5 Livros para Pensar o Lugar Do Negro Na Arte Do Brasil - Nexo Jornal

16/01/2022 12:49 5 livros para pensar o lugar do negro na arte do Brasil | Nexo Jornal
FAVORITOS
(/ESTANTE/FAVORITOS/)
Renata
Felinto
04 de mai de 2019
FOTO: WILSON DIAS/AGÊNCIA BRASIL
A artista, professora e
pesquisadora Renata
Felinto indica 5 livros
para se aprofundar na
arte feita por pessoas
negras DÊ O NEXO DE PRESENTE!
APROVEITE ESSA OPORTUNIDADE
ÚNICA E POR TEMPO LIMITADO
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Precisamos repensar a palavra

“lugar”. Considerando os
estudos cada vez mais
profundos sobre
decolonialidade, ideia em que
está intrínseca a discussão sobre
territorialidade, o emprego da
palavra “lugar” para se referir ao
protagonismo de pessoas
negras na participação e
construção da história das artes
visuais no Brasil descortina a
agudeza da questão racial.
Estamos ainda pensando em

lugares específicos a serem
ocupados por pessoas negras
que fazem arte? Se sim,
assumimos que o racismo
impede pessoas negras que
produzem arte de estarem em
quaisquer lugares? Se não,
artistas visuais negras e negros
podem estar em qualquer lugar?
Se a arte como área de
conhecimento e de criação
inerente ao ser humano é livre,
isso significa que a pessoa negra DÊ O NEXO DE PRESENTE!
que faz arte também o é? Como APROVEITE ESSA OPORTUNIDADE
já denunciava Frantz Fanon em ÚNICA E POR TEMPO LIMITADO
“Peles negras, Máscaras PARA PRESENTEAR QUEM VOCÊ
brancas” (1952), existe o homem GOSTA
e existe o homem negro, de
12 MESES DE NEXO
forma que existe a arte, e existe
De R$120 por R$100
a arte negra. Isso é fato e é
preciso observar essa realidade –
com a maturidade de 3 MESES DE NEXO
entendermos que a obra reflete De R$45 por R$36
a pessoa que a cria e que se
circunscreve num contexto QUERO PRESENTEAR
histórico, social, regional e
também étnico-racial.
também étnico racial.
Pois bem, é indissociável a

história da pessoa negra que
produz arte e o processo de
elaboração de sua obra. Há, sim,
artistas que possuem toda uma
trajetória sem que a questão de
sua identidade, negritude e
consciência de si num contexto
diaspórico se materialize em
suas obras de arte. Mas seria
essa pessoa alienada de sua
condição no mundo e, nesse
caso, especificamente, no
Brasil?
Assim, pensar sobre obras que

tratem do suposto lugar do
negro na arte também é pensar
sobre as abordagens da ciência,
da antropologia, da sociologia,
da história, da psicologia, entre
outras áreas do conhecimento,
do ser pessoa negra no Brasil. E
são inúmeros autores e autoras
que se debruçaram sobre o
tema. Focando nas artes visuais
podemos mencionar, sem juízo
de valor, Raymundo Nina DÊ O NEXO DE PRESENTE!
Rodrigues, Manuel Querino, APROVEITE ESSA OPORTUNIDADE
Marianno Carneiro da Cunha, ÚNICA E POR TEMPO LIMITADO
Abdias Nascimento, Emanoel PARA PRESENTEAR QUEM VOCÊ
Araújo, Maria Heloisa Leuba GOSTA
Salum, Kabengele Munanga, só
12 MESES DE NEXO
para ficar na tradição. Ou seja,
De R$120 por R$100
autores e autoras, por vezes
também artistas, como nos –
casos de Querino e Araújo, que 3 MESES DE NEXO
buscaram criar uma narrativa De R$45 por R$36
coerente sobre arte realizada
por pessoas negras a partir de QUERO PRESENTEAR
uma linearidade e sucessão de
acontecimentos.
acontecimentos.
Muitos desses escritos são

artigos e alguns foram
realizados especialmente para
catálogos de exposições, o que
aponta para a escassez de
publicações mais específicas
sobre esse recorte. O que não
significa que existam hoje
poucos estudos. Ao contrário,
nunca se estudou tanto arte
realizada por pessoas negras.
Precisamos de editoras que se
proponham a publicar esses
escritos.
Indico abaixo algumas

publicações que demarcam essa
importância nas primeiras
décadas do século 21 e ressalto
que o lugar do negro (e da
negra) nas artes visuais do
Brasil é em todos os lugares.
Arte africana e afro-

brasileira
Dilma de Melo Silva e
Maria Cecília Félix Calaça.
Editora Terceira Margem, DÊ O NEXO DE PRESENTE!
2006 APROVEITE ESSA OPORTUNIDADE
A professora da Escola de PARA PRESENTEAR QUEM VOCÊ
Comunicação e Artes da USP GOSTA
Dilma de Melo Silva e a
12 MESES DE NEXO
pesquisadora em educação
Maria Cecília Félix Calaça
De R$120 por R$100
reúnem conhecimentos de suas –
pesquisas no mestrado e no 3 MESES DE NEXO
doutorado para a elaboração De R$45 por R$36
deste breve livro que tem um
caráter introdutório sobre o que QUERO PRESENTEAR
vem a ser a arte africana e afro-
brasileira. Iniciam a publicação
p ç
apresentando parte pouco
conhecida por leitores e leitoras
do Brasil e que deveria ser
ensinada na educação básica: os
grandes reinos africanos antes
do contato e destruição por
parte de europeus. A partir
disso, trazem informações sobre
a arte tradicional realizada pelas
populações desses reinos,
principalmente no que se refere
ao caráter conceitual dessas
obras. Apontam para os
primeiros estudos realizados
sobre essa produção de arte fora
do Brasil e analisam como essa
estética tem uma continuidade
no Brasil a partir de artistas que
se dedicaram à escultura. Por
fim, há preciosas dicas de como
trabalhar o tema em sala de
aula.
A mão afro-
brasileira:
significado da
contribuição
artística e histórica DÊ O NEXO DE PRESENTE!
Emanoel Araújo (org.). APROVEITE ESSA OPORTUNIDADE
Imprensa Oficial do ÚNICA E POR TEMPO LIMITADO
estado de São Paulo. PARA PRESENTEAR QUEM VOCÊ
Segunda edição revista e GOSTA
ampliada, 2010
12 MESES DE NEXO
A primeira edição desta De R$120 por R$100
fundamental obra para se –
entender a importância da
3 MESES DE NEXO
população africana e de sua
De R$45 por R$36
descendência para a construção
do Brasil foi publicada em 1988
QUERO PRESENTEAR
em comemoração aos 100 anos
do fim formal da escravidão.
Artes visuais, música, dança,

literatura e a cultura cotidiana
brasileira são abordadas nesta
obra que, em sua segunda
edição, de 2010, é dividida em
dois volumes. O segundo
volume é dedicado totalmente
às artes da modernidade à
contemporaneidade, com
destaque para as artes visuais
considerando que se amplia
significativamente a quantidade
de artistas visuais considerados
contemporâneos. A produção
artística que poderia demarcar
um modernismo negro é
analisada pela curadora e
crítica de arte Aracy Amaral. Já
Emanoel Araújo reflete sobre a o
negro brasileiro e sua relação
com as artes visuais no Brasil
para, em seguida apresenta um
conjunto de novos artistas
nascidos a partir de 1950. Uma
das marcas curatoriais de
Araújo que é o diálogo e o
trânsito de artistas negros e
negras entre espaços
hegemônicos e não
hegemônicos, entre o erudito e o
DÊ O NEXO DE PRESENTE!
popular, se faz presente nas APROVEITE ESSA OPORTUNIDADE
escolhas das pessoas
apresentadas bem como de suas
GOSTA
produções. É uma publicação
pioneira que extrapola os 12 MESES DE NEXO
limites das artes visuais, pois De R$120 por R$100
que tem a inteligência do povo
–
negro a serviço da criação como
sua centralidade. 3 MESES DE NEXO
De R$45 por R$36
Territórios: artistas
QUERO PRESENTEAR
afrodescendentes no
acervo da Pinacoteca
Tadeu Chiarelli (org. e

curadoria). Pinacoteca do
Estado, 2016
O historiador, crítico e curador

de arte Tadeu Chiarelli, como
diretor da Pinacoteca do Estado
de São Paulo, realizou a
exposição que dá nome ao
catálogo acima mencionado. Ele
revisitou a gestão curatorial
(1992-2002) do já citado
Emanoel Araújo, ao realizar a
revisão da presença de obras de
artistas visuais negros e negras
no acervo da Pinacoteca. Deu
destaque a artistas que constam
na coleção desde os primeiros
anos, como Arthur Timótheo da
Costa. Ao mesmo tempo,
atualizou a coleção a partir de
um projeto de aquisições de
obras de nomes
contemporâneos, como as
pinturas em aquarela do
precocemente falecido Sidney
Amaral. O catálogo apresenta
artigos que aprofundam de DÊ O NEXO DE PRESENTE!
maneira mais crítica esse lugar APROVEITE ESSA OPORTUNIDADE
que foi relegado ao artista visual ÚNICA E POR TEMPO LIMITADO
negro a partir da noção de
GOSTA
território e de territorialidade.
Traz narrativas até então não 12 MESES DE NEXO
escritas com contundência nos
De R$120 por R$100
escritos do artista visual e
curador Claudinei Roberto da –
Silva e da crítica e curadora 3 MESES DE NEXO
Fabiana Lopes. É uma obra que De R$45 por R$36
aponta para o revisionismo da
escrita da história da arte QUERO PRESENTEAR
brasileira a partir da perspectiva
de artistas visuais negros e
negras que analisam mais
criticamente a história do Brasil

por meio de seus trabalhos, mas
também demarca o pensamento
de intelectuais negros sobre
essas questões.
Negros Indícios:
performance vídeo
fotografia
Roberto Conduru (org.).
Caixa Cultural, Espaço
Donas Marcianas, 2017
O historiador, crítico, curador e

professor da Universidade do
Estado do Rio de Janeiro realiza
pesquisa sobre cultura e arte
afro-brasileiras já há algumas
décadas, inicialmente com forte
tendência a tratar da temática
afro-religiosa. Recentemente,
observou a crescente produção
negras que têm nas linguagens
da fotografia, vídeo e
performance o eixo central para
materialização de suas ideias.
Ao mesmo tempo, identifica que DÊ O NEXO DE PRESENTE!
o espaço urbano abarca e APROVEITE ESSA OPORTUNIDADE
projeta esses trabalhos que ÚNICA E POR TEMPO LIMITADO
também anunciam e denunciam
GOSTA
as urgências em tratar de
determinados assuntos 12 MESES DE NEXO
silenciados, como a história,
De R$120 por R$100
existência e atuação do próprio
segmento populacional negro –
que habita a cidade de São 3 MESES DE NEXO
Paulo, local no qual a exposição De R$45 por R$36
foi realizada e que possui uma
efervescente cena negra nas QUERO PRESENTEAR
artes visuais. Este catálogo
apresenta nomes
apresenta nomes
contemporâneos e, como em
poucas publicações, com uma

grande presença de artistas
visuais negras como a performer
Michelle Mattiuzzi que foi uma
das finalistas da edição de 2017
do Prêmio Pipa.
Histórias Afro-
Atlânticas
Adriano Pedrosa, Ayrson
Heráclito, Hélio Menezes,
Lilia Schwarcz e Tomás
Toledo. Masp e Instituto
Tomie Ohtake, 2018
Identificada pelo jornal The

New York Times como a melhor
exposição de artes visuais de
2018, a mostra que ocupou dois
grandes espaços expositivos de
São Paulo, Masp e Instituto
Tomie Ohtake corajosamente
ousou tratar do lugar do artista
visual negro não no Brasil, mas
nos lugares que são afetados
pelos comércio transatlântico de
pessoas africanas escravizadas.
Contando com uma equipe DÊ O NEXO DE PRESENTE!
curatorial de reconhecimento APROVEITE ESSA OPORTUNIDADE
inquestionável nas artes visuais ÚNICA E POR TEMPO LIMITADO
– os críticos e curadores de arte
GOSTA
Adriano Pedrosa e Tomás
Toledo –, que se soma ao 12 MESES DE NEXO
conhecimento antropológico, De R$120 por R$100
sociológico e da cultura
brasileira e afro-diaspórica – os
–
antropólogos, curadores e 3 MESES DE NEXO
críticos de arte Lilia Schwarcz e De R$45 por R$36
Hélio Menezes, juntamente com
o artista visual e curador Ayrson QUERO PRESENTEAR
Heráclito –, o registro da
i ã dá i d i
exposição dá origem a dois
catálogos. O primeiro apresenta
a produção de artes visuais

tendo como eixo conceitual e
curatorial as diversas
possibilidades da abordagem
visual e estética da travessia do
Oceano Atlântico, expondo
assim tanto o trauma desse
processo genocida como as
reinvenções das populações
negras que se constituem nas
Américas. Este livro constitui
um poderoso guia da
iconografia, imaginário e
resistência do e sobre o negro. O
segundo volume é uma
antologia que foca nos artigos
produzidos em várias épocas
sobre a diáspora negra, e
demonstra os esforços da
tradicional instituição Masp em
se mostrar aberta a repensar
esse lugar que o (não) negro
ocupou, até então, em suas salas
expositivas absolutamente
embranquecidas.
Renata Felinto é doutora e
mestra em artes visuais pelo
Instituto de Artes da Unesp PARA PRESENTEAR QUEM VOCÊ
(Universidade Estadual GOSTA
Paulista) e especialista em
curadoria e educação em 12 MESES DE NEXO
museus pelo Museu de Arte De R$120 por R$100
Contemporânea da USP. –
Artista visual e professora
3 MESES DE NEXO
adjunta de teoria da arte da
De R$45 por R$36
Urca (Universidade Regional
do Cariri). Realizou trabalhos
QUERO PRESENTEAR
na Pinacoteca do Estado de São
Paulo, Instituto Itaú Cultural,
Centro Cultural São Paulo,

Sesc, Sesi/Fiesp, entre outros
espaços. Coordenou o Núcleo de

Educação do Museu Afro Brasil.
A arte produzida por mulheres
e homens negrodescendentes
tem sido principal tema de
pesquisa.
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16/01/2022 12:49 5 livros para pensar o lugar do negro na arte do Brasil | Nexo Jornal

Precisamos repensar a palavra

Estamos ainda pensando em

Pois bem, é indissociável a

Assim, pensar sobre obras que

Muitos desses escritos são

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Arte africana e afro-

Artes visuais, música, dança,

Tadeu Chiarelli (org. e

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criticamente a história do Brasil

O historiador, crítico, curador e

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Identificada pelo jornal The

a produção de artes visuais

Centro Cultural São Paulo,

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