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01/10/23, 21:21 Eduardo Mondlane – Wikipédia, a enciclopédia livre

Eduardo Mondlane
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Eduardo Chivambo Mondlane (Manjacaze, Gaza, 20 de junho de 1920 — Dar es Salaam, 3 de


fevereiro de 1969) foi um dos fundadores e primeiro presidente da Frente de Libertação de
Eduardo Mondlane
Moçambique (FRELIMO), a organização que lutou pela independência de Moçambique do
domínio colonial português. O dia da sua morte, assassinado por uma encomenda-bomba, é
celebrado em Moçambique como Dia dos Heróis Moçambicanos.[1]

Vida e luta

Juventude e Estudos

Filho de um chefe tradicional, Mondlane estudou inicialmente numa missão presbiteriana suíça
próxima de Manjacaze, mas viria a terminar os seus estudos secundários numa escola da mesma
igreja na África do Sul. Após ter sido expulso, na sequência da subida ao poder do Partido
Nacional, da Universidade de Witwatersrand, onde cursava Antropologia e Sociologia, seguiu
estudos, usufruindo de uma bolsa, na Universidade de Lisboa. Aí conheceu outros estudantes que
viriam a ser os líderes dos movimentos nacionalistas e anticoloniais de vários países africanos,
como Amílcar Cabral e Agostinho Neto. Terminaria os estudos nos Estados Unidos, frequentando
o Oberlin College (Ohio) e a Northwestem University (Evaston, Illinois) e vindo a obter o
Nascimento 20 de junho de 1920
doutoramento em Sociologia. Manjacaze, Gaza
Moçambique

Académico Morte 3 de fevereiro de 1969 (48 anos)


Dar es Salaam
Trabalhou para as Nações Unidas, no Departamento de Curadoria, como investigador dos Cidadania Estado Novo
acontecimentos que levavam à independência dos países africanos e foi também professor de Cônjuge Janet Mondlane
história e sociologia na Universidade de Syracuse, em Nova Iorque. Nessa altura, na (década de
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1950), Mondlane teve contactos com Adriano Moreira, um ministro português que queria recrutá- Filho(s) Nyeleti Mondlane
lo para trabalhar na administração colonial; Mondlane, por seu turno, tentou convencê-lo da Alma mater Universidade de Lisboa
necessidade de Portugal seguir o caminho dos restantes países, que estavam a dar independência Oberlin College
às suas colónias africanas.[carece de fontes?] Universidade do Noroeste
Universidade do Witwatersrand
Universidade Harvard
Libertação nacional
Ocupação Professor, antropólogo, político
Em 1961 visitou Moçambique, a convite da Missão Suíça, e teve contactos com vários nacionalistas, Prêmios Ordem dos Companheiros de O.
onde se convenceu de que as condições estavam criadas para o estabelecimento de um movimento R. Tambo
de libertação. Por essa altura e independentemente, formaram-se três organizações com o mesmo
Empregador Universidade de Syracuse
objectivo: a UDENAMO (União Democrática Nacional de Moçambique), a MANU (Mozambique
African National Union, à maneira da KANU do Quénia e de tantas outras) e a UNAMI (União Causa da explosão
morte
Nacional Africana para Moçambique Independente). Estas organizações tinham sede em países
diferentes e uma base social e étnica também diferentes, mas Mondlane tentou uni-las, o que [edite no Wikidata]
conseguiu com o apoio do presidente da Tanzânia, Julius Nyerere – a FRELIMO foi de facto criada
na Tanzânia, com base naqueles três movimentos, em 25 de Junho de 1962, e Mondlane foi eleito seu primeiro presidente, com Uria Simango
como Vice-Presidente.[carece de fontes?]

Nessa altura, Mondlane já tinha chegado à conclusão de que não seria possível conseguir a independência de Moçambique sem uma guerra de
libertação, mas era necessário desenhar uma estratégia e obter apoios para a levar a cabo, o que Mondlane começou a fazer. Os primeiros
guerrilheiros foram treinados na Argélia e, entre eles, contava-se Samora Machel que o substituiria após a sua morte. Os seguintes foram já
treinados na Tanzânia, onde a FRELIMO organizou ainda uma escola secundária, o Instituto de Moçambique.[carece de fontes?]

A luta armada foi desencadeada em 25 de setembro de 1964, com o ataque de um pequeno número de guerrilheiros ao posto administrativo de
Chai, na província de Cabo Delgado, a cerca de 100 km da fronteira com a Tanzânia. Para além das acções militares, a FRELIMO organizou um
sistema de comércio para apoiar as acções de guerrilha, e Lázaro Nkavandame, que tinha sido nomeado Secretário Provincial do movimento para
aquela província, foi quem organizou esse sistema; mais tarde, verificou-se que ele guardava os lucros para si e seus colaboradores e acabou por
desertar, em 1969, pouco depois da morte de Mondlane.[carece de fontes?]

Este não foi o único incidente que ensombrou os primeiros anos da FRELIMO: Mateus Gwengere, um padre católico que tinha aliciado muitos
jovens da sua província (Tete) e era professor do Instituto de Moçambique, insurgiu-se contra a política do movimento de enviar a maior parte
dos jovens para a luta armada, em vez de os incentivar a continuar os estudos. Em março de 1968, verificou-se um motim, seguido pelo abandono
quase maciço dos estudantes que, mais tarde, se descobriu ter sido despoletado por Gwengere. Em maio, uma multidão de macondes invadiu os
escritórios do movimento e assassinou um dos membros do Comité Central, Mateus Sansão Muthemba – exigiam a independência imediata de
Cabo Delgado. Entretanto, Nkavandame tentou forçar a realização de um congresso do movimento na Tanzânia, mas o Comité Central decidiu
realizá-lo em Matchedje, nas zonas libertadas do Niassa, em Julho de 1968.[carece de fontes?]
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Nesse congresso – o II Congresso da FRELIMO -, Mondlane foi reeleito como presidente e Uria Simango como vice-presidente, mas foi ainda
criado um conselho executivo, que incluía a presidência e os chefes dos departamentos. O mais importante foi que o congresso reafirmou a
política definida de lutar pela “independência total e completa” de Moçambique e não apenas de parte dela.[carece de fontes?]

Morte e legado

Eduardo Mondlane morreu em Dar Es Salaam em 3 de fevereiro de 1969 ao abrir uma encomenda que continha uma bomba, na casa de uma ex-
secretária sua, Betty King. Suspeita-se que a encomenda teria sido preparada em Lourenço Marques, pela PIDE[carece de fontes?] a polícia secreta
portuguesa, mas como chegou às suas mãos e porque foi ele a abri-la nunca ficou esclarecido.

Mondlane deixou viúva, Janet Mondlane, que foi a primeira Directora Nacional de Acção Social de Moçambique independente e a primeira
presidente do Conselho Nacional contra a SIDA, já nos anos 2000-2004, e três filhos. Mais importante, deixou um livro, "Lutar por
Moçambique", que só foi publicado alguns meses depois da sua morte, onde detalha como funcionava o sistema colonial em Moçambique e o que
seria necessário para desenvolver o país.[carece de fontes?]

Obras
Eduardo Mondlane, The Struggle for Mozambique. 1969, Harmondsworth: Penguin Books.

Ver também
Frantz Fanon
Samora Machel
Amílcar Cabral
Agostinho Neto
Huey Newton
Thomas Sankara
Fred Hampton
Samir Amin
Vladimir Lenin
Kwame Nkrumah

Ligações externas
El Corresponsal de Medio Oriente y África – Biografia de Eduardo Mondlane en español (http://elcorresponsal.com/modules.php?name=ElC
orresponsal_Biografias&req_bio_id=146)
1. «PHP» (http://www.isn.ethz.ch/php/documents/collection_gladio/chronology.htm). Consultado em 30 de novembro de 2005. Cópia arquivada
em 30 de novembro de 2005 (https://web.archive.org/web/20051130122600/http://www.isn.ethz.ch/php/documents/collection_gladio/chronolo
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