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O livro de Jeremias capitulo 17 versus de 05 a 08 traz dois provérbios e duas analogias muito

interessantes. “Assim diz o senhor maldito o homem que confia no homem, faz da carne mortal o seu

braço e aparta o coração do senhor; porque será como o arbusto solitário no deserto e não verá quando

vier o bem; antes morará nos lugares secos do deserto na Terra salgada e inabitável. Bendito o homem

que confia no senhor e cuja Esperança é o senhor. Porque ele é como a árvore plantada junto as

águas, suas raízes para o Ribeiro e não receia quando vem o calor mas a sua folha fica verde e no ano

da sequidão não se perturba nem deixa de dar fruto.” Aqui fala de um homem bendito e de um homem

amaldiçoado; de uma árvore bendita e uma árvore amaldiçoada.

Uma árvore bendita tem uma descrição que faz sentido com aquilo que idealizamos de uma árvore

abençoada: ela é bem regada, está perto das águas, tem folhas verdejantes. Até aí tudo bem, o mistério

é a descrição da árvore amaldiçoada: ela é chamada de arbusto solitário do deserto. Esta expressão

arbusto solitário aparece em hebraico como sendo a palavra ar ar. Esta palavra que soa muito parecido

com ar ur significa amaldiçoado, maldito, sim ar ar e ar ur são um trocadilho central desse poema de

Jeremias, mas que planta é essa: é uma planta que não mede mais do que 3 m e que brota na região

do vale de Jericó, na região do mar morto e também no neguev, especialmente ali perto do deserto de

Ahavad em Israel. Ela tem um fruto verde aparentemente suculento, mas que quando você abre não

tem nada é oco. Por isso os beduínos da região a chamam de limão maldito ou maçã de Sodoma. De

acordo com a tradição dos beduínos, depois da destruição de Sodoma e gomorra quando os cidadãos

ainda estavam sob a maldição divina esse tipo de árvore era um fruto que produzia um suco delicioso

para mitigar a sede dos viajantes, mas quando a cidade foi amaldiçoada o suco dessa fruta secou e ela

ficou como está até hoje.

Um peregrino que não conhece bem a flora do deserto chegará essa árvore cheio de sede, apenas para

encontrar a decepção de um fruto que parece suculento, mas é totalmente seco e oco por dentro. O

problema, portanto dessa árvore é semelhante a da Figueira que Jesus amaldiçoou no novo

testamento, você se lembra da história (Marcos 11: 12-14) Jesus foi até uma Figueira apanhar frutos

mas ela estava cheia de folhas porém não tinha fruto então ele a amaldiçoou por não encontrar nenhum

figo. Ali, isso é claro, foi uma ação metafórica de Jesus ou seja Jesus fez aquilo para chamar a atenção

para outra coisa: em ambos os casos, a árvore de Jeremias e a Figueira amaldiçoada por Cristo, a

maldição não veio apenas porque elas não davam fruto, o foco não estava na ausência de frutos, mas

por que aparentavam dar e não davam, eram árvores enganadoras.


Não era estação de figos maduros, senão em certas localidades; e nas montanhas das cercanias de

Jerusalém podia-se na verdade dizer: "Não era tempo de figos." Mar. 11:13. No pomar a que Jesus

chegou, porém, uma árvore parecia adiantada a todas as demais. Estava já coberta de folhas. A

natureza da figueira é que, antes de se abrirem as folhas, apareça o fruto. Portanto, essa árvore cheia

de folhagem era uma promessa de bem desenvolvidos frutos. Sua aparência, porém, era enganosa.

Depois de procurar entre os ramos, dos mais baixos aos mais altos, Jesus "não achou senão folhas".

Era uma massa de pretensiosa folhagem, nada mais. DTN 581.

A maldição da figueira foi uma parábola viva. Aquela árvore estéril, ostentando sua pretensiosa

folhagem ao próprio rosto de Cristo, era um símbolo da nação judaica. O Salvador desejava tornar

claras aos Seus discípulos a causa e a certeza da condenação de Israel. Para esse fim como que

investiu a árvore de qualidades morais, e tornou-a expositora da verdade divina. Os judeus distinguiam-

se de todas as outras nações, professando fidelidade para com Deus. Haviam sido especialmente

favorecidos por Ele, e pretendiam ser mais justos que todos os outros povos. Mas estavam corrompidos

pelo amor do mundo e a avareza. Jactanciavam-se de seu conhecimento, mas eram ignorantes das

reivindicações divinas, e cheios de hipocrisia. Como a árvore estéril, estendiam os pretensiosos ramos

para o alto, luxuriantes na aparência, belos à vista, mas não dando “senão folhas”. A religião judaica,

com o magnificente templo, os altares sagrados, os sacerdotes mitrados e cerimônias impressionantes,

era na verdade bela na aparência exterior; faltavam-lhe, porém, humildade, amor e beneficência. DTN

407.

No deserto desse mundo também há pessoas que chegam a nós, religiosos, cristãos, Adventistas,

procurando encontrar uma palavra de conforto, de Esperança, uma gota das verdades de Deus. Enfim,

elas esperam encontrar em nós o fruto do espírito e como elas saem do nosso encontro? Satisfeitas ou

com ar de desapontamento? Nas academias é dito que sem dor não há resultado, do mesmo modo sem

fé não há frutos e sem frutos meu amigo não há salvação! Que tipo de árvore você é quando as

pessoas se aproximam de você para aprender mais a respeito do seu Deus?

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