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Avaliação Diagnóstica de Língua portuguesa – 3º Bimestre Valor: 3,0

Professor(a): Maressa Prado Mota Série/Ano: 6º EF2


Aluno(a): Data: _____/____/_____

Orientações:
 Leia os textos e enunciados com muita atenção.
 Nas questões discursivas use suas palavras e pontos de vistas quando necessário.
 Letra legível e muita atenção com a ortografia, pois entrará nos critérios avaliativos.
Boa avaliação!

 Estudamos muito nesse bimestre sobre a tipologia narrativa e conhecemos vários gêneros e
subgêneros narrativos. Leia com muita atenção a narrativa que segue para responder as questões propostas.

Palavra, parola
Ilka Brunhilde

Eu sempre tive muito amor pelas palavras, mesmo — Agora leia esta, Fortunatella. É uma palavra
antes de aprender a ler e a escrever. forte e bela.
Quando minha avó Catarina me ensinou a rezar, eu — V-I-N-O, VI-NO – soletrava eu.
gostava de repetir as rezas em voz alta muitas vezes, [...]
ainda que não entendesse seu significado: “Levanto-me E havia ainda outras palavras, altas e luminosas,
LAURITO, Ilka Brunhilde. A
em nome de Deus, o Pai que me criou, o Filho que me que meu avô astrônomo me apontava nos livros: LUNA,
redimiu, o Espírito Santo que me santificou. A STELLA... E eu lia o céu brilhante das noites da
Santíssima Trindade me salva de todos os perigos do Saracena...
corpo e da alma.” O que eu achava bonito era a música Então, quando voltava para a casa do meu avô
que havia nas palavras. Mas, quando comecei a ler, Vincenzo, que conhecia muitas palavras da língua
também achei bonito o desenho dessa música. portuguesa, eu lhe perguntava:
Foi vovô Leone, meu avô astrônomo, quem me — Vovô Vincenzo, como se diz SOLE na língua
ensinou as primeiras palavras escritas. Como já contei, do Brasil?
ele tinha uma enorme biblioteca em casa e gostava que eu E ele traduzia: SOL!
folheasse seus livros. — SOL! – eu repetia, e a palavra me parecia mais
Um dia ele me mostrou um de astronomia, e eu vi redonda que a palavra SOLE... Uma verdadeira bola de
a imensa bola do Sol com o nome embaixo: SOLE. fogo que fazia amadurecer as plantações, os homens e os
E ele me disse sorrindo: dias.
— Veja a palavra SOLE, Fortunalla. Ela parece ter — E como é PANE na língua do Brasil?
luz, calor, se você a pronuncia em voz alta: sole, Sole, — PÃO – dizia meu avô Vincenzo com
SOLE! dificuldade.
Eu olhava para meu avô, fascinada, e, para a E eu também achava difícil pronunciar essa
palavra, como para um mistério que só quem sabia ler palavra. Porque o som tinha de sair e era complicado.
decifrava. SOLE, eu aprendia a ler: e logo a neve dos Mas eu brincava de cornetinha de soldado, apertando as
campos no inverno se derretia ao som da minha voz... narinas e me fazendo de fanhosa:
Depois vovô Leone me mostrava outro livro e — PÃÃÃÃÃÃO...
outra palavra: PANE. (...). Só que ele não sabia me explicar por que o
E eu aprendia a soletrar: P-A-N-E, PA-NE, PANE. som se escrevia diferente, se era igualzinho ali e lá...
E via, enquanto lia, a colheita das espigas e a roda do — STELLA? ESTRELA! – repetia eu, enrolando a
moinho girando para fazer a farinha, e as mãos das língua.
mulheres amassando o pão, e o pão sendo cozido nos — LUNA? LUA! – traduzia, desta vez com
fornos de barro e sendo comido quentinho na hora de sair cuidado de não deixar o som sair pelo nariz, só pela boca,
do fogo. PANE, PANE, PANE... E que dizia que eu como me ensinava vovô Vincenzo.
sentia mais fome?...
E as minhas amiguinhas, para quem eu ia correndo bando de louquinhas, como se, com as palavras do Brasil,
contar a novidade das palavras que aprendia, me traduzidas das parole italianas, estivéssemos viajando
arremedavam em coro: SOL, PÃÃÃO, VINHO, para além do mar Mediterrâneo, em busca de terras e
ESTRELA, LUA...E íamos gritando pelas ruas, como um céus distantes das terras e céus da Saracena.
Questão 01

Este texto é mais um trecho do livro “A menina que fez a América”. Neste trecho, Fortunata lembra-se dos
momentos passados com seus avós italianos. De acordo com este fragmento, o que Fortunatella sempre teve
mesmo antes de aprender a ler e escrever?
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Questão 02

Listando algumas palavras do texto, como por exemplo: Resgatar, salvar, astrônomo, universo sideral,
atraído, etc. Essas palavras foram empregadas em seu sentido denotativo ou conotativo? Justifique sua
resposta.
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Questão 03

Explique com suas palavras e logo em seguida dê exemplos sobre: sentido denotativo e sentido conotativo
das palavras.
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Questão 04

Enredo, personagem, espaço, tempo e narrador estão presentes em todos os textos narrativos
independentemente do gênero a que pertençam. Releia o texto e responda. Nesse fragmento, quem é o
narrador? Qual é o foco narrativo?
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Questão 05

O tempo na narrativa é cronológico ou psicológico? Por quê?


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Questão 06

Identifique as personagens deste trecho.


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Questão 07

Cite os espaços onde acontecem os fatos deste fragmento.


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Questão 08

Identifique a situação inicial e o desfecho desta parte da história de Fortunatella.


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Introdução: Leia o texto para responder à questão 09.

Italiano capta sons da natureza para criar músicas

Se a quantidade de instrumentos musicais tocados por Diego Stocco não é infinita, com certeza é
incontável. Para ele fazer música com uma coisa, basta que ela exista. Galhos, folhas, frutas, areia, casca de
tronco de árvore, sementes, até uma abelha que passeava entre as flores participam da gravação do músico.
Nas mãos do italiano, qualquer jardim vira uma orquestra. Para fazer suas composições em parceria com a
natureza, vários métodos de captação são utilizados. Quase sempre, os objetos acabam se transformando em
elementos de percussão.
Ele posiciona microfones perto de uma árvore, por exemplo, e, após um breve teste para descobrir qual
o som provocado pelos movimentos, começa a chacoalhar os galhos e batucar no tronco, como se fosse um
bongô. Às vezes, pequenos microfones são acoplados ao seus dedos, fazendo com que qualquer impacto seja
ampliado na hora. Mas o método mais curioso, com certeza, é o estetoscópio. Diego pluga o aparelho em um
microfone e o encosta na casca da árvore. Assim que ele bate no tronco, o que se ouve é um som grave,
saído diretamente das entranhas daquela planta.
Quando ele termina de experimentar as sonoridades do jardim, é tudo uma questão de edição.
Apesar de ter virado notícia, a ideia de utilizar elementos naturais para criar uma canção não é
exatamente nova. Desde os tempos em que o homem morava em cavernas, ele já fazia músicas com os
elementos ao seu redor. [...]
Hermeto Pascoal, um dos músicos mais inventivos que o Brasil já viu, fazia coisa parecida desde os
tempos de criança, em 1940. Ele transformava cano de mamona de jerimum em pífano (tipo de flauta) e
adorava fazer música com os barulhos da lagoa perto de sua casa.
[...]
Disponível em:
<http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI30817917770,0ITALIANO+CAPTA+SONS+DA+NATUREZA+PARA
+CRIAR+MUSICAS.html>. Acesso em: 23 nov. 2013

Questão 09

O emprego de pronomes é um recurso coesivo que possibilita ao leitor evitar repetição de um termo já
mencionado no texto. No texto, que ocorrência do pronome “ele” faz referência ao músico Hermeto
Paschoal?
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Introdução: Leia o poema a seguir, de Roseana Murray.

Receita de acordar palavras


Palavras são como estrelas
facas ou flores
elas têm raízes pétalas espinhos
são lisas ásperas leves ou densas
para acordá-las basta um sopro
em sua alma
e como pássaros
vão encontrar seu caminho.
MURRAY, Roseana. Receitas de olhar. São Paulo: FTD, 1997. p. 10.

Questão 10

No verso “para acordá-las basta um sopro”, o pronome sublinhado retoma o seguinte termo citado
anteriormente:

a) Palavras c) Facas e) Raízes


b) Estrelas d) Flores

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