A importância do estudo científico do tema se justifica pelas controvérsias
existentes em relação ao procedimento do Tribunal do Júri, que divide opiniões de cidadãos, doutrinadores e operadores do Direito, eis que o órgão é composto por pessoas da sociedade, muitas vezes sem conhecimentos jurídicos, que são responsáveis por julgar os crimes dolosos contra a vida, condenando ou absolvendo o acusado. Diante disso, surge o questionamento acerca do controle da decisão proferida pelos jurados por um juiz togado, mormente pela íntima convicção que gozam ao exararem seu veredicto, esbarrando no princípio constitucional da soberania dos veredictos. Acerca do tema, o STJ e o STF vêm apresentando posicionamentos diferentes, sem, contudo, pôr fim à questão. Com efeito, esse projeto visa estudar os antecedentes históricos do Tribunal do Júri, partindo para a análise dessa instituição dentro do ordenamento jurídico brasileiro, a fim de se verificar se o controle das decisões dos jurados, por meio da interposição, pela acusação, da apelação prevista no art. 593, III, d, do CPP, viola o princípio da soberania dos veredictos, permitindo a ampliação do debate e das reflexões acerca da recorribilidade das decisões do júri. 7 METODOLOGIA
Pretende-se utilizar a pesquisa histórica no presente estudo, a fim de se
investigar as origens da instituição do Tribunal do Júri a partir de acontecimentos passados, compreendendo as razões de seu surgimento e a influência de sua história no procedimento atual. Será realizada, ainda, pesquisa teórica acerca das questões que envolvem o tema proposto, por meio de consulta à bibliografia atual e artigos científicos, analisando-se as diversas posições dos autores no que tange ao problema levantado. Ademais, pretendendo compreender como o tema é tratado pelos Tribunais pátrios, será desenvolvida pesquisa jurisprudencial, elucidando-se os entendimentos encontrados a respeito da problemática tratada nesse projeto. Destarte, a estruturação formal do trabalho se dará da seguinte maneira. Ab initio, serão estudados o surgimento e a evolução do Tribunal do Júri, levando em conta sua gênese mais remota, bem como seu início e desenvolvimento no Brasil ao longo dos anos, por meio de análise de doutrinas que tratam da história desse órgão. Em seguida, conhecendo a trajetória do júri, serão analisados os princípios que regem essa instituição, previstos no artigo 5º, XXXVIII, “a” a “d” da Constituição de 1988, em especial o princípio da soberania dos veredictos. Após o estudo histórico e principiológico será analisado o procedimento do Tribunal do Júri constante no Código de Processo Penal, sobretudo após a reforma processual penal perpetrada pela Lei 11.689/08, estudando-se, principalmente, os quesitos formulados aos jurados. Ainda em relação ao procedimento, pretende-se elucidar o cabimento de recurso de apelação contra as decisões proferidas pelos jurados. Por fim, considerando o princípio da soberania dos veredictos, será verificado se após a Lei 11.689/08 ainda é cabível o recurso apelação contra a decisão dos jurados, pela acusação, quando essa, fundada no quesito genérico de absolvição (art. 483, III e § 2º, do CPP), for manifestamente contrária à prova dos autos. Para tanto, serão analisadas decisões proferidas pelos tribunais do país acerca dessa possibilidade, além da visão de doutrinadores e operadores do direito.
O bloqueio cognitivo dos juizados especiais: uma análise da estrutura recursal, ação rescisória e da competência absoluta dos juizados especiais federais e da fazenda pública, sob o paradigma da celeridade processual e da segurança jurídica
Segurança Jurídica e Recursos Repetitivos: apreciação crítica a luz dos princípios do contraditório, do devido processo legal, da ampla defesa e da duração razoável do processo: de acordo com o novo CPC de 2015
Da não violação ao princípio constitucional da presunção de inocência (art. 5º, LVII, CF/88) em face da execução provisória da pena após condenação em segunda instância