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Exercícios de fixação – 3
Professor: André Tavares
1. Considere o poema:
A diva
Vamos ao teatro, Maria José?
Quem me dera,
desmanchei em rosca quinze kilos de farinha
tou podre. Outro dia a gente vamos
Falou meio triste, culpada,
e um pouco alegre por recusar com orgulho
TEATRO! Disse no espelho.
TEATRO! Mais alto, desgrenhada.
TEATRO! E os cacos voaram
sem nenhum aplauso.
Perfeita.
Os diferentes gêneros textuais desempenham funções sociais diversas reconhecidas pelo leitor a partir de
suas características específicas, bem como da situação comunicativa em que ele é produzido. Assim, o texto
“A diva”
a) surpreende o leitor pelo seu efeito engajado.
b) narra um fato imaginário vivido por Maria José.
c) relata uma experiência a partir de um texto teatral.
d) descreve uma ação possível de uma mulher sonhadora.
Isto
Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.
Por isso escrevo em meio
Do que não está ao pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!
Fernando Pessoa é um dos poetas mais extraordinários do século XX, sua obsessão pelo fazer poético não
encontrou limites. Sobre o modo de compor o poema, pode-se afirmar que ele
a) associa o modo de composição do poema ao estado de indiferença do poeta a partir da função catártica.
b) revela seu conflito emotivo em relação ao processo de construir o texto. Nesse caso, prevalece a função
estética.
c) distingue os sentimentos do poeta, assim como os de quem lê, visto que utiliza, predominantemente, a
função lúdica.
d) considera fundamental para a poesia a influência dos fatos sociais e verídicos, apresentando, com isso,
forte caráter engajado.
Leia os fragmentos a seguir para responder à questão 3.
TEXTO I
Dado que a literatura ensina na medida em que atua com toda a sua gama, é artificial querer que ela funcione
como os manuais de virtude e boa conduta.
TEXTO II
O Triste Fim de Policarpo Quaresma (1915): A pátria que quisera ter era um mito; era um fantasma criado por
ele no silêncio do seu gabinete. Nem a física, nem a moral, nem a intelectual, nem a política que julgava existir,
havia[...] E, bem pensando, mesmo na sua pureza, o que vinha a ser a Pátria? Não teria levado toda a sua
vida norteado por uma ilusão [...] (p. 245).
BARRETO, Lima. O Triste Fim de Policarpo Quaresma. São Paulo: DCL, 2005; p. 245.
3. A partir dos fragmentos, pode-se afirmar que a função literária que eles apresentam referem-se à função
a) social da literatura.
b) lúdica da literatura.
c) catártica da literatura.
d) cognitiva da literatura.
Sabemos que o reino das palavras é farto. Elas brotam de nosso pensamento de maneira natural, não
temos a preocupação de elaborar o que dizemos ou até mesmo escrevemos. As palavras, contudo, podem
ultrapassar seus limites de significação. Podendo, assim, conquistar novos espaços e passar novas
possibilidades de perceber a realidade. O caminho que a literatura percorre é este. O artista sente, escolhe e
manipula as palavras, as organiza para que produzam um efeito que vá além da sua significação objetiva,
procurando aproximá-las do imaginário.
DANTAS, 2017.
5. Relacione as colunas a seguir de forma a indicar as características adequadas para cada função da
literatura:
1. Função lúdica.
2. Função estética.
3. Função catártica.
4. Função cognitiva.
5. Função social ou engajada.
( ) Trata de problemáticas de determinado contexto social, ou seja, traz uma discussão sobre fatos sociais.
( ) Está no fundamento daquilo que se considera arte e tem o sentido de fenômeno do belo e da produção
artística.
( ) Provoca no leitor o sentimento de libertação de uma emoção ou sentimento reprimido, causando a
purificação, alívio das tensões.
( ) Comumente é representada por textos em que há uma linguagem mais incomum, ou seja, utiliza de
recursos que revelam originalidade.
( ) Descreve o conhecimento de forma particular, ou seja, tem caráter informativo, mas apresenta uma visão
emotiva com o intuito de transmitir conhecimento.
Leia o poema de Carlos Drummond de Andrade para responder às questões 6 e 7.
O poeta
declina de toda responsabilidade
na marcha do mundo capitalista
e com suas palavras, intuições, símbolos e outras armas
promete ajudar
a destruí-lo
como uma pedreira, uma floresta,
um verme
Vocabulário
Declina – afasta-se.
6. A literatura pode ter o papel de criticar a realidade e os diversos problemas sociais que nos deparamos no
dia a dia. Explique como isso ocorre no poema de Drummond.
Grito Negro
Eu sou carvão!
E tu arrancas-me
brutalmente do chão
e fazes-me tua mina, patrão.
Eu sou carvão!
E tu acendes-me, patrão,
para te servir eternamente
como força motriz
mas eternamente não, patrão.
Eu sou carvão
e tenho que arder sim;
queimar tudo com a força da
minha combustão.
Eu sou carvão;
tenho que arder na exploração
arder até às cinzas da
maldição
arder vivo como alcatrão, meu
irmão,
até não ser mais a tua mina,
patrão.
Eu sou carvão.
Tenho que arder
Queimar tudo com o fogo da
minha combustão.
Sim!
Eu sou o teu carvão, patrão.
8. Pode-se afirmar que o tema do poema remete à exploração do homem pelo homem. Justifique essa
afirmação e retire do texto um trecho que comprove sua resposta.
9. Esclareça como a linguagem usada pelo quadrinista, na história abaixo, tem apelo plurissignificativo e
desenvolve, de acordo com as informações apresentadas, interpretações múltiplas.
“A minha vida, a mais verdadeira, é irreconhecível, extremamente interior e não tem uma só́ palavra que a
signifique”.
10. O narrador fala da dificuldade de exprimir aquilo que se passa dentro de si diante da ausência de palavras
capazes de nomearem a sua identidade e o seu complexo mundo interior. Cite o tipo de função da literatura
predominante na citação e justifique sua resposta.