o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.

2.1. A entrevista feita a Gonçalo M. Tavares focaliza-se sobretudo

(A) nos livros escritos pelo autor em doze anos.


(B) no último livro publicado pelo autor.
(C) no tempo que o autor utiliza para escrever.
(D) nos locais onde o autor escreve.

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2.2. O nome “Espacialistas” (linha 4) foi dado

(A) ao conjunto das duas obras que Gonçalo M. Tavares tem em cima da mesa.
(B) ao trabalho de fôlego, imagem e texto do Atlas do Corpo e da Imaginação.
(C) a Gonçalo M. Tavares e ao grupo de arquitetos que trabalhou com ele.
(D) ao grupo de arquitetos que trabalhou com Gonçalo M. Tavares.

2.3. Ao afirmar “O Animalescos é de outro mundo de movimentos” (linha 17), o autor indica
que o livro referido

(A) é constituído por fragmentos.


(B) não pode ser lido a eito.
(C) não é constituído por fragmentos.
(D) foi escrito com lentidão.

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2.4. Escrever e reescrever são dois processos

(A) antagónicos.
(B) semelhantes.
(C) gigantescos.
(D) lúcidos.

3. Seleciona a opção que corresponde à única afirmação falsa, de acordo com o sentido
do texto.

Escreve o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.

(A) O pronome “que” (linha 3) refere-se a “texto”.


(B) O pronome “a que” (linha 4) refere-se a “um grupo de arquitetos”.

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(C) Os pronomes “isso tudo” (linhas 14-15) referem-se a “uma leitura fundamental, silenciosa,
concentrada, contínua”.

(D) A expressão “É a minha forma” (linhas 27-28) refere-se ao seu processo de escrita.

Teste de avaliação n.º 1


:: GRUPO I – Parte A
1. (B), (D), (F), (A), (C), (G), (E)

2.1. (B)
2.2. (D)
2.3. (C)
2.4. (A)

3. (A)

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TESTE 4

NOME: TURMA: N.O:

Unidade 4 – Textos autobiográficos

GRUPO I

PARTE A

Lê a sinopse do livro Conversas com Saramago e o excerto de uma das entrevistas ao


escritor.
Sinopse

Nestas Conversas com Saramago, reúnem-se seis entrevistas com o prémio Nobel da
Literatura: três publicadas no JL, Jornal de Letras, artes e ideias, e outras três na Visão.
Foram todas realizadas em Lisboa, Madrid e Lanzarote num período de 17 anos, e nelas
José Saramago (1922-2010) fala dos seus livros, com especial profundidade do que estava
para sair na altura de cada conversa – e de muito mais. Lidas em conjunto, estas
entrevistas permitem «compreender melhor o caminho e a evolução do ficcionista, do
homem e do cidadão, desde o seu processo de criação e de escrita, até à relação com
Portugal, o percurso de vida e a visão do mundo».

Entrevista - Visão, 16 de janeiro de 2003


Entre 1994 e 1998 publicaste cinco volumes dos Cadernos de Lanzarote1, um
sobre cada ano anterior. Decerto deverias ter escrito grande parte do relativo a
98, mas ganhaste o prémio Nobel e ele nunca veio a lume. Não o vais publicar?
Os cadernos acabaram?

5 Não estava escrito, tinha notas e apontamentos. Vamos lá ver. Agora primeiro
tenho de cumprir o compromisso que já há três ou quatro anos tomei com a minha
editora brasileira, a Companhia das Letras, de escrever um livro para uma coleção
chamada Literatura e Morte. É uma coleção em que a personagem central de cada
livro tem de ser um escritor, à volta do qual se inventa uma história. Eu escolhi

10 o Alexandre Dumas, o pai, claro…

1
Lanzarote – Ilha no arquipélago das Canárias (Espanha)
História obrigatoriamente fundada na realidade da vida ou da obra do
escritor?
Não; uma pura ficção policial, em que há um crime, ou alguém é morto… Vai
chamar-se O Mistério do dente perdido (risos), Mistério ou Caso, ainda não sei bem.

15 Será um romance aí para umas cem páginas. Depois de o escrever, quero terminar os
Cadernos relativos a 1998 e publicá-los. Até se pode dizer que parece mal não o fazer
no ano em que recebi o Nobel, não falar disso.

Já revelaste que não deitas fora nada do que escreves.


É verdade, pode parecer petulância, mas é verdade.

20 Também se pode dizer o contrário, que é falta de exigência… (risos) O Livro


das Tentações, falemos dele mais uma vez, será assumidamente um livro de
memórias, ou terá alguma coisa de ficção?
Quero aproximar um extremo do outro, os 80 anos dos 10. Desenhar a personagem a
partir dos factos concretos da sua própria vida.

25 Até que idade, 14 anos?

Um pouco mais, 16, máximo 17.

A infância é a fase decisiva das pessoas, que as marca para sempre?


Não sei. Como nunca ninguém pôde viver sem passar pela infância (risos),
digamos que tem uma importância decisiva… Agora, por efeito da idade, está-me

30 a acontecer uma coisa extraordinária, ou não extraordinária, parece acontecer a


toda a gente: a capacidade de recordar, de reconstituir, de certa forma redesenhar
com exatidão os sítios, as pessoas, os lugares, as árvores, quase diria folha por folha,
da minha infância na casa dos meus avós. Estou a vê-la agora mesmo, exatamente,
exatamente. Coisas tão insignificantes como os dois degraus de pedra por onde se

35 subia para entrar. E um dos cantos de um desses degraus, do primeiro degrau,


em pedra branquíssima, belíssima, devia ser mármore, que não sei de onde veio.
Esse canto estava partido há uma data de anos: estou a vê-lo, estou a ver o chão
de barro, estou a ver o sítio onde a água empoçava, quando se regava no verão.
Se aos 80 anos a infância constitui essa espécie de alimento, se a memória nos

40 traz tudo isso e o integras no teu dia a dia de agora… Não podemos viver sem
infância.

José Carlos Vasconcelos, Conversas com Saramago, JL, s.d.


Responde aos itens que se seguem de acordo com as orientações que te são dadas.

1. Classifica cada uma das afirmações seguintes (1.1. a 1.8.) como verdadeira ou falsa,
apresentando uma alternativa verdadeira para as frases falsas. (8 pontos)

1.1. As Conversas com Saramago agrupam entrevistas publicadas em três jornais/re-


vistas diferentes.

1.2. As entrevistas foram realizadas em locais diferentes.

1.3. O tema central destas conversas é a atribuição do prémio Nobel ao escritor.

1.4. As entrevistas abordam exclusivamente a produção literária do autor.

1.5. Saramago não completou o sexto volume dos Cadernos de Lanzarote devido a um
compromisso com uma editora.
1.6. O livro no qual o escritor estava a trabalhar no momento da entrevista centra-se na
história verídica de um escritor real.

1.7. O entrevistado foi galardoado com o prémio Nobel na segunda metade da década
de 90.

1.8. O Livro das Tentações é de caráter autobiográfico.

2. Seleciona, para responderes a cada item (2.1. a 2.3.), a única opção que permite obter
uma afirmação adequada ao sentido do texto. (4,5 pontos)

2.1. Segundo o entrevistado, O Livro das Tentações centrar-se-á no período da sua vida
a) entre os 10 e os 80 anos.
b) até aos 17 anos.
c) a partir dos 80 anos.
d) até aos 14 anos.

2.2. As formas verbais no infinitivo, usadas para definir memória na última resposta, são:

a) «recordar», «reconstituir» e «redesenhar».


b) «viver», «acontecer» e «recordar».
c) «viver», «reconstituir» e «redesenhar».
d) «recordar», «reconstituir» e «viver».
Conto Contigo8

2.3. Na expressão «Estou a vê-la agora mesmo…» (linha 33), o pronome


refere-se a (2,5 pontos)

a) «folha por folha».


b) «infância».
c) «minha infância na casa dos meus avós».
d) «casa dos meus avós».

3. Transcreve uma frase da última resposta do entrevistado que comprove a


afirmação seguinte sobre uma das características da memória enquanto texto
autobiográfico. (2 pontos)

«Habitualmente, o autor de uma memória descreve aspetos particulares do espaço


e do tempo em que decorreram os acontecimentos narrados.»
P8, Manual, p. 154

TESTE 4

GRUPO I

11
Conto Contigo8

Parte A

1.1. Falsa. As Conversas com Saramago agrupam entrevistas publicadas em dois


jornais/revistas diferentes.

1.2. Verdadeira.

1.3. Falsa. As diversas entrevistas centraram-se nos seus livros, em especial no que
estava para sair na altura da realização da entrevista.

1.4. Falsa. As entrevistas centram-se não só na obra do escri-tor, mas também em


aspetos da sua vida e da sua visão do mundo.

1.5. Verdadeira.

1.6. Falsa. O livro no qual o escritor está a trabalhar no momento é uma história
ficcional sobre um escritor real.

1.7. Verdadeira.

1.8. Verdadeira.

2.

2.1. a)

2.2. b)

2.3. c)

3. «Esse canto estava partido há uma data de anos: estou a vê-lo, estou a ver o chão de
barro, estou a ver o sítio onde a água empoçava, quando se regava no verão.»

12

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